Dia 06 de Março de 2023 o Agente Tecnico da COATER Geraldo Donizeti Lúcio, esteve em visita técnica e reunião em Santo Antônio do Leverger na Comunidade Morrinhos em Santo Antônio do Leverger, juntamente com outros colegas, Ludmila e Natan da EMPAER Local e Robson da EMPAER de Mirassol, para apresentar o Projeto Caminhos do Morro ao Francês Jean Marrie com a facilitação da intérprete Solene.
A programação iniciou as 07 hs com um café da manhã e roda de conversa no Rancho Epona com atores locais, dentre eles a Mirian do Rsncho Epona, Niane presidente da APRUMO, Edna dentre muitos outros. As 09h eles Percorreram a trilha dos Desejos e fizeram um pequeno passeio a cavalo.
O almoço foi com comida típica regional no Rancho Recanto do jao da proprietária Edna
Na roda de conversa Jean Marrie falou sobre a Confederação Internacional da Caminhada na Natureza ma Europa, pelo IRCOD (Instituto Regional de Cooperação e Desenvolvimento) e o International Federation of Popular Sports – IVV (federação internacional com sede na Alemanha) que atuam em mais de 40 países.
No Brasil o IRCOD e IVV tem parceria com a ANDA BRASIL - CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE ESPORTES POPULARES - Caminhadas na Natureza, que orienta a formatação dos Circuitos, credencia internacionalmente e promove o desenvolvimento territorial sustentável com foco no turismo, de forma a valorizar os espaços rurais e a integração urbana/rural.
A intenção com a visita do Jean Marrie é de nos ajudar retomar a realização das Caminhadas na Natureza em Mato Grosso, que foram realizadas a partir do ano de 2.006 com grande apoio do Governo do Estado e nos últimos anos não tem sido tão priorizadas.
Jean Marrie é Engenheiro Agrônomo
Foi Gerente do Grand Ballon que é o ponto culminante dos Vosges, situado a 25 km ao noroeste de Mulhouse.
Alguns o chamam de ballon de Guebwiller, do nome da cidade mais próxima, situada a 8 km a leste.
Seus 3.000 km² fazem dele um dos maiores Parques Naturais da França.
14 picos culminam, incluindo o maior, o Grand Ballon d'Alsace, 1424 metros acima do nível ...
Separadas por um oceano de distância, as cidades de Santiago de Compostela, capital da região da Galiza e situada no noroeste da Espanha, e Aparecida, no Vale do Paraíba, em São Paulo, têm em comum a adoração e devoção de milhares de fiéis.
A primeira é conhecida por ter um dos destinos de peregrinação mais importantes do mundo, o Caminho de Santiago. No Brasil, por sua vez, inspirado no trajeto espanhol, foi criado, em 2005, o Caminho da Fé, em Aparecida, que é a peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida.
Sob a influência dessas vias sagradas que Cuiabá e Chapada dos Guimarães se espelham para retomada do roteiro do Caminho de Santana, que fica entre as unidades de conservação das Cabeceiras do Rio Cuiabá e o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.
“A finalidade do projeto Caminho de Santana é salvaguardar e resgatar a viagem de Nossa Senhora de Santana do Sacramento, padroeira de Chapada dos Guimarães, realizada em 1779, do Porto Geral de Cuiabá até a Igreja de Santana na cidade de Chapada. Além da cultura e história, a ideia é preservar a beleza ambiental e promover o turismo e a economia criativa”, diz texto do Instituto de Inclusão, Cidadania e Ação (INCA), que idealiza o projeto.
Segundo a organização, a ideia é transformá-lo numa trilha religiosa, ecoturística, histórica e cultural. Contudo, para sair do papel, é necessário o estudo de viabilidade técnica, econômica, ambiental e social.
Durante todo o mês de janeiro, a proposta recebeu ajustes sugeridos pelo corpo técnico do projeto, segundo informou Jaime Okamura, consultor trajeto. Também em janeiro, esse mesmo relatório foi entregue, na sede do INCA, ao deputado Wilson Santos (PSD).
É dele as emendas parlamentares impositivas destinadas ao projeto. Durante entrevista, o parlamentar e historiador disse que Cuiabá, após a sua fundação, em 1719, sofreu por 5 anos com exploração de ouro e logo em seguida houve um esvaziamento da cidade com a emigração dos habitantes.
“As ‘turmadas’ limparam o ouro aqui [em Cuiabá], acabaram o ouro aqui, o chamado ouro de aluvião. Então houve um esvaziamento de Cuiabá a partir desse fim da atividade aurífera. Parte da população voltou para São Paulo, parte subiu a serra e fundou Chapada, com o nome de Comunidade Santana”, explica.
Ainda de acordo com Wilson, antigamente a ligação entre Cuiabá e Chapada não era feita pela atual rodovia MT-251, mas sim por trilhas abertas para a população da época trilhar o caminho entre os municípios.
“Fizeram várias trilhas para subir e descer essa serra. Uma é a trilha ‘top de fita’, outra é a quebra gamela, a outra é a trilha do francês, a outra do carretão, várias trilhas”. Ele diz também que a trilha top de fita ainda é usada por amazonas e cavaleiros que praticam a cavalgada pela região. “É uma trilha que existe há mais de 200 anos”.
“A proposta nossa, minha, do deputado Botelho, é nós, juntos com igreja católica e com outras igrejas, fazer um mini Caminho de Santiago de Compostela e um mini Caminho de Nossa Senhora Aparecida do Norte. Seria um produto turístico, ecológico e ligado a natureza”, cita o deputado, que estipulou um prazo de dois anos para “o produto estar pronto e acabado”.
Mirian Alvoryna Ferraz Oliveira aderiu a prática de caminhante em 2020, aos 50 anos
Por: Helena Corezomaé Percorrer o Brasil a pé! Este é o sonho da empreendedora social Mirian Alvoryna Ferraz Oliveira, de 52 anos, moradora deSanto Antônio de Leverger, a 35 km de Cuiabá. Ela aderiu a prática de caminhante em 2020, aos 50 anos, quando fez seu primeiro percurso: o Circuito Caminhos da Sabedoria de 108 km, em Espírito Santo.
Mirian Alvoryna fez o primeiro percurso em 2020. (Foto: Arquivo pessoal)
O interesse pela prática começou quando ela assistiu uma reportagem sobre os Caminhos de Santiago de Compostela, que são percursos de peregrinos que se espalham por toda a Europa. A partir daí, Mirian começou a pesquisar sobre o trajeto, o que usar, o que levar, alimentação adequada e os custos com o deslocamento.
Mas, antes de colocar o ‘pé na estrada’, ela iniciou os treinos. Ela começou percorrendo 6 km por dia na região onde mora e foi durante as caminhadas, no período da manhã, que conheceu Ana e Elaine, que treinavam para participar de Santiago de Compostela.
“Nesses encontros elas me contavam das caminhadas que já haviam feito. A Elaine iria trilhar Santiago pela segunda vez. Essa troca, esse movimento, fazia do cansaço um doce prazer, cujo compartilhamento de experiências criou laços e construiu pontes. Foi assim que me encantei pelos relatos e decidi pesquisar mais a respeito. Isso me motivou e me levou ao Circuito Caminhos da Sabedoria”, disse.
Com a ajuda de suas filhas, Mirian começou a se preparar e em outubro de 2020 realizou o circuito na cidade de Ibiraçu, no Espírito Santo, com oito pessoas de diversas partes do Brasil. Segundo Mirian, o percurso busca estabelecer um diálogo entre o budismo e o cristianismo. Além disso, valoriza a natureza, a espiritualidade e a conscientização ambiental.
“O caminho é feito em cinco etapas sempre na mesma cidade, entre fazendas centenárias, matas, cachoeira e igrejas antigas. O nosso grupo não cumpriu esse circuito oficial, pois, devido a pandemia, a comunidade de São Pedro não estava recebendo peregrinos. A chuva contínua também dificultou um pouco alguns acessos, mas não deixamos de fazê-los”, explicou.
Ao todo, Mirian Alvoryna já fez quatro percursos no país. (Foto: Arquivo pessoal)
Ela e os companheiros concluíram o circuito em cinco dias. Em sua avaliação, a experiência não foi tão difícil quanto imaginou. O maior problema foi a chuva constante, mas que no final contribuiu para deixar o percurso mais agradável.
“Essa experiência me ensinou que o todo é feito de partes, que serão vencidas uma a uma até o objetivo final”.
Após a primeira experiência, Mirian não parou e já participou de outros três circuitos. O primeiro conta que foi por intermédio de uma agência de turismo, mas os outros foram organizados pelas amigas que fez pelo caminho. “Fui brindada com novas amizades, em especial, de duas mineiras, Jandira e Mariângela. Criamos um grupo de WhatsApp e continuamos mantendo contato e conversando sobre os percursos”.
Mirian e os amigos que ganhou (Foto: Arquivo pessoal)
Caminhos do Morro
Entre os caminhos que percorreu está o do Morro, em Santo Antônio de Leverger, no estado. Mirian é uma das organizadoras do percurso. Ao todo, o desafio tem 100 km, que são divididos em cinco etapas de 20 km, cada.
“Como o percurso é próximo de Cuiabá quem mora na Capital pode vir e ir todo dia. O desafio é de cinco dias. Mas, aqui tem propriedade que serve alimentação e tem pousadas também, pra quem vem de fora”.
Livro sobre caminhos
Tudo o que viveu Mirian não guardou para si, mas compartilhou parte da experiência em uma coletânea. Ao lado de outros 24 autores escreveu a obra “A pé pelo Brasil – Histórias de caminhantes e peregrinos”.
No livro, lançado em dezembro de 2020, ela contou como foi o primeiro percurso que fez: o Caminhos da Sabedoria. “Foi muito gratificante. Ao escrever foi como reviver tudo de novo”.
Para Mirian, mais do que conhecimento, cada caminho possibilitou sentir entusiasmo em descobrir o inusitado, o que está à frente e que muitas vezes não tem tempo para admirar, como o frescor de uma chuva.
“A pergunta que fica é: o que nos aguarda no próximo caminho? Espero que o próximo proporcione outra oportunidade singular, uma abertura que me prepare para retornar ao cotidiano com outras formas de olhar o mundo, sempre buscando um caminho desconhecido a percorrer”.
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