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Separadas por um oceano de distância, as cidades de Santiago de Compostela, capital da região da Galiza e situada no noroeste da Espanha, e Aparecida, no Vale do Paraíba, em São Paulo, têm em comum a adoração e devoção de milhares de fiéis.
A primeira é conhecida por ter um dos destinos de peregrinação mais importantes do mundo, o Caminho de Santiago. No Brasil, por sua vez, inspirado no trajeto espanhol, foi criado, em 2005, o Caminho da Fé, em Aparecida, que é a peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida.
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Sob a influência dessas vias sagradas que Cuiabá e Chapada dos Guimarães se espelham para retomada do roteiro do Caminho de Santana, que fica entre as unidades de conservação das Cabeceiras do Rio Cuiabá e o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.
“A finalidade do projeto Caminho de Santana é salvaguardar e resgatar a viagem de Nossa Senhora de Santana do Sacramento, padroeira de Chapada dos Guimarães, realizada em 1779, do Porto Geral de Cuiabá até a Igreja de Santana na cidade de Chapada. Além da cultura e história, a ideia é preservar a beleza ambiental e promover o turismo e a economia criativa”, diz texto do Instituto de Inclusão, Cidadania e Ação (INCA), que idealiza o projeto.
Segundo a organização, a ideia é transformá-lo numa trilha religiosa, ecoturística, histórica e cultural. Contudo, para sair do papel, é necessário o estudo de viabilidade técnica, econômica, ambiental e social.
Durante todo o mês de janeiro, a proposta recebeu ajustes sugeridos pelo corpo técnico do projeto, segundo informou Jaime Okamura, consultor trajeto. Também em janeiro, esse mesmo relatório foi entregue, na sede do INCA, ao deputado Wilson Santos (PSD).
É dele as emendas parlamentares impositivas destinadas ao projeto. Durante entrevista, o parlamentar e historiador disse que Cuiabá, após a sua fundação, em 1719, sofreu por 5 anos com exploração de ouro e logo em seguida houve um esvaziamento da cidade com a emigração dos habitantes.
“As ‘turmadas’ limparam o ouro aqui [em Cuiabá], acabaram o ouro aqui, o chamado ouro de aluvião. Então houve um esvaziamento de Cuiabá a partir desse fim da atividade aurífera. Parte da população voltou para São Paulo, parte subiu a serra e fundou Chapada, com o nome de Comunidade Santana”, explica.
Ainda de acordo com Wilson, antigamente a ligação entre Cuiabá e Chapada não era feita pela atual rodovia MT-251, mas sim por trilhas abertas para a população da época trilhar o caminho entre os municípios.
“Fizeram várias trilhas para subir e descer essa serra. Uma é a trilha ‘top de fita’, outra é a quebra gamela, a outra é a trilha do francês, a outra do carretão, várias trilhas”. Ele diz também que a trilha top de fita ainda é usada por amazonas e cavaleiros que praticam a cavalgada pela região. “É uma trilha que existe há mais de 200 anos”.
“A proposta nossa, minha, do deputado Botelho, é nós, juntos com igreja católica e com outras igrejas, fazer um mini Caminho de Santiago de Compostela e um mini Caminho de Nossa Senhora Aparecida do Norte. Seria um produto turístico, ecológico e ligado a natureza”, cita o deputado, que estipulou um prazo de dois anos para “o produto estar pronto e acabado”.
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