Soluções Baseadas na Natureza: Mudanças Climáticas.

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Soluções Baseadas na Natureza (SBN) são medidas que visam atender objetivos ambientais, sociais e econômicos, inspiradas, apoiadas ou copiadas da natureza.

Os Povos e Comunidades Tradicionais são os “guardiões” das Soluções Baseadas na Natureza.

Conforme Decreto nº 8.750/2016, atualizado pelo Decreto nº 11.481/2023, os Povos e Comunidades Tradicionais reconhecidos nacionalmente são 30. Aqui neste artigo vamos falar dos: Pantaneiros; Povos Indígenas; Comunidades Quilombolas; Ribeirinhos e Comunidades Tradicionais.

COMUNIDADES TRADICIONAIS:

As comunidades tradicionais e as soluções baseadas na natureza (SbN) estão relacionadas de diversas formas, como:

Preservação da Biodiversidade: As comunidades tradicionais preservam a biodiversidade por meio de práticas sustentáveis e da sua relação com a natureza.

Sistemas Produtivos: Os povos tradicionais desenvolvem sistemas produtivos baseados na sociobioeconomia, como a produção de frutas, óleos, plantas medicinais e etnoecoturismo.

Manejo Paisagístico: As comunidades tradicionais desenvolvem práticas de manejo paisagístico, como a promoção da diversidade de espécies de polinizadores.

Reconhecimento da Vulnerabilidade Ambiental: O reconhecimento da vulnerabilidade ambiental das comunidades tradicionais é importante para a sobrevivência do grupo e a reprodução dos seus saberes.

POVOS INDÍGENAS:

Os povos indígenas são essenciais para a preservação ambiental e para soluções baseadas na natureza (SbN):

Adaptação ao Ambiente: Os povos indígenas adaptaram seus estilos de vida para respeitar e se adequar ao ambiente, retirando apenas o necessário para a sua subsistência.

Conhecimento Tradicional: Os povos indígenas têm um profundo conhecimento tradicional da fauna e flora, o que é fundamental para a preservação ambiental.

Técnicas Agrícolas: Os povos indígenas desenvolveram técnicas agrícolas adaptadas a ambientes extremos, cultivando plantas resistentes a secas, altitude, inundações e outras condições extremas.

Relação com a Natureza: A natureza representa para os indígenas muito mais do que um meio de subsistência, está diretamente ligada aos sistemas de crenças e conhecimentos, além de uma relação histórica e ancestral.

Como já dito, mas vale ressaltar qui… Segundo a ONU, os povos indígenas protegem mais de 80% da biodiversidade no planeta terra, apesar de ocuparem apenas 25% da superfície do planeta.

370 milhões de indígenas com 5 mil culturas diferentes vivem atualmente em 90 países e territórios. Os povos indígenas detêm muitas das soluções para a crise climática e são os guardiões da biodiversidade.

COMUNIDADES QUILOMBOLAS:

Desempenham um papel fundamental na preservação do meio ambiente e na sustentabilidade ambiental. A relação de respeito com a natureza, a terra e a ancestralidade é parte da cultura e identidade quilombola.

Gestão Comunanitária das Terras: As comunidades quilombolas gerenciam suas terras de forma coletiva.

Conhecimento dos “Remédios do Mato”: Os quilombolas sabem identificar e cultivar plantas, e como preparar chás, xaropes, lambedores e banhos de assento.

Reflorestamento: Quilombolas reflorestam áreas degradadas, gerando renda e ajudando a crescer novas florestas.

COMUNIDADES RIBEIRINHAS/PANTANEIROS:

memória e o imaginário de comunidades ribeirinhas adquirem um caráter de extrema importância para o entendimento da questão da sustentabilidade.

Como os ribeirinhos preservam a natureza?: São árvores sementes, frutos e folhas que se transformam em perfumes, produtos de beleza. Além de melhorar a renda das famílias, a atividade ajuda a preservar a floresta.

Como os ribeirinhos cuidam do meio ambiente?: A associação de várias plantas no mesmo quintal é um meio de valorizar e diminuir os riscos, uma vez que se encontram mais próximas de seus cuidados.

Como é a relação entre os povos ribeirinhos e a natureza?: A relação com a natureza faz dos ribeirinhos grandes detentores de conhecimentos sobre aspectos da fauna e da flora da floresta:

O uso de plantas medicinais; o ritmo e o caminho das águas; os sons da mata; as épocas da terra. Esse convívio alimenta a cultura e os saberes transmitidos de pai para filho.

PANTANAL:

O Pantanal por ser uma área úmida, é um dos ecossistemas com maior capacidade de estocar carbono. A vegetação presente, especialmente nos solos alagados, contribui para a captura e retenção de carbono, ajudando a reduzir os níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.

As áreas úmidas podem armazenar cerca de 30% de todo carbono terrestreo que equivale a quatro vezes o que as florestas do mundo armazenam juntas. O sequestro de carbono é só uma das muitas formas que as áreas úmidas do mundo contribuem para que nosso planeta seja habitável.

No entanto, estamos lidando com ecossistemas extremamente frágeis e suscetíveis às alterações climáticas, o que torna a adaptação necessária com urgência no Pantanal. Precisamos de estratégias de conservação e gestão sustentável que levem em consideração não apenas os impactos imediatos, mas também as projeções futuras do clima.

As mudanças climáticas são um fenômeno que afeta o Pantanal e os pantaneiroscolocando em risco a fauna, a flora e a existência dos povos que vivem na região:

Incêndios florestais: Em junho de 2024, um estudo da World Weather Attribution (WWA) apontou que as mudanças climáticas intensificaram em 40% os incêndios florestais no Pantanal.

Este período prévio à temporada de incêndios no Pantanal registrou um aumento de quase 1000% (mil por cento) nos focos de calor em comparação ao ano passado, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Trabalhando com Comunidades, aqui já citadas, com uma abordagem participativa:

1. Participação Colaborativa: Diferentes atores colaboram e posicionam-se de forma mais equitativa a sua ligação através da troca de conhecimentos, diferentes contribuições e distribuição de poder na tomada de decisões durante o processo de inovação.

2. Participação Colegiada: Diferentes atores colaboram como colegas ou parceiros. A “propriedade” e a responsabilidade são atribuídas igualmente entre os parceiros e as decisões são tomadas através de acordos ou consenso entre todos os intervenientes.

Segundo as Nações Unidas… Infelizmente, as florestas e outras soluções baseadas na natureza, enfrentam ameaças advindas do desenvolvimento humano como a exploração ilegal de madeira que devasta grandes partes das áreas florestais.

ONU continuará o trabalho iniciado em 2024 para melhorar a proteção da floresta e de outros ecossistemas nas conversações sobre biodiversidade que devem ser retomadas em fevereiro, em Roma, na Itália.

Conforme publicado pelo IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas: As áreas protegidas da Amazônia – terras indígenas e unidades de conservação – são mais do que fronteiras ecológicas. Elas representam um modelo de governança ambiental que reduz significativamente o desmatamento e promove a estabilidade climática. Garantir a integridade dessas áreas não é apenas uma tarefa técnica, mas uma necessidade global.

Como já dito em outro artigo, mas vale ressaltar que a palavra sustentável tem origem no latim sustentare, que significa “sustentar”, “apoiar” e “conservar”. A sustentabilidade é alcançada através dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS e da Agenda 2030 da ONU. Com os objetivos e metas que são integrados e abrangem as três dimensões do desenvolvimento sustentável – social, ambiental e econômica – por cada cidadão comprometido com as gerações futuras.

Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias – Esses são os 5 pilares dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS.

Vale ressaltar aqui que as Soluções Baseadas na Natureza (SbN) podem ser aplicadas em vários Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)da ONU. Os ODS 14 (Vida na Água) e 15 (Vida Terrestre) são exemplos de objetivos que abordam a proteção do meio ambiente e da biodiversidade.

Desta forma, a Sustentabilidade é a capacidade de uso consciente dos recursos naturais sem comprometer o bem-estar das gerações futuras. Seu objetivo principal é encontrar o equilíbrio entre o desenvolvimento social, econômico e a preservação ambiental.

Um exemplo de sustentabilidade no Estado de Mato Grosso: REM-MT

O Programa REDD Early Movers (REM-MT) atua em Mato Grosso desde 2017, após o Estado ter reduzido 90% do desmatamento ilegal ao longo de 10 anos. Este programa beneficia aqueles que contribuem para a conservação da floresta, como agricultores familiares, comunidades tradicionais, produtores rurais sustentáveis e povos indígenas. Ele também fomenta iniciativas que promovem a agricultura de baixo carbono e a redução do desmatamento, com o objetivo de diminuir as emissões de CO2 no planeta. Para maiores informações acessarhttps://rem.sema.mt.gov.br/o-rem-mt/ .

Investimentos do REM – MT por tema:

Siga o Programa REM MThttp://www.remmt.com.br– @programaremmt

Como está na letra da música de Michael Jackson: Heal The World: “…Cure o mundo…. “…Há pessoas morrendo. Se você se importa o suficiente com os que vivem. Faça dele um lugar melhor. Para você e para mim… …Então porque continuamos sufocando a vida? Ferindo a terra, crucificando sua alma. Mas é claro ver que este mundo é divino, seja a LUZ DE DEUS…”

#Recomendo ver o vídeo completo com tradução para o português. Acessar: https://www.youtube.com/watch?v=jY81J_dI5k0

Mato Groso está fazendo sua parte. Com a PAGE – Partnersip for Action on Green Economy (Parceria para Ação na Economia Verde) e continua fazendo com o Programa REM-MT… Então volto a dizer: Como aprendi ainda pequeno com meus amados e falecidos pais (Carlos Ricardo Chiletto e Yara Cairo Chiletto): “Palavras o vento as leva. Ação leva ao coração“. Além de sonhar com um mundo melhor para nossos filhos e gerações futuras… Precisamos AGIR. Tanto governo quanto cada cidadão.

O que me fez lembrar da poesia de Antônio Machado: “…. caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar ….”

Que o direito a esta caminhada, ao caminho que se pretende andar e as conquistas e mudanças almejadas a serem alcançadas sejam para todos, o direito de se ter um lugar para se viver, sonhar, trabalhar e morar com dignidade, alegria e esperança!

Como disse Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo“.

E volto mais uma vez a dizer: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto