1 de junho de 2025

p ovos Indígenas e o Combate as Mudanças Climáticas. G


Mundialmente os povos indígenas desempenham um papel crucial no combate às mudanças climáticas, atuando como guardiões de florestas e biodiversidade. Eles possuem conhecimentos tradicionais valiosos para a conservação ambiental e a preservação de estoques de carbono, essenciais para mitigar o aquecimento global. A proteção de suas terras e o reconhecimento de seus direitos são fundamentais para o sucesso das estratégias de combate às mudanças climáticas

Ao proteger ecossistemas essenciais que atuam como sumidouros de carbono e protegem a biodiversidadeos povos indígenas prestam um serviço ambiental ao resto do mundo. Muitas práticas tradicionais indígenas oferecem soluções climáticas eficazes, como sistemas agrícolas sustentáveis ​​e gestão de águas resiliente ao clima. É impossível atingir os objetivos do Acordo de Paris sem a participação plena e efetiva dos Povos Indígenas.

Todos têm muito a aprender com os povos indígenas. É importante que os governos reconheçam plenamente os direitos dos povos indígenas, fornecendo-lhes acesso direto ao financiamento climático e à capacitação, e integrar o conhecimento indígena à política climática.

Seguem abaixo 06 (seis) exemplos de ações Indígenas:

  1. Conhecimentos e Práticas Tradicionais: Seus conhecimentos tradicionais sobre o uso sustentável dos recursos naturais, como práticas agrícolas e técnicas de manejo florestal, são cruciais para a conservação e a mitigação das mudanças climáticas. 

2. Preservação de Florestas e Biodiversidade: A maioria dos territórios indígenas abriga vastas áreas de florestas, que atuam como importantes reservatórios de carbono e como refúgio para diversas espécies de plantas e animais. A proteção dessas áreas é fundamental para a manutenção do equilíbrio ambiental, contribuindo diretamente para a luta contra as mudanças climáticas. 

3. Papel na Mitigação do Aquecimento Global: As florestas indígenas armazenam grandes quantidades de carbono, o que é essencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar o aquecimento global

4. Reconhecimento e Proteção dos Direitos Indígenas: A proteção dos direitos indígenas sobre a terra e o reconhecimento de sua importância na luta contra as mudanças climáticas são essenciais para o sucesso das estratégias de mitigação. 

5. Engajamento e Participação: É fundamental que os povos indígenas sejam engajados e participem dos processos de decisão sobre as políticas de combate às mudanças climáticas. A sua voz e a sua experiência são essenciais para a implementação de soluções eficazes e justas

6. Desafios e Oportunidades: Apesar da importância dos povos indígenas na luta contra as mudanças climáticas, eles enfrentam diversos desafios, como a perda de territórios, a violência e a discriminação. No entanto, há também oportunidades para fortalecer a sua participação e promover a justiça climática. 

Segundo o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento: “Os povos indígenas são guardiões de sistemas de conhecimento, inovações e práticas únicas que foram transmitidos de geração em geração e desta forma, permitiram que diferentes culturas e comunidades em muitas partes do mundo vivessem de forma sustentável, enfatizando o equilíbrio entre os humanos e o mundo natural”.

Vale ressaltar que, com a intensificação da crise climática, seus conhecimentos e práticas oferecem soluções climáticas valiosas que podem impulsionar os esforços de mitigação, aprimorar as estratégias de adaptação e construir resiliências.

Podemos ainda citar:

  1. Espiritualidade e Cosmovisão:
    Embora implicitamente já citada, a cosmovisão indígena — que vê a natureza como parte inseparável do ser humano, com vida e espírito próprios — merece destaque como um valor central. Essa visão promove uma ética ecológica profunda, diferente da racionalidade utilitarista do Ocidente, sendo um contraponto poderoso ao paradigma de exploração da natureza.
  2. Diversidade Cultural como Resiliência:
    A diversidade cultural indígena também é uma forma de resiliência climática. Cada povo detém conhecimentos específicos adaptados a diferentes biomas (floresta, cerrado, caatinga, pampa, etc.), formando um mosaico de soluções locais extremamente valiosas para ações climáticas diferenciadas.
  3. Mulheres Indígenas e Liderança Climática:
    O papel das mulheres indígenas na defesa dos territórios, práticas agroecológicas e transmissão do conhecimento tradicional é importantíssimo. Elas são lideranças-chave em muitas comunidades e representam um ponto de convergência entre justiça climática e justiça de gênero.
  4. Educação Intercultural e Diálogo de Saberes:
    Mencionei em outros artigos a educação, mas é importante destacar e aprofundar a importância da educação intercultural, que valoriza os saberes indígenas e promove um diálogo horizontal entre ciência e tradição, essencial para formulações climáticas mais inclusivas e inovadoras.
  5. Tecnologias Sociais Tradicionais:
    As práticas indígenas podem ser reconhecidas como tecnologias sociais — sistemas complexos e eficientes, como o manejo do fogo, os calendários ecológicos, a agrofloresta, a pesca rotativa, entre outros, que oferecem soluções adaptadas e de baixo custo.

O questionamento importante é: Por que os povos indígenas são os principais agentes de mudança na ação climática?

Resposta: Porque eles administram cerca de 25% das terras do mundo que contêm grande parte da biodiversidade do planeta e do carbono armazenado no solo e na biomassa. Uma grande parte dessas terras é coberta por florestas, que são essenciais para as tradições, culturas e meios de subsistência de 70 milhões de povos indígenas, que cuidam do meio ambiente de pelo menos 36% das florestas intactas do mundo. E ao proteger esses ecossistemas essenciais, que atuam como sumidouros de carbono e protegem a biodiversidade, os povos indígenas prestam um serviço ambiental ao resto do mundo. E para conhecimento, no Brasil, 98% das terras indígenas estão na Amazônia Legal. Região esta com a maior biodiversidade do mundo.

Soluções baseadas na natureza e economia circular são um modo de vida há milênios para os povos indígenas em todo o mundo, e esse conhecimento é fundamental para a ação climática

Segundo a PNUMA – Programa das nacões Unidas para o Meio Ambiente, as Soluções Baseadas na Natureza podem gerar até 32 milhões de empregos até 2030, especialmente na América Latina, África e Estados Árabes.
 
De restaurar florestas a proteger zonas costeiras, as Soluções Baseadas na Natureza unem ação climática, justiça social e geração de renda — com potencial para transformar a vida de milhões, sobretudo jovens, mulheres e populações vulneráveis. O relatório do PNUMA, OIT e UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza) destaca o nosso papel para impulsionar uma transição justa e fortalecer a infraestrutura resiliente ao clima. Vamos celebrar o trabalho que cuida das pessoas e do planeta!

Vale ressaltar que segundo o PNUMA está no centro dos esforços de ação climática, atuando para reduzir emissões, contribuir com a adaptação climática e restaurar o meio ambiente natural. Seja parte da mudança e participe da construção de um mundo melhor.

Desta forma, é extremamente importante reconhecer, promover e proteger o conhecimento indígena. O conhecimento indígena pode enriquecer significativamente as políticas e ações climáticas em todo o nosso planeta. No entanto, devido à marginalização histórica e aos desequilíbrios de poder político e econômico, os povos indígenas têm sido frequentemente negligenciados como agentes-chave da mudança. São frequentemente excluídos dos processos decisórios sobre políticas ambientais.

Vale ressaltar que segundo o PNUD é impossível alcançar os objetivos do Acordo de Paris sem a participação plena e efetiva dos povos indígenas e seu consentimento. E isso inclui garantir o acesso direto ao financiamento climático.

Estudos científicos mostraram que 80% da área coberta por lavouras e pastagens no Brasil depende das chuvas geradas pelas florestas mantidas de pé nas terras indígenas da Amazônia.

Como já publicado no artigo “REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) e Mudanças Climáticas“, a Parceria Colaborativa das Nações Unidas para a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (UN-REDD) tem dedicado apoio significativo para garantir que a ação climática no setor florestal inclua e respeite os direitos dos Povos Indígenas. Liderada pelo PNUD, foi o primeiro programa da ONU a incorporar os Povos Indígenas com pleno poder de decisão em sua governança. E vale ressaltar que em Mato Grosso, o REDD Early Movers (REM MT) já disponibilizou R$ 30,9 milhões aos Povos Indígenas.

Ainda segundo o site do PNUD: “Além disso, por meio de sua iniciativa Promessa Climática, o PNUD trabalha ativamente para garantir a inclusão das necessidades e opiniões dos povos indígenas nos compromissos climáticos nacionais, ou Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), e sua  participação no planejamento climático e nos processos de políticas.

Vale ressaltar que governos e formuladores de políticas podem tomar diversas ações e medidas políticas para incluir o conhecimento indígena em estratégias e planos de ação climáticas. São elas:

  • Reconhecer e respeitar os direitos territoriais e os territórios tradicionais dos povos indígenas;
  • Estabelecer marcos legais para o Consentimento Livre, Prévio e Informado (CLPI) . O CLPI contribui para a proteção dos direitos coletivos dos povos indígenas, especificamente seu direito à autodeterminação, seu direito de serem consultados, seu direito de participar de decisões que possam afetá-los e, principalmente, seus direitos às suas terras e recursos;
  • Integrar o conhecimento indígena às políticas sociais e ambientais em nível local, nacional e regional;
  • Apoiar a educação e a capacitação. Incorporar a história, a cultura e os sistemas de conhecimento indígenas aos programas educacionais é fundamental para preservar sua herança;
  • Fornecer acesso direto ao financiamento climático. O financiamento climático direcionado por povos indígenas pode apoiar projetos que não apenas mitiguem as emissões de gases de efeito estufa, mas também promovam o conhecimento e as práticas indígenas, fortaleçam os direitos e a governança dos povos indígenas e aumentem sua resiliência.

Seguem 04 (quatro) desafios e perspectivas importantes:

  1. O desmatamento e os conflitos territoriais ameaçam a capacidade dos povos indígenas de proteger as florestas e combater as mudanças climáticas;
  2. A necessidade de financiamento direto e mais ambicioso para os povos indígenas é crucial para apoiar suas ações de conservação e adaptação às mudanças climáticas;
  3. A transição para fontes de energia renováveis deve ser justa, garantindo que os povos indígenas não sejam afetados negativamente por projetos energéticos em seus territórios e;
  4. Os povos indígenas estão sofrendo os impactos das mudanças climáticas, como secas, inundações e perda de biodiversidade, o que exige ações de adaptação e prevenção. 

A despeito dos 33 anos que separam a Rio 92 da COP30, no Pará, os Povos Indígenas permanecerão como um dos principais protagonistas nas negociações, por isso, devemos estar todos acompanhando seus movimentos rumo à COP30.

Para conhecimento: A nova edição do Selo UNICEF reforça visibilidade de crianças e adolescentes indígena. No Brasil, meninas e meninos indígenas ainda enfrentam barreiras desiguais no acesso à educação, saúde, proteção social e oportunidades. Muitas vezes, os serviços públicos não chegam a essas comunidades. 

Para concluir o artigo… A natureza nos oferece lições profundas de cooperação e resiliência. Esses sistemas naturais demonstram o poder de trabalhar juntos, incorporando a sabedoria indígena brasileira do ‘mutirão’, onde uma comunidade se reúne para trabalhar em uma tarefa compartilhada.

Inclusive com exemplos da natureza…. Quando as andorinhas (pássaros) no município de Cáceres/MT, em revoada, dançam pelo céu, vindas do Pantanalpara pousarem na praça principal, como um organismo fluido onde uma protege a outra… Quando aliados improváveis criam parcerias mutuamente benéficas e quando árvores antigas compartilham recursos por meio de redes subterrâneas, todos estão fazendo o mesmo ponto poderoso… A cooperação: Os complexos desafios que enfrentamos hoje com as Mudanças Climáticas só podem ser superados por meio desse mesmo espírito de conexão natural (indígena – soluções baseadas na natureza) e ações coletivas com cada cidadão fazendo sua parte.

Tudo na natureza está conectado – e nossas ações também devem estar. Vamos recuperar a biodiversidade antes que seja tarde demais.

Conclusão: A valorização do papel dos povos indígenas é fundamental para o combate às mudanças climáticas. Eles são os detentores das “soluções baseadas na natureza“. A garantia dos seus direitos, a participação em processos de decisão e o acesso a financiamento climático são passos importantes para construir um futuro mais sustentável e justo para todos. Suas práticas de manejo sustentável e a preservação de territórios ricos em carbono contribuem significativamente para a mitigação do aquecimento global. (Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=iU9O34_cmz4 ).

Eduardo Cairo Chiletto

Os Esportes e as Mudanças Climáticas.

 


GALERIA

É sabido que as mudanças climáticas afetam significativamente a prática de esportes, causando riscos para a saúde dos atletasalterando a rotina dos eventos e até mesmo colocando em risco a realização de alguns esportes. 

Exemplos de impactos nas Olimpíadas:

  • Jogos de Tóquio 2020: A maratona foi transferida para Sapporo devido ao calor extremo;
  • Jogos de Pequim 2022: A falta de neve natural obrigou os organizadores a usar neve artificial;

Vale ressaltar que em Paris 2024: nas Olimpíadas de Paris foram tomadas medidas para reduzir o seu impacto ambiental, incluindo a utilização de energia renovável e a construção de instalações sustentáveis. Como já publicado no artigo: Mudanças Climáticas: Cidades Sustentáveis (Parte 01).

Seguem 04 (quatro) exemplos de esportes que eu pratico regularmente e seus efeitos devido as Mudanças Climáticas:

  • Tênis: As mudanças climáticas têm um impacto significativo no esporte, afetando a saúde e o desempenho dos atletas, a programação de eventos e a sustentabilidade das atividades. O calor extremo pode aumentar o risco de lesões e doenças, enquanto a mudança na precipitação pode alterar as condições das quadras. 

O aumento das temperaturas pode levar à suspensão de partidas, como ocorreu no Australian Open de 2020. Os jogos do Australian Open foram suspensos após o acionamento da “política anti-calor” estabelecida pelas regras do tênis, quando os termômetros marcavam 36ºC, com sensação térmica em quadra que ultrapassava os 40ºC. A “política anti-calor” do tênis determina que nenhum jogo outdoor possa ser realizado quando a sensação térmica se aproxime dos 40ºC. Inclusive, o aumento da intensidade das competições em condições climáticas adversas pode aumentar o risco de lesões. 

As entidades esportivas estão implementando medidas para reduzir a pegada de carbono, como o uso de materiais reciclados, a redução do uso de plástico e a discussão da logística de transporte. O esporte pode ser uma ferramenta para promover a conscientização ambiental e a necessidade de ações para combater as mudanças climáticas. 

Em resumo, as mudanças climáticas representam um desafio para o tênis, que depende de condições climáticas favoráveis para a realização de competições e o treinamento dos atletas. É necessário que as entidades esportivas e os atletas se unam para buscar soluções que mitiguem os impactos das mudanças climáticas e promovam a sustentabilidade no mundo do esporte

  • Beach Tennis: Ao ser praticado ao ar livre, é naturalmente impactado pelas mudanças climáticas. As condições climáticas, como temperatura, umidade e vento, afetam o desempenho dos jogadores e podem levar à necessidade de ajustes na forma de jogar. A temperatura e a umidade afetam a energia dos jogadores e a forma como a bola se comporta.

A preocupação com o meio ambiente leva à busca por eventos mais sustentáveis, como a certificação “Evento Neutro“. A adoção de práticas sustentáveis, como a gestão adequada dos resíduos e a redução das emissões de carbono, é importante para minimizar o impacto ambiental da prática do esporte.

Conclusão: O beach tennis, como qualquer esporte ao ar livre, é afetado pelas mudanças climáticas. É fundamental que os jogadores, os organizadores de eventos e a comunidade em geral estejam cientes dos impactos e busquem soluções para garantir a prática do esporte de forma sustentável e segura, adaptando-se às novas condições climáticas. 

  • Windsurf: As mudanças climáticas têm um impacto significativo na prática do windsurf, afetando as condições de vento, ondas e a segurança dos praticantes. O aumento da temperatura global e a alteração dos padrões climáticos podem levar à uma diminuição da intensidade dos ventos em algumas regiões.  Ou seja, as mudanças climáticas podem alterar os padrões de vento, levando a uma diminuição da frequência e intensidade dos ventos em algumas áreas, enquanto outras podem experimentar ventos mais fortes e irregulares

Condições climáticas extremas e alterações nos padrões de vento e ondas podem aumentar o risco de acidentes durante a prática do windsurf. É importante que os praticantes de windsurf se conscientizem sobre os impactos das mudanças climáticas e tomem medidas para reduzir sua pegada de carbono. Os praticantes de windsurf podem precisar adaptar suas práticas, escolhendo locais mais adequados às novas condições climáticas e utilizando equipamentos mais seguros. 

Em resumo, as mudanças climáticas representam um desafio para a prática do windsurf, mas também uma oportunidade para se tornar mais consciente e atuar em prol da proteção do meio ambiente

  • Andar de Bicicleta: O uso da bicicleta pode ter um impacto significativo na saúde, quanto nas mudanças climáticas. É uma forma de exercício físico que traz diversos benefícios, como a prevenção de doenças cardíacas, a melhora da resistência aeróbica, a redução da obesidade e o fortalecimento muscular. Além disso, andar de bicicleta também pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, melhorar a saúde mental e aumentar a imunidade.

O ciclismo, como esporte e forma de transporte, tem um papel importante na luta contra as mudanças climáticas. É uma excelente forma de contribuir para a redução das mudanças climáticas, pois é uma opção de transporte limpa e sustentável que não emite gases de efeito estufa. Ao escolher a bicicleta em vez do carro ou outros veículos motorizados, você reduz a pegada de carbono e ajuda a combater o aquecimento global.

Vale dizer que ao optar pela bicicleta, cada pessoa contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a preservação do meio ambiente. O uso da bicicleta pode ter um impacto significativo na redução do aquecimento global e na promoção do Desenvolvimento Sustentável. A promoção do ciclismo pode incentivar a criação de comunidades mais saudáveis e habitáveis, com mais espaços verdes e ciclovias. 

Importante destacar que, devido ao não comprometimento dos políticos e prefeitos municipais com a construção de ciclovias e ciclofaixas, o ciclismo enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura adequada e a segurança no trânsito. É importante investir em políticas públicas que promovam a mobilidade ativa, como a construção de ciclovias e a implementação de medidas de segurança para ciclistas. A bicicleta pode ser uma ferramenta poderosa para a luta contra as mudanças climáticas, desde que sejam criadas as condições para que ela seja utilizada de forma segura e acessível por todos.

Em resumo, o uso da bicicleta é uma ação simples, mas com um impacto significativo na saúde e no meio ambiente. Pedalar é uma forma de cuidar da saúde, contribuir para a luta contra as mudanças climáticas e criar um futuro mais limpo e sustentável. 

Outro importante esporte: no Relatório Anual sobre Tendências de Esportes do Strava foi apresentado que a corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2024, com o Brasil ocupando a segunda posição em número de atletas. 

A corrida e as mudanças climáticas estão interligadas de várias formas, desde o impacto do aquecimento global no desempenho dos atletas até a necessidade de adaptar as práticas de corrida a condições climáticas mais extremas. A ONU – Organização das Nações Unidas, por exemplo, lançou uma campanha para incentivar a corrida como forma de combater as mudanças climáticas

Importante dizer: 1. O aumento das temperaturas pode afetar negativamente o desempenho dos atletas, dificultando a quebra de recordes e aumentando o risco de lesões; 2. O calor extremo pode colocar a saúde dos atletas em risco, especialmente em atividades de longa duração como maratonas.

E, segundo reportagem da ONU News: A Organização Pan-Americana da Saúde alerta para déficit entre 600 mil a 2 milhões de trabalhadores do setor até 2030, o que comprometeria planos de acesso e cobertura universais de saúde. O relatório sobre a Força de Trabalho da Área de Saúde nas Américas revela que o continente está enfrentando uma grave escassez de médicos e outros profissionais do ramo. O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, médico brasileiro Jarbas Barbosa, afirma que a mão-de-obra da saúde é a espinha dorsal dos sistemas de saúde e que sem esses trabalhadores não será possível chegar ao acesso universal.

Desta forma, a necessidade de adaptar a prática da corrida a um ambiente cada vez mais quente e com eventos climáticos mais extremos exige uma mudança de hábitos e uma maior conscientização sobre o problema. 

Em resumo: As mudanças climáticas têm um impacto significativo na corrida, tanto no desempenho dos atletas quanto na segurança e na adaptação à prática. A corrida, por sua vez, pode ser uma ferramenta importante para conscientizar sobre as mudanças climáticas e engajar as pessoas no combate a elas. Como a atleta e campeã Mariana Fischer abaixo (foto), uma atleta com consciência socioambiental e uma grande referencia no esporte.

Já no Brasil, o mais popular e praticado esporte é o futebol… Segundo o site do GE, as mudanças climáticas estão a afetar significativamente o futebol, com impactos em condições de jogo, saúde dos jogadores e viabilidade de eventos esportivos. O relatório aponta que 85% dos clubes da Série A enfrentam alto risco de impactos climáticos severos; 45% enfrentam alto risco de inundações e 55% enfrentam alto risco de queimadas. A pesquisa foi realizada pela consultoria ERM (Environmental Resources Management) e encomendada pelo Terra FC, coalizão global entre clubes, grupos comunitários e sociedade civil para mobilizar o futebol em prol do meio ambiente.

No dia 25 de maio, o mundo celebrou pela primeira vez o Dia Mundial do Futebol. A data foi estabelecida pela Assembleia Geral da ONU em 2024, em reconhecimento ao papel que o esporte tem na construção de um mundo mais pacífico e inclusivo. E para explorar esse potencial do futebol, a organização Street Child United criou a Copa do Mundo das Crianças de Rua. O evento reúne menores em situação de vulnerabilidade para praticar o esporte na mesma cidade ou continente onde acontece a Copa do Mundo oficial.

As entidades do esporte se comprometem com a ação climática a alcançar as emissões zero líquidas até 2040 e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030. A iniciativa inclui organizações esportivas, equipes, atletas e fãs que buscam alcançar as metas do Acordo de Paris. Além de atuar para reduzirem suas emissões, as organizações esportivas também se comprometeram a usar o esporte como uma ferramenta para impulsionar a consciência climática e a ação entre os cidadãos de todo mundo.

Lembrando que o esporte é extremamente benéfico para a saúde, física e mental. A prática regular de atividades físicas ajuda a fortalecer o sistema cardiovascular, melhorar a saúde mental, fortalecer músculos e ossos, e prevenir diversas doenças crônicas. Destaco que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa por semana.

Ou seja, a prática regular de esporte é fundamental para a saúde e o bem-estar, trazendo benefícios tanto para o corpo quanto para a mente. Por isso, é importante incluir atividades físicas na rotina diáriae buscar a orientação de profissionais da área para garantir a segurança e a eficácia dos exercícios. Além disso, ele estimula a socialização e ajuda você a se distanciar de pensamentos negativos.

Ações do Esporte no Combate às Mudanças Climáticas:

  • Redução da Pegada de Carbono: Eventos esportivos podem adotar práticas sustentáveis, como o uso de energia renovável, o consumo de água e a gestão de resíduos, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa;
  • Conscientização e Educação: O esporte pode ser utilizado como ferramenta para educar e conscientizar o público sobre a importância da ação climática, promovendo hábitos mais sustentáveis e incentivando a participação em iniciativas ambientais;
  • Inovação e Tecnologia: O esporte pode estimular a inovação e o desenvolvimento de tecnologias que contribuam para a redução das emissões de carbono e a adaptação às mudanças climáticas, como a criação de instalações esportivas mais eficientes e a utilização de materiais sustentáveis;
  • Adaptação aos Impactos: O esporte pode se adaptar aos impactos das mudanças climáticas, como a mudança de horários de jogos para evitar o calor extremo e a utilização de tecnologias que protejam os atletas das condições climáticas adversas;
  • Engajamento da Comunidade: O esporte pode envolver a comunidade na ação climática, incentivando a participação em iniciativas de reflorestamento, limpeza de áreas verdes e promoção de hábitos mais sustentáveis;
  • Liderança e Exemplo: Atletas e organizações esportivas podem se tornar exemplos de liderança na ação climática, inspirando outras pessoas e setores a se comprometer com a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono.

Em resumo, o esporte pode desempenhar um papel crucial na luta contra as mudanças climáticas, tanto ao reduzir sua própria pegada de carbono quanto ao conscientizar e engajar o público em ações sustentáveis. A adaptação aos impactos do aquecimento global também é um desafio que o esporte precisa enfrentar para garantir a continuidade e a segurança dos eventos e dos atletas. 

Além disso, a prática do esporte faz bem tanto para o seu corpo quanto para a sua mente, por isso, é importante que ele faça parte do seu dia a dia. A prática esportiva, seja de forma amadora ou profissional, contribui para uma vida mais saudável, equilibrada e plena, promovendo o desenvolvimento integral da pessoa. 

A frase popular: “Esporte é Vida” é uma declaração sobre a importância do esporte para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida, sendo uma mensagem que ressoa com muitas pessoas e que pode ser utilizada para incentivar a prática de atividades físicas e para promover uma visão positiva do esporte na sociedade. 

Amigos esportistas…. prontos para defender a ação climática por meio do esporte? Volto a dizer: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto