31 de março de 2025

Agricultura familiar ganha força com o cooperativismo


A agricultura familiar e o cooperativismo têm uma ótima conexão! Segundo o Censo Agropecuário de 2017, do IBGE, 71,2% dos estabelecimentos rurais de produtores associados a cooperativas são do perfil da agricultura familiar.

E essa ligação não é por acaso! A agricultura familiar consiste em uma produção sustentável e realizada por famílias. Já o cooperativismo visa construir uma economia mais justa, oferecendo boas condições de trabalho aos cooperados e colaboradores, enquanto fornece produtos e serviços de qualidade ao mercado interno e externo.

Agricultura familiar

A agricultura familiar é essencial para o agronegócio brasileiro não somente por ser um modelo de negócio sustentável. Segundo o IBGE, 77% dos estabelecimentos rurais são de pequenos produtores. 

Mesmo com uma escala menor quando comparadas aos grandes complexos agropecuários, a produção familiar auxilia a manutenção da diversidade agrícola e fomenta o desenvolvimento econômico das áreas rurais. Além disso, a agricultura familiar é responsável por 23% do valor total da produção agrícola nacional.

Fica claro, portanto, que o setor não só contribui com a economia, mas também fornece alimentos frescos e acessíveis, sendo uma ferramenta para a segurança alimentar e incentivando práticas sustentáveis.

PNAE e PAA: promovendo a agricultura familiar

Para ser partícipe do desenvolvimento sustentável, a agricultura familiar brasileira conta com algumas iniciativas do Governo Federal. Algumas das mais conhecidas são: o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). 

O PNAE é responsável por garantir que parte dos alimentos das escolas públicas sejam provenientes de agricultores familiares. A ideia é gerar renda aos agricultores, enquanto oferecem alimentos de qualidade aos alunos.

Já o PAA consiste na compra de alimentos diretamente dos pequenos produtores para fortalecer instituições que promovam a segurança alimentar. Assim como o PNAE, o Programa de Aquisição de Alimentos também incentiva a produção sustentável, a segurança alimentar e a geração de renda.

O cooperativismo e a agricultura familiar

A agropecuária também se destaca dentro do cooperativismo. Segundo o Anuário do Cooperativismo 2024, foram contabilizadas 1.179 cooperativas, mais de um milhão de cooperados e 257 mil colaboradores.

Além disso, o Ramo Agropecuário fechou o ano de 2023 com R$ 274 bilhões em ativos e R$ 20,5 bilhões gerados em sobras, que serão distribuídas aos cooperados e investidas na cooperativa. 

Dentro desses grandes números, que mostram o poder e sucesso do cooperativismo, estão os estabelecimentos de agricultura familiar. Nesse modelo de negócios, os agricultores familiares são cooperados e se beneficiam das inúmeras vantagens que o coop tem a oferecer.

Cooperativismo e sustentabilidade

Além de abrigar uma abundância de cooperados de estabelecimentos de agricultura familiar, o cooperativismo também se preocupa com a sustentabilidade. As organizações investem na pauta ESG, abreviatura de Environment (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança), implementando projetos que visam uma produção mais sustentável.

As coops também são agentes de fomento cruciais para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mais conhecidos como ODSs, da ONU. Segundo a organização, o cooperativismo pode auxiliar na inclusão de mulheres, pessoas com deficiência e povos indígenas e na erradicação da fome.

Isso só é possível, pois as cooperativas seguem sete princípios que pregam igualdade, sustentabilidade, democracia e educação. Com esse foco, as organizações visam desenvolver e implementar iniciativas que contribuam para uma economia mais justa.

Cooperativismo fomenta a agricultura familiar

O cooperativismo também busca oferecer boas condições para a atuação dos associados. Por meio do modelo de negócios cooperativista, os pequenos produtores conseguem unir forças para colaborar a fim de obter uma maior integração na cadeia produtiva e ganho de escala sem perder as características essenciais do segmento

Dessa maneira, as cooperativas também atuam para promover a diversificação de negócios, adequando a produção familiar às demandas do mercado. Além disso, ao inovar e acreditar em uma sociedade mais igualitária e sustentável, o cooperativismo mostra que a agricultura familiar tem um espaço para crescer e se desenvolver.

Sendo assim, as cooperativas fomentam os empreendimentos de agricultores familiares, gerando renda a eles e preservando o meio-ambiente. Essas condições fazem com que a permanência no campo aumente, reduzindo o êxodo rural e fomentando o desenvolvimento das comunidades

Cases de sucesso de cooperativas de agricultura familiar

Não é de hoje que as cooperativas incentivam a agricultura familiar. As organizações agropecuárias contam com uma grande parcela de agricultores familiares em sua base de cooperados. Por conta disso, as coops fazem questão de incentivar projetos de inovação que trazem benefícios para todos os associados e para a comunidade em que vivem.

A Coopaita e a Coopemapi, ambas cooperativas de agricultura familiar, contam com o auxílio de algumas organizações para exportar seus produtos e se tornarem referência no ramo. Já o Sicredi aproveitou sua abundância de recursos para incentivar e melhorar a agricultura familiar.

Coopaita, agricultura familiar do Brasil para o mundo: A Cooperativa Nacional de Produção e Agroindustrialização, mais conhecida como Coopaita, faz sucesso com as frutas in natura e com a produção de frutas desidratadas. A organização está presente no mercado nacional e internacional.

Para se tornar referência, a cooperativa precisou focar em melhorar a produção, buscando oferecer as melhores condições para o cultivo das frutas in natura. A Coopaita contou com a ajuda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que desenvolveu novas técnicas e variedades de plantas.

A organização ainda participou de diversas feiras e eventos, e investiu no design de embalagens funcionais e atraentes. Assim, construíram uma boa base de seguidores nas redes sociais e de clientes.

A cooperativa foi capacitada para exportação no PeiexCoop, o Programa de Qualificação para Exportação de Cooperativas da ApexBrasil.

Coopemapi, famílias que produzem mel de qualidade: A Cooperativa de Apicultores do Norte de Minas, mais conhecida como Coopemapi, também passou a exportar mel. O processo aconteceu em 2019 com o auxílio da Agro.BR e do Sistema Faemg/Senar. Já por meio do Programa de Assistência Técnica Gerencial, quatro apicultores foram qualificados e responsabilizados pela produção do mel exportado.

Como parte da Agro.BR, a cooperativa recebe capacitação técnica para atender às exigências do mercado internacional. Diante de todo esse esforço, a Coopemapi já exportou para Bélgica, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Alemanha, Itália e China.

Com o sucesso do mel, os agricultores familiares decidiram lançar produtos diferenciados, como o mel de aroeira e o mel monofloral de pequi. O último produto orgânico produzido foi apresentado na Feira Líder Mundial de Alimentos Orgânicos (Biofach), na Alemanha.

Sicredi, intercooperação financia agricultores familiares: Com mais de sete milhões de associados e uma grande presença em toda a federação, o Sicredi contribui para o desenvolvimento econômico e social de inúmeras comunidades. Prova disso é que o sistema cooperativo é conhecido por ser a segunda instituição com maior liberação de crédito rural do Brasil.

Em 2022, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o Sicredi disponibilizou mais de R$ 10 bilhões à agricultura familiar. O valor contempla produtos custeiam o plantio e a manutenção de lavouras, e investimentos em máquinas, implementos, benfeitorias rurais e infraestrutura para energia solar.

A cooperativa também atua em outros projetos que visam a energia verde, como o Renovagro, o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO).


Fonte: SomosCoop

30 de março de 2025

Caraguatatuba, sediará o maior congresso de turismo de natureza do Brasil em setembro/2025

Parque Estadual Serra do Mar - Imagem/Miguel Nema

Tamoios News

Entre os dias 3 e 6 de setembro, Caraguatatuba – SP, será sede do Abeta Summit 2025, o principal encontro da cadeia produtiva do turismo de natureza no Brasil. O evento é promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta).

O congresso é um fórum essencial para discussões do setor e deve reunir mais de 400 profissionais, empresários, gestores públicos e entusiastas do ecoturismo e turismo de aventura, destacando o grande potencial da região.

Evento itinerante, o Abeta Summit já passou por Timbó (SC), São Paulo (SP), Grão Mogol (MG) e Foz do Iguaçu (PR), sempre promovendo novos destinos e gerando impactos positivos para as localidades escolhidas. Além da excelente infraestrutura, Caraguatatuba se destaca como polo central do Litoral Norte de São Paulo, cercado por cinco aeroportos e próximo à capital paulista.

“Receber o Abeta Summit será um marco para o turismo da cidade, destacando nossas atividades e impulsionando o mercado interno e externo”, afirma Bianca Colepicolo, secretária de Turismo de Caraguatatuba. “Cerca de 70% do município está inserido no Parque Estadual da Serra do Mar, com trilhas organizadas, mirantes, cachoeiras deslumbrantes e um ponto de escalada em fase de regulamentação. Temos ainda a única pista de voo livre homologada da região, além de áreas ideais para mergulho, esportes à vela e pesca de arremesso”, ressalta Bianca.

Potencial não explorado

Luiz Del Vigna, diretor executivo da Abeta, destaca que a escolha da região visa dar visibilidade às suas riquezas naturais, ainda pouco exploradas. “Essa área tem um imenso potencial turístico a ser desenvolvido. O Abeta Summit é uma oportunidade para contribuir com o fortalecimento do setor local, oferecendo ferramentas de qualificação, palestras e conscientização sobre o território”, explica.

O evento atrairá um público estratégico, composto por empresários, influenciadores do setor e mídia especializada, ampliando as oportunidades para consolidar a região como um destino turístico.”O litoral Norte de São Paulo, emoldurado pela majestosa Serra do Mar é um território recheado de praias, ilhas, florestas, montanhas, cachoeiras e comunidades tradicionais. Um espaço onde natureza, cultura e história se misturam para oferecer experiências incríveis na terra, no mar, no ar. Um espaço mágico para os amantes da Vida ao Ar Livre”, entusiasma-se Del Vigna.

Serviço

O quê: Abeta Summit 2025

Quando: 3 a 6 de setembro

Onde: Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo

Sobre a Abeta

Criada em 2004, a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) é uma organização sem fins lucrativos que reúne empresas e profissionais comprometidos com a prática sustentável de atividades ao ar livre. Atualmente, são 106 empresas com sedes em 20 Estados e no Distrito Federal e que fortalecem o mercado de turismo, ecoturismo e turismo de aventura. Dentro do seu escopo de atuação, a Abeta possui um calendário de eventos e projetos, tornando-se referência nacional em capacitação, qualificação e treinamento no segmento. Dentre os destaques quando o assunto são encontros voltados aos profissionais do setor estão o Abeta Conecta e o Abeta Summit, que a cada ano ocorrem em cidades diferentes, como forma de reforçar a riqueza natural do país para o turismo.

Fonte: Abeta 

Faça parte da Rede de Turismo Rural da Paraíba

A rede de Turismo Rural da Paraíba, vai ser construída por todos. 

Ouvir os desejos de cada um, já fortalece essa rede.

Imagino que um planejamento com as prioridades a serem viabilizadas e um plano de marketing pode responder a muitos dessas inquietações. 

Percebo a grandiosidade do turismo rural na Paraíba e no Brasil, mas enquanto os negócios não estão juntos, como uma única célula,  não tem visibilidade e nem voz para as suas reivindicações e políticas públicas adequadas. 

Está em construção a PARAITURR - Associação Paraibana de Turismo Rural.

Faça parte dessa iniciativa!

27 de março de 2025

26 de março de 2025

*Notícia importante para os amantes do Cerrado!*

A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) acaba de dar um passo gigante para valorizar nossos frutos nativos! 🎉

 *O Pequi* (inteiro congelado) e a *Castanha de Baru* (amêndoa) foram incluídos no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) 2025, na modalidade Compra com Doação Simultânea.

Isso significa que esses tesouros do Cerrado agora têm preços de referência justos: 

* R$ 16,99/kg para o Pequi

* R$ 50,00/kg para a Castanha de Baru.

Essa conquista é fruto de muita luta e articulação do `Núcleo do Pequi`, que não mediu esforços para fortalecer e valorizar nossos produtos. 💛

E agora, precisamos da sua ajuda!

Orientamos todos os empreendimentos a ficarem de olho no cadastramento das propostas e a incluírem o Pequi e a Castanha de Baru em suas solicitações. 

🤝Juntos, vamos garantir que essa vitória se traduza em ainda mais força para os frutos do Cerrado!

Junte-se a nós nessa corrente de valorização! 🫱🌱🫲

Falando em cumaru/cumbaru/baru. Olha aí ele torradinho da hora 👀👏🏾





23 de março de 2025

Dia de Futuro São Gabriel do Oeste - MS


 

Renascimento do cacau: revolução tecnológica une passado e futuro

 

Aliança entre técnicas novas e ancestrais, como a Cabruca, revitaliza lavoura na Bahia

Por Joana Lopo

19/03/2025 - 9:10 h
Cacau e lavoura cacaueira
Cacau e lavoura cacaueira - 

Na Bahia, onde o cacau é sinônimo de história, a tecnologia está reescrevendo o futuro. O estado, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), reconquistou a liderança nacional na produção da amêndoa, unindo sistemas ancestrais - como o cultivo Cabruca, à sombra da Mata Atlântica - a drones, clones resistentes e softwares de gestão. O resultado? Produtividade que chega a 3.000 kg por hectare em áreas de ponta, três vezes acima da média nacional, além de chocolates premiados em concursos globais.

No Sul baiano, berço tradicional da cacauicultura, produtores como Lucas Arléo enfrentam o paradoxo: a mesma umidade que dá vida à Mata Atlântica favorece doenças como a vassoura-de-bruxa.

Para equilibrar preservação e rentabilidade, Arléo precisou adotar técnicas como o monitoramento da temperatura da massa com utilização de termômetro na fermentação e estufas solares para secagem das amêndoas, técnicas que elevaram a qualidade em 30% de sua produção para padrões especiais. “A tecnologia nos permitiu manter o Cabruca, que é nossa identidade, mas com eficiência”, explica ele, cuja marca Ju Arléo Chocolates faturou um prêmio nacional e seis internacionais, incluindo ouro no Academy of Chocolate de Londres.

3.000 kg por hectare em áreas de ponta é a produtividade da cacauicultura da Bahia, três vezes superior à média nacional

Enquanto Arléo inova no Sul, o Sistema FAEB/SENAR impulsiona uma revolução silenciosa: um software de gestão integrada que permite aos produtores monitorar custos, produtividade e até a eficácia de pesticidas em tempo real. “O produtor recebe recomendações técnicas no celular, como um assistente virtual”, detalha o coordenador do projeto, Aloísio Júnior, que ressalta: “A ferramenta já gerou economia de 15% em insumos para 1.200 propriedades”.

Mas a inovação não para aí. Drones pulverizam bioinsumos em áreas de difícil acesso, tratores com GPS realizam podas cirúrgicas, e estufas solares - que substituíram as tradicionais barcaças - reduzem o tempo de secagem das amêndoas de oito para cinco dias. “Até a ‘quebra’ do cacau, antes manual, agora é feita por máquinas que processam 500 frutos por hora”, complementa Júnior.

Novo Eldorado do cacau