Com muita alegria informo que a WTM em Londres acaba de anunciar que para 2020 o tema OMT será "Desenvolvimento Rural e Turismo" .
E durante reunião de Ministros juntamente com o grupo ONU FIDA o tema abordado é inovação tecnologia e turismo para empoderamento das comunidades rurais.
O mundo vai debater turismo rural inovador moderno e sem perder a ruralidade.
Que o turismo rural brasileiro olhe os novos caminhos com espírito aberto para inovação.
Por muito pouco — questão de segundos — a bióloga Carine Emer, do câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), não morreu queimada no carro em que viajava no domingo, dia 27 de outubro, pela BR-262, entre Corumbá e Miranda, no Mato Grosso do Sul. Uma labareda gigante atravessou a rodovia, vinda de um incêndio no mato em suas margens. Foi apenas mais uma entre o maior número de queimadas já registrado no Estado. Entre os dias 1º de agosto e 31 de outubro, o número de focos de queimadas no Pantanal cresceu 506% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Direito de imagem CEZAR CORRÊAAraras comem cocos no chão; fogo aumenta ainda mais o risco de que algumas espécies ameaçadas de extinção desapareçam
Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, em números absolutos, os incêndios em todo o bioma Pantanal saltaram de 1.147 entre agosto e outubro de 2018 para 6.958 nos três meses deste ano.
Outubro foi o mês que teve o maior aumento de focos, indo de 119 no ano passado para 2.430, o que representa um crescimento de 1.942%. Depois vem agosto, que passou de 243 para 1.641 (575%), e setembro, que foi de 785 para 2.887 (368%).
O fogo coloca em risco a vida de muitos animais da rica biodiversidade pantaneira, assim como a vegetação. É fácil encontrar animais mortos depois que o fogo se apaga, como cobras, lagartos e jacarés, estes principalmente por causa da seca.
"Ainda não há estimativa de quantas árvores e bichos foram queimados", diz Carine. "Também é difícil dizer em quanto tempo a área vai se recuperar. Depende de até quando os incêndios vão durar, do que for destruído." O governo do Estado ainda não tem um levantamento da situação.
O engenheiro florestal e especialista em restauração ambiental, Júlio Sampaio, gerente dos programas Cerrado e Pantanal, do WWF-Brasil, diz que, embora ainda não tenha sido feito um levantamento preciso do impacto dos incêndios na vida selvagem, ele foi intenso.
"Há vários relatos de animais incinerados ou asfixiados pela fumaça", explica. "Os que se locomovem mais lentamente, como os de pequeno porte e os répteis são os que sofrem mais com as queimadas", acrescenta.
Direito de imagem THAMY MOREIRAFilhote de arara morreu desidratado e queimado
De acordo com Sampaio, diferentemente de algumas plantas, que têm adaptações genéticas para sobreviver ao fogo, entre os animais elas não existem.
"Não há espécie da fauna brasileira que esteja adaptada para conviver com incêndios", diz ele. "Isso faz com que o impacto (dos incêndios) seja muito maior para os animais do que para os vegetais. Mas não há estudos sobre isso, então é muito difícil estimar quantos bichos foram mortos."
Ele alerta, no entanto, que o fogo aumenta ainda mais o risco de algumas espécies ameaçadas de extinção desaparecerem, como o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e algumas aves, como a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus).
O único levantamento já feito depois dos incêndios foi elaborado pelo Instituto Arara Azul, uma organização não governamental que criou e administra o Refúgio Ecológico Caiman (REC), o maior centro de reprodução da espécie no Pantanal, com 54 mil hectares, onde há atualmente 98 ninhos cadastrados, dos quais 52% naturais e 48% artificiais. "O fogo atingiu nossa fazenda no dia 10 de setembro", conta a bióloga Neiva Guedes, presidente do Instituto e professora do programa de pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidadade Anhanguera Uniderp (Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal), de Campo Grande.
Atos criminosos e riscos para viajantes
De acordo com o governo do Mato Grosso do Sul os incêndios florestais ocorrem em várias direções e em proporções nunca registradas, causados "pela estiagem e atos criminosos".
O fogo nas margens da rodovia BR-262, que liga Vitória (ES) a Corumbá (MS), cruzando o Pantanal, assusta e coloca em riscos a vida dos viajantes. As labaredas chegam a mais de dez metros de altura e formam uma cortina de fumaça, que transforma o dia em noite, reduzindo a visibilidade de quem trafega pela estrada.
Direito de imagem INSTITUTO ARARA AZULEquipe do Instituto Arara Azul monitora destruição após queimadas
Devido à gravidade da situação, em setembro o governo estadual decretou estado de emergência. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, a maioria das queimadas não ocorre por causas naturais, mas intencionais, feitas por fazendeiros ou populações indígenas para renovar os pastos ou abrir novas áreas de cultivo.
Verruck diz que é uma atitude cultural. "Historicamente sempre foi assim, nesta época do no ano coloca-se fogo", explica. "Mas este é o período mais seco do ano, por isso proibimos qualquer tipo de queimada entre agosto e outubro de todos os anos. Agora, como a situação está mais grave, prorrogamos a interdição até 30 de novembro, assim como o estado de emergência. Neste período, todas as queimadas são ilegais."
Segundo Verruck, elas já devastaram 56 mil hectares de vegetação nativa no Pantanal sul-mato-grossense apenas do dia 20 de outubro até o dia 31. "Em todo o Estado, a área chega 1,3 milhão de hectares, das quais cerca de 500 mil foram na reserva dos índios cadiuéus", diz.
"A situação, já complicada nesta época do ano, se agravou, porque choveu apenas 30% do que é normal para este período." Também contribuiu para intensificar o fogo uma combinação de outros fatores como baixa umidade do ar, alta temperatura, ondas de calor, muita matéria orgânica seca e grande velocidade do vento.
De acordo com ele, para combater as queimadas, o governo estadual conta com o apoio do Estado vizinho do Mato Grosso, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Comando Militar do Oeste do Exército Brasileiro.
"Estão trabalhando dezenas de brigadistas do Ibama, bombeiros e militares", conta. "Além disso, estão sendo usados no combate ao fogo três aviões e quatro helicópteros. Entre os problemas que enfrentamos nesse trabalho estão dificuldades nas comunicações entre os municípios atingidos, pois os incêndios queimaram as fibras ópticas."
Direito de imagem CHICO RIBEIRO/PORTAL DO GOVERNO DE MATO GROSSO DO SULOutubro foi o mês que teve o maior aumento de focos, indo de 119 no ano passado para 2.430, o que representa um crescimento de 1.942%
Em seu 1º Relatório do Impacto do Fogo sobre as Araras Azuis, Neiva informa que dos 98 ninhos cadastrados, 39 eram de araras 15 de outras oito espécies de aves, todos com ovos ou filhos. Além disso, havia 30 ninhos sendo preparados pelas araras ou em disputa com outras aves e 14 vazios. Desse total, 33% foram atingidos em diferentes graus de severidade, dos quais apenas dois foram perdidos totalmente. A contabilidade final revela, no entanto, que 16 filhotes e 23 ovos foram destruídos pelos incêndios.
Próximas gerações de araras ameaçadas
Segundo Neiva, isso afetará o sucesso das araras-azuis não só nesta estação reprodutiva, mas também no futuro.
"As perdas atuais serão sentidas nestas e nas futuras gerações, quando estes filhotes perdidos não entrarão na população reprodutiva daqui a 9 ou 10 anos", lamenta em seu relatório.
"Queremos saber também o que acontecerá nos próximos anos com relação à alimentação, que até agora não era um fator limitante. Mas com os incêndios, hectares e mais hectares da palmeira acuri foram totalmente destruídos. Esta planta é chave não só para as araras-azuis, embora seja fundamental para elas, mas para várias outras espécies que se alimentam da sua polpa, inclusive o gado."
Direito de imagem GOVERNO DO MS/DIVULGAÇÃOOs dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, em números absolutos, os incêndios em todo o bioma Pantanal saltaram de 1.147 entre agosto e outubro de 2018 para 6.958
Sobre o convívio da biodiversidade vegetal com o fogo anual do Pantanal há mais estudos. "De acordo com as pesquisas que temos realizado, os incêndios nas áreas mais sujeitas a inundações podem diminuir o número de espécies de árvores e arbustos que ocupam as partes baixas", diz o botânico Geraldo Alves Damasceno Junior, dos programas de pós-graduação em Ecologia e Conservação e em Biologia Vegetal, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
"Muitas árvores que tiveram suas copas queimadas não conseguirão rebrotar e a inundação que virá depois poderá impedir que sementes dessas espécies germinem, pois muitas delas precisam de um período prolongado de seca para nascer e crescer nesses ambientes", acrescenta Damasceno.
Direito de imagem VICENTE ASSADSegundo o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, a maioria das queimadas não ocorre por causas naturais, mas intencionais, feitas por fazendeiros ou populações indígenas
Mas para a vegetação pantaneira as queimadas também podem ter um lado bom. "Elas promovem aumento da biodiversidade das espécies herbáceas que ocorrem nesse ambiente", explica Damasceno.
"Como grande parte das plantas do Pantanal pertence a este grupo, no cômputo geral os incêndios podem promover um aumento na biodiversidade dos vegetais. Assim, o fogo é um elemento que na paisagem da região faz parte da dinâmica da vegetação, embora algumas espécies mais sensíveis possam desaparecer dos locais onde ele foi muito severo."
A flora tem outra vantagem em relação à fauna do Pantanal. "A vegetação se recupera muito rapidamente", explica Damasceno. "Em poucos meses, ela vai rebrotar novamente. Entretanto, alguns efeitos podem ser bastante duradouros. Para árvores e arbustos, por exemplo, nós conseguimos captar efeitos danosos até seis anos após eventos de fogo."
Carine conta que pesquisa para seu pós-doutorado a dispersão de sementes na Mata Atlântica, mas estava no Mato Grosso do Sul para dar uma palestra na Semana da Pós-Graduação em Ecologia e Conservação na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), em Campo Grade.
"Eu achei que era uma ótima oportunidade para dar um pulo até o Pantanal e conhecê-lo, afinal é o sonho de todo biólogo ver este sistema tão rico", conta. "Então organizamos uma pequena excursão para ir até a região do Passo do Lontra, que fica no município de Corumbá."
Direito de imagem CARINE EMEREntre os dias 1º de agosto e 31 de outubro, o número de focos de queimadas no Pantanal cresceu 506% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Eles chegaram ao local na sexta-feira e Carine disse que já achou a situação esquisita. "Estava tudo muito estranho, muito seco, e o rio Miranda tão baixo como nunca se viu", explica.
"Saímos para ver bicho, mas não ouvíamos nem víamos nenhum. No sábado de madrugada, aconteceu a mesma coisa. Poucas aves, o que é estranho, porque no Pantanal você visualiza muitos animais. Saímos de barco pelo rio e só o que víamos era fogo dos dois lados. Algo surreal, pois a gente vai para o Pantanal, a maior região alagável do mundo, e só vê incêndio por todos os lados e nada de bicho."
Mas o pior ainda estava por vir. No domingo eles andaram horas de carro pela BR-262 e praticamente não avistaram animais. "Só vimos um tamanduá-mirim na beira da rodovia e tudo seco, lagoas, riachos, vegetação", revela. "Vimos também jacarés mortos em poças secas."
No final do dia resolveram voltar para Campo Grande. "Era por volta de umas 18 horas e começamos a ver muito fogo, nos dois lados da estrada e focos mais distantes", conta.
"De repente, uma labareda gigantesca cortou a estrada e não nos pegou por questão de dois ou três segundos. Fizemos a volta e retornamos para Corumbá, muito assustadas e com uma sensação de estar no Inferno, de Dante. Quer dizer, não conheci o Pantanal, pois não vi bichos, e quase morri."
Direito de imagem VICENTE ASSADNão há espécie da fauna brasileira que esteja adaptada para conviver com incêndios, alerta oengenheiro florestal e especialista em restauração ambiental, Júlio Sampaio
RIO TEM DIA MAIS QUENTE DO ANO, COM SENSAÇÃO TÉRMICA DE MAIS DE 50° C
6 DE NOVEMBRO DE 2019
O município do Rio de Janeiro registrou, nesta terça-feira 5, o dia mais quente do ano, quando os termômetros do Sistema Alerta Rio, da prefeitura da cidade, assinalaram 41,8 graus Celsius (ºC), ao meio-dia no bairro de Santa Cruz, na zona oeste da cidade.
A sensação térmica mais elevada, foi 50,1°C, no mesmo bairro. Antes, a temperatura mais alta deste ano tinha sido registrada no dia 12 de setembro, em pleno inverno, quando os termômetros assinalaram 41,6º C.
Depois de um dia de muito calor e abafado, com o vento soprando quente, o Sistema Alerta Rio informa que, com a formação de um canal de umidade sobre a Região Sudeste, há previsão de pancadas de chuva moderada a forte. A chuva deve vir precedida de ventos fortes e raios.
O dia foi tão abafado no município e na região metropolitana do Rio que muita gente aproveitou o ar-condicionado de lojas, shoppings e supermercados para procurar se refrescar. O carioca também, principalmente os mais idosos, utilizou guarda-chuva para se abrigar do sol.
COM INFORMAÇÕES/ VEJA
RIO TEM DIA MAIS QUENTE DO ANO, COM SENSAÇÃO TÉRMICA DE MAIS DE 50° C
Movimentação de banhistas em dia de calor na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro (Ellan Lustosa/Codigo19/Folhapress)
RIO TEM DIA MAIS QUENTE DO ANO, COM SENSAÇÃO TÉRMICA DE MAIS DE 50° C
6 DE NOVEMBRO DE 2019
O município do Rio de Janeiro registrou, nesta terça-feira 5, o dia mais quente do ano, quando os termômetros do Sistema Alerta Rio, da prefeitura da cidade, assinalaram 41,8 graus Celsius (ºC), ao meio-dia no bairro de Santa Cruz, na zona oeste da cidade.
A sensação térmica mais elevada, foi 50,1°C, no mesmo bairro. Antes, a temperatura mais alta deste ano tinha sido registrada no dia 12 de setembro, em pleno inverno, quando os termômetros assinalaram 41,6º C.
Depois de um dia de muito calor e abafado, com o vento soprando quente, o Sistema Alerta Rio informa que, com a formação de um canal de umidade sobre a Região Sudeste, há previsão de pancadas de chuva moderada a forte. A chuva deve vir precedida de ventos fortes e raios.
O dia foi tão abafado no município e na região metropolitana do Rio que muita gente aproveitou o ar-condicionado de lojas, shoppings e supermercados para procurar se refrescar. O carioca também, principalmente os mais idosos, utilizou guarda-chuva para se abrigar do sol.
Agricultura será prioridade no Turismo segundo a World Travel Market Londres 2019 – WTM Londres 2019.
A World Travel Market Londres 2019 – WTM Londres 2019, uma das maiores feiras de turismo do planeta, acaba de anunciar que o tema a ser debatido e promovido em 2020 pela Organização Mundial do Turismo – OMT, agência da ONU para fomento internacional do turismo, será "Desenvolvimento Rural e Turismo".
As principais ações abordadas e discutidas serão vinculadas aos eixos inovação, tecnologia e turismo para empoderamento das comunidades rurais.
"Eu não tinha paz. Aonde eu ia, me reconheciam. Mas era bom, porque eu gosto da fofoca e topo tudo", diz dona Anna Peleja(foto: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
A população está envelhecendo. No Brasil, pessoas acima dos 65 anos já representam 14,3% dos brasileiros, ou seja, 29,3 milhões de pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde. Ao passo que a sociedade fica mais velha, novas tecnologias surgem e, enquanto os nativos digitais as assimilam sem muito esforço, os idosos precisam correr atrás para aprendê-las.
Nesse contexto, há senhores e senhoras no Brasil — e fora dele — que estão fazendo sucesso nas redes sociais. Por diferentes motivos, jovens e mais velhos se interessaram pelos conteúdos deles. Ainda são poucos, mas eles podem incentivar mais pessoas a entenderem que internet e bom humor não são coisas só de jovem.
Dona Anna Peleja, 87 anos, é uma dessas influencers. Mais conhecida na família como Índia, por conta da origem paraense, ela inspirou vários netos a projetos ligados à internet. Três deles usaram as experiências com a avó para movimentar a rede e até alavancar os negócios. Em 2012, ainda no início da carreira, a neta Luísa Peleja, influenciadora digital, atualmente com mais de 100 mil seguidores no Instagram, tinha um blog e resolveu lançar a coluna Armário da vovó. “Eu tinha tanta roupa, que dava pra eu não repetir o ano inteiro”, conta Anna. “E ela só usava as mesmas”, emenda o neto Leonardo Peleja, professor de educação física.
Luísa escolhia alguma peça de dona Anna, vestia de uma forma moderna, repaginada, e depois era a vez de a avó colocar do jeito que costumava usar, mais tradicional. Então, tirava foto de ambas e postava, com algumas dicas. Fã de animal print, vovó Peleja começou a ser reconhecida na rua. “Eu não tinha paz. Aonde eu ia, me reconheciam. Mas era bom, porque eu gosto da fofoca e topo tudo. O que pedirem pra fazer, eu faço, pois também quero ajudar”, alegra-se.
Mais sucesso
Mais ou menos em meados de 2016, vovó Peleja inspirou outros dois netos com projetos relacionados à tecnologia. Leonardo já tinha um perfil no Instagram para divulgar seu trabalho e passar informações sobre exercício físico e estilo de vida saudável. Achou, então, que a avó era tão expressiva que seria possível criar conteúdos humorísticos com fotos dela e alternar com o que já publicava anteriormente. “Todo mundo gosta de cachorro, criança e idoso. É máquina de likes”, brinca Leonardo.
Dona Anna se diverte com o neto e conta que, às vezes, fica pensando: “O que será que ele vai aprontar na próxima?”. Da mesma forma que ela procura sempre relembrar o que comeu no café da manhã, no almoço e no jantar para “treinar o cérebro e manter as faculdades mentais”, Leonardo acredita que fazê-la decorar um texto ou outro ou falar alguma palavra difícil com a qual ela não está acostumada, como “Instagram”, é uma forma de fazer a cabeça dela trabalhar.
O conteúdo do neto alcançou ainda mais pessoas, e o reconhecimento na rua ficou maior. “Outro dia, eu estava sentada e um jovem ficou me olhando. Eu pensei: por que diabos ele está perdendo o tempo com uma velha como eu?”, brinca dona Anna. Depois, o homem voltou e perguntou se era a Índia, e disse que a conhecia da internet.
Vovó inspirou um negócio
E dona Anna não só aparece nas redes como sabe usá-las. Isso ela aprendeu com uma terceira neta, Paula Peleja. A experiência de ensinar a avó a usar o aplicativo do banco no celular e a conversar com bisnetos que ela ainda nem conhece pessoalmente inspiraram a neta a criar uma empresa que esclarece a idosos como usar a internet.
Paula estava concluindo um curso de marketing digital e precisava fazer um plano de negócios. “Não queria criar algo para deixar na gaveta, por isso tive a ideia fazer disso um negócio real. Montei então o Vovó Hi-Tech. Uni o que já fazia com a minha avó Anna e com alguns clientes para quem prestava consultoria em marketing. Ensinar está na minha essência. Sempre tive facilidade de aprender, e é bem engraçado como eu consegui transformar isso em algo mágico, que insere não só idosos e idosas, afinal, todos nós também temos nossas dificuldades. Criei, então, em 2016 um plano de negócios, com metodologia própria e fui desenvolvendo com a minha avó ao longo dos meses”, relata.
Ela vai à casa dos alunos, os ensina e os insere no mundo da tecnologia “levando pra casa deles um pouco mais de independência”. Segundo Paula, o que a maioria dos idosos querem aprender é mexer no WhatsApp, em redes sociais como Facebook, YouTube e Instagram, além de fazer operações bancárias, acessar e-mails, enviar pedidos médicos para clínicas e as funções básicas do celular, como deixar no silencioso e conectar no wi-fi. “Eu levo a liberdade para eles. Muitos não têm ajuda dos filhos nem das pessoas próximas. Além disso, ficam mais próximos dos parentes que moram longe”, afirma Paula.
População crescente
Entre 2012 e 2018, a população brasileira com 65 anos de idade ou mais cresceu 26%, ao passo que a de até 13 anos recuou 6%, de acordo com a pesquisa Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2018, divulgada em maio deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E com o constante surgimento de novas tecnologias, faz-se necessário inseri-los nesse universo. “Pode parecer muito difícil para alguns, mas os benefícios são incríveis. As tecnologias podem passar a sensação de muito mais autonomia para pessoas em uma fase da vida em que sentem que dependem muito dos outros”, explica a psicóloga Kátia Almeida.
Ela recomenda não só que os mais velhos se empenhem em aprender sobre as novidades, como os familiares mais novos dediquem tempo e paciência para ensiná-los e ajudá-los. Com isso, aos poucos, vovôs e vovós estarão cada vez mais conectados.
Pesquisa do TIC Domicílios, do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.Br), divulgada em agosto deste ano, mostra que o cenário está melhorando. Atualmente, entre as pessoas de 60 anos ou mais, 58% têm acesso à internet nos smartphones, enquanto 8% usam apenas o computador para acessar a rede. Em 2017, esse percentual era de 27%. Em 2015, 13%.
Vovô baladeiro: o modo Barrosinho
foto Instagram
De tão animado, a expressão “ativar o modo Barrosinho” tornou-se uma forma de falar para as pessoas se empolgarem. Em especial, no fim de semana. Do interior de São Paulo, o aposentado Antônio Martins, 72, morador de Campinas, mais conhecido como Barrosinho ou Vovô das Baladas, ficou famoso no Brasil inteiro por estar sempre presente nas festas. Com mais de 14 mil seguidores no Instagram e incontáveis convites para festas, shows e rodeios, ele considera estar vivendo a melhor terceira idade possível.
E aonde ele vai, a esposa vai junto. Antes mesmo de ser famoso, o aposentado já era reconhecido pela animação. Lembra que, uma vez, em Cancún, chegou até a ser chamado para dançar no palco, de tão impressionados que ficaram com o quanto ele estava empolgado. Nas festas, mesmo antes da fama, jovens sempre pediam para tirar foto com ele. “Encontro algumas pessoas da minha idade, mas faço mais amizade com os jovens, porque eu não me acho velho, e eles gostam de mim também, vêm brincar comigo”, conta.
Um dos vídeos de seu Antônio com mais visualizações é um em que ele dança eletricamente e a mulher, bem tranquila, vai falar algo com ele. As pessoas criaram diversas legendas para a situação, como: “Quando você está animado no rolê e sua mina quer ir embora”. Mesmo em vídeos em que o casal já está indo embora, o idoso continua dançando, e os seguidores o descrevem: “Ele é ligado no 220 W”.
Animação de berço
Filho de músico, seu Antônio conta que ele e a irmã curtiam o carnaval desde novos. “Éramos os primeiros a entrar no salão.” As coisas não mudaram muito: “Vou a todos os rodeios: Barretos, Jaguariúna. Este ano, já fui a seis”, relata. Com a fama, chegou a ser convidado por alguns. Antes, sempre pagava. Gosta também de música eletrônica.
Foi um dos dois filhos que fez o perfil do pai no Instagram, mas, além dele, segundo Barrosinho, um dos responsáveis pela fama foi o Dennis DJ, que o chamou ao palco e o divulgou nas redes. Logo depois, MC Kevinho fez o mesmo. E o ponto alto para ele foi subir ao palco com Gusttavo Lima no rodeio de Jaguariúna, em setembro deste ano. Fã do cantor desde sempre, ele sabia todas as músicas e se sentiu emocionado. “Ali, todo mundo já me conhecia. Parecia que eu era um cantor, que todo mundo queria tirar foto comigo, como se eu fosse uma das atrações”, relembra.
Influencers pelo mundo
Nascida em 1928 nos Estados Unidos, Helen Ruth Van Winkle, mais conhecida como Baddie Winkle, é a octogenária mais seguida do Instagram, com quase 4 milhões de seguidores. Ela ficou famosa depois que uma neta postou em sua conta no Twitter uma foto da avó vestindo roupas dela, como uma brincadeira. A senhorinha com roupas de jovens fez sucesso. De lá pra cá, ela já foi eleita uma das mais influentes personalidades digitais pela Forbes e tornou-se musa da marca de maquiagem Urban Decay.
Com mais de 60 anos de vida e casados há 39, os japoneses Tsuyoshi Tomi e Seki publicam no Instagram, desde 2016, fotos com seus looks. A produção de um sempre combina com a do outro, seja por ambos usarem uma peça igual, seja por vestir algum detalhe com a estampa principal do outro. Eles têm um estilo que une elegância e simplicidade que já conquistou mais de 800 mil seguidores.
Conectada com as netas e com o Brasil
Dona Dirce tem mais de 130 mil seguidores: sucesso começou quando ela posou seminua(foto: Reprodução do Instagram)
Dona Dirce Ferreira, 72 anos, enfermeira aposentada, cozinheira, costureira, empresária e influenciadora digital, brinca que tem cabeça de 30 anos e corpo de 50. Com mais de 130 mil seguidores no Instagram, recebe em casa, em Uberlândia (MG), presentes de diversas empresas: batedeira, filtro de água. Está, agora, fazendo propaganda de lojas de calçados e de roupas e espera uma bicicleta chegar — já avisaram que foi enviada.
Ela também recebe convites para eventos, como congressos e reuniões. No início de outubro, esteve no Rock in Rio. Até então, nem conhecia o mar, muito menos já havia ido a um festival de música, portanto a experiência foi ainda mais especial. E tudo graças ao sucesso nas redes sociais.
A fama começou quando uma de suas três netas, a que mora nos Estados Unidos, enviou uma foto seminua às irmãs e à avó. A senhora já tinha um perfil em que mostrava as plantas e a rotina de casa. Tinha só cento e poucos seguidores. “A gente pegou as fotos da minha neta e eu fiz igual, com as poses dela, e mandamos para ela. Só para fazer graça”, conta. Uma das netas, que mora também em Uberlândia, disse que ia colocar na internet e a avó autorizou. “De repente, foi pra 3 mil seguidores, 4 mil. Eu gostei do pessoal achar incrível uma senhora de 72 anos seminua, então, continuei”, relembra rindo.
Dona Dirce conta que sempre foi engraçada, mas muito séria. Era uma avó que participava de tudo, ia às festas com as filhas, com os netos, “mas não era tão audaciosa a ponto de fazer foto seminua”. Em seguida, ela imitou também fotos sensuais da cantora Anitta. “Aí, o negócio explodiu. Gordinha, com tudo sobrando. Foi pra 60 mil seguidores”, impressiona-se.
“Fazendo bagunça”
(foto: Reprodução do Instagram)
A influencer se diverte muito com a produção dos conteúdos e também com a repercussão nas redes, mas conta que “é só glamour, não rende grana”. Mesmo assim, gosta da brincadeira: “Você não tem ideia do quanto é legal; faço muita farra. E não adianta eu fazer coisa certinha, que não dá comentário, ninguém gosta. Gostam de eu fazendo bagunça”.
Em geral, dona Dirce consegue gravar vídeos e responder comentários sozinha. Para coisas mais complexas, conta com a ajuda da neta. “Toda vida eu fui curiosa. E o mundo digital é incrível, a gente aprende tanta coisa. O idoso que se acomoda e não vai aprender acaba se distanciando muito dos filhos e dos netos. Fica sem assunto com eles, porque eles estão sempre na tecnologia”, opina. “Eu sempre quis interagir muito com minhas duas filhas e minhas três netas, então, eu precisava me atualizar”, completa. Ela recomenda que todo idoso faça o mesmo.
Além de ficar mais próxima da família, dona Dirce interage também com os desconhecidos que a seguem e lhe enviam mensagens. Ela estima que responda a cerca de 300 mensagens diariamente. Algumas com temas bem sensíveis. “Tem uma mãe que perdeu o filho e está muito chorosa; tem uma que está fazendo quimioterapia; outra que foi traída. E aí querem conversar comigo. Eu tento levantar o astral delas, aconselho e elas agradecem”, conta feliz por poder ajudar.
A World Travel Market Londres 2019 – WTM Londres 2019, uma das maiores feiras de turismo do planeta, acaba de anunciar que o tema a ser debatido e promovido em 2020 pela Organização Mundial do Turismo – OMT, agência da ONU para fomento internacional do turismo, será "Desenvolvimento Rural e Turismo".
As principais ações abordadas e discutidas serão vinculadas aos eixos inovação, tecnologia e turismo para empoderamento das comunidades rurais.
O tempo não pode ser segurado; a vida é uma tarefa a ser feita e que levamos para casa.
Quando vemos já são 18 horas.
Quando vemos já é sexta feira.
Quando vemos já terminou o mês.
Quando vemos já terminou o ano.
Quando vemos já se passaram 50 ou 60 anos.
Quando vemos, nos damos conta de ter perdido um amigo.
Quando vemos, o amor de nossa vida parte e nos damos conta de que é tarde para voltar atrás...
Não pare de fazer alguma coisa que te dá prazer por falta de tempo, não pare de ter alguém ao seu lado ou de ter prazer na solidão.
Porque os teus filhos subitamente não serão mais teus e deverá fazer alguma coisa com o tempo que sobrar.
Tenta eliminar o “depois”...
Depois te ligo...
Depois eu faço...
Depois eu falo...
Depois eu mudo...
Penso nisso depois...
Deixamos tudo para depois, como se o depois fosse melhor, porque não entendemos que:
Depois, o café esfria...
Depois, a prioridade muda...
Depois, o encanto se perde...
Depois, o cedo se transforma em tarde...
Depois, a melancolia passa...
Depois, as coisas mudam...
Depois, os filhos crescem...
Depois, a gente envelhece...
Depois, as promessas são esquecidas...
Depois, o dia vira noite...
Depois, a vida acaba...
Não deixe nada para depois porque na espera do depois se pode perder os melhores momentos, as melhores experiências, os melhores amigos , os melhores amores ...
Lembre-se que o depois pode ser tarde.
O dia é hoje, não estamos mais na idade em que é permitido postergar.
Talvez tenha tempo para ler e depois compartilhar esta mensagem ou talvez deixar para...”depois”
Sempre unidos:
Sempre juntos...
Sempre fraternos...
Sempre amigos...
(Passe aos seus melhores amigos; não depois... Agora!)
Por Wellton Máximo e Jonas Valente – Repórteres da Agência Brasil Brasília
Municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria inferior a 10% da receita total serão incorporados pelo município vizinho. O ponto consta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo, enviada hoje (5) pelo governo ao Senado.
Segundo o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, 1.254 municípios atendem às duas condições (poucos habitantes e baixa arrecadação). A incorporação valerá a partir de 2026, e caberá a uma lei complementar definir qual município vizinho absorverá a prefeitura deficitária.
A PEC também estende as regras da execução do Orçamento federal aos estados e municípios. A regra de ouro (teto de endividamento público) e o teto de gastos seriam estendidos aos governos locais.
As prefeituras e os governos estaduais também poderão contingenciar (bloquear) parte dos Orçamentos dos Poderes Legislativo, Judiciário e do Ministério Público locais. Atualmente, somente a União pode contingenciar verbas de todos os Poderes. Os governos locais só conseguem bloquear recursos do Poder Executivo.
Segundo o Ministério da Economia, a PEC do Pacto Federativo acabará com a disputa judicial em torno da Lei Kandir, ao estender a transferência de royalties e participação especial do petróleo para todos os estados e municípios. Hoje, os estados negociam com a União todos os anos os repasses da Lei Kandir, que prevê que o governo federal deve compensar a desoneração de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para mercadorias primárias e semielaboradas.
A PEC também proíbe que estados e municípios se apropriem de recursos de fundos de pensão e depósitos judiciais de ações entre particulares para pagarem despesas