2 de outubro de 2019

Subida de morro deve ter autorização da Sema


Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) orienta sobre a necessidade de autorização da Coordenadoria de Unidade de Conservação (Cuco) para atividades e visitação no Morro de Santo Antônio (27 Km de Cuiabá), localizado no município de Santo Antônio do Leverger. 

A solicitação para subir o Monumento Natural Morro de Santo Antônio sempre existiu, porém muitos visitantes faziam essa subida sem comunicar o órgão responsável. 

Sendo assim, a Cuco alerta a todos que desejam realizar a subida, que façam um requerimento por escrito na Sema, através de protocolo.

Essa solicitação serve tanto para pessoas que desejam subir sozinhas, quanto para grupos de excursão, podendo haver autuação, caso a atividade seja feita de forma irregular, já que a Unidade de Conservação exige autorização para entrada no monumento.

A Sema orienta ainda que a subida seja realizada com acompanhamento do Gerente Regional do Morro, com o objetivo de evitar acidentes ou depredação. 

Geotecnologias na análise das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antonio (Morrinho) em Santo Antonio do Leverger-MT


Vinicius de Castro Miranda¹ Vanderley Severino dos Santos¹ 

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT Av. Zulmira Canavarros, 95 – CEP: 78005-200 - Cuiabá - MT, Brasil Viniciuscm86@gmail.com


Resumo. Caminhar por trilhas ecológicas é uma das opções de turismo em crescimento, é a recreação mais comumente oferecida e utilizada por visitantes em áreas naturais, neste sentido, o planejamento turístico desses locais torna-se uma necessidade. As geotecnologias podem proporcionar ao planejamento turístico maior flexibilidade na manipulação dos dados e, assim, facilitar a proposição de melhorias que possam ser aplicadas em locais de turismo. Desta forma, com a intenção de contribuir com informações e dados que auxiliem no desenvolvimento do turismo na comunidade Morrinho em Santo Antônio do Leverger-MT e utilizando-se de técnicas de geoprocessamento, este trabalho teve como objetivo caracterizar a área, traçar e analisar as condições das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antônio. Os resultados mostraram que cada trilha analisada tem aproximadamente 2 km de caminhada (ida e volta) com trechos de acentuado declive. Os resultados também mostram que o Morrinho é um dos locais mais altos da região, com 449 metros de altitude e, do seu topo tem-se uma vista fantástica, que possibilita observar praticamente toda região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá. 

Palavras-chave: Pantanal,Qgis, ecoturismo, Educação Ambiental.



Abstract. Walking along ecological trails is one of the growing tourism options, and the recreation is more commonly offered and used by visitors in natural areas, in this sense, the tourist planning of these places becomes a necessity. Geotechnologies can provide tourism planning with greater flexibility in data manipulation and, thus, make it possible to propose improvements that can be applied to tourism sites. In this way, with the intention of contributing information and data that help in the development of tourism in the Morrinho community in Santo Antônio do Leverger-MT and using geoprocessing techniques, this work aimed to characterize the area, conditions of the tracks of the Morro de Santo Antônio Natural Monument. The results showed that each track analyzed has approximately 2 km of walk (round trip) with stretches of marked slope. The results also show that Morrinho is one of the highest places in the region, with 449 meters of altitude and, from its top has a fantastic view, that allows to observe practically all the Metropolitan region of the Vale do Rio Cuiabá. 

Keywords: Pantanal, Qgis, ecotourism, Environmental Education. 


1. Introdução 

Nas Áreas de Proteção Ambiental (APA), ainda há incoerências entre o que é estabelecido pela legislação ambiental para atividades e uso e, o que realmente é observadorotineiramentenestas áreas, em especial as trilhas eco-turísticas, uma das atividades de interação com o ambiente das mais procuradas na atualidade. As trilhas são fundamentais para promover o estimulodo público a refletir sobre a importância da conservação ambiental. 

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, Monumento Natural é uma categoria de Unidade de Conservação que pertence ao grupo de Proteção Integral, cujo objetivo básico, é a preservação de sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica (Brasil, 2000).Os Monumentos Naturais podem ser constituídos por áreas particulares, desde que, seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local, pelos devidos proprietários. 

O Monumento Natural Estadual, denominado Morro de Santo Antônio, está localizado no município de Santo Antônio do Leverger, foi criado pela Lei Estadual Nº 8.504 de 09/06/2006. Atualmente vemcrescendo o número de visitantes no local, interessados em atividades de educação ambiental, trilhas de aventura, parapente, entre outras. 

Um fator limitante para a difusão dessas atividades no Morro de Santo Antônio pode ser a falta de informações e a subutilização dos recursos financeiros destinados a desenvolver o turismo no Estado. Até o presente momento não se tem conhecimento de trabalhos que possam orientar as visitas ao local. Essa suposta falta de informações reduz seu potencial turístico, provocandoo esquecimento do monumento perante os guias turísticos que não o recomendam para visitação. Segundo Eisenlohr et al. (2013) apesar de importantes para a conservação de ecossistemas, ainda é difícil encontrar registros sobre os impactos ecológicos do uso público das trilhas em áreas naturais no Brasil. 

O Morro de Santo Antônio dispõe de vista privilegiada do Rio Cuiabá e da Região Metropolitana, do alto do morro é possível observara divisão entre os municípios de Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande, Cuiabá e Santo Antônio do Leverger. É um local de fácil acesso e,sua posição é ideal para se ter uma vista panorâmica da área metropolitana e contemplar a natureza. 

O Morro de Santo Antônio teve sua importância histórica no período da guerra do Paraguai, quando foi utilizado como ponto de observação, nele foi construída uma pira para sinalizar, para Cuiabá, caso viesse a ocorrer alguma invasão de tropas Paraguaia. 

Visitas ao local ainda são poucas, sendo apenas visitado, em sua maioria, por jovens, em busca de aventura, lazer e ritos religiosos. Por outro lado, a comunidade ainda não enxerga o local como forma de geração de renda, assim, trata-se de uma área turística subutilizada. 

2. Objetivo 

Com a intenção de contribuir com informações e dados que auxiliem no desenvolvimento do turismo na comunidade Morrinho em Santo Antônio do Leverger-MT e utilizando-se de técnicas de geoprocessamento, este trabalho teve como objetivo caracterizar a área, traçar e analisar as condições das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antônio. 

3. Material e Métodos 

O Monumento Natural Estadual “Morro de Santo Antônio”, é constituído por áreas públicas e particulares, está localizado no município de Santo Antônio do Leverger,no Centro-Sul do Estado de Mato Grosso, Brasil(Figura 1). Apresenta uma área 2,58 km², está a uma distância aproximada de 17 km da região central de Cuiabá. 

A região onde se localiza o Morro de Santo Antônio está ligada pelos Rios Cuiabá e 

Paraguai a Grande Bacia do Prata. 

O clima do município é tropical quente e sub-úmido, com um período de seca e outro chuvoso. A precipitação média anual é de aproximadamente 1.500 mm, com intensidade máxima em dezembro, janeiro e fevereiro. A Temperatura média anual é de 24º C, com registros de máxima de 42º C e, mínima de 0º C. 

Os solos do local são do tipo Litólicosálicos. Sua geologia pertence ao Grupo Cuiabá, pre- cambriando superior. A vegetação local é composta de Savana Arbórea aberta com floresta de galeria. 

Na execução deste trabalho foi utilizado técnicas de geoprocessamento, para adquirir, 

armazenar, recuperar, transformar e gerar informações espaciais. O método utilizado também se fundamentou na interpretação de imagens de satélite e modelos numéricos do terreno, para o reconhecimento e caracterização ambiental do Morro de Santo Antônio. 

O DEM TOPODATA (Banco de dados Geomorfométrico do Brasil) foi utilizado para obter o perfil topográfico aplicando a ferramenta profile tools do QGIS, bem como, o MNT de declividade também obtido no QGIS com a ferramenta disponível no menu raster/análise/MDE (modelos do terreno). 

Neste trabalho, além do software livre QGIS 2.18, utilizou-se também o SAS.planet e Google Earth Pro para visualizar as imagens da área que foram usadas como base para digitalizar as trilhas e auxiliarem no reconhecimento da área. 

O sistema de referencia adotado foi o SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas). 


4. Resultados e Discussão 

O Monumento Natural Estadual Morro de Santo Antônio é uma categoria de Unidade de Conservação que pertence ao grupo de Proteção Integral.No local, alterações ambientais observadas ainda são de baixa magnitude, porém, dependendo da velocidade e proporção que ocorram pode romper o equilíbrio do sistema. 

A região, onde se encontra o morro é de grande beleza cênica, entre seus principais atrativos estáo fato do mesmo se encontrar na faixa de planalto adjacentes do biomaPantanal,possibilitando visualizar a exuberante fitofisionomia savânica, o rio Cuiabá e as áreas urbanas de Cuiabá, Santo Antonio e Várzea Grande. 

O Morro de Santo Antonio é um morro-testemunho, este tipo de morro é caracterizado como feições geomorfológicas que se destacam no local, por, apresentar uma grande diferença de elevação em relação ao relevo de entorno e foi mantido por pertencer a uma camada mais resistente. 

O acesso ao morro é feito pela rodovia Palmiro Paes de Barros (MT-040), sentido Cuiabá a Santo Antônio do Leverger (Figura 2). Há duas estradas vicinais, a primeira inicia no Km 15 da MT 040, com percurso de 3,87km, sendo mais próxima de Cuiabá, e a segunda estrada vicinal esta mais próxima do Município de Santo Antônio do Leverger, fornece um percurso de 3km. 

No inícioda trilha, há uma área improvisada para estacionamento de veículos. Nesse local há uma casa que poderia ser aproveitado para atendimento ao público e também comércio de souvenirs. 

De acordo com informações obtidas na coordenadoria de Unidade de Conservação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), a comunidade e os visitantes precisam estar cientes das restrições legais em relação às visitas ao Morro de Santo Antônio, no local, não é permitida a abertura de novas trilhas; matar, perseguir ou caçar animais; cortar ou coletar a vegetação; utilização de fogo ou artefatos explosivos; poluição sonora; extração de minerais e, todo e qualquer lixo gerado deve ser coletado, pois, se trata de uma unidade de conservação ambiental. Porém, não há no local nenhuma placa com tais orientações para os visitantes. Assim sendo, se as Trilhas se justificam como um instrumento para a Educação Ambientaltorna-se então, imprescindível que ao longo delas, ou em seu início, seja informado aos visitantes como se comportarem nesses ambientes. 

Costa (2012) analisou uma trilha e visando instruir os usuários de trilhas sobre boas práticas, para sua segurança e conservação ambiental, sugeriu a instalação de placas com informações sobre o percurso, tais como: Croqui, extensão, formato, grau de dificuldade, duração e a indicação da necessidade de guia. 

As trilhas são um meio de deslocamento que permite o contato e interação com a natureza. No Morro de Santo Antonio a trilha principal começa com uma subida em direção Leste-Oeste com pouca declividade, mas, vai aumentando de forma gradual,conformefoi constatado em visitas ao local eindicadono perfil topográfico construído com o pluginProfileTools do QGIS (Figura3). Segundo Silva et al. (2012) buscando contribuições para a gestão das trilhas turísticas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - GO destacam que a análise da qualidade cênica com uso de geotecnologias reduz a subjetividade nas avaliações de impacto visual no planejamento de trilhas para a visitação turística. 

Na Figura 3, observa-se que, nos primeiros 150 metros há uma pequena variação de altitude (25 metros), a declividade é suave, porém, no fim deste trecho a declividade é próxima de 10%, mesmo assim, a subida ainda é sem muito esforço. Ao se aproximar dos 200 metros do início da trilha ocorre uma mudança de direção para o sentido Sul. 

Nos 300 metros seguintes a altitude vai de 233 m até 288 m, observa-se um aumento expressivo da declividade, estimada em torno de 10% para 40%. Neste trecho é necessário buscar apoios para facilitar à subida, pois,em decorrência do uso,há uma formação de escadaria pelasraízes expostas,assim,o trilheiro deve observar bem e, com critérios, escolhero melhor local para pisar e se apoiar, pois, neste ponto o estado da trilha pode colocar em risco a segurança dos usuários. Costa (2012) com o objetivo de analisar uma trilha ecológica diagnosticou que a mesma estava em bom estado de conservação e era segura para os visitantes, entretanto, sugere a necessidade de abrir uma segunda trilha para servir como saída de emergência. 

O momento mais difícil da subida pela trilha principal ocorreentre 400ma 520 m do início do percurso, adeclividadeatinge 49%, mais adiante, no trecho de600m até 850m ocorre outro aumento expressivo de declividade,neste ponto é verificado a maior inclinação na trilha (61 %). Ao atingir 800m do início há uma nova mudança de direção da trilha, agora ela se volta para sentido oeste. 


No trecho final da trilha, de 850m até 1006m a subida é mais leve, exigido menos esforço do trilheiro, ao final a altitude atinge449 m.Em todo o seu percurso esta trilha oferece pontos de parada que permitem a observação da paisagem e interação com a natureza. Segundo Souza e Matos (2008) por meio das trilhas o visitante observa aspectos diferentes de fisionomias e paisagens, que proporcionam contato com atrativos e ambientes distintos. 

Existe uma segunda trilha, de acesso ao topodo morro, quase paralela a trilha principal, fazendo encontro com esta a 80 metros do topo do morro. A distância entre elas varia entre 50 metros no ponto mais próximo e a 150metros no ponto que estão mais afastadas.A trilha secundária tempercurso de 1088 metros. 

A principal diferença entre as duas trilhas consiste no aumento gradativo da declividade e sentido linear apresentado pela trilha segundaria (Figura 4). Desta forma,a segunda trilha apresenta maior facilidade para subida, pois, permite adaptar-se ao aumento da declividade ao longo trecho, porém,ela não é muito utilizadapor apresentar alguns trechos de mata densa e não ter local para estacionamento de veículos no seu ponto inicial.Outro ponto importante para se destacar é a paisagem, a trilha secundária apresenta poucos pontos de observação, enquanto a trilha principal possui locais mais apropriados para observação da paisagem. 


O uso de geotecnologias e visitas de campo permitiu caracterizar as duas trilhas que dão acesso ao topo do Morro de Santo Antônio, assim, constatou-se, que da mesma maneira outras trilhas localizadas na área do Pantanal possam ser analisadas aplicando este mesmo método. Fetter et al. (2012) a partir de um estudo de caso, semelhante a este, demonstrou as vantagens do uso de geotecnologias na avaliação da geometria e localização de trilhas em Unidades de Conservação da Natureza. 


5. Conclusões e Sugestões 

A trilha principal apesar de não ter muitos obstáculos o percurso é bem cansativo devido à inclinação que ocorre ao longo da subida. O Morrinho é um dos picos mais altos da região, com 449 metros de altitude e proporciona uma vista fantástica que possibilita observar a região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande, Cuiabá e Santo Antônio do Leverger), juntamente com o belíssimo percurso do Rio Cuiabá e interagir com a natureza. 

Cada trilha apresenta aproximadamente 2 km de caminhada (ida e volta),exigindodo participante bom preparo físico, pois a caminhada é longa e íngreme em alguns pontos. Durante a descida deve se redobrar a atenção em decorrência do cansaço. O tempo estimado para subida varia em torno de 1 hora e meia. O cenário observado é muito gratificante, passando por formações rochosas, pequenos pontos de mirantes, também se ouve oscantos dos pássaros e se observa lindas flores do Cerrado.Esta caminhada oferece uma rara e completa oportunidade de contemplação da beleza da nossa região. 

Recomenda-se ao visitar o local, levar protetor solar, água, repelente, frutas eou lanches leves e saco plástico para recolher o seu lixo.Deve-se também utilizar roupas leves, calçados adequados para caminhadas (resistentes e confortáveis) e chapéu ou boné. Considere também os riscos desse tipo de passeio e os devidos cuidados com a saúde. 

Não é cobrada nenhuma taxa de entrada no Morro de Santo Antônio, no momento das visitas, o local encontrava-se abandonado pelo órgão ambiental responsável. O que pode colocar em risco a fauna e a flora local. 



6. Referencias 

Brasil. Casa Civil. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o Art. 225 § 1o, Incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 jul. 2000. 

Costa, B.C., Análise de trilha e sugestões de boas praticas. Revista. Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v(7), nº 7, p. 1461-1478, MAR-AGO, 2012. 

Eisenlohr, P.V. ; Meyer, L. ; Miranda, P. L. S. ; Rezende, V.L. ; Sarmento, C. D. ; Mota, T. J. R. C. ; Garcia, L. 

C. ; Melo, M.M.R.F. . Trilhas e seu papel ecológico: o que temos aprendido e quais as perspectivas para a 

restauração de ecossistemas. Hoehnea (São Paulo), p. 407 – 418, 2013. 

Fetter, R.; Henke-Oliveira, C.; Saito, C. H. Técnicas de viewshed para planejamento de trilhas de visitação em 

Unidades de Conservação da Natureza. Revista Brasileira de Biociências, v. 10, n. 1, p. 94, 2012. 

Silva, R.G.P.; Oliveira, C. H.; Saito, C.H.. Análise cênica e diversidade visual de paisagens: contribuições para a gestão das trilhas turísticas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - GO. Sustentabilidade em Debate, Brasília, v. 3, n. 2, p. 71-92, 2012. Disponível em: 


Souza, P.C.; Martos, H.L. Estudo do uso público e análise ambiental das trilhas em uma unidade de conservação de uso sustentável: Floresta Nacional de Ipanema, Iperó - SP. Revista Árvore, Viçosa, v. 32, n. 1, p. 91- 100, Fev. 2008.

Feliz Natal: Um gigante adormecido que tem no turismo um grande potencial de crescimento Comentar FN Online


Professora argumenta que município tem muito potencial, mas é preciso organização e planejamento (Foto: Arquivo pessoal)

Através de uma parceria com o Sebrae foi organizado em Feliz Natal um grupo de trabalho composto por 10 empresas participantes do Programa de Gestão da Qualidade do Sebrae, denominado "Empresas do Bem" que tem como objetivo mostrar para a sociedade local que as empresas podem e devem colaborar para o desenvolvimento social. Nossa reportagem conversou com Giovanna Pozzer, que é consultora do Sebrae e mentora do grupo de trabalho.

Ela nos explica um pouco sobre essa iniciativa. "O Programa de Gestão da Qualidade é composto por quatro cursos, sendo eles: Fundamentos da Excelência, D'Olho na qualidade, Processos e Parcerias eficazes. Nesse último trabalhamos em sala de aula e nas empresas, através de consultorias o estreitamento das relações entre os parceiros", explica.

Segundo ela, através da consultoria está sendo trabalhado o estreitamento das relações de parceria da empresa com os principais parceiros, que são os colaboradores, os clientes e os fornecedores, mas também a sociedade onde a empresa está inserida. E nesse tópico é trabalhada a importância de a empresa somar para o município.

Todos os envolvidos foram divididos em comissões, sendo da ação social, da escultura, burocrática e marketing. A ideia foi deixar um legado para o município, para que tudo isso sirva de inspiração, para que possam ser realizadas outras ações envolvendo outras empresas.

Para a consultora o município de Feliz Natal tem um potencial enorme, porém, pouco explorado. "Queremos ser inspiração para que outras empresas queiram reproduzir as ideias e para que a prefeitura também queira abraçar a ideia e estimular o restante do comércio a trabalhar mais o turismo e a decoração natalina permanente", explica.

Giovana explica que o nome da cidade é muito sugestivo, tanto que, em 2014, a cidade foi tema de uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, no quadro Me Leva Brasil. "Mas infelizmente quando se chega aqui não tem nenhum tipo de produto turístico desenvolvido, nenhuma lebrança de Feliz Natal e tampouco algo que trabalhe o nome sugestivo do município. Tem alguns atrativos, muito pouco explorados. Então a ideia dessa escultura é estimular e inspirar o comércio local a entender a força do turismo no movimento econômico e fazer uma decoração permanente para que moradores de outras cidades venham para cá", argumenta.

A ideia é oferecer aos visitantes um local para registrar fotos, conhecer essas decorações e fazer de Feliz Natal, que é um lugar bonito, se tornar atrativo. Mas, segundo Giovana, é preciso estrutura. Ela também argumenta que já existem alguns eventos que são feitos no município e geram algum movimento, mas o apelo precisa ser maior. Embora a ideia seja tornar Feliz Natal, uma referência para todo o País, neste primeiro momento, busca-se transformar a cidade, uma referência dentro de Mato Grosso.

Ela também explica que este primeiro passo que foi dado está seguindo a mesma trilha que a Serra Gaúcha. "É o caminho que nós estamos fazendo. Em Gramado e Canela foram os comerciantes que tiveram a iniciativa". Para ela essas ações podem ser o ponta pé inicial necessário para puxar o Poder Público. Ela argumenta que não pode deixar tudo para a Administração Municipal, contudo, quando já houver algo iniciado, o Poder Público deve se envolver para ser uma espécie de "mola propulsora". Ela argumenta que, caso o comércio local entenda o potencial do município, será possível mudar a realidade econômica da cidade. A partir daí, Feliz Natal poderá se tornar uma referência em turismo, aonde poderá ser visitado por pessoas de todas as regiões do Brasil, como também de outros países. "Estamos mostrando que é perfeitamente possível, que é viável e que não é caro", finaliza.

São parceiras desta iniciativa as empresas: Campeira, Tormaq, Riçana Modas, Trevo Materiais de Construção, Pet Mania, Gabi Supermercado, Farmácia Vita, Posto dos Amigos, Rio Norte e Madeireira Fiorese.

Não se esqueçam que neste SÁBADO agora no dia 05/10 / 2019 vai ter exame de vista no Memorial Rondon

O limite será de 50 pessoas fechando a lista. Será  priorizando no momento pessoas que tem  40 anos de idade ACIMA.  

O  atendimento será  o dia todo,  iniciando às  7:00 hs e só termina quando o último cliente for atendido.

Quem tiver interesse deve  procurar  os seguranças do memorial e a coordenação da Escola Estadual Rural Santa Claudina, localizada em Mimoso.

No Memorial e na Escola,  estarão  pegando os nomes.  

O EXAME SERÁ GRATUITO.  

CORRAM LÁ PRA FAZER A SUA INSCRIÇÃO.

1 de outubro de 2019

Todas as pessoas do mundo são da mesma idade este ano!


É incrível: este ano todas as pessoas no mundo estão na mesma faixa etária, todas iguais a 2019.

Este ano é especial.  Acontece apenas uma vez a cada 1.000 anos. 

Este ano sua idade + seu ano de nascimento, é = 2019.

Por exemplo, você tem 55 anos e nasceu em 1964, o que soma 2019.

Muito estranho, nem os mestres chineses e estrangeiros podem explicar. 

Por favor, some sua idade com o ano de nascimento e veja se a resposta é 2019. É uma espera de mil anos!

Vá para o círculo de amigos, e deixe todo mundo calcular.

Empaer atende médios produtores da cadeia produtiva da bovinocultura na Região Leste

Convênio no valor de R$ 800 mil com o Mapa para atender 412 médios produtores em 17 municípios

Rosana Persona | Empaer-MT 

A finalidade desse trabalho é melhorar a qualidade das pastagens, o manejo do rebanho, a sanidade e etc - Foto por: João de Melo | Empaer

Para atender 412 médios produtores que atuam na área de bovinocultura de corte e leite em 17 municípios da região Leste do Estado, técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) já realizaram 800 visitas técnicas de um total de 1.200 previstas. Esse trabalho faz parte de um convênio assinado em 2018 com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no valor de R$ 800 mil.

O trabalho teve início no município de Barra do Garças (509 km a Leste de Cuiabá) e foi dividido em dois núcleos, que têm como coordenadores o técnico agropecuário Camilo Tavares Lopes e o engenheiro agrônomo João Vieira. Camilo explica que para atender os médios produtores, a Empaer disponibilizou 40 técnicos que fazem, ao todo, três visitas em cada propriedade rural. Ele ressalta que o objetivo é qualificar o médio produtor e funcionários com informações que vão desde a correção de solo e projeto de crédito rural até a reforma de pastagens e outros. “Nosso público sempre foi o pequeno produtor e hoje estamos levando essas tecnologias para o médio produtor”, esclarece.

De acordo com Camilo, a finalidade desse trabalho é melhorar a qualidade das pastagens, o manejo do rebanho, a sanidade e também viabilizar o acesso às novas tecnologias, adequando ambientalmente suas unidades produtivas e buscando o aumento da produção e da produtividade e a geração de empregos e de renda. O atendimento está sendo realizado ao médio produtor que possui até quatro módulos fiscais, e renda anual acima de R$ 415 mil, e de quatro a acima de 15 módulos fiscais e uma renda de  até R$ 1,760 milhão.

O serviço de Ater será nas propriedades com bovinos de corte e leite.

Na fazenda Vale Rico, de propriedade do pecuarista Alencar Soares Filho e localizada em Barra do Garças, será instalada uma Unidade Demonstrativa (UD) para avaliação do manejo de bovino de corte. No dia 25 de setembro, no mesmo local, com a participação de 30 funcionários de propriedades vizinhas, será realizado um curso de manejo de curral para bovino de corte.  E no dia 10 de outubro, na Fazenda São Judas Tadeu, do pecuarista Adelcino Francisco Lobo, um curso de manejo de curral e vacinação para bovino de leite. Os cursos serão ministrados pela médica veterinária da Empaer, Luma Camargo Prados.

Com um plantel de 500 mil bovinos representados pelos 412 produtores rurais, o serviço de Ater para médios produtores está atendendo os municípios de Novo São Joaquim, General Carneiro, Pontal do Araguaia, Ribeirãozinho, Torixoréu, Ponte Branca, Araguaiana, Nova Xavantinha, Água Boa, Canarana, Campinápolis, Nova Nazaré, Ribeirão Cascalheira, Gaúcha do Norte, Cocalinho, Querência e Barra do Garças. “Nosso trabalho é apoiar e promover o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento das unidades produtivas dos médios produtores rurais, com a prestação de um serviço de Ater qualificado e a capacitação desses produtores”, conclui Lopes.

Orientações técnicas auxiliam o produtor a produzir 20 toneladas de melancia

A colheita já começou e por semana são comercializados em média 1.200 quilos.

Rosana Persona | Empaer 

O produtor Ivan foi o primeiro a realizar essa experiência com o plantio de 1.095 covas - Foto por: Extensionista | Empaer

No Assentamento Rural Usiel Pereira, no município de Nova Olímpia (207 km a Médio-Norte de Cuiabá), produtores recebem orientações técnicas da Secretaria de Agricultura, Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e parceiros sobre o cultivo da melancia. O evento foi realizado no sítio, do produtor rural Ivan Quintino Pereira, que plantou a fruta numa área de oito mil metros quadrados e espera colher 20 toneladas. A colheita já começou na propriedade e por semana são comercializados em média 1.200 quilos.

O secretário municipal Jaime Sganzerla fala que orientou alguns produtores sobre o cultivo da melancia com o objetivo de atender a demanda do município. O produtor Ivan foi o primeiro a realizar essa experiência com o plantio de 1.095 covas. Ele recebeu todas as orientações, desde o preparo do solo até comercialização. “Está colhendo melancia com o peso médio de 13 quilos e vendendo toda a produção para a Cooperativa Regional de Produção Agropecuária da Agricultura Familiar (Coopraf), por R$ 0,95 o quilo”, enfatiza o secretário.

 melancia com o peso médio de 13 quilos

De acordo com Sganzerla, esse é um projeto piloto que está dando resultado devido a parceria com a Empaer. Numa área de quatro hectares, a intenção do produtor Ivan é produzir também banana, abacaxi e café. Ivan comenta que esse primeiro plantio serviu para aprender e analisar quais mudanças seriam necessárias nos próximos plantios para atingir uma boa produtividade. “Estou bastante satisfeito e ainda mais empolgado para os novos plantios e já pensando em diversificar as culturas”, esclarece.

A técnica em Agropecuária da Empaer, Kathiuscia de Arruda Medeiros Chieron, fala que o produtor juntamente com a sua família recebeu todas as informações técnicas para o plantio da melancia e que foi utilizada a variedade Colt. Ela explica que a comercialização é feita na propriedade, ou seja, a cooperativa retira o produto na lavoura. “Com orientação técnica, o produtor pode produzir, diversificar e garantir renda e lucro para a família”, explica Kathiuscia.

O representante da cooperativa, Valdir Alves da Silva, participou das orientações técnicas e falou que um dos gargalos  que o produtor enfrenta é a  comercialização. Ele garantiu a justa negociação na compra do produto e elogiou a qualidade da melancia do Sítio.

Mudas de cacau enxertadas e clonadas podem dobrar a produtividade em Colniza

Com o uso de tecnologia, materiais enxertados e clones superiores a produtividade pode chegar a dois mil quilos de cacau por hectare

Rosana Persona | Empaer | MT 

O município possui uma área estima de 40 hectares com o cultivo de cacau. - Foto por: João de Melo | Empaer

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Com uma área estimada de 40 hectares com o cultivo de cacau e uma produtividade em torno de mil quilos por hectare, o município de Colniza (1.065 km a Nordeste de Cuiabá), há dois anos (2017 a 2019) investe no uso de tecnologia com materiais enxertados e clones superiores, podendo chegar a uma produtividade de dois mil quilos por hectare. O engenheiro agrônomo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Ronaldo Benevides de Oliveira Filho, fala que será montado um viveiro comunitário para a produção de 7.500 mudas enxertadas, com o plantio em uma área piloto de 10 hectares em 2020.

No Assentamento Rural Primeiro de Maio, na Comunidade Sol Um, Ronaldo proferiu uma palestra para 15 produtores rurais sobre a melhoria genética das plantas, reforçando a produção de mudas. As atividades para viabilizar a construção do viveiro serão iniciadas este ano, e cada produtor vai produzir 500 mudas que estarão prontas para plantio em 2020. A muda de cacau demora em média sete meses para plantio no campo.

Cada produtor vai produzir 500 mudas que estarão prontas para plantio em 2020.

De acordo com Filho, o uso mais intensivo da tecnologia com materiais enxertados e clones superiores tem como objetivo tornar a cultura mais atrativa. Serão realizados acompanhamentos durante as adubações, controle de pragas e doenças, plantios mais adensados no espaçamento 3 x 3 metros e podas. Ele explica que a produção de mudas enxertadas vai ter início em maio com o plantio de porta-enxertos, que são mudas produzidas a partir das sementes, e que serão plantadas no período chuvoso do ano.

Os enxertos são oriundos da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que está elaborando um plano de revitalização e expansão da lavoura cacaueira no Mato Grosso. No Estado o cultivo do cacau ocupa uma área de 880 hectares, com uma produtividade média de 660 quilos/ha. Esses dados são referentes ao ano de 2017, quando atingiu uma produção de 647 toneladas.

“O cultivo do cacau começou com a criação do município. Alguns agricultores trouxeram a experiência sobre o cultivo feito em outras localidades e implantaram as primeiras plantas.  Hoje estima-se  que o cultivo ocupa uma área  de 40 hectares, com produtividade em torno de 1000 kg/ha, plantadas no espaçamento de 4 x 4 metros”, explica Ronaldo.

Produção de chocolate

No Assentamento Primeiro de Maio, foi realizado também o curso de derivados de cacau. A extensionista social da Empaer, Conceição Santana Ribeiro, abordou Boas Práticas na Manipulação de Alimentos, higiene pessoal e orientou sobre a limpeza dos vasilhames, processo de fermentação das sementes, secagem dos grãos do cacau, processo de torragem, extração da nibs, chocolate amargo, chocolate em pó, chocolate em pedaços, cocada ao leite, doce de leite com chocolate, brigadeiro de mandioca e chocolate.

 Fabricação de chocolate com a fruta do cacau

 A extensionista explica que nibs de cacau é a matéria-prima usada para fazer chocolate, ou seja, são amêndoas fermentadas, secas, torradas e trituradas. Possuem um sabor intenso de chocolate amargo, e são tenras devido a manteiga de cacau presente dentro das amêndoas. O curso foi realizado no barracão da Igreja São João Batista e contou com a participação de 16 pessoas, entre mulheres, produtores e jovens rurais.

PERÍODO DE DEFESO DA PIRACEMA COMEÇA NOS RIOS DE MATO GROSSO


Foto por: Secom/MT

Começa neste 1º de outubro (terça-feira) o período de defeso da piracema no Estado de Mato Grosso. A proibição à pesca, tanto amadora como profissional segue até o dia 31 de janeiro de 2020 incluindo os rios das Bacias Hidrográficas do Paraguai, Amazonas e Araguaia-Tocantins.

Neste período é permitida apena a pesca de subsistência, desembarcada, que é aquela praticada artesanalmente por populações ribeirinhas ou tradicionais para garantir a alimentação familiar, sem fins comerciais.

Para os ribeirinhos é permitida a cota diária de três quilos e um exemplar de qualquer peso por pescador, respeitando os tamanhos mínimos de captura, estabelecidos pela legislação para cada espécie. O transporte e comercialização proveniente da pesca de subsistência também fica proibido.

A Resolução do Conselho Estadual de Pesca (Cepesca), que determina o período de defesa da piracema nos rios de Mato Grosso, foi publicada no Diário Oficial no dia 4 de setembro. A decisão foi baseada nos resultados oferecidos pelo Monitoramento Reprodutivo dos Peixes de Interesse Pesqueiro no estado de Mato Grosso.

“A antecipação em Mato Grosso ocorre em função dos estudos realizados do comportamento reprodutivo dos peixes, chegando a níveis percentuais de 80% em reprodução já no mês de outubro. Como o período da piracema é para proteger os peixes que estão em reprodução, essa antecipação é necessária”, explica a secretaria executiva do Cepesca, Gabriela Priante.

Durante o período de defeso da piracema, a fiscalização de pesca será intensificada e as equipes já estão em campo.  As operações ocorrem também em parceria com Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental, Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ficam excluídas das proibições previstas na Resolução do Cepesca a pesca de caráter científica, previamente autorizada por órgão ambiental competente.

Também entra na norma de exceção a despesca, transporte, comercialização, beneficiamento, industrialização e armazenamento de peixes com a comprovação de origem, provenientes de aquicultura ou pesque-pague licenciados junto aos órgãos competentes e registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), bem como do pescado previamente declarado.

Todo produto de pesca oriundo de outros Estados ou países deverá estar acompanhando de comprovante de origem, sob pena de multa, perda de pescado e dos petrechos, equipamentos e instrumentos utilizados na pesca.

Rios de divisa

Nos rios de divisa, em que uma margem fica em Mato Grosso e outra margem em outro estado, a proibição à pesca segue o período estabelecido pela União, que se inicia em novembro e termina em fevereiro de 2020. A pesca nos trechos de divisa está liberada, porém o peixe pescado na região não podem ser transportados nem comercializados dentro do território mato-grossense.

Em Mato Grosso, 17 rios se encaixa nessa característica de rio de divisa. Entre os mais conhecidos estão o rio Piquiri, na bacia do Paraguai, que uma margem está em Mato Grosso e outra em Mato Grosso do Sul, o rio Araguaia, na bacia Araguaia-Tocantins, que faz divisa com Goiás e, na bacia Amazônica, o trecho do rio Teles Pires que faz divisa com o Pará.

Declaração de estoque

Os estabelecimentos comerciais tem até esta quarta-feira (02 de outubro) para declarar ao órgão ambiental estadual os estoques de peixes in natura, resfriados ou congelados, provenientes de águas continentais. A regra vale para frigoríficos, peixarias, entrepostos, postos de venda, restaurantes, hotéis e similares.

A declaração de estoque de pessoa física só será permitida ao pescador profissional mediante apresentação de Declaração de Pesca Individual (DPI), emitida em seu próprio nome. A declaração se estende aos peixes vivos nativos para fins ornamentais ou para uso como isca viva.

Multas

Aos infratores da Resolução do Cepesca serão aplicadas as penalidades previstas na Lei Estadual nº 9.096 de 16 de janeiro de 2009 e Lei Federal nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, regulamentada pelo Decreto nº 6.514 de 22 de julho de 2008, bem como nas demais legislações pertinentes.

Quem desrespeitar a legislação poderá ter o pescado e os equipamentos apreendidos, além de levar multa que varia de R$ 1 mil a R$ 100 mil, com acréscimo de R$ 20, por quilo de peixe encontrado. Neste período, as ações de fiscalização serão intensificadas com parceria entre fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Batalhão da Polícia Militar e Proteção Ambiental (BPMPA), Juizado Volante Ambiental (Juvam), Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), Ibama e ICMBio.

Cepesca

Atualmente, compõem o Conselho, que atua como órgão colegiado deliberativo e consultivo auxiliando o Poder Executivo na propositura de políticas públicas para a pesca, dezoito entidades entre representantes das Secretarias de Meio Ambiente, Desevolvimento Econômico, Cultura, Ministério Público Estadual, UFMT, Unemat, colônias de pescadores, entidades do terceiro setor, Ibama e representantes do setor empresarial do turismo da pesca.

Denúncias

A pesca predatória e outros crimes ambientais podem ser denunciadas por meio da Ouvidoria Setorial da Sema: 0800-65-3838, no site da Sema, por meio de formulário, nas unidades regionais do órgão ambiental ou ainda pelo aplicativo MT Cidadão.

“Contamos com a participação de toda a sociedade, que deve ser inserida nesse processo de cuidado do peixe de forma a manter recursos da geração futura. Temos que ficar atentos as regras e denunciar irregularidades para que o benefício maior seja a proteção dos peixes no rio”, destaca Gabriela Priante.

*As informações são de Renata Prata | Sema-MT


Barragem rompida em Livramento mostrava sinais de danos há cinco meses, diz fonte



A barragem rompida em Livramento (32 km de Cuiabá), na manhã de hoje (1º), já mostrava sinais de danos há cinco meses. Fonte entrevistada pelo Circuito Mato Grosso diz que há pelo menos três meses, parte da estrutura de concreto vinha sendo camuflada por funcionários da empresa mineradora para esconder umidade e rachaduras.

“Eles estavam escondendo ultimamente, há uns três meses, parte da barragem, próxima ao posto de vigia, porque ela mostrava bem que a barragem ia estourar a qualquer hora. Não é de hoje que a gente sabe ia estourar. A fiscalização vem aqui todo mês e ninguém diz nada do problema”, disse a fonte que preferiu não se identificar.

Hoje, na hora em que barragem rompeu-se houve susto generalizado de famílias que moram em torno da lagoa formada pela barragem. “Todo mundo saiu correndo, tinha gente no pasto que venho correndo pra casa, porque foi um barulho bem grande. Todo mundo ficou apavorado”.

Ainda conforme a fonte, a barragem servia de acumulo de rejeito de garimpo em atividade na região. E vinha mostrando saturação de depósito, com a lama de rejeito vazando para locais além do delimitado pela construção. O problema já havia sido identificado por moradores há cinco meses que registraram vídeos da situação – veja abaixo.

O garimpo estaria documentado para exploração o local, mas a mineradora responsável pelo serviço não estaria com alvará atualizado, último seria de 2018. “Dizem que não é obrigado a ter alvará, mas eles tinham tirado até o ano passado, neste ano que ainda não tiraram, provavelmente porque a situação da barragem está irregular”.

Mais cedo, em entrevista ao Circuito, o prefeito de Livramento, Silmar de Souza, disse que a barragem está legalizada.

Em abril passado, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) anunciou o início de um amplo levantamento das ações governamentais de preservação do meio ambiente em Mato Grosso para avaliação dos licenciamentos e monitoramentos das barragens de rejeitos de mineração existentes no Estado. O estudo está sendo produzido pela Secretaria de Controle Externo de Saúde e Meio Ambiente do Tribunal de Contas de Mato Grosso.

 

REINALDO FERNANDES