



























Além do felino, outras espécies chamam a atenção dos visitantes brasileiros e estrangeiros que buscam uma experiência que renda cliques inesquecíveis
Caroline Rodrigues | Sedec-MT
Felino chama atenção pela fotogenia e beleza, além de ser ativo, o que possibilita imagens fantásticas - Foto por: Marcos Vergueiro \ Arquivo Pessoal
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A onça é o animal mais cobiçado pelos fotógrafos profissionais e amadores que procuram o Pantanal Mato-grossense para fazer o turismo de observação. Ela é uma modelo completa. Tem momentos intercalados entre o descanso, com movimentos preguiçosos, e performances repentinas, que precedem a caça ou simplesmente uma brincadeira. Um comportamento que exige controle emocional do turista. Se estiver mal preparado, pode perder o clique que seria memorável.
Conforme o setor hoteleiro, este tipo de Turismo é rentável, coerente com as regras de sustentabilidade e está conquistando cada vez mais espaço no Pantanal, despertando a atenção dos pecuaristas mais tradicionais, que estão transformando as fazendas em pousadas.
Conforme o Trade do Turismo, apenas a região de Porto Jofre teve ganhos de aproximadamente US$ 7 milhões no ano passado. O valor incluir esse tipo de turismo e o de pesca. E, a expectativa dos empresários é ampliar ainda mais o mercado.
Animal é visto nas margens do rios, principalmente no período de estiagem - Marcos Vergueiro
Cada visitante costuma ficar entre 4 a 6 noites na região, tanto para pesca como para observação. Neste período, os profissionais fazem de tudo para que eles voltem para casa com a melhor experiência possível, se tornando divulgadores das atrações locais.
As instalações têm todo o conforto e equipes treinadas de guias, alguns bilíngues e trilíngues. Pilotos de barco e assistentes pegam os hóspedes na pousada e seguem pelos rios. Os grupos se comunicam via rádio e quando um animal aparece na margem, logo a informação se espalha.
Segundo o diretor de uma das pousadas, André Von Thuronyi, as qualificações são constantes para garantir principalmente a segurança do cliente. Então, o visitante recebe todas as instruções e sempre é posicionado em um ponto adequado para conseguir as melhores fotos sem comprometer a sua integridade física.
Thuronyi explica que os estrangeiros que mais visitam a região são os americanos, seguidos pelos ingleses, que foram responsáveis pela massificação do termo safari pelo mundo. Eles copiaram o termo do Zulu, que significa dar uma volta.
O empresário conta que o Brasil é o país fora da África mais procurado para este tipo de turismo, que consiste em observa e retratar. “E a onça é sem dúvida o animal que mais desperta o interesse. Afinal de contas, ela é o terceiro felino do mundo no quesito força, perdendo apenas para o Tigre e o Leão. Porém, desponta em relação a fotogenia e atividade, o que a difere dos demais”.
Turismo de observação contribui para preservação do animal na natureza - Marcos Vergueiro
Ele conta que tem clientes que já vieram ao Pantanal oito vezes para retratar o animal e a cada dia de estadia, gastam no mínimo US$ 350 por pessoa. O valor inclui a diária, o transporte de barco e os guias.
Mais mercados
O secretário adjunto de Turismo de Mato Grosso, Jefferson Moreno, explica que o governo do Estado pretende atuar em duas frentes para fomentar ainda mais o turismo de observação na região. A primeira delas é com a melhoria do acesso, dando sequência as obras para troca de pontes de madeira em concreto por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo Sustentável de Mato Grosso (Prodestur).
A outra medida será a participação em feiras e eventos para a divulgação dos atrativos. Moreno esclarece que no primeiro momento, o governo está reorganizando o calendário e atendendo as restrições do momento de contingenciamento. Porém, já se prepara para retomar as ações nesta frente.
“O pantanal chama atenção dos turistas o ano inteiro. De outubro a março, as planícies ficam alagadas e a paisagem é belíssima. Ainda há oportunidade de observar as aves dentro do seu ciclo migratório. E no restante do ano, os animais ficam visíveis na margem e as árvores ficam verdes e floridas. Um cenário que só se vê aqui”, explica o secretário.
O especialista
O fotógrafo Marcos Vergueiro retrata a rainha do Pantanal há décadas e afirma que a boa foto depende antes de tudo de paciência e prudência. Ele recorda de vários ataques do felino, mas relata que na maior parte deles, o grupo tinha invadido o espaço do animal ou mexido com os filhotes. “Ela não gosta de movimento e prefere ficar longe dos humanos. Agora, quando está com filhotes, a agressividade da mãe é dobrada”.
Vergueiro aconselha a pessoa a estar sempre acompanhada de um guia, respeitar as instruções, além de estar munido de uma lente teleobjetiva de no mínimo 300 mm. “O turista deve ter sorte para achar o felino e manter distância. Nunca dar as costas e sempre estar acompanhado por um guia experiente. O animal só ataca quando se sente ameaçado, estiver com filhote ou com caça”.
Hiroshi Shimuta: Coisas da neuropsicologia. Veja que interessante.
Pra distrair um pouco!
Treinar nosso cérebro!
😂😂😂😂😂😂😂😂😂
O nosso cérebro é doido !!!
De aorcdo com uma peqsiusa
de uma uinrvesriddae ignlsea,
não ipomtra em qaul odrem as
Lteras de uma plravaa etãso,
a úncia csioa iprotmatne é que
a piremria e útmlia Lteras etejasm
no lgaur crteo. O rseto pdoe ser
uma bçguana ttaol, que vcoê
anida pdoe ler sem pobrlmea.
Itso é poqrue nós não lmeos
cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa
cmoo um tdoo.
Sohw de bola
Fixe seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia corretamente o que está escrito.
35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4
M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O!
NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45
N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O
CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M
PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3!
P4R4BÉN5!
╭───────────────╮
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Manda pros seus amigos kkkkkkk .
Qui doideira😳
Gabriele Schimanoski
Gilberto Leite

Dona Eulália é ícone da culinária cuiabana
Amor. Esse é o segredo do bolo de arroz mais famoso da Capital mato-grossense feito pelas mãos da octogenária, Eulália da Silva Soares, mais conhecida como “Dona Eulália”. Na última semana, a equipe de reportagem do Rdnews pode conferir de perto as delícias quentinhas que saem de quatro fornos instalados nos fundos da casa da aposentada.
Dona Eulália conta que após ver uma tia preparar os bolinhos que se interessou pela culinária, em 1956, mas que começou a testar a sua receita dois anos depois. “Na época pedi para o meu marido, que era pedreiro, construir um forno para mim com a intenção de vendê-los e ajudar na renda em casa”, explica.
O negócio deu tão certo que logo Dona Eulália tinha uns seis “meninos” que vendiam pra ela em portas de escolas, mais tarder foi convidada para participar da Festa de São Benedito e, a partir daí, não parou mais. “Já recebi o Fantástico, apareci na Ana Maria Braga, na revista Veja. Na Copa, aqui estava cheio de estrangeiros, e todos aprovaram. Não conheciam, achavam que era um bolinho frito”, lembra.
Aos 81 anos, é ela acorda por volta das 3h30 da manhã para preparar a massa. sempre recebe dezenas de pessoas as terças, quintas, finais de semana e feriados. “Na idade que eu estou, ainda preparo a massa. Tenho uma clientela muito boa e enquanto Deus permitir faço com maior prazer e alegria”, conta.
Entre os clientes que aparecem toda semana estão políticos, empresários, vizinhos, artistas e caravanas de alunos, que aproveitam para aprender um pouco mais sobre a cultura cuiabana. Entre os políticos, está o governador de São Paulo Geraldo Alckimin, o qual ela guarda uma foto.
Quando questionada sobre o futuro, a aposentada abre um sorriso e diz estar confiante na continuidade do seu trabalho. “É um negócio de família. Não tenho funcionários. São minhas filhas, netos e bisnetos que trabalham aqui. E eu fico muito contente em saber que na minha falta meus filhos vão continuar”.
A família é grande, Dona Eulália é mãe de oito filhos, sendo seis mulheres e dois homens, 22 netos (um falecido) e 23 bisnetos. “É um lugar simplesinho, mas foi aqui que consegui ajudar na renda da família, para criar meus filhos, para que eles pudessem estudar. Hoje todos são formados”.
E não é para menos, com uma clientela fiel, Dona Eulália chega a vender cerca de quatro mil bolinhos por mês, que custam R$ 2,50 a unidade. “Nesse número entra a chipa, bolinho de queijo e de arroz. O faturamento é bom, mas nossas despesas são altas”, lembra.
E diante de tanto amor e generosidade, para encerrar nosso encontro, uma surpresa: a tão esperada receita do bolo de arroz. Confiram!
Gilberto Leite

Tradicional bolo de arroz é preparado à moda antiga. Receita agrada público de todas as gerações
Rendimento: 30 a 40 bolinhos
Ingredientes
1 kg de arroz
500g de mandioca
550g de açúcar
1/2 xícara (chá) de manteiga derretida
1 colher (sopa) de fermento
1 pacote de coco ralado (100g)
1 pitada de sal
Canela e erva-doce a gosto750 ml de água
Manteiga ou óleo para untar
Preparo
1º Deixe o arroz de molho de um dia para o outro. Lave bem, escorra e soque no pilão. Peneire até virar uma farinha e reserve.
2º Rale a mandioca e faça um mingau com a água já quente em fogo médio. Mexa bem, sem parar. Acrescente o açúcar, misture e desligue o fogo.
3º Coloque a farinha de arroz, mexa e deixe a massa descansar de um dia para o outro para fermentar.
4º Adicione os demais ingredientes, misture tudo e asse em fôrma de bolo ou forminhas de empada untadas com manteiga ou óleo - assista o vídeo.
______________________________________________
Serviço
Endereço: Rua Prof. João Félix, 470, Bairro Lixeira – Cuiabá (Mato Grosso)
Horário de Funcionamento: Terça-feira das 5h30 às 10h
Quinta feira das 5h30 às 10h
Sábado e Domingo das 5h30 às 11h30
Saiba mais e entre em contato pela página no Facebook: Eulália e Família
Galeria de Fotos

Credito: Gilberto Leite
Tradicional bolo de arroz é preparado à moda antiga. Receita agrada público de todas as gerações

Credito: Gilberto Leite
Tradicional bolo de arroz é preparado à moda antiga. Receita agrada público de todas as gerações

Credito: Gilberto Leite
Tradicional bolo de arroz é preparado à moda antiga. Receita agrada público de todas as gerações

Credito: Gilberto Leite
Tradicional bolo de arroz é preparado à moda antiga. Receita agrada público de todas as gerações

Credito: Gilberto Leite
Tradicional bolo de arroz é preparado à moda antiga. Receita agrada público de todas as gerações

Credito: Gilberto Leite
Dona Eulália é ícone da culinária cuiabana

Credito: Gilberto Leite
Dona Eulália é ícone da culinária cuiabana

Credito: Gilberto Leite
Dona Eulália é ícone da culinária cuiabana

Credito: Gilberto Leite
Dona Eulália é ícone da culinária cuiabana






















Fonte: https://www.rdnews.com.br/gastronomia/dona-eulalia-conta-segredo-do-bolo-de-arroz-mais-famoso-de-cuiaba/65424
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O Bolo de Arroz de Liquidificador é muito econômico, macio, leve (porque não tem glúten) e saboroso. Faça na sua casa e confira o resultado!
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Foto de Lucineide Alves – Grupo Receita Toda Hora
INGREDIENTES
2 xícaras de chá de arroz cru
1 e ½ xícara de chá de açúcar
1 xícara de chá de leite
1 xícara de chá de óleo
4 ovos
1 xícara de chá de coco ralado
1 colher de sopa de fermento em pó
COMO FAZER BOLO DE ARROZ DE LIQUIDIFICADOR
Modo de Preparo
Coloque o arroz de molho de um dia para o outro.
Escorra a água do arroz.
Coloque no liquidificador o leite e o arroz e bata até desmanchar todo o arroz.
Em seguida, acrescente o óleo, os ovos, o açúcar e o coco ralado e bata até formar uma massa homogênea.
Transfira para uma tigela e acrescente o fermento em pó, mexendo delicadamente com um fouet até incorporá-lo na massa.
Despeje sobre uma assadeira untada e enfarinhada e leve para assar em forno preaquecido a 180ºC até assar e dourar.
Fonte: Lucineide Alves
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Dicionário Iphan do Patrimônio Cultural: o que é "lugar
por Iphan
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Lugares são espaços físicos imbuídos de significação cultural, aos quais são atribuídos valores. No Brasil, o termo se integrou definitivamente ao vocabulário patrimonial em 2000, a partir do Decreto nº 3.551 – no qual foram instituídos os quatro Livros de Registro, dentre eles, o dos Lugares – e da aplicação do Inventário Nacional de Referências Culturais. Nesse quadro, Lugar é, portanto, uma categoria de classificação de bens culturais.
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As questões relativas à conceituação do termo no campo do patrimônio cultural remontam à década de 1980, quando houve uma forte pressão social para a ampliação dos instrumentos de reconhecimento e proteção ao patrimônio cultural. Esteve no centro desse processo o debate em torno de referenciais culturais relacionados à história e à cultura afro-brasileira e indígena. A valorização de determinados espaços e edificações relacionados a esses grupos não necessariamente estavam de acordo com as categorias previstas no instrumento de tombamento. Em outras palavras, os valores atribuídos a esses lugares não eram salvaguardados por aquele instrumento. Essa disparidade entre os valores culturais atribuídos aos bens por determinados grupos sociais e os instrumentos disponíveis para a proteção do patrimônio cultural ficou evidente no caso do Terreiro da Casa Branca (Terreiro de Candomblé Ilê Axé Iyá Nassô Oká), na Bahia. O tombamento do terreiro, em 1986, foi uma “situação inédita e desafiante”, pois, apesar de possuir uma tradição de mais de 150 anos e desempenhar um “importante papel na simbologia e no imaginário dos grupos ligados ao mundo do candomblé e aos cultos afro-brasileiros em geral” (VELHO, 2006, p. 238), os aspectos materiais de suas edificações eram diferentes daqueles que, por décadas, haviam embasado as ações de tombamento. A principal dissonância se encontrava nas dinâmicas dos usos e das apropriações dos espaços. A valorização do terreiro como bem cultural ocorria justamente em função da intervenção, da transformação e da constante atualização das relações entre os sujeitos e seu referencial cultural. Apesar dos intensos debates, uma forte mobilização social garantiu a efetivação do tombamento do Terreiro da Casa Branca. Uma das principais consequências desse processo foi a evidenciação de que o tombamento não era mais suficiente para a tarefa de proteção e preservação de parte do patrimônio cultural brasileiro.
Na década de 1990 houve o avanço do campo do patrimônio cultural no sentido de criar novas categorias e instrumentos para a proteção e valorização de uma gama mais plural e diversificada culturalmente de bens, passando a coexistir, junto ao tombamento, o instrumento do registro (Decreto nº 3.551, de 2000). Nesse processo, a categoria Lugar se consolidou como forma de compreender um referencial cultural especializado, cujo valor não se concentra estritamente em seus aspectos construtivos ou históricos. Desse modo, a categoria diz respeito a um recorte espacial dotado de significação cultural e social expressas no tempo presente por meio da relação que pessoas e grupos estabelecem com ele. Nesse sentido, a categoria Lugar compreende demarcações físicas e simbólicas no espaço, “cujos usos qualificam e lhes atribuem sentidos de pertencimento, orientando ações sociais e sendo por estas delimitadas reflexivamente” (LEITE, 2004, p. 35).
Um elemento importante para a compreensão da categoria diz respeito a sua unidade. Nesse sentido, diversas composições são possíveis. O Decreto nº 3.551 determina que no Livro de Registro dos Lugares “serão inscritos mercados, feiras, santuários, praças e demais espaços onde se concentram e reproduzem práticas culturais coletivas”. Mas as possibilidades são múltiplas, como um bairro, um conjunto de prédios, uma zona de mata, uma casa, um conjunto de cavernas, um estádio de futebol. Não necessariamente deve haver uma contiguidade espacial na definição da unidade. Como Lugar se pode entender, por exemplo, um conjunto de fontes de água em uma região ou de caminhos que estejam relacionados entre si, pois, mesmo não estando em contato físico direto, o valor cultural de cada um apenas se constituiria no interior do conjunto.
Para melhor compreensão acerca do que a categoria Lugar busca contemplar, é útil trazer os exemplos dos dois primeiros bens culturais registrados no Livro dos Lugares. A Cachoeira de Iauaretê (lugar sagrado dos povos indígenas dos rios Uaupés e Papuri) foi o primeiro a ser inscrito, em 2006. A Cachoeira, localizada no estado do Amazonas, é um lugar sagrado de referência para diversas comunidades multiculturais, na sua maioria compostas pelas etnias de filiação linguística Tukano oriental, Arwak e Maku. Embora haja variações nas formas pelas quais os grupos atribuem valor a esse bem, há a compreensão comum de que a história de fixação dessas etnias está relacionada àquele espaço; nas rochas e lajes ali presentes está inscrita sua história, bem como a da origem da humanidade. Além da relação com o passado dos grupos, o lugar sagrado é um elemento referencial presente na construção das identidades desses povos (IPHAN, 2006a).
O segundo bem é a Feira de Caruaru, que também obteve o registro em 2006. A Feira, que ocorre na cidade de Caruaru, em Pernambuco, é uma das maiores do Brasil e concentra grande diversidade de pessoas em torno da negociação de produtos, como gado, tabaco, artigos de couro, artesanato, cordéis, importados, frutas, verduras, bolos e uma infinidade de outros artigos. A origem da Feira de Caruaru remete aos primeiros tempos de ocupação da região, e hoje várias pessoas e espaços se integram, configurando uma relação que faz com que ela exista e continue funcionando como um lugar de convergência de pessoas e um “polo de preservação da identidade e de resistências culturais” (IPHAN, 2006b).
Fica evidente, através da inscrição dos dois bens no Livro dos Lugares, que a dimensão histórica e identitária dos espaços naturais e sociais são os principais elementos de atribuição de valor. Por outro lado, os elementos materiais que os compõem, as pedras e lajes, as barracas da feira, o artesanato e o gado ocupam um lugar central no valor atribuído a esses bens. A espacialização opera como uma unidade que agrega os referenciais tangíveis e intangíveis; e estes existem de determinado modo porque se realizam naquele espaço. Essa é a dimensão múltipla que a categoria procura abranger.
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Este artigo faz parte da série "Dicionário Iphan", realizado em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em que publicaremos regularmente a definição de um verbete relacionado ao patrimônio cultural brasileiro.
Autora
Luana Teixeira: Licenciada em História, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2004), mestre em História Cultural, pela Universidade Federal de Santa Catarina (2008), e em Preservação do Patrimônio Cultural (2012), pelo Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural do Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional (PEP-IPHAN). Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco. Organizou o livro Patrimônio Arqueológico e Paleontológico em Alagoas(2012).
Fontes consultadas
AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus, 1994.
BRASIL. Decreto nº 3.551, de 04 de agosto de 2000. Institui o registro de bens culturais de natureza imaterial que constituem patrimônio cultural brasileiro, cria o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial e dá outras providências. Brasília, DF, 2000.
IPHAN. Dossiê de Registro: Cachoeiras de Iauaretê. Brasília: IPHAN, 2006 (a).
_______. Dossiê de Registro: Feira de Caruaru. Brasília: IPHAN, 2006 (b).
_______. Manual Inventário Nacional de Referências Culturais. Brasília: IPHAN, 2000.
LEITE, Rogério Proença. Contra-usos da cidade:lugares e espaço público na experiência urbana contemporânea. Campinas: Ed. da Unicamp; Aracaju: Ed. da UFS, 2004.
NORA, Pierre (Dir.). Les lieux de mémoire: la République. Paris: Gallimard, 1984. v. 1.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, n. 10, p. 7-28, dez. 1993.
VELHO, Gilberto. Patrimônio, negociação e conflito. Mana, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 237-248, 2006.
Como citar:
TEIXEIRA, Luana. Lugares. In: REZENDE, Maria Beatriz; GRIECO, Bettina; TEIXEIRA, Luciano; THOMPSON, Analucia (Orgs.). Dicionário IPHANde Patrimônio Cultural. 1. ed. Rio de Janeiro, Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc, 2015. (verbete). ISBN 978-85-7334-279-6
Editado por Romullo Baratto.

Lei 13.680/18, de autoria do deputado federal Evair de Melo (PP-ES), desburocratiza a produção e a venda de queijos artesanais e embutidos de origem animal
Um ano depois da sanção da Lei 13.680/18 (Lei das Agroindústrias Artesanais), de autoria do deputado federal Evair de Melo (PP-ES), o Ministério da Agricultura, junto com entidades e especialistas do setor agroindustrial, apresentou a proposta da regulamentação da legislação para a Casa Civil.
O texto apresentado estabelece as definições de alimentos de origem animal produzidos de forma artesanal, as boas práticas agropecuárias na produção e fabricação artesanal, a concessão do Selo Arte, as atribuições do Ministério, dos estados e municípios, entre outras normas. A expectativa é que o decreto seja assinado pela Presidência da República em evento de celebração dos 200 dias do Governo Jair Bolsonaro.
De acordo com o texto enviado pelo Ministério da Agricultura, produtos artesanais de origem animal são aqueles que são elaborados com “matérias-primas de origem animal de produção própria ou de origem determinada, resultantes da adoção de técnicas predominantemente manuais por indivíduo que detenha o domínio integral do processo produtivo”.
O Ministério da Agricultura se responsabilizaria, entre outras atribuições, pela criação e gestão do Cadastro Nacional de Produtos Artesanais, pelo estabelecimento das boas práticas agropecuárias e de fabricação para produtos artesanais, e pelo fomento à educação sanitária e à qualificação técnica em boas práticas agropecuárias e de fabricação.
Os estados, o Distrito Federal e os consórcios de municípios ficariam responsáveis pela concessão do Selo Arte, pela atualização do Cadastro Nacional de Produtos Artesanais, pela fiscalização desses produtos, pelo estabelecimento de leis, normas e regulamentos sanitários e pela fiscalização no comércio varejista e atacadista dos produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma artesanal.
A inspeção e fiscalização sanitárias nas agroindústrias artesanais será feita pelo serviço de inspeção oficial devidamente autorizado pelo Ministério da Agricultura. Caso o produto ou o estabelecimento produtor estejam irregulares, caberá aos estados, ao Distrito Federal e aos consórcios de municípios cancelarem o Selo Arte.
Lei das Agroindústrias Artesanais
Pensando nos produtos da nossa tradição como o socol, as linguiças e os queijos, Evair apresentou o projeto (PL 3859), em 2015, que visa a desburocratização da produção e da venda de queijos artesanais e embutidos de origem animal. O projeto conseguiu as aprovações, por unanimidade nos Plenários da Câmara e do Senado.
No dia 14 de junho de 2018, o texto foi sancionado. Para Evair de Melo, a Lei é uma “alforria” dos produtos artesanais, um “redescobrimento” do país através da gastronomia e uma vitória contra a burocracia. “Vamos redescobrir o Brasil pelos aromas e pelos sabores dos produtos artesanais. Uma revolução, quebramos a espinha da burocracia”, afirmou o parlamentar na ocasião.
O deputado destacou os inúmeros debates realizados junto a diversas entidades protagonistas no assunto. “Tivemos a responsabilidade de cuidar desse tema em todas as instâncias na Câmara, principalmente com relação à saúde e à segurança alimentar, debatendo a proposta junto com o Ministério da Saúde, a Anvisa, CNA, a Contag, o Sistema OCB, Senar o Sebrae e até o Ministério da Indústria e Comércio”.
Repercussão
A chef de cozinha Roberta Sudbrack, que teve diversos produtos artesanais apreendidos pela Vigilância Sanitária no Rock In Rio 2017, disse à imprensa que foi uma “vitória histórica” e que “os benefícios são para um país inteiro que terá a oportunidade de consumir um produto nacional de grande qualidade”.
Em 2018, o Jornal Hoje, da TV Globo, mostrou em reportagem a expectativa dos produtores de queijo da Serra da Canastra, em Minas Gerais, que esperam triplicar a produção a partir da Lei. Em Pernambuco, Vanessa Lins, jornalista do Jornal Folha PE, destacou em sua coluna Bê-a-bá Gourmet: “Vitória do artesanal contra a”burocracia”.
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