11 de novembro de 2013

Ritmo de plantio da soja sinaliza boa janela ao cereal na segunda safra, mas, no momento, clima é o que menos preocupa


Decisão será econômica

Em MT, colhe-se soja plantando simultaneamente a segunda safra

MARIANNA PERES
Da Editoria

Todo ano nesta época, sojicultores mato-grossenses que costumam fazer safrinha com milho estão correndo para finalizar o plantio da oleaginosa e assim assegurar janela ideal à semeadura do cereal até meados de fevereiro, período agronomicamente recomendado. Mesmo acelerando as plantadeiras com a soja e mantendo o perfil de semear boa parte das lavouras com variedades semiprecoces e precoces, neste ano, não há motivação para se pensar no milho como grande alternativa financeira à segunda safra. 

Depois de estrelar os campos como vedete do agronegócio estadual, a decisão em se plantar ou não o milho safrinha, em Mato Grosso, está mais do que nunca na mão do produtor e essa disposição está calcada na questão econômica e não alicerçada somente em parâmetros e critérios técnicos. Os baixos preços à saca atual e a falta de mercado rentável em 2014 tornaram o cereal, até este momento, inviável para quem pensar nele como um agregador de renda à safra 2013/14. 

Para se ter uma ideia, a saca fechou outubro cotada na média estadual a R$ 10,43/sc, bem semelhante à média de setembro de R$ 10,47/sc. Como a safra 2013 foi altamente tecnificada, o custo de produção subiu na mesma proporção e o valor atual não cobre o investimento de cerca de R$ 12 a R$ 16 para se produzir uma saca, cifra que varia conforme a região de plantio e os insumos utilizados. Como aponta o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ao considerar as médias mensais de preços de janeiro a outubro – sendo outubro o de menor cotação – a saca obteve R$ 13,02. 

Como explica o analista Ângelo Ozelame, do Imea, o tamanho da segunda safra com milho e seu volume, pelo menos até o momento, não têm influência alguma com andamento da safra de soja e não há temores junto ao clima. “O grande fator limitador da semeadura ou não do milho segunda safra deve ser mais econômico do que técnico”, garante. 

Ele lembra que ano passado o milho foi semeado bem tardiamente e mesmo assim os produtores tiveram uma boa produção. O Estado colheu um recorde de mais de 22 milhões de toneladas. “Lá atrás, o produtor decidiu-se for apostar no milho e investiu em tecnologia, mesmo tendo contra si o fator clima”. Neste ano a estratégia deve se basear no seguinte raciocínio: “quanto o produtor está disposto a ariscar para semear o milho?”. 

CENÁRIO - A falta de perspectivas de retorno financeiro com o milho segunda safra deve interferir novamente no desenho da segunda safra estadual, como acredita o Imea. No ano passado, as boas oportunidades do mercado já movimentavam os futuros do milho muito antes do seu plantio. A cinco meses da semeadura, toneladas estavam vendidas antecipadamente e isso impactou na safrinha com algodão, algo que não deve ocorrer em 2014. Como explica Ozelame, na safra 2012/13, o mercado aquecido para o milho e a soja mudou o perfil da cotonicultura estadual. “A área destinada à safrinha, em Mato Grosso, levou ao maior plantio do algodão na segunda safra (70%) e 30% na primeira safra. Para este novo ciclo, os levantamentos da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), indicam 50% e 50%, respectivamente”. 

A SOJA – Em Mato Grosso a precocidade do plantio da soja objetiva aproveitar a mesma área cultivada anteriormente com a cultura que é o carro-chefe do agronegócio estadual e, assim, obter duas rendas em um mesmo ciclo. A partir da colheita da oleaginosa, em meados de janeiro, tem início o plantio do milho. O milho precisa aproveitar ao máximo a temporada das chuvas para se desenvolver, por isso, sua janela de cultivo que vai até meados de fevereiro, em Mato Grosso. 

O andamento da semeadura da soja serve de termômetro para se estimar o tamanho da safra de milho, que até há dois anos costumava cobrir 30% da sojicultura, percentual que foi ampliado nas últimas duas safras. 

Como observa Ozelame, se o ritmo do plantio da soja fosse decisivo para a safrinha de milho, o plantio estaria assegurado, porque até o final de outubro mais de 5 milhões de hectares estavam cultivados com soja, superfície suficiente para abrigar o cereal que deve ocupar em 2014 3,35 milhões de hectares, redução anual de 9,33%. Como lembra, no ano passado, a semeadura durou 11 semanas. Nesta safra ela está mais adiantada, porém isso não quer dizer que acabe antes como adverte. Mas, até o momento, o fator clima não seria o limitador da área plantada com cereal. 

CAMINHADAS NA NATUREZA NO FERIADÃO - NO ESTADO DO PARANA






6ª CBAPL - CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS



Você poderá participar dos debates que antecedem a 6ª CBAPL através da Rede Social dos APLs, um verdadeiro ponto de encontro sobre os assuntos da conferência. 

Caso você ainda não seja membro da Rede Social dos APLs um e-mail informando seu cadastro será enviado,  a partir de sua inscrição


Todas as informações sobre o evento estão no portal do Observatório Brasileiro de APLs, saiba como foram as conferências anteriores, veja no mapa o local do evento, conheça detalhes da programação e muito mais.



CONTATOS - Iedo Brito da Silva

Comissão Organizadora – 6ª CBAPL

9 de novembro de 2013

Comunidade Quilombola de Mata Cavalo


Mata Cavalo
 
Projeto Territorialidade e Temporalidade da Comunidade Quilombola de Mata Cavalo

Inscrito no Grupo Pesquisador em Educação Ambiental (GPEA)[1] o projeto Territorialidade e Temporalidade da Comunidade Quilombola de Mata Cavalo deseja conhecer o território de Mata Cavalo, nos seus aspectos biológicos, ambientais, culturais, históricos, sociais e políticos. Para essa compreensão, nos propomos a registrar a história local; discutir a identidade e sua interface com a Educação Ambiental. Acreditamos que é muito importante o registro e a valorização destes grupos sociais portadores de saberes e práticas ambientais relevantes para os projetos de construção de sociedades sustentáveis. A vida cotidiana, com todo o saber nela contido e que a movimenta por entre as belezas e percalços das entrelinhas e reinvenção do cotidiano.

 Mais informações do GPEA pelo site: www.ufmt.br/gpea
 

Seja bem-vind@!!! Neste blog iremos divulgar, discutir e apresentar informações sobre a Comunidade Quilombola de Mata Cavalo.

O Grupo Pesquisador de Educação Ambiental (UFMT). está desenvolvendo um projeto chamado: Territórios e temporalidades da Comunidade Quilombola de Mata Cavalo. Confira!!!

O complexo de Mata Cavalo,localizado no município pantaneiro de Nossa Senhora do Livramento a 65 km da capital do Estado de Mato Grosso, é constituído de sete áreas de diferentes fazendas: Ourinhos, Estiva, Aguaçu, Mata Cavalo de Baixo, Mata Cavalo de Cima, Mutuca e Capim Verde, somando aproximadamente 420 famílias.

O Quilombo de Mata Cavalo é uma porção de terra que para além de territórios geográficos, inscreve-se em identidades, construídas nas vivências históricas que demarcam sua temporalidade. Esta história é marcada fortemente por embates, que pode ser narrada como uma arena de luta, pela acirrada disputa pela definitiva posse da terra, local de idas e vindas de despejos e ameaças feitas pelos fazendeiros. Entretanto, a (re) existência e a insistência dessa comunidade em permanecer em seu território fortalecem sua identidade, em prol de uma luta coletiva que só se torna possível pela vivência dessas pessoas com seu entorno, seu ambiente e sua convivência comum.

Mata Cavalo é um espaço compartilhado de saberes. Assim, um olhar meramente ecológico jamais responderia aos seus desafios, assim como a compreensão antropológica seria igualmente limitada. Águas, terras, animais, lutas, matas, danças, abrigo ou desabrigo, aconchego e proteção são palavras que compõem o mosaico da territorialidade de Mata Cavalo. O território carrega em si a identidade, o pertencimento e a forma de ser e estar no mundo dessa gente, sobretudo, para esses grupos perder seu território pode significar muitas vezes desaparecer-se.


Blog de Eduardo Barroso: Economia Criativa, Turismo Eco Cultural e Design territorial

VEJAM NO LNK ABAIXO
Blog de Eduardo Barroso: Economia Criativa, Turismo Eco Cultural e Design territorial


Economia Criativa e turismo rural

Paula Brito - Especial para o G1-PB

Resumo da palestra apresentada no 20º Agrinordeste

Para entender melhor o conceito de Economia Criativa é mais fácil fazê-lo em oposição com a Economia Tradicional.

Na economia tradicional a valor das coisas é tangível, é visível, existe no mundo físico e sua exploração é que gera a riqueza. A terra e os mares com seus insumos naturais tais como a fauna, a flora, os minerais, o gás, o carvão e o petróleo permitem através de seu processamento ou exploração obter alimentos, energia e produtos.

Na economia tradicional os recursos são finitos e se não forem renovados se esgotam com o tempo. Os produtos e processos da economia tradicional causam impacto ao meio ambiente, poluem a terra, o ar e os oceanos. 

Nos últimos 20 anos foram incorporados ao mercado global mais de 1 bilhão de novos consumidores. Se todos aspirarem o mesmo padrão e qualidade de vida dos norte-americanos seriam necessários recursos equivalentes a sete vezes os disponíveis na Terra.

A sustentabilidade da vida no planeta requer mudanças no padrão de produção e consumo para bens e serviços cada vez mais intensivos em conhecimento e menos absorvedores de recursos naturais. 
O desafio que se coloca hoje é produzir com mais inteligência e menos matéria. 

A economia criativa foi a expressão cunhada para designar as atividades geradoras de riqueza que utilizam como insumo fundamental a inteligência, a criatividade, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável, e inclusivo, de uma determinada região.

Na economia criativa o valor das coisas é invisível, somente sendo reconhecido quando se revelam os frutos da inventividade humana, gerando riqueza através de produtos e serviços que levam em consideração a valorização da cultura, o respeito ao meio ambiente e atenção às necessidades da sociedade.

Os segmentos contemplados pela Economia criativa são todos aqueles que dependem do conhecimento, da inteligência e da experiência, tais como: a música, a literatura, o teatro, o cinema, a televisão, o circo, a gastronomia, a arte e o artesanato, a moda, os softwares, a propaganda, a arquitetura e o turismo.

Os dados sobre a participação destes segmentos na formação do PIB são ainda imprecisos. Estima-se que respondam por mais de quatro milhões de empregos no Brasil, gerando uma receita de cerca de 170 bilhões de dólares por anos ou aproximadamente 7% do PIB Brasileiro. 

O comércio mundial de bens criativos aumentou de 205 bilhões de dólares para US$ 407 bilhões em 2008, com um crescimento médio de 11.5% no período 2002 a 2008. O maior segmento exportador dos Estados Unidos é a indústria cinematográfica. 85% dos filmes exibidos em todo o planeta são de Hollywood gerando uma receita de 60 bilhões de dólares por ano. .

Contudo isso são apenas projeções, pois a imprecisão das informações sobre a Economia Criativa é um reflexo da novidade dessa abordagem, sendo necessário agora sair do geral para o particular, abrindo os dados setoriais disponíveis e deles separar as informações úteis, atuais e confiáveis transformando-as em insumos estratégicos para o planejamento setorial.

De acordo com a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) “As indústrias criativas compreendem os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam a criatividade e o capital intelectual como principais insumos. Incorporam um conjunto de atividades baseadas no conhecimento, que produzem bens tangíveis e intangíveis, intelectuais ou artísticos, com conteúdo criativo e valor econômico” 

A Economia Criativa é a “bola da vez” pois descobre-se a importância de seu potencial para: favorecer o empreendedorismo; gerar emprego e renda mantendo e fixando o homem no campo; gerando tributos e impostos; atraindo indústrias e trabalhadores qualificados; alimentando a economia do turismo; realçando as tradições e história locais; promovendo a inclusão social e o reforço da cidadania e promovendo a diversidade e a tolerância.

Os segmentos que compõe a Economia Criativa eram vistos pelo Estado Brasileiro através de diversas óticas, relacionadas às distintas instancias de poder e de importância.

As formas mais comuns de expressão artística eram da esfera do Ministério da Cultura; Arquitetura do IPHEA; o artesanato, o design e moda pelo Ministério da Indústria e Comércio; Os softwares e games pelo Ministério da Ciência e Tecnologia a o Turismo como um Ministério próprio. 

O conceito de Economia da Cultura ao agregar esses setores que vivem da habilidade e do talento individual descobre uma sinergia entre eles capaz de criar um novo ciclo virtuoso de desenvolvimento com inclusão e responsabilidade para com a geração atual como para as futuras. 

A dinâmica própria desses setores faz com que alguns sejam mais percebidos e valorizados mais que outros. Um deles é o turismo. Que contudo necessita de infraestrutura adequada (transporte e saneamento); produtos e serviços de qualidade; mais profissionalismo e especialidades e de definir melhor o público-alvo.

Durante muitos anos o Governo Brasileiro apoiou e priorizou, direta ou indiretamente, o turismo de massa e os destinos mais conhecidos. A riqueza de nossa diversidade natural e cultural somente há poucos anos comoçou a ser explorada.
A criação dos roteiros culturais é uma das alternativas que precisam ser mais bem trabalhadas para atrair um turismo mais qualificado, mais vivencial, menos impactante.

O turismo vivencial que engloba os segmentos do turismo cultural, ecoturismo, turismo rural é turismo de aventura é o dos novos empreendedores com visão de futuro e dos gestores públicos a partir da percepção que esse é o turista que viaja para aprender, e não para comparar, que respeita e valoriza a cultura alheia. Viaja para viver uma experiência e não para cumprir uma obrigação ou apenas consumir.

O turismo rural é uma nova janela de oportunidades que deve ser trabalhada simultaneamente pelo poder público e pela iniciativa privada. 

É preciso oferecer capacitação em todos os níveis para as profissões e atividades específicas requeridas em cada destino turístico.

As principais características do turismo rural são:
  • Contato com a natureza e com as práticas e tradições rurais e locais;
  • Estabelecimentos que refletem a forma de ser e de viver no campo;
  • Serviços oferecidos aos visitantes pelos próprios agricultores (passeios, visitas guiadas, atividades culturais); 
  • Meios de hospedagem com conforto, higiene e segurança e tranquilidade;
  • Predominância de pequenos empreendimentos e adaptações de antigas propriedades rurais;
  • Sazonalidade e baixas taxas de ocupação;
  • Preços acessíveis, geralmente abaixo da rede hoteleira urbana;
  • A recepção e o convívio visam intercâmbio de experiências e respeito mútuo.
  • Do mesmo modo é preciso cuidar (melhorar e divulgar) os produtos associados ao turismo
  • A arte popular, o artesanato e os produtos agropecuários típicos da região através de uma oferta diferenciada e relacionada com a experiência vivida, contribuindo para a geração local de trabalho e renda;
  • A produção diferenciada (viticultura, artefatos de montaria, cerâmica, etc) motivadora de fluxo turístico e vinculado à identidade local;
  • As manifestações culturais típicas do destino (Festa do Município; Festa da Padroeira; Festivais folclóricos e culturais; Rodeios, etc);
  • Os meios de hospedagem referenciados por sua qualidade e vínculos culturais com recursos humanos locais qualificados, valorizando os artistas da região e adaptando-se a agenda cultural local 
  • Os bares e restaurantes que utilizam ingredientes tipicamente locais e apresentam pratos de consumo tradicionais da região, valorizando os produtos da agricultura familiar e orgânica, promovendo a releitura da gastronomia tradicional estimulando a diversidade e realizando eventos gastronômicos.
  • O Design Territorial é um modo novo de abordagem sistêmica dos problemas de uma determinada microrregião, capaz de projetar o futuro desejado por seus habitantes.
As principais ações e projetos desse esforço resultam na realização de:
  • Um planejamento estratégico participativo e multidisciplinar, estabelecendo um plano de metas (saneamento, acesso, capacitação); um pacto de cooperação entre os distintos “atores” desse processo; o compromisso público (política de incentivos) e uma política de governabilidade (calendário longo prazo).
  • Uma cartografia ilustrada indicando os pontos de interesse;
  • O desenvolvimento de produtos artesanais de suporte a gastronomia regional, assim como de coleções temáticas vinculadas aos eventos mais expressivos da região.
  • A divulgação eletrônica das rotas e atrativos;
  • Um Guia dos empreendimentos turísticos de referencia cultural;
  • A Identidade da rota, do destino e dos produtos, incluindo um programa de identidade (marca, slogan, aplicações), a seleção dos pontos de interesse e o licenciamento de uso da marca.
  • Uma pesquisa que documente e explore os elementos mais expressivos da cultura material e iconográfica da região, servindo de inspiração para os artistas e empreendedores locais desenvolverem produtos e serviços identificados com sua origem;
  • A padronização e personalização do mobiliário urbano e viário;
  • Uma sinalização urbana e viária identificando os acessos aos pontos de interesse;
  • O desenvolvimento e instalação de equipamentos e serviços relacionados ao turismo rural para a prática do hipismo, arvorismo, canoísmo e outros esportes de aventura. 
  • Os elementos acima descritos são indispensáveis para qualificar um território criativo, como sendo aquele capaz de promover o melhor uso de seus recursos naturais, culturais e humanos, impulsionando um desenvolvimento mais justo e equitativo com melhor distribuição das oportunidades de trabalho e de renda para a população local. 
  • “Paisagem cultural” e “Cidades Criativas” são certificações concedidas pela UNESCO, baseada em critérios norteados pela qualidade dos vínculos existentes entre os distintos “atores” do processo de desenvolvimento local.
Espaços com estas características atraem visitantes que identificados com a qualidade de vida, com as oportunidades e condições de trabalho criativo, optam por fixarem-se no local, ampliando ainda mais a oferta especializada. 

Este espaço necessário para que a criatividade floresça, requer:
  • Recursos materiais, instrumentais e humanos qualificados;
  • Oportunidade de requalificação e aperfeiçoamento;
  • Oportunidades e liberdade de trabalho;
  • Conectividade colaborativa;
  • Apoio e estímulo à inovação.
  • Pesquisa realizada em 2011 junto as principais pousadas do litoral sul de Pernambuco apontaram os elementos mais valorizados pelos turistas que viajem com o foco na cultura local.
  • Localização do empreendimento (facilidade de acesso, interesse cultural e ambiental);
  • Arquitetura integrada à paisagem, personalizada, utilizando os recursos naturais da região;
  • Decoração baseada nos elementos da cultura local, da arte popular e do artesanato;
  • Gastronomia regional, com intervenções autorais valorizando os produtos da pesca artesanal, da agricultura familiar e do terroir.;
  • Respeito ao meio ambiente e adoção de práticas ecológicas;
  • Conforto e qualidade das instalações;
  • Hospitalidade do atendimento com pessoal qualificado do local; 
  • Imagem do empreendimento planejada e baseada em elementos do repertório cultural local;
  • Comprometimento com a produção e agenda cultura regional, valorizando os artistas locais;
  • Conectividade e abertura para receber públicos multiculturais;
  • Avaliações positivas recebidas dos hospedes (booking).
  • Uma das conclusões é que na nova economia o importante e estratégico não é fazer mais barato, cada vez mais difícil em um mundo globalizado, mas fazer diferente.
Sugestões de projetos integrados:

  • Desenvolver novas coleções de produtos com a identidade do lugar.
  • Implantar um programa de capacitação e de relacionamento com outros polos turísticos. 
  • Lançar uma campanha promocional dos empreendimentos (selecionados) com foco no turismo qualificado e na gastronomia com denominação de origem.
  • Estabelecer uma agenda cultural comum entre os diversos integrantes do polo turístico.
  • Avançar na construção de planos estratégicos e de projetos de design territorial.
  • Tudo isso representa um grande desafio que necessitará da total convergência de interesses e da sinergia entre poder público e iniciativa privada.


Encontro Nacional Caminhadas na Natureza


Economia criativa, o que é?


A economia criativa é um dos assuntos do momento. A definição exata do termo (se é que existe uma) é nebulosa. Porém, os debates, em várias esferas de estudos, sobre os diversos contextos culturais, econômicos e sociais ajudam a entender um pouco mais sobre ela e sua importância na globalização e nesta era da informação e do saber.

Origem do termo

Como quase tudo na humanidade, não há consenso exato do que é e de onde surgiu a economia criativa. Atribui-se sua origem a outra terminologia, indústrias criativas, que foi inspirada no projeto Creative Nation, surgido na Austrália, em 1994.

A essência do projeto era demonstrar a importância da criatividade para a economia e o desenvolvimento de um país. Observando esse acontecimento em 1997, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair convocou diversos representantes do governo e criou uma área multissetorial para analisar tendências de mercado e vantagens competitivas e descobrir quais seriam os setores mais promissores para o século XXI.

Os 13 setores de maior potencial identificados foram chamados de indústrias criativas, sob o slogan “Creative Britain”, com a seguinte definição: “Indústrias criativas são, portanto, indústrias que têm sua origem na criatividade, habilidade e talento individuais e apresentam um potencial para a criação de riqueza e empregos por meio da geração e exploração de propriedade intelectual”.

Apesar da não homogeneidade de opiniões quanto aos setores que integram a economia criativa, o convencionado são as áreas que o Reino Unido mapeou na pesquisa iniciada em 1997: propaganda, arquitetura, mercados de arte e antiguidades, artesanato, design, moda, filme e vídeo, software de lazer, música, artes do espetáculo, edição, serviços de computação e software, rádio e TV.

O movimento da economia criativa interessa por dois motivos principais: em primeiro lugar, pelo impacto dos bens e serviços produzidos pelas áreas que ela abrange, sendo importante não apenas pela riqueza que gera diretamente, mas principalmente pelos processos de pesquisa e produção que são incorporados por quase todos os setores econômicos; em segundo lugar, por estabelecer a criatividade como maior capital humano, principal combustível para a produção comercial e artística.

Conceito e perspectiva

Mas, afinal, o que é considerado economia criativa?

Uma das definições mais interessantes foi dada pela estudiosa brasileira Edna dos Santos-Duisenberg, chefe do programa de Economia e Indústrias Criativas da UNCTAD, a Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento. Segundo ela, a economia criativa seria uma abordagem holística e multidisciplinar, lidando com a interface entre economia, cultura e tecnologia, centrada na predominância de produtos e serviços com conteúdo criativo, valor cultural e objetivos de mercado, resultante de uma mudança gradual de paradigma.

De forma resumida, economia criativa é toda produção cultural e intelectual, calcada na criatividade, com valores simbólicos e econômicos/comerciais, que possam dialogar em escala global e representar localmente uma sociedade.

Após a pesquisa realizada pelo Reino Unido, nações com as mais díspares culturas adotaram, em seus planos de governo, a economia criativa, que é tida hoje como tema-chave para o planejamento do desenvolvimento, principalmente para nações como o Brasil.

As áreas que compõem a economia criativa são muito diferentes umas das outras, assemelhando-se pela necessidade do uso da criatividade – algo subjetivo, pois a criatividade deve constar de qualquer trabalho, até dos mais braçais – e pelo uso da tecnologia.

Valor simbólico

O que difere os produtos e serviços advindos da economia criativa dos demais é justamente o valor simbólico que carregam. Um filme pode ser visto em uma televisão, em um notebook ou em um iPod. Porém, neste último, são facilmente identificáveis atributos da economia criativa, como design e software de lazer, o que torna a experiência de ver um filme muito diferente, pois os valores emocionais e simbólicos existentes em um iPod o diferenciam de outros aparelhos. Há consumidores para TVs e notebooks; para os iPods, há fãs.

Mais do que produtos e serviços, a economia criativa se preocupa com a experiência, tanto para quem produz quanto para quem consome. É uma leitura dos novos tempos: a necessidade de produzir comercialmente, criando experiências criativas e atrativas, com valores singulares para uma sociedade, mas que sejam traduzidos universalmente, utilizando a tecnologia como base para a efetivação dos projetos.

Havendo consenso ou não sobre as áreas de abrangência da economia criativa, é fato notório que a atitude de Tony Blair abriu uma nova perspectiva comercial em escala global, em que a cultura, a tecnologia e a criatividade têm lugares de destaque.

Sendo assim, por aqui, o que se espera é que o governo brasileiro, que hoje se destaca no cenário internacional, adote medidas de estímulo a essas áreas estratégicas, pois o restante, criatividade e vontade de trabalhar, o país já tem de sobra.

*Leonardo Cássio é sócio-diretor da Cultura, empresa de marketing cultural.

Transporte de vagões durou 45 dias

Para trazer a primeira composição do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da Espanha até Cuiabá, foi necessária uma grande operação de logística 

Edson Rodrigues/Secopa
Os primeiros vagões do Veículo Leve sobre Trilhos desfilaram ontem de manhã pelas ruas da Grande Cuiabá

JOANICE DE DEUS
Da Reportagem Diário de Cuiaba

Formada por três vagões com sete carros, a primeira composição do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) já está no Centro de Manutenção do modal, em Várzea Grande. Para isso, foram necessários seis meses de elaboração de toda a operação e 45 dias para o transporte dos trens. 


De acordo com o CEO da Mac Logística, Everaldo Barros, o tempo de transporte desta composição foi mais demorado porque se trata de um teste para toda a cadeia logística, que englobará os 120 vagões e 40 módulos que compõem o metrô de superfície. Cada composição tem capacidade para transportar até 400 passageiros. 

"Trata-se de uma logística bastante inovadora e que consumiu um tempo importante de toda a equipe de engenharia, de toda equipe de projetos para desenvolver uma logística, principalmente, segura", disse. A Mac Logística foi contratada para transportar os carros da fábrica da CAF, na Espanha, até a capital. 

Em cima de três carretas, a composição deixou o Porto Seco de Cuiabá, no Distrito Industrial, ontem pela manhã, e, antes de ser levada para o Centro de Manutenção, percorreu avenidas de Cuiabá e ficou estacionada em frente à Praça das Bandeiras, na avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA), para apresentação à imprensa. 

Conforme Barros, o manuseio é bastante delicado porque não pode haver içamento dos carros. "Toda essa operação decorreu de uma logística que permitisse toda a execução do trabalho sem içamento. Desde a Espanha, equipamos os caminhões que retiram (os vagões) da fábrica e os contêineres com trilhos, assim como as carretas aqui no Brasil", disse. "O maior percalço era certificar a garantia da integridade do VLT. Esse foi o nosso maior desafio e isso nós conseguimos”, acrescentou. 

Para as próximas operações, Barros espera que o tempo de transporte das demais composições seja de 40 dias. "O mais longo é o transporte oceânico, em torno de 30 dias de viagem. Já o transporte rodoviário leva em média cinco dias do Porto de Santos (SP) até Cuiabá”, disse. 

A entrega de todos os lotes, segundo Barros, irá seguir cronograma da Secretaria Extraordinária para a Copa do Mundo (Secopa). Até dezembro, mais quatro carros do VLT deverão desembarcar no Brasil. A previsão é que até abril de 2014 todas as composições estejam em Cuiabá. 

Segundo Barros, os trechos a serem percorridos no transporte dos próximos carros já estão definidos e os vagões não mais deverão passar por dentro da cidade. Portanto, sairão do Porto Seco de Cuiabá diretamente para o Centro de Manutenção, onde o modal será descarregado sobre os 50 metros de trilhos já assentados no local e passará por testes de comunicação, passagem de energia, iluminação, ar condicionado, frenagem e aceleração. 

O transporte da primeira composição do VLT durou praticamente toda a manhã, uma vez que as três carretas andam pela cidade em velocidade média de 30 km/h. À medida em que os vagões passavam, o trânsito era bloqueado por agentes de trânsito ou guardas municipais e, inevitavelmente, formavam filas de veículos. Em seguida, o trânsito era imediatamente liberado. 

Ao menos na avenida Vereador Jorge Witizack, no Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, foi necessário que equipes da Cemat, que acompanhavam o comboio, erguessem os fios de energia elétrica para que as carretas com os vagões pudessem passar. 

A obra do VLT está orçada em R$ 1,4 bilhão. O novo modal será implantado nas principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande, totalizando 22 quilômetros de extensão. Estão previstas 33 estações de embarque e desembarque e três terminais de integração. 

Vagões do VLT chegam a Cuiabá


ASSESSORIA
Secopa/MT

O sonho da população cuiabana está mais próximo. Chegou na manhã desta quarta-feira (06.11) o primeiro vagão do Veiculo Leve sobre Trilhos de Cuiabá. O primeiro VLT movido a energia elétrica da América latina, irá beneficiar mais de 1 milhão de habitantes proporcionando maior fluidez ao trânsito da Capital pantaneira que será sede da Copa do Mundo da Fifa de 2014.

A composição, contendo sete módulos, desembarcou no porto de Santos no final da última semana e percorreu mais de 1600 km até chegar ao Porto Seco (Distrito Industrial), local onde acontece o desembaraço fiscal dos produtos importados de fora do país.

Após a liberação aduaneira os vagões irão para o Centro de Manutenção (CM), em Várzea Grande, onde serão submetidos aos primeiros testes locais. No local o VLT passará por testes de comunicação, iluminação, passagem de energia, ar-condicionado, aceleração e frenagem.

Para o secretário da Secopa, Mauricio Guimarães, a primeira composição do VLT Cuiabá – Várzea Grande desembarcado na Capital é uma grande conquista para a toda a população mato-grossense, que necessita de um transporte de qualidade e eficiência. “A composição que desembarcou em Cuiabá é fruto de um trabalho árduo e desenvolvido com muita autoridade pelo governador Silva Barbosa. Estamos construindo e implantando o que há de mais moderno em transporte público no mundo”, comentou o gestor da Secopa no Estado.

Ao todo, 25 composições das 40 adquiridas estão prontas para transporte na região do porto de Bilbao, na Espanha. Os próximos vagões do VLT deverão desembarcar no Brasil na primeira quinzena de dezembro.

VLT

O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) será implantado nas principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande (Fernando Corrêa da Costa, Coronel Escolástico, Historiador Rubens de Mendonça, Tenente Coronel Duarte - Prainha - e XV de Novembro na Capital e FEB, João Ponce de Arruda, na cidade vizinha), totalizando 22 km de extensão.

No trajeto estão previstas obras de artes especiais (trincheiras, viadutos e pontes), além da reestruturação da cobertura do córrego da Prainha. Serão 33 estações de embarque e desembarque e três terminais de integração, localizados nas extremidades do trecho, além de uma estação diferenciada no Porto, onde também poderá ser feita a integração com o transporte coletivo (ônibus).

Cada composição tem capacidade para transportar até 400 passageiros (por veículo), sendo 72 sentados. Entre os benefícios do novo modal está a oferta de um serviço de transporte público regular e de qualidade, confiável, confortável e seguro; redução da emissão de gases poluentes (pois é elétrico, com subestações próprias) e de ruídos; além de integrar o aeroporto à rede hoteleira e ao centro histórico de Cuiabá.