5 de abril de 2011

FORMULÁRIO PARA INVENTÁRIO E ESTUDO DE VIABILIDADE DE TURISMO RURAL

1. IDENTIFICAÇÃO

PROPRIEDADE:  
ÁREA:

PROPRIETÁRIO:

- NATURALIDADE:

- RG:  
CPF:
- LOCALIZAÇÃO:


- MUNICÍPIO:
UF:

- ENDEREÇO  

- MUNICÍPIO:
CEP:

- FONE:
Email :
- ESTADO CIVIL: 
- NOME DO CONJUGÊ:
- NATURALIDADE:

- RG:
CPF:  
- FONE:
Email :


2. LOCALIZAÇÃO / ACESSO

DISTÂNCIA DO MUNICÍPIO: 
RODOVIA:

- RODOVIA TIPO:
CONDIÇÕES DO TRÁFEGO:
- OBSTÁCULOS:

ROTEIRO DE ACESSO: 
- OBS:




3. INFRA-ESTRUTURA  - I

ENERGIA  ELÉTRICA:
TIPO:

ÁGUA:


- ORIGEM:
ARMAZENAGEM:
SANEAMENTO:

- ÁGUAS PLUVIAIS:
ÁGUAS SERVIDAS:
- ESGOTAMENTO SANITÁRIO:

- DESTINO DO LIXO:

COMUNICAÇÃO:


- RÁDIO:
- TV:
-COMPUTADOR:   


4. INFRA-ESTRUTURA  - II

MORADIA:               QUANTAS PEÇAS:
- ARQUITETURA:

-RESTAURANTE RURAL: 
-HOTEL/POUSADA: 
- GALPÕES:  

- VEÍCULOS:
-MÁQUINAS:
-EQUIPAMENTOS: 



4. ESTRUTURA  PRODUTIVA

ATIVIDADE PRODUTIVA BÁSICA:
TIPO:

ATIVIDADE PRODUTIVA COMPLEMENTAR:

PAISAGEM: 
RELEVO:
RECURSOS NATURAIS:
- FAUNA:
- FLORA:
PRODUÇÃO DE HORTIFRUTIGRANJEIROS
- POMAR:

- HORTAS:

QUANTAS CRIAÇÕES      CAVALOS:       VACAS:      AVES:         PEIXES:

GASTRONOMIA/TIPO: 

- VARIEDADES:

COMERCIALIZA PRODUTOS NA PROPREDADE

- FRUTAS:

- VERDURAS:

- DERIVADOS:

- EMBUTIDOS:

ARTESANATO:

- MATÉRIA PRIMA:

- PRODUTOS:

- QUALIDADE:

DESCREVA AQUI  O POTENCIAL E O QUE VOCÊ PRETENDE FAZER EM SUA PROPRIEDADE NUM PROJETO DE TURISMO RURAL








Assinatura do Produtor

 Assinatura do Técnico

LOCAL                                                                    DATA


Elaboração: Geraldo Lúcio

4 de abril de 2011

Comentários do Osmário Daltro Sobre o Livro de Turismo no Meio Rural de Mato Grosso

* Osmário Forte Daltro

Em tempos de globalização, de mudanças de valores, de assimilação de novas culturas, surge no contexto sócio-econômico-social, uma nova tendência. Em razão do seu caráter dinâmico, somado à necessidade de promoção do desenvolvimento, aparecem novos segmentos turísticos, dentre os quais vem despontando, de forma promissora e com incontestável potencial em nosso país, o Turismo Rural.

Este livro, resultado de vários anos de pesquisa, remete o leitor ao potencial do estado de Mato Grosso ao turismo rural, apresenta seu cenário ambiental fantástico de três ecossistemas, três bacias hidrográficas e vastas áreas naturais preservadas. Informa dados sobre a colonização do estado, o processo de implantação da agropecuária e da industrialização. Nesse contexto histórico –geográfico, o autor aponta a capacidade de Mato Grosso em oferecer, ao país e ao mundo, um cenário perfeito para ser inserido na rota do turismo rural e ecológico.


Osmário Forte DaltroProfessor Especialista em Estratégias Políticas e História

COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS E O TURISMO RURAL





Antonio Eustáquio de Moura
Professor da Unemat - MT
Estudioso de Quilombolas
Dr. Em Sociologia Rural
1 - QUILOMBO NO BRASIL
Quando se fala em quilombo (também denominado de mocambo) no Brasil, a primeira imagem é de um agrupamento de escravos negros, fugidos, que se refugia em locais ermos no interior das matas e de difícil acesso, para escapar da escravidão, vivendo isolado da sociedade, o exemplo mais citado é o Quilombo de Palmares, no caso de Mato Grosso os exemplos os quilombos do Piolho (Quaritere), Sepotuba e do Manso.

Os agrupamentos de escravos negros fugitivos existiam em quase todas as províncias brasileiras, de forma que ainda hoje é freqüente encontrar lugares com a denominação de quilombos ou mocambos, mesmo aqueles que não tenham sinais aparentes destes grupamentos de escravos.

Existe uma vasta relação de quilombos destruídos no Brasil, no caso de Mato Grosso dos antigos quilombos que existiam no passado (vide listagem elaborada por VOLPATO, 2000, p. 213-239) todos foram destruídos.

A fuga e a formação de agrupamento de escravos fugitivos não eram a única forma coletiva dos escravos negros lutarem contra a escravidão. Havia também a possibilidade de negociações e acordos com o senhor, de forma que atualmente o conceito de quilombo foi ampliado e ressaltando de forma que se considera como quilombo todas as formas como os escravos negros, no período escravista, conseguiram manter uma certa autonomia em relação ao senhorio.

Baseando-se nestas ponderações, passam a serem definidos como quilombos as outras formas como os escravos negros e ex-escravos libertos mantiveram autonomia em relação aos proprietários de escravos e grandes proprietários rurais, em terras obtidas através de doação de senhor de escravos, em terras compradas e, em terras ocupadas por não estarem sendo utilizadas por serem terras de santos ou abandonadas pelos grandes proprietários rurais devido a queda de preços de produtos da plantação. Estas novas formas de caracterizar os quilombos possibilitaram verificar a existência de quilombos dentro ou próximos das plantations, eliminando a idéia de que os mesmos eram situados sempre em locais isolados (ALMEIDA, 1999: 14 - 16).

O que findou com o fim da escravidão negra foi a repressão oficial que havia sobre os agrupamentos de escravos fugidos. Os quilombos - englobando tanto os agrupamentos de escravos fugidos como os de ex-escravos ou negros livres que formados das diversas formas como descrevemos anteriormente – continuaram a existir tendo diferentes denominações desde nomes locais até algumas nomeações de bairros rurais, localidades ou comunidades negras que ressaltaram a origem étnica de seus moradores e as vezes o passado quilombola.

Entretanto estes agrupamentos negros rurais deixaram de serem objeto de ações do Governo – repressivas ou não – ficando entregues “à própria sorte”. Segundo Linhares, após a abolição da escravatura, os negros foram deixados à margem dos serviços sociais de atribuição do Estado, para o referido autor “As chamadas comunidades negras rurais, em particular, após a Abolição, ficaram praticamente sem qualquer assistência da parte dos órgãos oficiais, ficando, por falta de serviços sociais básicos imprescindíveis ao exercício da cidadania, socialmente, muito distantes de outros grupos sociais que habitam o meio rural” · . Também não eram alvo de estudos e pesquisas, sendo que apenas a partir do final dos anos 1970s e inicio da década de 1980, passaram a ser objeto de estudo de algumas universidades brasileiras.
[2]

Nos anos 1980s, em conseqüência do Artigo 68 do ADCT- Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Brasileira, surgiu e tomou força a denominação “remanescentes de comunidade de quilombo”, pois além de ser um nome que valorizava a cultura afro - brasileira e a resistência dos negros contra a escravidão reafirmava o direito deste agrupamento as terras que ocupava.

O agrupamento de negros rurais atualmente existentes surgidos antes ou após a abolição da escravatura são denominados de diferentes formas: remanescentes de quilombos; quilombos contemporâneos ou modernos, comunidade negra rural, terra de preto, ou agrupamento negros rurais. Essas comunidades normalmente são conhecidas pelas populações da sociedade envolvente como localidade de negros e seus moradores se reconhecem como descendentes de negros (escravos, libertos, ex-escravos, ou livres).

Existe a tendência de considerar todos os agrupamentos negros rurais como comunidade remanescente de quilombos, porém isto não é consensual, havendo alguns especialistas, principalmente juristas que para considerarem uma comunidade como remanescente de quilombo acham necessário que haja um laudo técnico comprovando o vínculo social e histórico entre a comunidade em questão com grupos de escravos fugidos. Para as pessoas que têm esta opinião no plano jurídico os remanescentes de comunidades de quilombos são “... aquela população, que mantém vínculos históricos sociais com grupo antigo de escravos fugidos que logram permanecer livres durante a vigência das leis escravistas brasileira” (RIOS,1997, p.74)

Visando ser mais abrangente e evitar as discussões jurídicas, achamos interessante e necessário utilizar o termo “remanescentes de quilombos” que abrangem todos os agrupamentos negros com ligações quilombolas (no sentido amplo) e a denominação “comunidade negra rural” que abrange todos os agrupamentos negros rurais, formados antes ou após a abolição da escravatura, sem que seja necessário ser feita comprovação de laços históricos com os quilombos.

A utilização conjunta destas duas denominação contemplaria a terminologias utilizada na Constituição Brasileira de 1988 e seria mais abrangente pois englobam as comunidades remanescentes de quilombos e as comunidades negras rurais formadas antes e após a abolição da escravidão, não exigindo a comprovação de vínculos sociais e históricas com agrupamentos de escravos fugidos.


Dimensões e importância das comunidades remanescentes de quilombos/comunidades negras rurais no Brasil e no Estado de Mato Grosso.

Segundo informações da Federação Cultural Palmares existem no Brasil 743 comunidades Remanescentes de Quilombos identificados e uma população estimada de 2 milhões de habitantes com uma area de 30,5 milhões de hectares.

Entretanto inúmeras pesquisas sobre colocam que este número estão subestimados e que os dados podem ser superior. A FCP no Seminário Quilombola no Brasil, realizado em Brasília em dezembro/2002, divulgou que existiam 1.200 comunidades remanescentes de quilombos no Brasil.

A “invisibilidade”, ou seja, a falta de dados sobre o numero de CRQ e informação sobre a situação sócio-econômica das mesmas e a pouca relevância dada aos problemas vivenciados por essas comunidades, ocorre em todos os Estados brasileiros e também em Mato Grosso.

No nosso estado, também não existe nenhum levantamento preciso do numero destas comunidades, bem como o levantamento da situação sócio –econômica das mesmas. De acordo com a F.C.Palmares existem 2 comunidades remanescentes de quilombos em Mato Grosso. O Grupo de Pesquisa sobre o Negro em Mato Grosso mencionou a existência de 7 CRQ, mas se refere a existência de outras .

Em pesquisa exploratória que realizei em 2002 e venho atualizando, constatei a existência de 55 l comunidades localizadas em diferentes municípios do Estado de Mato Grosso, mas tenho certeza que a quantidade destas comunidades é bem maior pois não conseguimos obter informações de todos os municípios.

LEGISLAÇÃO EXISTENTE SOBRE AS COMUNIDADES REMANESCENTES/COMUNIDADES NEGRAS RURAIS.

Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias -ADCT da Constituição Brasileira

" Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhe os títulos respectivos";

Artigo 33 do ADCT da Constituição do Estado de Mato Grosso

"O Estado emitira, no prazo de um ano, contado da promulgação desta Constituição e independentemente de legislação complementar ou ordinária, os títulos definitivos relativos as terras dos remanescentes das comunidades negras rurais que estejam ocupando suas terras há mais de meio século";

Artigos 215 e 216 da Constituição Brasileira

Art.215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

& 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

& 2 º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação , à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem :

I – as formas de expressão;

II – os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas ;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

& 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

& 2º. Cabem à administração pública, na forma da lei. A gestão da documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

& 3º. A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.

& 4º. Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos , na forma da lei.

& 5º. Ficam tombados todos o documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.

Resumindo o artigo 215 e 216 determinam que o Poder Publico, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o Patrimônio Cultural Brasileiro - as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos e edificações e demais espaços destinados às manifestações artistico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontologico, ecológico e científico - portadores de referencias à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (entre eles os afro-brasileiros). Determinando especificadamente para este grupo étnico o tombamento de todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas de antigos quilombos. A proteção se dará por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.

No caso do estado de Mato Grosso das 55 comunidades existentes apenas 2 são reconhecidas como remanescente de quilombo e apenas a Comunidade de Mata Cavalo teve suas terras tituladas, mas mesmo assim ainda não tem a posse plena da área, pois parte da mesma ainda se encontra em poder de fazendeiros e de famílias de sem terras. .

Segundo Linhares após a abolição da escravatura, os negros foram deixados a margem dos serviços sociais de atribuição do estado. “.As chamadas comunidades negras rurais, em particular após a Abolição, ficaram praticamente sem qualquer assistencia da parte dos órgãos oficiais, ficando, por falta de serviços sociais básicos imprencindiveis ao exercício da cidadania, socialmente, muito distante de outros grupos sociais que habitam no meio rural. (Linhares, 200:196).

Características das comunidades Negras Rurais
1 - Heterogeneidade

- étnica

- relações com a sociedade;

- acesso à povoados, cidades, aos mercados e aos acesso meios de comunicação de massa;

- na área, nº de famílias, população

- acesso aos serviços do Estado (Gov Estadual): educação, saúde, energia elétrica, assistência técnica ......

- religiosa;

- nível educacional de seus membros

- nível de organização .......

- no assumir a identidade de remanescente de Quilombo.

- na conservação e divulgação da história da comunidade.

- no conhecimento pelo público em geral, órgãos do Estado e meio de comunicação de massa.

- na divulgação de sua história.

2 – Homogeneidade
- Identidade étnica de predominância negra.

- terras de uso comum entre a família juntamente com espaços privados (terreno, casas);

- praticas de solidariedade de reciprocidade : .troca de serviço, mutirão, ajuda mútua;

- ancianidade da presença na terra

- organização de trabalho familiar e coletivo;

- grande respeito “aos mais velhos” e aos ancestrais;

- produção agropecuária e extrativista voltada para o consumo familiar e ao mercado.

- uso da memória oral para conservar as tradições e a história das comunidades;

- existência de normas internas que facilite a vida da comunidade;

- existência de fronteiras internas para distinguir que é e quem não é da comunidade, bem como direitos e deveres;

- bom nível de conservação do meio ambiente

- Dinamismo das comunidades que estão se transformando em conseqüência das mudanças sócio - econômica e política ocorrida na sociedade brasileira.


7 - BIBLIOGRAFIA- ALMEIDA, Alfredo Wagner B. Os Quilombos e as novas Etnias In LEITÃO, Sérgio (org.). Direitos Territoriais das Comunidades Negras Rurais. Documento do ISA (Instituto Sócio Ambiental), n.5, jan.1999.

- ANDRADE, Tânia (org.). Quilombos em São Paulo. São Paulo: IMESP, 1997.

- ANDRADE, Lúcia ; TRECCANI, Girolamo. Remanescentes de Quilombos. Texto digitado, s/d

- ARRUTI, José Mauricio Paiva Andiron. Etnias Federais. Tese do Doutorado em antropologia Social do Museu nacional, 2000

- Boletim Informativo NUER. Regulamentação de Terras de Negros no Brasil. Núcleo de Estudos sobre Identidade e Relações Interétnicas/Fundação Cultural Palmares. V.1, n.1. Florianópolis, 1997.

- ESTADO DE MATO GROSSO, Lei 7.755 de 26 Nov. 2002 - Institui Programa de Resgate Histórico e valorização das Comunidades Remanescentes de quilombos em Mato Grosso.

- ESTADO DO PARÁ. Lei Estadual n. º 6.165 de 02 de dezembro de 1998. Dispõe sobre a legitimação de terras dos remanescentes das comunidades dos quilombos e dá outras providências

- ______. Decreto Lei n.º 3.572 de 22 de julho de 1999. Regulamenta a Lei n.º 6.165 de 2 de dezembro de 1998, que dispõe sobre a legitimação de terra dos remanescentes das comunidades dos quilombos e dá outras providências

- ESTADO DE SÂO PAULO . Decreto Lei n.º 41.774 de 13 de maio de 1997. . dispõe sobre o Programa de Cooperação Técnica e de Ação conjunta a ser implementada entre a Procuradoria Geral do Estado, a Secretária da Justiça e da Defesa do Estado, a secretaria do Meio ambiente, a Secretária da Cultura, a Secretária de Agricultura e Abastecimento, a Secretaria de Educação e a Secretária do Governo e Gestão Estratégica para a identificação, discriminação e legitimação de terras devolutas do Estado de São Paulo e sua regularização fundiária ocupadas por remanescentes das comunidades de quilombos, implantando medidas sócio-econômicas, ambientais e culturais.

- MOURA, Antônio Eustáquio de. Comunidade remanescente do Quilombo Mata Cavalos -Etnicidade e Luta pela terra no Estado de Mato Grosso. Anais/Resumos da 54ª Reunião Anual da SBPC, 2002, sem paginação

- ____ . A situação e a luta pela terra das famílias negras da Gleba Sesmaria Boa Vida- Quilombo Mata Cavalos. Resumos do ll Congresso Brasileiro de Pesquisadores Negros, São Carlos : Suprema Gráfica e Editora/ Universidade Federal de São Carlos,2002, p.81

- MOURA, Glória. A Força dos Tambores In SCHWARCZ, Lilia Moritiz; REIS, Leticia Vidor de Souza (orgs.) Negras Imagens. São Paulo: Edusp,, 1996.

- Revista Palmares. Quilombos no Brasil. Brasília, Fundação Cultural Palmares. . n.5, nov. 2000.

- Maria de Lourdes BANDEIRA. Território Negro em espaço Branco.São Paulo: Brasiliense, 1988.

Antonio Eustáquio de Moura
Professor da UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso, doutorando em Ciências Sociais na UNICAMP e pesquisador sobre comunidades negras rurais em Mato Grosso.

Endereço – rua Nazareno Mingone, 909,apart 23, bairro Jardim do Lago, Campinas/SP, CEP – 13 050 022
Email-antomo@ig.com.br

Roteiros de turismo rural de Mato Grosso - Formatados e ou em Formatação

Foto: Assentamento Carimã - Rondonópolis


Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Poconé e Cáceres estão investindo no turismo rural. Juntos oferecem um dos roteiros mais interessantes do Brasil, mas cada um destes destinos pode ser visitado individualmente. Há diversas opções de lazer, cultura, diversão e é principalmente um convite para saborear as delícias da gastronomia regional. Além do tradicional passeio de barco, trilhas e cavalgadas, os quatro municípios propõem outros tipos de atividades.

No município de Santo Antônio do Leverger, situado a 25 quilômetros de Cuiabá, tem a comunidade de Varginha onde uma das fortes potencialidades são os grupos de siriri e cururu, com o uso da viola de coxo, mocho e ganzá que fazem parte da vida de cada um, além também de todo o processo de produção agrícola de subsistência típica de ribeirinhos nas culturas de mandioca, frutas, hortaliças, banana, agroindústria, artesanato, confecção de seus instrumentos. A pesca artesanal, o domínio do rio Cuiabá e outros do entorno como o Aricá, faz com que os moradores sejam potenciais condutores e guias turísticos proporcionando aos visitantes segurança e muito conhecimento da vida rural ribeirinha.

Ainda no município de Santo Antônio, depois do turista ritmo as danças, e o dia a dia da Comunidade Varginha, o turista poderá conhecer e apreciar as melhores farinhas de mandioca brasileiras na comunidade de Morro Grande. Ter a oportunidade de acompanhar todo o processo de produção e desfrutar a hospitalidade dos moradores pessoas simples que não medem esforços em apresentar aos visitantes uma boa conversa com muitos causos o que não deve ser descartada pois estes ribeirinhos conhecem muito sobre a natureza e sobre as suas origens

No município de Nossa Senhora do Livramento, a 32 quilômetros de Cuiabá, um grande potencial de Turismo Rural na Agricultura Familiar, é a industrialização da banana da terra, a Associação de Mulheres Artesãs, desenvolvem a produção (industria artesanal) de vários derivados da banana dentre eles está a bala de banana embalada na palha da bananeira em formato de réstia como a do alho e que é o diferencial da industria, além da farinha, licor, vinagre, doces, banana frita, são bananas beneficiadas de cerca de 120 agricultores familiares do município. A única regra estabelecida para os visitantes é a de não ter medo da balança. As dezenas de doces e outros produtos deixam qualquer um com água na boca. Isso sem falar no encanto das embalagens.

O município de Livramento também é conhecido pela presença de quilombolas é o caso da Comunidade Mata Cavalo que a exemplo de todos os quilombolas do Brasil tem o seu sistema próprio de vida no processo em comum de produção agrícola, no artesanato, cultura, folclores, sendo sua moradia em Mato Grosso, tem na sua herança cultural a dança do Siriri e Cururu autêntico, além das festas religiosas e de tradição.

Já em Poconé, a 100 quilômetros de Cuiabá, a potencialidade é a harmonia e a tranqüilidade da Comunidade Quilombola Campina da Pedra que chama a atenção, são 32 famílias que dividem 130 hectares. Como a terra é pouca para alimentar tanta gente, o grupo instalou um engenho artesanal visando resgatar tradições da história da rapadura na região de Poconé, com uma grande luta e busca de sustentabilidade, conseguiram avançar para a construção de uma Micro Industria de Açúcar Mascavo em inicio de funcionamento, estes quilombolas a exemplo da Mata Cavalo também mantém suas tradições na agricultura, gastronomia,agroindústria artesanal, cultura, folclore, etc.

Existem outras Comunidades Quilombola localizadas no município de Poconé estão as margens da BR 364 no km 80 sentido Cuiabá/Cáceres, é o caso da Comunidade Morro Cortado, onde se tem um Alambique que produz uma cachaça de boa qualidade por uma família quilombola, mulheres que fazem redes manuais com auxílio de tear, na Comunidade Capão Verde, que no mesmo modo das mulheres artesãs de Livramento, produziam derivados da banana de forma bem artesanal, acabam de receber uma indústria mais arrojada que irá propiciar a comunidade uma melhor aproveitamento da banana agora com um maior volume de produção para atender além de as suas venda normais, como também para merenda escolar, e entidades sociais via Programa de Aquisição de Alimentos dos governos, federal, estadual e municipal

Além disso, em Poconé na ótica da Agricultura Familiar tem as cadeiras preguiçosas de fibras que também enchem de alegria os olhos do visitante. Hoje são fabricadas pelo seu Jacinto Maximiliano que é um dos membros da Associação dos Artesãos de Mato Grosso e ainda confecciona grandes cestos bastante úteis na lida do campo, e na sua pequena propriedade de 2,5 h produz mandioca, milho e hortaliças, sua propriedade e ateliê está localizado à 200 metros do pórtico de entrada do município ao lado direito.

Em Cáceres, a 215 quilômetros da capital, o município é um destino indutor de turismo e nesta condição com articulação e gestão de vários parceiros tem tornado o Turismo Rural uma realidade, a partir da formatação do Roteiro das Águas e Turismo Rural em sete municípios do entorno, com destaque para o roteiro do próprio município que é o da região da Piraputanga.

Na propriedade de Fernando Tubino a atração são as abelhas ele tem quatro hectares arborizados que serve como casa para as 120 colméias que produzem em média 300 quilos de mel por ano. Histórias de Tubino que é apicultor há 30 anos e já ganhou vários prêmios .

A exposição das obras de Carlos Viana Costa e de outros artesãos espalhadas pela chácara de quatro hectares é uma idéia que encanta até mesmo aqueles mais exigentes. Mas nem só de arte vive o homem e por isso, Costa incrementou o pomar da propriedade, onde se pode apreciar o sabor das frutas recém colhidas.

Nada melhor que um toque de cultura para finalizar o passeio os grupos Chalana e Tradição em Cáceres apresentam o melhor do Ciriri e Cururu do Estado, e com um profissionalismo impar fazem um mix de danças de várias regiões do Brasil, e até de outros países, como Argentina poe exemplo.

A fazenda Jacobina com uma história de mais de 3 gerações agora abre para o turismo com um restaurante rural com fogão de lenha móveis rústicos e gastronomia pantaneira, isto no km 190 de Cuiabá a Cáceres ao lado direito da rodovia.
Foto: Assentamento Carimã - Rondonópolis
Foto: Assentamento Carimã - Rondonópolis

Elaborado: Geraldo Lúcio

1 de abril de 2011

TRAF - TURISMO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR






TRAF - MT - TURISMO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR DE MATO GROSSO

REDE TRAF

A Rede de Turismo Rural na Agricultura, é um instrumento para promover as políticas do MDA para o turismo na agricultura familiar.

É uma articulação de instituições Governamentais e Não Governamentais, Técnicos e Agricultores Familiares que atuam no Turismo Rural.


TRAF
TURISMO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR

Conceito do Turismo Rural na Agricultura Familiar

A atividade turística que ocorre na unidade de produção dos Agricultores Familiares que mantêm as atividades econômicas típicas da agricultura familiar, dispostos a valorizar, respeitar e compartilhar seu modo de vida, o patrimônio cultural e natural, ofertando produtos e serviços de qualidade e proporcionando bem estar aos envolvidos.
Rede TRAF, 2003.

ObjetivoPromover o desenvolvimento rural sustentável, através da implantação e fortalecimento das atividades turísticas pêlos Agricultores Familiares, integrado aos arranjos produtivos locais , agregando renda e gerando postos de trabalho no meio rural, com conseqüente melhoria das condições de vida. Público Beneficiário



Público Beneficiário

Agricultores familiares,

Assentados por programas de reforma agrária,

Pescadores artesanais,

Extrativistas florestais, Povos da floresta,

Ribeirinhos,

Indígenas,

Quilombolas,

Seringueiros.


OS CENÁRIOS DO AGRONEGÓCIO NO ESTADO DE MATO GROSSO SÃO FATORES FAVORÁVEIS AO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO RURAL• Agricultura moderna

• Agricultura tradicional

• Agricultura Familiar

• Agroindústria – Caseira/Artesanal

• Homem

• Herança Cultural

• Natureza


Princípios do Turismo Rural na Agricultura FamiliarSer um turismo ambientalmente correto e socialmente justo;

Oferecer produtos locais;

Valorizar e resgatar o artesanato regional, a cultura da família do campo e os eventos típicos do meio rural;

Incentivar a diversificação da produção e propiciar a comercialização direta pelo agricultor;

Contribuir para a revitalização do território rural e para o resgate e manutenção da auto-estima dos agricultores familiares;

 Ser complementar às demais atividades da unidade de produção familiar;

Proporcionar a convivência entre os visitantes e a família rural;

Estimular o desenvolvimento da agroecologia;

Ser desenvolvido de forma associativa e organizada no território.


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:

IDENTIDADE PRÓPRIA
Respeito pelas características próprias do local.


AUTENTICIDADESer espontâneo. Assumir o “clima” do local.


HARMONIA AMBIENTAL
Preservar o ambiente como um todo, buscando o equilíbrio harmônico do lugar.


PRESERVAÇÃO DAS RAÍZESOportunizar ao turista, vivenciar todas as formas culturais locais: gastronomia, objetos, artesanatos, móveis, arquitetura, etc.


DIVULGAÇÃO DOS COSTUMES
Apresentação do folclore.


ATENDIMENTO FAMILIARDiferencial que promove um forte estreitamento humano de amizade.


Atividades de Turismo Rural
• Processo agropecuário

• Turismo Tecnológico

• Agroindústria

• Eventos e Negócios

• Esporte e Lazer tradicional

• Esportes Radicais

• Trilhas Ecológicas

• Pesca Esportiva

• Hospedagem

• Alimentação

• Serviços Turísticos

• Meios de Transportes

• Artesanato

• Manifestações Culturais

• Caminhadas na Natureza

• Jogos na Natureza

• Rodeios

• Cavalgadas

• Lidas

• Festas Religiosas

• Festivais diversos

• Jogos Diversos

• Atividades Eco rurais

Elaborado: Geraldo Lúcio

Fonte: Livro Turismo no Meio Rural de Mato Grosso