2 de novembro de 2013

XII Jogos dos Povos Indígenas


   Contagem regressiva!!!!



Aberto o credenciamento de imprensa para os XII Jogos dos Povos Indígenas:





  

COMITÊ INTERTRIBAL MEMÓRIA E CIÊNCIA INDÍGENA (ITC) – Endereço: SDS Bloco D – Sala 604 – Ed. Eldorado Asa Sul – CEP: 70392-901 – Brasília/DF – Telefone: +55 (61) 3223-1573

http://www.esporte.gov.br/snelis/jogosIndigenas/XIIJogos/credenciamentoImprensa.jsp



1 de novembro de 2013

APL - ECONOMIA CRIATIVA


MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, por meio da Secretaria do Desenvolvimento da Produção/SDP, torna público o Resultado Preliminar do Edital de Chamamento Público Nº 03/2013.

A partir da divulgação do resultado final, que ocorrerá no dia 11 de novembro de 2013, os APLs selecionados deverão enviar e-mail para gtpapl@mdic.gov.br com as informações de contato (nome, APL, endereço e telefone) de pelo menos duas pessoas que serão os pontos focais para tratar dos demais trâmites relativos ao andamento do projeto.

Para acessar o resultado preliminar, conjunto de notas e outras informações acesseportalapl.ibict.br/GTP/chamamento

Mogno africano é nova opção de cultura e investimento



Foi realizado na manhã de quarta-feira, 30.10, o lançamento da publicação Diretrizes Técnicas (nº 15) para cultivo do Mogno Africano (Khaya ivorensis), uma nova opção de cultura e investimento tanto para o setor madeireiro, como para produtores rurais. 

Fruto da necessidade do Banco do Brasil e do Centro das Indústrias Produtoras e Importadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), a diretriz técnica é um pré-requisito para viabilização de financiamentos, por isso o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) e Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), atentos aos anseios do ramo madeireiro do estado, elaboraram, com a ajuda dos técnicos e outras instituições e iniciativa privada, essa diretriz. “Ao viabilizar este financiamento, os pequenos produtores poderão ser beneficiados também com uma nova cultura a ser praticada”, afirmou o engenheiro florestal da Empaer Antônio Rocha Vital, um dos responsáveis pela elaboração da diretriz técnica. 

O mogno é tido como madeira nobre, porque tem características como resistência, qualidade, beleza e tem boa adaptação às condições climáticas de Mato Grosso. Segundo o presidente da Empaer, Valdizete Martins Nogueira, o setor madeireiro passa por momento de decréscimo no fornecimento de matéria-prima, devido às pressões ecológicas quanto as florestas nativas como pela escassez dos produtos florestais: “Sem dúvida, o mogno será um ótimo investimento para o futuro, tanto para produtores rurais, como para os investidores do setor madeireiro”, ressaltou. 

O mogno africano é da mesma família do mogno brasileiro, mas de gênero diferente. A família das meliaceaes é conhecida por possuir importantes gêneros para produção de madeira serrada. Em Mato Grosso, a área plantada foi significativamente ampliada com atuação de empresas que obtiveram sucesso em plantios extensivos, como nos municípios de Nova Maringá, Cáceres e Rosário Oeste. 

A introdução dessa nova cultura florestal no estado tem o objetivo de ocupar áreas desmatadas em estágio improdutivo, além de gerar novas fontes de matéria-prima para o setor madeireiro. Por isso o cultivo tem grande apelo sócio ambiental, em escala mundial, por diminuir a pressão predatória sobre as florestas tropicais na busca por madeiras nobres. 

*Pedidos desta publicação deverão ser dirigidos à: 
Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) 
Rua: Jarí Gomes, nº 454 -Bairro: Boa Esperança 
CEP: 78068-690 - Cuiabá-MT 
Fone: (65) 3613-1716


Fonte: Cristiane Celina (Assessoria/Empaer)


Semana tem festival de jabuticaba em Juscimeira - Mato Grosso



O 27º Festival da Jabuticaba começa neste domingo (03.11) e vai até o dia o próximo sábado (09.11), no sítio Colina Verde, na estrada da Cachoeira do Prata, no km 2. 

O evento acontece em Juscimeira, a 130 km de Cuiabá. 

O festival faz parte do calendário festivo do município e conta com o apoio e também organização da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), que presta assistência técnica e extensão rural no sítio, desde a primeira edição do festival em 1987. 

“Em 87, quando começamos o festival, nós tínhamos apenas 70 pés, e hoje contamos 625 pés de jabuticaba. 

Tudo o que eu aprendi a fazer com jabuticaba, nesses 27 anos, foi graças à orientação da Beth da Empaer. 

Foi ela quem me ensinou a fazer a geleia, a processar a polpa, bolo, licor, ela sempre nos incentiva a inventar e explorar receitas novas com a jabuticaba”, ressaltou dona Neuza Schembk (de 63 anos), proprietária do sítio. 

Aproximadamente duas mil pessoas visitaram o festival no ano passado e a preferência de consumo da fruta é na forma in natura. “As pessoas sentem um verdadeiro prazer de colher a fruta no pé.

Pesquisas afirmam que a jabuticaba possui compostos que ajudam a prevenir o envelhecimento precoce, combate os radicais livres, possui vitamina C e do complexo B, ou seja é rejuvenescedora”, destaca a extensionista social da Empaer, Elizabeth Maria Santos.

Fonte: Cristiane Celina (Assessoria/Empaer)


Geraldo Lucio procura Gráfica para Edição do seu segundo Livro de Turismo Rural


No dia 29 de outubro de 2013, o técnico da SEDTUR e representante estadual da UNISOL Brasil, Geraldo Donizeti Lucio, esteve na Gráfica Genus, fazendo um orçamento para publicação do seu segundo livro de Turismo Rural, este livro terá um enfoque no TRÁF. - Turismo Rural Na Agricultura Familiar, apresentando a Realidade e Potencialidades do Estado de Mato Grosso neste segmento turístico.

Geraldo Lucio foi recebido pelo proprietário da Gráfica e Editora Genus, Louremberg Nunes, que foi Senador da República, Deputado Federal e Vice- Governador do Estado de Mato Grosso, na ocasião o escritor presenteou Louremberg com um volume de seu primeiro livro - TURISMO NO MEIO RURAL DE MATO GROSSO.

O Livro TRÁF - MT - POTENCIALIDADES E REALIDADES ,TALVES AINDA SEJA LANÇADO NESTE ANO, SONHA GERALDO LUCIO.



29 de outubro de 2013

INFORMATIVO GTP - APL





NOTÍCIAS

Ascom /SDR
Governador inaugura agroindústria e lança programa Estadual de Arranjos Produtivos Locais em Encantado

A adesão ao selo Sabor Gaúcho, a inauguração da Agroindústria Familiar Ouro Branco e o lançamento do Programa Estadual dos Arranjos Produtivos Locais marcaram a Interiorização de Governo no município de Encantado. Nesta sexta-feira (25), o governador e comitiva ainda assinaram o contrato de agroindústria familiar ao Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper), no valor de R$ 50 mil. "Hoje o Rio Grande do Sul tem um novo rumo, que está nas mãos deste governador e sua equipe. É um desenvolvimento que vem de baixo para cima e isso se chama desenvolvimento econômico e social", declarou Tarso. SAIBA MAIS

Amanhã 
Núcleo de Extensão Produtiva e Inovação é lançado na região sul

Projeto atenderá gratuitamente empresas da região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, com o objetivo de desenvolver a cultura da inovação. A Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS), e a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção de Investimento (AGDI) lançaram, nesta terça-feira (29) o Núcleo de Extensão Produtiva e Inovação (Nepi) Corede Vale do Sinos. SAIBA MAIS

Noticias de Aveiro
Inova-Ria: 10 anos a dinamizar o cluster tecnológico de Aveiro

São mais de meia centena de empresas e dezenas de parceiros que partilham conhecimentos, interesses e desafios, lê-se no especial publicado com o Diário Económico. Organizam-se em diversas atividades e projetos. A rede de empresas Inova-Ria fundada há uma década é diversificada na dimensão, em âmbito e na localização. Nela encontramos gigantes como a PT Inovação, a Nokia Siemens e a Ericsson Telecomunicações, e ‘start-ups’ como a Pictónio e a BeeveryCreative, de todos os sub-sectores das telecomunicações e não apenas (embora maioritariamente) da região de Aveiro. SAIBA MAIS

Agência SEBRAE de notícias
Comércio Brasil gera mais de R$ 5 milhões em negócios

Em Alagoas, a Rede Comércio Brasil ajuda a fomentar e articular negócios e projetos de 30 beneficiados, entre associações, empresas e cooperativas de diversas áreas de atuação: indústria de leite e derivados; Territórios da Cidadania do Alto Sertão, Litoral Norte e Agreste; Indústria de Maceió e Entorno (Cachaça); Agronegócios no Agreste e Entorno; e Arranjos Produtivos Locais (APL) Horticultura no Agreste, Apicultura Litoral e Lagoas, Mandioca no Agreste, Apicultura no Sertão e Laranja no Vale do Mundaú. SAIBA MAIS

Assessoria de comunicação da SEPLANDE

APL Fruticultura no Vale do Mundaú promove oficina para produtores em União dos Palmares

Com os temas Controle Alternativo de Doenças e Pragas dos Pomares e Bananais; e Beneficiamento de Frutas (laranja e banana) e Boas Práticas de Fabricação de Alimentos, as oficinas devem receber cerca de 50 produtores. De acordo com Valdelane, estas oficinas servirão para que os produtores possam adquirir novos conhecimentos e ampliem a produção. “Muitos produtores perdem parte da plantação por conta das pragas. Após a oficina, eles vão saber como prevenir e como tratar, caso a plantação seja atingida por alguma praga”, explica. SAIBA MAIS

EVENTOS

X Seminário Ncional de Arranjos Produtivos de Base Mineral

X Seminário Nacional de APLs e VII Encontro da RedeAPL mineral discutem competitividade e sustentabilidade em Vitória/ES

Criado em 2003, por meio da parceria entre o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério de Minas e Energia (MME), o Seminário Nacional de Arranjos Produtivos Locais de Base Mineral, tem como objetivo unir e intensificar a relação de empresas e setores organizados em Arranjos Produtivos Locais (APLs), discutindo e difundindo experiências, buscando soluções para essa cadeia produtiva brasileira. O Seminário chega a sua décima edição e ocorre, de 5 a 7 de novembro, em Vitória no Espírito Santo. Em paralelo acontece o VII Encontro da Rede APL mineral, uma importante oportunidade de divulgação e disseminação da boa informação e das melhores práticas na cadeia produtiva do setor mineral, onde são compreendidos os processos de: extração, beneficiamento e transformação mineral, organizados em APLs de base mineral. SAIBA MAIS

6ª Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais

A 6ª edição do evento visa reunir e mobilizar os segmentos produtivos e as principais instituições governamentais e não-governamentais

A Conferência Brasileira sobre Arranjos Produtivos Locais é um evento de caráter nacional, cujo objetivo central é aprimorar as políticas públicas e estimular o desenvolvimento local, promovendo a troca de informações e de experiências no desenvolvimento das empresas e empreendedores organizados em Arranjo Produtivos Locais (APLs). SAIBA MAIS

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CUIABÁ SERÁ SEDE DA XXV AMPROTEC EM 2015




Rui R. Perdigão

Governo do Estado de Mato Grosso - Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia - SECITEC

Superintendência de Desenvolvimento Científico, Tecnológico e de Inovação

Rua 03 S/N - 2º andar - Centro Politico e Administrativo - CEP: 78049-060 - Cuiabá-MT

(65) 3613.0116 - (65) 9992.1826



Marlei Ap. Rosa de Souza 

Unidade de Eventos 

Sebrae em Mato Grosso 

Fone: +55 (65) 3648 5287 

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 3.999, CPA 

CEP 78050-904 | Cuiabá-MT 

0800 570 0800 | www.mt.sebrae.com.br



O modo de viver caipira - Causos e Acasos.


Graças também aos festejos juninos, desde criança aprendemos que o caipira é desajeitado, deselegante e despreparado para o convívio urbano. A representação, tão difundida nas grandes cidades, tem como essencial a descrição caricatural do homem rural, frequentemente pejorativa

por Luciana Chianca

Pari passu com a chegada do inverno, ao se aproximar o mês de junho, percebe-se a população citadina mobilizar-se à procura de recompor um “modo de viver” caipira. Essa é uma das principais marcas das festas juninas e, indubitavelmente, a mais nacional de todas. Nesse momento especial do nosso calendário festeja-se de modo alegre e dançante, degustando-se abundantemente os pratos locais mais prestigiados.

A festa junina pode ser popular ou oficial, apresentada em versões luxuosas ou despojadas. Como milhares de cidadãos anônimos, as celebridades nacionais acorrem a bailes e festas onde todos são convidados a comparecer em “traje caipira”. Até mesmo a presidência da República cultua essa tradição, reunindo seus ministros, assessores e amigos para dançar quadrilha e tomar quentão na Granja do Torto.

Durante os festejos juninos, muitos se interrogam sobre a origem dessa representação tão difundida nas grandes cidades, já que, desde crianças, aprendemos que o caipira é desajeitado, deselegante e despreparado para o convívio urbano. Mesmo se em alguns lugares estes últimos são conhecidos como “matutos”, o essencial não muda: trata-se de uma caricatura do homem rural, frequentemente pejorativa. Ele não sabe se vestir, se comportar e até sua fala tem sotaques e vícios gramaticais – variáveis segundo os locais e regiões –, mas sempre inadequados. De modo jocoso e familiar, essas imagens são subjetivadas pela sociedade como um todo, reforçando as hierarquias sociais cotidianas que distinguem primeiramente citadinos e migrantes.

Como essas distâncias são recuperadas e reorganizadas na festa junina? Observando uma de suas mais importantes danças, a quadrilha, percebe-se como essa representação do caipira é atualizada entre jovens de origem socioeconômica desfavorecida, o que repercute, sobretudo, na sua nova versão, chamada “estilizada”. Recusando-se a recuperar a imagem estereotipada do caipira, esses filhos de migrantes preferem apresentar-se vestidos em seda e cetim, como “príncipes”! De que modo essa produção estética revela uma reordenação das próprias categorias identitárias desses jovens, e de que forma elas são percebidas pelo conjunto da sociedade?

A caricatura do caipira/matuto

Desde o começo do século XIX, são reforçadas, no Brasil,as diferenças entre as sociedades rural e urbana. Esse processo alcançou seu auge nos anos 1950, com a intensificação das migrações internas no país. Misturando nostalgia e humor depreciativo, é estabelecida uma série de representações equivocadas sobre o campo e “seu” habitante, compondo uma imagem ambígua deste último.

Apesar de Antonio Cândido (1964) definir o caipira como um “tipo cultural” localizado, a imagem que se fixou na memória nacional foi a do “Jeca Tatu” de Monteiro Lobato, reforçada anos depois pela publicidade do Biotônico Fontoura – uma das propagandas de maior sucesso da história do Brasil. Depois, Mazzaropi (ainda o Jeca Tatu) e o Chico Bento (Mauricio de Souza) consolidaram essa representação que se posiciona “do lado da cidade”: de boa índole, o caipira é inadequado ao convívio urbano e intelectualmente limitado. Ele difere do citadino pela vestimenta e fala, mas sobretudo moralmente, pois o universo de ambos e suas referências éticas os colocam em oposição – e nesse período junino, é recuperado com defeitos exagerados. Tal caricatura incomoda não somente aos próprios representados, mas também a alguns intelectuais que denunciam a “hipocrisia dos professores” que ensinam na escola “esse cerimonial iníquo e altamente deseducativo, que são as festas caipiras e reforçam assim essa “noção ridícula ou idealizada do homem do campo”1.

Se a maioria da população de nossas grandes cidades é composta de migrantes instalados há muitos anos em todos os seus setores e níveis da vida produtiva, poderíamos estar falando aqui de um perfeito sucesso de integração. Apesar desse fato, às vezes real, persiste a ideia de que uma assimilação de sucesso seria o resultado de um investimento pessoal e cotidiano para esconder sua origem, apagando os estigmas rurais. Mas esse “apagamento” identitário depende em larga medida do capital econômico e simbólico dos migrantes, pois ao contrário dos ricos que dispõem de meios socioeconômicos e acesso ao poder, reivindicando mais rápida e facilmente uma identidade citadina, os trabalhadores têm essa conquista dificultada: mascarar sua condição de migrante pobre torna-se quase impossível para eles, que encontram na cidade um espaço de ação limitado essencialmente ao trabalho e às visitas entre pares.

Como “festa rural”, o ciclo junino permite a atualização da imagem e da identidade de migrante, pois enquanto as grandes cidades encenam sua unidade social, salientando com orgulho a origem comum à maioria de seus habitantes, os trabalhadores migrantes e seus filhos percebem que outras referências cotidianas se sobrepõem à da origem. Sem reafirmar essa imagem idílica e ingênua, cabe à reflexão socioantropológica analisar a cena festiva como um palco de conflitos e afirmação de identidades sociais.

Hoje, em quase todo o Brasil, muitos citadinos participam dessa dança originalmente “de nobres” – as quadrilhas –, onde encontramos caipiras reunidos para um baile de casamento em que o noivo já engravidou a noiva, mas tenta fugir às núpcias, mesmo com a presença da lei, das famílias e autoridades religiosas.

No aspecto das vestimentas, o modelo caipira é definido por uma simplicidade reveladora de privações econômicas típica de migrantes economicamente desfavorecidos. Por outro lado, ele reforça o estereótipo citadino do homem do campo: cores fortes e disparatadas, maquiagem simulando dentes em falta e cicatrizes grosseiras, além de sobrancelhas, barbas e bigodes reforçados, compondo uma imagem mais “selvagem” do matuto. As festas juninas marcam o único momento do ano em que vestimentas de pais e avós são publicamente recuperadas, indicando a relação com um passado que se deseja revisitar: retomar as roupas da família parece ser um modo de recuperar a identidade de migrante com o intuito de melhor ultrapassá-la no contexto derrisório da festa. Sem exaltar essa identidade pré-migratória, o ritual permite que ela seja reexperimentada e, em seguida, desdenhada.

Caipiras ou rurais?

Contemporaneamente, enquanto alguns grupos reivindicam essa imagem do caipira, outros a questionam ou recuperam dela apenas alguns traços. Uma imagem menos caricatural do matuto é construída. Desde os anos 1990, com a visibilidade da quadrilha conhecida como “estilizada”, surge publicamente uma nova versão desses personagens, que não são mais desdentados, maltrapilhos e iletrados, mas ricos, prósperos e bem-sucedidos agro-business-men. Explicá-los, apenas, pela influência da indústria cultural escamotearia um processo complexo e dinâmico que envolve a reorganização da identidade migrante contemporânea. É no interstício dos símbolos citadinos e rurais que eles desejam integrar o “agricultor”, agora na valorizada e valorizadora condição de “produtor agrícola”, com trator em vez da enxada, produzindo “sem sujar as mãos”.

Para recompor essa nova personagem, costureiros e figurinistas recorrem a elementos estéticos rurais provenientes da Europa e das Américas: os rapazes têm o cowboy como a principal referência de uma ruralidade vestimentar, com chapéus, botas e cinto “texanos”, mas também podem usar bombachas de gaúchos. As dançarinas usam vestidos longos com camadas superpostas de tecido reproduzindo os modelos femininos do far-west, acrescentados de corpetes de camponesas europeias.

Essa estética de “exotismo rural” recorre a tecidos, acessórios e adornos luxuosos e vistosos tais como veludos, cetins e pedrarias. Seus dançarinos são excepcionalmente cuidadosos com sua expressão corporal, pois eles não são caipiras! Eticamente, temos uma guinada na visão do “homem rural”, que não é mais considerado um “simplório” de poucos recursos. Ele está em harmonia com a produção, o mercado e a modernidade e pode-se inserir com naturalidade no meio urbano, que tampouco é visto como um espaço politica e simbolicamente inacessível, mas um centro dinâmico a ser ocupado.

Resta saber quem são os reformadores dessa tradição, onde vivem e que setores sociais eles representam. Originárias de setores economicamente desfavorecidos e maciçamente localizados nas franjas da malha urbana, as quadrilhas estilizadas reivindicam uma cidadania que extrapola as referências citadinas estigmatizantes: “zonas”, “favelas”, “comunidades”, “conjuntos”. Filhos ou netos de migrantes, eles assumem o desafio da assimilação citadina, tanto no plano socioeconômico quanto no simbólico. Do ponto de vista sociológico, temos aqui esboçados três feixes de significados (rural/urbano, folclore/globalização cultural, cotidiano/festa), que é forçoso entrecruzar com as dinâmicas demográficas, urbanísticas, socioculturais e políticas para compreender os projetos identitários em pauta nas festas juninas contemporâneas do Brasil. Um desafio para a antropologia, que busca revelar como a sociedade pensa através da sua cultura e vive através das suas festas.

Luciana Chianca é professora de Antropologia Urbana na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Autora de A festa do interior, EdUFRN (2006), é doutora em Etnologia pela Université Bordeaux 2 (França).

1 LINS, Osman “Ao pé da fogueira” in: Do ideal e da glória: problemas indoculturais brasileiros Ed. Summus, São Paulo, 1977. [pp. 157-156]. Ainda discutindo este estereótipo temos o artigo de Yatsuda, Enid. “O caipira e os outros”. in: Bosi, Alfredo. (org) Cultura Brasileira: temas e situações. São Paulo, Editora Ática, 1987.

Le Monde Diplomatique Brasil

28 de outubro de 2013

COMUNIDADE MORRO DO SÃO JERÔNIMO INAUGURA OBRAS COM FEIRA DA AGRICULTURA FAMILIA


   

A Comunidade Morro do São Jerônimo, que tem om apoio da UNISOL DO BRASIL, no dia 26 de outubro de 2013, aproveitou a oportunidade da  inauguração do  Centro de Múltiplo - Uso doado pela Natura Ekos, e realizou uma Feira de Exposição e Vendas de Produtos da Agricultura Familiar, (doces de leite,  bolo de arroz, doce de caju, queijos, abacaxi, caldo de cana, artesanato e outros)

A SEDTUR tem uma proposta de formatação da Comunidade como Produto Turístico, com ênfase em Turismo Rural na Agricultura Familiar, este Produto deverá estar pronto para ser disponibilizado aos visitantes. (Turistas)' até no ano de 2014 para o advento da Copa do Mundo.

O maior ícone do Projeto será o Morro do São Jerônimo, seguido de Cachoeiras, trilhas ecológicas, cavalgadas, manifestações culturais, gastronomia, agroindústria, vivência na agricultura e criação de pequenos animais e artesanato.


NAJA VARLEY  e GERALDO LÚCIO - UNISOL BRASIL