18 de julho de 2011

6º Salão de Turismo e a Agricultura Familiar - As cooperativas Agropecuária Mista Terra Nova Ltda (Coopernova) e a de Pescadores e Artesãos de Pai André Bonsucesso (Coorimbatá) estiveram representando as potencialidades Mato Grosso



ABAIXO
CONFIRAM
 FOTOS DO DEPUTADO FEDERAL POR MATO GROSSO E SUA ESPOSA SECRETÁRIA DE TURISMO DO ESTADO - TETÉ BEZERRA VISITANDO A AGRICULTURA FAMILIAR








 Gabrielle do MTUR - Produção Associada ao Turismo  e Dalmolin da COOPERNOVA

 OSCEMÁRIO DALTRO




CONFIRAM MAIS FOTOS  LOGO ABAIXO APÓS A MATÉRIA

As cooperativas Agropecuária Mista Terra Nova Ltda (Coopernova) e a de Pescadores e Artesãos de Pai André Bonsucesso (Coorimbatá) representaram as potencialidades Mato Grosso por meio da agricultura familiar durante a sexta edição do Salão do Turismo – Roteiros do Brasil que foi realizado de 13 a 17 de julho, no Anhembi, em São Paulo.

O referido evento foi promovido pelo Governo Federal através do Ministério do Turismo, o evento apresentou o turismo brasileiro para quem deseja viajar conhecer o Brasil, a negócios, lazer, férias, eventos, seja qual for a sua motivação.

A forma de seleção das Cooperativas foi atreves de chamada pública, na qual várias associações e cooperativas de Mato Grosso participarão e somente as duas supracitadas preencheram os quesitos. “

As cooperativas Coorimbatá e Coopernova representaram muito bem o Estado mostrando a qualidade da agricultura familiar e a organização dos produtores.

O Deputado Federal Carlos Bezerra juntamente com a Secretária de Desenvolvimento de Turismo de Mato Grosso Teté Bezerra, Secretário Adjunto de Cultura de Mato Grosso Osmário Daltro estiveram no Salão e puderam acompanhar de perto os trabalhos das cooperativas.

O Deputado Carlos Bezerra disse: Sem dúvidas alguma esta é uma grande oportunidade para o Estado ganhar visibilidade, eu sempre apoiei este tipo de iniciativa e se colocou a disposição das COOPERATIVAS para ouvi-los em uma reunião para manifestar ainda mais apoio em suas ações, finaliza.

Secretária de Turismo Teté Bezerra, em conversa com este blogueiro, fez as seguintes considerações o Brasil e o mundo estarão esperando para conferir como será o nosso comportamento como sub-sede da Copa do Mundo esta é a nossa chance de mostrar e de propagar as riquezas da Agricultura Familiar de Mato Grosso, finalizando.


A Coorimbatá fundada em 1997, que atualmente conta com 36 associados, participará pela segunda vez do Salão do Turismo.

O Engenheiro de Alimentos, Godfrey estava no Box da Cooperativa muito empolgado e diz que eles tem um trabalho voltado para a agricultura familiar, pesquisa e ações sociais, levaram banana e mandioca fritas com vários sabores de tempero, além de banana e mandioca em palha, com a novidade do Cará – banco e roxo, palha, ao todo serão cerca de mil quilos.

A Coopernova fundada há 23 anos e com 2.480 associados participou pela primeira vez.

De acordo com o Vice Presidente Milton José Dalmolin os seus produtos expostos foram derivados do leite, queijos de diversas variedades, castanha do caju e polpa de frutas. “Estamos na expectativa, a Cooperativa já vende 200 toneladas de produtos em São Paulo por mês e 70 toneladas no Rio de Janeiro por mês, a visibilidade e marketing quanto mais melhor”, destaca.

. O Salão do Turismo é uma estratégia de mobilização, promoção e comercialização dos roteiros turísticos desenvolvidos a partir das diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo - Roteiros do Brasil.












Aguardem mais fotos....


Ovinocultura foi tema de palestra no Consórcio Nascentes do Pantanal



As palestras foram realizadas no dia 13 na Expoara em Araputanga e na Vila Cardoso – Porto Esperidião, no dia 14 em Mirassol D'oeste, no dia 15 em Lambari D'Oeste.

A ovinocultura foi destaque na última semana nos municípios do Complexo Nascentes do Pantanal. Em parceria com a SEDRAF – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, através do Programa MT-Regional, e Secretarias Municipais de Agricultura o Consórcio promoveu na última semana um ciclo de palestras sobre a ovinocultura.

O palestrante Paulo de Tarso, coordenador da cadeia produtiva no Estado, apresentou o panorama da ovinocultura no Estado de Mato Grosso, com foco na produção de carne, demonstrando aos produtores da região o bom momento para se investir na atividade.

A região do Consórcio do Complexo Nascentes que compreende os municípios de Araputanga, Cáceres, Curvelândia, Glória D’Oeste, Indiavaí, Lambari D'Oeste, Mirassol D'oeste, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Salto do Céu e São José dos Quatro Marcos, tem o maior rebanho de ovinos do Estado de Mato Grosso, com mais de 160 mil cabeças.

O Zootecnista Paulo de Tarso destacou que a ovinocultura tem se tornado cada vez mais uma atividade lucrativa, e a carne de cordeiro tem ganhado mercado a cada dia com uma excelente remuneração.

Inclusive, fez comparativo com a pecuária de corte, demonstrando em números, que na produtividade por hectare, a produção de cordeiros rende três vezes mais que o boi.

O Coordenador da ovinocultura do Estado de mato Grosso disse que o grande desafio é a organização da produção para transformar a atividade em lucros direto para o produtor. Questionado, Tarso afirmou que as raças de reprodutores que tem apresentado melhores resultados no cruzamento industrial, segundo dados do Marfrig, frigorífico de ovinos em Promissão-SP, são: texel, suffolk, ile de france.

Quanto as matrizes (ovelhas) disse que é preciso aproveitar a rusticidade da “santa inês” e “morada nova” que já estão adaptadas na região.

O Secretário Executivo do Consórcio regional, Dariu Antonio Carniel, disse que apesar da Região do Complexo Nascentes do Pantanal ter o maior rebanho de ovinos do Estado, este não tem dado resultados lucrativos ao produtor. “Está faltando profissionalismo e aplicação de tecnologia para o desenvolvimento da atividade.

O nosso desafio é fazer com que esta atividade gere lucros aos nossos produtores”, concluiu o Secretário.

Durante a estada do zootecnista Paulo de Tarso na região, este aproveitou para realizar visitas técnicas aos produtores, acompanhado de técnicos do Consórcio e dos municípios. Durante as visitas, Tarso tem conversado com os produtores e repassado orientações a respeito da produção de cordeiros. Em agosto está previsto programação para Cáceres e Reserva do Cabaçal.

Faça parte da viagem técnica de horticultura (olericultura, fruticultura, plantas medicinais-aromáticas, floricultura e agricultura orgânica) para a Europa em abril de 2012.

Confira e participe!

27/04 a 13/05/2012

(25 lugares)
PROGRAMA: Visitas a fazendas, cooperativas, indústrias, centros de pesquisas, exposição feira e mercados entre outros.
Os excursionistas passarão por cidades como: Málaga, Valência, Almeria, Veneza, Innsbruck (Áustria), Würzburg, Utrecht e Amsterdam .
NO PREÇO ESTÃO INCLUÍDOS:
Bilhete aéreo a partir de Curitiba ou São Paulo.
  • Seguro de Viagem
  • Transporte na Europa em ônibus
  • 15 noites em hotéis 3 e 4*.
  • Café da manhã, 8 almoços; 3 lanches (fast food) e 14 jantares.
  • Guia falando português.
  • City Tour por Amsterdam e Veneza nos fins de semana.
  • Visitas técnicas.
  • Ingressos para a Floriade e Keukenhof.
 Custos e formas de pagamento:
  • · O grupo constará de 25 pessoas com custode R$ 9 996,00 por pessoa – em até 10 vezes desde que inicie em agosto/11 finalizando até a data da viagem.
  • · Para ficar em apartamento individual, suplemento de R$800,00


Estamos organizando com (EMATER-Pr) para visitar  a Europa em abril/maio de 2012.

O roteiro foi desenhado para pessoas com perfil profissional e queremos muito que você participe.

São poucos lugares e as reservas serão por ordem de inscrição.

Caso você queira participar, por favor nos informe (e agradecemos se nos indicar pessoas com potencial de participação).


O roteiro foi organizado em conjunto com especialistas europeus e da EMATER, os Engenheiros Agrônomos Iniberto Hamerschmidt e Cirino Correa Júnior.

Agradecemos se acusar o recebimento deste convite.

Eng. Agro. Afonso Martins
mvm@mvmturismo.com.br  - www.mvmturismo.com.br

(41)3254 2162 ou (41)9622 3865

17 de julho de 2011

Processo de territorialização das Comunidades do Quilombo Mata Cavalo e Comunidade Campina de Pedra, nos Municípios de Nossa Senhora do Livramento e Poconé – MT

Antônio Eustaquio de Moura
Professor Doutor da UFMT

Apoio- Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso – FAPEMAT


No Estado de Mato Grosso são relacionadas 160 comunidades rurais consideradas como comunidades quilombolas. Destas, apenas, 65 são reconhecidas como Comunidades Remanescentes de Quilombos pela Fundação Cultural Palmares, mas nenhuma recuperou toda a terra expropriada no passado.

Buscaremos analisar a luta pela terra travada pela Comunidade Campina de Pedra que busca territorializar-se utilizando a Legislação Federal e a Estadual e a luta das comunidades negras rurais do Complexo Sesmaria Boa Vida - Quilombo Mata Cavalo, as quais para obterem seus direitos e territórios, utilizam, também a ocupação das terras que lhes foram usurpadas no passado. Palavras Chaves - Comunidades Quilombolas; territorialização; direitos étnicos; Mato Grosso/Brasil

1 - Breve Histórico das Comunidades

1. 1 - Comunidade Campina de Pedra 2

Está situada nas margens da rodovia MT 451 (Estrada do COENGE), no município de Poconé/MT, a aproximadamente 100 km de Cuiabá, capital do Estado e 51 km da cidade de Poconé (sede do município). Possui 126 hectares

de terras e 28 famílias com uma população estimada de 112 pessoas.

Existem, também, outros parentes residindo em outras localidades, totalizando

20 famílias.

De acordo com o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação Comunidade de Remanescente de Quilombos Campina de Pedra/Poconé – MT as terras da comunidade fazem parte da Sesmaria Formiga, que possuía uma légua de frente e outra de fundos, sendo localizada nas cabeceiras do ribeirão Formiga. A mesma foi solicitada por Manoel Martins Colosso e seu irmão Tomé Joaquim Ferreira 1 Engenheiro Agrônomo (UFV), Doutor em Ciências Sociais (UNICAMP). Professor da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, campus de Cáceres, MT. Tel. 65 92013897 eustaquiodemoura@yahoo.com.br

2 O uso do termo “comunidade” não significa ausência de conflitos internos e de diferenciação social.

Nestes grupos sociais existem conflitos internos, diferenciação social baseada em aspectos econômicos (área de terra, quantidade de gado, outras rendas não agropecuárias etc.) e em aspectos sociais (facilidade de acesso aos mediadores sociais, órgãos governamentais, imprensa etc.).
2 ...] Com a presente suplica para que V. Exa. Se digne com o seu paternal Amor deferir aos Suplicantes concedendo-lhes a Sesmaria e a Licença para mudar as próprias moendas e lambiques da Chácara para as novas roças para os suplicantes se arrancharem e utilizarem-se do serviço dos escravos inferiores, e poderem a custa de seu trabalho sustentar suas famílias, e escravos de lavras como sempre costumaram. (RELATÓRIO TÉCNICO..., 2009, p.64)

A solicitação foi concedida aos “suplicantes” em 1791.
De acordo com o INCRA, na elaboração da pesquisa documental visando a elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação Comunidade de Remanescente de Quilombos Campina de Pedra/Poconé – MT foram encontrados nos arquivos da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Poconé

[...] registros de vários antigos moradores da Formiga, que são parentes diretos daqueles que hoje habitam a Campina de Pedra, inclusive refazendo a linha que os leva aos escravos que ocuparam a região no século XIX, tal como Felix Gonçalves Netto, ao que tudo indica pai de Benedito Mendes Gonçalves, de quem descendem todos os atuais quilombolas de Campina de Pedra [...] (2009, p.66)
A Sesmaria Formiga era conhecida e povoada deste o século XIX e em seu interior haviam as localidades Boa Vista, Fazenda Velha, Cachoeira, Capão da Abóbora, Várzea Grande [e Campina de Pedra] (RELATÓRIO TÉCNICO..., 2009, p.67)
A comunidade Campina de Pedra é formada por famílias descendentes de Benedito Mendes Gonçalves casado com D. Benedita Mendes Silva, o qual após a viuvez, casou-se com Clara Escolástica da Silva, ambas eram filhas de Silvério Bispo da Silva. Os filhos e filhas do casal foram formando famílias, as quais moravam próximas umas das outras, formando um pequeno arraial, em um local da Sesmaria Formiga, denominado “Cachoeira”.
A condição de escravo de Benedito Mendes Gonçalves e de Silvério Bispo da Silva, “raízes” (antepassados) das famílias de Campina de Pedra foi comprovada pela pesquisa documental do INCRA, através do registro de casamento de Felix Gonçalves Netto, pai de Benedito Mendes Gonçalves e através da certidão de batismo de uma das filhas de Silvério Bispo da Silva.

3 (vide paginas 66 e 71 e 72 do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação Comunidade de Remanescente de Quilombos Campina de Pedra)

Mesmo após a abolição da escravatura, as famílias negras continuaram na localidade da Formiga, na condição de libertos.

De acordo com a memória coletiva da comunidade as terras de que dispunham mediam em torno de 1.500 (mil e quinhentos) hectares. A área era utilizada “em comum”, as famílias moravam na região da Cachoeira e faziam suas plantações, principalmente, na localidade denominada “Campina de Pedra”, onde a terra era mais fértil.

Plantavam, principalmente, arroz, milho, feijão que eram utilizados para subsistência das famílias, e as poucas cabeças de gado eram criadas soltas no

cerrado.
Tempo da Medição, tempo da perda de terras
A situação da comunidade mudou, no inicio da década de 1960, quando Leonildo Pereira Leite, morador na Fazenda Japão, vizinha a comunidade, resolveu fazer medição de suas terras. Neste processo de medição, Leonildo propôs e conseguiu que as famílias da comunidade saíssem da região da “Cachoeira” e fossem para a “Campina de Pedra”. Neste processo, denominado pelos moradores locais de “permuta”, cada família ficou com 60m (sessenta) hectares. Ocupando uma área menor do que tinham no passado.

Após a “permuta” houve a saída de varias famílias da área, havendo venda de terras para fazendeiros e sitiantes. São varias as causas destes fatos, sendo a mais mencionada à escassez de água no período da seca.

Outros fatores, como o fato da terra ter sido transformada em mercadoria e a transformação das cidades em locais onde as famílias poderiam melhorar a vida, também podem ter contribuído para a venda de terras e ida de famílias para outras localidades

Os principais locais para onde as famílias da comunidade mudaram foram Várzea Grande, Cáceres e Poconé
1.2 - O Complexo (Gleba) Sesmaria Boa Vida Quilombo Mata Cavalo3
3 O Complexo Sesmaria Boa Vida – Quilombo Mata Cavalo, também é denominado de Gleba Sesmaria Boa Vida - Quilombo Mata Cavalo, Gleba Mata Cavalo, Quilombo Mata Cavalo, ou simplesmente Mata 4 Esta situado no município de Nossa Senhora do Livramento/ Estado de Mato Grosso, à aproximadamente 40 km de Cuiabá e à 8 Km da cidade de Nossa Senhora do Livramento. A área estimada da gleba é de 13.627 hectares, o numero de famílias na área e fora da mesma é aproximadamente 400 (quatrocentas).

A Gleba é formada pela Comunidade Remanescente do quilombo Mata Cavalo, constituída pelas localidades do Ourinhos/Ponte da Estiva, Mata- Cavalo de Baixo, Mata-Cavalo de Cima e Mutuca onde residem as famílias negras; pela Gleba União habitada por famílias de sem terras4; região do Aguassú (onde vivem famílias remanescentes e famílias sem terra) e por área em poder de sitiantes e fazendeiros.

Os negros de Mata Cavalo obtiveram as suas terras através de doação feita pelo senhorio, em setembro de 1883, de parte da Sesmaria Boa Vida. E também, no final do século XIX , por meio de compras de pedaços do restante da referida sesmaria.

Entretanto apesar dos mesmos terem os documentos da doação e de compras de terras na área, eles passaram a sofrer pressões para saírem das mesmas, mas conseguiram êxito na resistência às primeiras tentativas de expropriação de suas terras.

.De acordo com a memória coletiva dos negros da gleba, o principal caso de expropriação de suas terras foi executado, nas primeiras décadas do século XX, por Manoel Monteiro (político do município e dono de um pequeno pedaço de terra na gleba).

A maioria das famílias negras da Gleba saiu de suas terras devido às ameaças e violências, algumas abandonaram a terra, outras venderam suas áreas para Manoel Monteiro, ou para outros fazendeiros que adquiriram terras vendidas por Manoel Monteiro.

As tentativas de expropriação das terras das famílias negras do complexo Mata-Cavalo foram continuas, tendo iniciado logo após a doação da Cavalo. Esses nomes variam de acordo com a pessoa ou instituição que os utilizam e no contexto em que é utilizado.

4 As famílias de sem terras não tem parentesco com os antigos moradores negros da gleba Mata Cavalo.

Estas famílias não são ligadas ao Movimento Nacional dos Sem Terras/MST. Nos primeiros meses de ocupação da gleba, formaram uma associação (ASTELIVRA). Posteriormente passaram a se autodenominarem de pequenos produtores rurais, mas continuam a serem denominados de Sem Terras, pelos negros da gleba e pela sociedade inclusiva.

5 área e concretizado na primeira metade do século XX. Algumas famílias negras resistiram ao processo de grilagem, e conseguiram manter parte das terras e permanecer na área. Alguns moradores permaneceram na área como trabalhadores dos fazendeiros. A maioria das famílias perdeu suas terras, e se mudaram para Cuiabá, Várzea Grande e Nossa Senhora do Livramento.
2 – O Processo de luta pela terra nas comunidades Negras do Complexo Sesmaria Boa Vida – Quilombo Mata Cavalo e na Comunidade Campina de Pedra


As Comunidades Negras Rurais Complexo Sesmaria Boa Vida – Quilombo Mata Cavalo e a Comunidade Campina de Pedra ao lutarem por suas terras iniciaram, a partir dos anos 1990, um processo de mudança de identidade social, passando a se identificarem como Comunidade Remanescente de Quilombo. Entretanto, chegaram a etnogenese dessa identidade étnica por diferentes caminhos.
2.1 - No Complexo Sesmaria Boa Vida - Quilombo Mata Cavalo O motivo das comunidades negras de Mata Cavalo se auto-identificarem como quilombolas foi a luta pela retomada de suas terras. Algumas famílias negras resistiram ao processo de expropriação de suas terras, tendo êxito parcial em alguns locais, principalmente, na Comunidade da Mutuca, onde conseguiram manter parte dá área.

Após a saída da maior parte das famílias da área, foi iniciado um processo de retorno à gleba através da aquisição de terras. A memória coletiva foi um grande sustentador do processo de retomada da terra, pois as famílias sempre lembravam e passavam para seus descendentes as lembranças da época em que eram donos da terra e essas lembranças eram tidas como de fartura e de solidariedade étnica e vicinal. Além disso, sempre lembravam as formas ilegais e as vezes violentas utilizadas para expropriá-los.

Os cemitérios e os restos ou locais das antigas casas eram utilizados como “lugares da memória”. As Festas de Santo realizadas pelas famílias que moravam na gleba ou na Casa São Benedito, localizada na Cidade de Nossa

Senhora do Livramento/MT, eram momentos de ativação da memória social e de reativação e fortalecimento dos laços étnicos e de parentesco.

Na década de 1980 e inicio de dos anos 1990, as famílias negras expropriadas da terra realizaram varias tentativas, sem sucesso, de retomada da área através de ocupações. Estas tentativas fracassadas redundaram em uma aliança das mesmas com um segmento do Movimento dos Sem Terras (não ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST). Juntos, em 1996, iniciaram um processo de ocupação da gleba, criando acampamentos e enfrentando os fazendeiros e sitiantes não negros moradores na área.

Nesse processo de luta pela terra as famílias da Gleba, através de mediadores sociais, aliados ao movimento, descobriram a Legislação Brasileira referente aos direitos fundiários dos Remanescentes de Quilombos. Iniciou-se, assim, um processo de etnogenese da Identidade de Remanescente de Quilombo.

Utilizando dessa identidade e da Legislação Nacional, passaram a reivindicar seus direitos e ações do Governo Federal e Estadual. Visando a efetivação dos seus direitos, romperam a aliança com as famílias Sem Terras, e realizaram inúmeras idas à Cuiabá, buscando ações dos órgãos governamentais, apoio de movimentos sociais e a visibilização de suas lutas e reivindicações através dos meios de comunicação de massa.
2.2 - Na Comunidade Campina de Pedra

A busca em retomar as terras, que tinham no passado, também foi o fator mobilizador da etnogenese da Identidade de Comunidade Remanescente de Quilombo na Comunidade Campina de Pedra. Visando reaver suas terras já haviam, sem êxito, tentado utilizar a técnica de fazerem acampamento junto à área reivindicada, uma tática semelhante à utilizada pelas famílias do MST em outras localidades.

De acordo com depoimentos de lideranças da comunidade, eles tiveram acesso à informações sobre a Identidade de Remanescente de Quilombo e sobre os direitos relacionados à essa identidade, através de pesquisa e, posteriormente através dos trabalhos de extensão, realizados por um professor da Universidade do Estado de Mato Grosso. Através de reuniões, palestras, filmes, visitas à outras comunidades, e contatos com órgãos governamentais, gradativamente, as lideranças da comunidade, dentre as identidades disponíveis, optaram por serem remanescentes de quilombos, em vez de pequeno produtor rural, trabalhadores rurais ou negros rurais. O principal motivo desta auto-identificação foi constatação que poderiam utilizar a referida identidade como meio de reaver suas terras, bem como obter melhorias para a comunidade.

As lideranças de Campina de Pedra cientes de que a comunidade, sozinha, não conseguiria a atenção dos órgãos públicos encarregados de implementarem a Legislação Federal (Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias- ADCT da Constituição Brasileira de 1988 e dos artigos 215 e 216 da referida Constituição) e da Legislação Estadual (Artigo 33 do ADCT da Constituição Estadual de 1989 e da Lei 7.775/2002) passaram a serem divulgadores do Movimento Quilombola em Poconé conseguindo a participação ativa de expressiva parcela dentre os 36 (trinta e seis) agrupamentos negros rurais existentes no município.
3 – O processo de Territorialização das Comunidades Negras do Complexo Sesmaria Boa Vida – Quilombo Mata Cavalo e da Comunidade de Campina de Pedra

De acordo com Pacheco de Oliveira o “Processo de Territorialização” é um movimento no qual um objeto político-administrativo [uma comunidade] vem a se transformar em uma coletividade organizada, formulando uma identidade própria, instituindo mecanismos de tomada de decisões e de representação, e reestruturando as suas formas culturais (1998, p.56).

Segundo Pacheco de Oliveira o “processo de territorialização” por que passa uma comunidade implica em diversas mudanças tais como: 1) a criação de uma nova unidade sociocultural, mediante o estabelecimento de uma identidade étnica diferenciadora; 2) a constituição de mecanismos políticos especializados; 3) a redefinição do controle social sobre os recursos ambientais; 4) a reelaboração da cultura e da relação com o passado.” (1998, p. 55).

O processo de territorialização se inicia com uma ação do Estado, geralmente através de legislação especifica relacionada ao segmento social que é objeto da ação estatal. No caso das comunidades negras, o referido processo começou com a Constituição Brasileira de 1988, através do Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias- ADCT da Constituição Brasileira de 1988 e dos artigos 31 e 32 da referida Constituição. No caso especifico do Estado de Mato Grosso, também, houve a influencia da Legislação Estadual - Artigo 33 do ADCT da Constituição Estadual de 1989 e da Lei 7.775/2002. Fruto deste cabedal jurídico administrativo inúmeras comunidades negras rurais e urbanas assumiram a Identidade Quilombola e passaram a reivindicar os direitos previstos pela legislação existente, este processo de etnogenese continua crescente, tanto a nível federal quanto estadual. Em 2000, a Fundação Cultural Palmares divulgou a existência de 743 (setecentos e quarenta e três) comunidades no Brasil, com localização em quase todos Estados Brasileiros, e no caso de Mato Grosso, a referida entidade indicou a existência de 2 comunidades (FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, 2000, p. 19). Estes dados foram ampliados no decorrer do tempo, de forma que segundo o Ministério de Desenvolvimento Social e de Combate a Fome – MDS a Fundação Cultural Palmares mapeou 3.524 (três mil e quinhentos e vinte e quatro) comunidades quilombolas no Brasil, mas outras fontes, no entanto, estimam que sejam 5 mil comunidades. Em Mato Grosso, o Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso- CEPIR/MT afirma que existem em torno de 160 comunidades quilombolas.

Entretanto apesar da expressividade desses números, muito pouco esta sendo feito para a concretização das Políticas Publicas preconizadas pela Legislação Federal e o Programa Brasil Quilombola. Um dos comprovantes desta lentidão é o numero de comunidades que receberam o Certificado de Comunidade Remanescente de Quilombo, emitido pela Fundação Cultural Palmares, o que habilita a comunidade a obter as Políticas Publicas destinadas as Comunidades Quilombolas. Apenas 1.667 (hum mil e seiscentos e sessenta e sete) comunidades foram certificadas no Brasil e 65 (sessenta e cinco) no Estado de Mato Grosso (FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, 2011). Outro indicador importante do descumprimento da Legislação referente aos direitos das comunidades quilombolas é a pequena porcentagem gasta dos recursos federais e estaduais destinados aos remanescentes de quilombos. Esta situação faz com que a Legislação sobre os Quilombolas e as instituições destinadas ao cumprimento das mesmas sejam consideradas como sendo para “Inglês Ver”, o que no ditado popular significa existe, mas não funciona. Essa situação fica expressa nos gastos dos recursos federais destinados aos quilombolas. No texto Brasil: Governo resiste a reconhecer territorialidade quilombola, Ricardo Verdum (2011) analisa os gastos do Governo Federal nos diversos programas destinados aos quilombolas concluindo que nos atores institucionais envolvidos no Programa Brasil Quilombola, em 2008 e 2009 o valor liquidado não alcançou a marca de 24% do orçamento autorizado, repetindo resultado semelhante ao de anos anteriores, e que o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e o INCRA, utilizaram somente 13,26% do recurso autorizado em 2008 e 15,02% do autorizado em 2009.

Nas Comunidades Negras do Complexo Sesmaria Boa Vida- Quilombo Mata Cavalo e na Comunidade Campina de Pedra no Processo de Territorialização ocorreu:

- A institucionalização do quilombo na forma de associação. Em Mata Cavalo, foi constituída a Associação Sesmaria Boa Vida – Quilombo Mata Cavalo, uma associação geral de todos os quilombolas da área. Em Poconé foi criada a Executiva das Comunidades Negras Rurais e das Comunidades Quilombolas do município.

- Uma intensa reelaboração da cultura local, ressaltando as manifestações culturais da população do quilombo e suas “raízes afro-brasileiras”. Esseprocesso inclui a introdução de um componente cultural e político nas festas de santo tradicionais, bem como a criação de manifestações culturais específicas para ressaltar a cultura e a identidade quilombola, tais como a Feira Cultural no Quilombo Mata Cavalo e as comemorações do “20 de Novembro Dia da Consciência Negra” pelas comunidades negras rurais e comunidades quilombolas de Poconé .

- A reelaboração da memória social através da valorização das "lembranças dos mais velhos" e do “enquadramento da memória”. Esse enquadramento da memória implica na escolha de depoentes autorizados pelas lideranças locais, como verdadeiros "especialistas da memória" encarregados de guardar e divulgar a história das comunidades. Na valorização e divulgação da memória social do quilombo e de suas comunidades negras, há disputas entre memórias” concorrentes, no caso com as memórias das famílias de sem terra, das famílias negras que não se consideram quilombolas, e das Comunidades ou famílias que recusam a identidade de Comunidade Negra Rural ou de Comunidade Quilombola.

- A valorização de aspectos relacionados à identidade de remanescente de quilombos vistos positivamente, sobretudo a cultura quilombola, a preservação da natureza e o caráter não-mercantil da terra.

– A busca constante de obter aliados nos movimentos sociais, órgãos governamentais e ONGs;

- A procura em “dar visibilidade as comunidades, suas condições de vida e suas reivindicações através dos meios de comunicação de massa, manifestações e eventos (exposições, festas etc.).

Duas grandes diferenças aparecem nas lutas desenvolvidas pelas comunidades quilombolas do Complexo Sesmaria Boa Vida – Quilombo Mata Cavalo e pela Comunidade Campina de Pedra. Em Mata Cavalo as comunidades não ficam atreladas aos marcos legais previstos pelas Legislações vigentes, em alguns casos fizeram e fazem manifestações e ocupações. No caso de Campina de Pedra se destaca á busca da comunidade em estender o movimento para as outras comunidades, não ficando atrelada aos seus próprios limites. Outra especificidade é não se envolver em conflitos com os atuais proprietários das terras que possuíam no passado.

Nas duas localidades não existe um consenso geral entre as famílias quilombolas, existindo divergências internas na forma de luta e encaminhamentos gerais. No Complexo Sesmaria Boa Vida Quilombo Mata Cavalo existem divergências e disputas tanto entre as comunidades, quanto entre suas lideranças. No caso de Campina de Pedra algumas famílias não aceitam a Identidade de Remanescente de Quilombo e se recusam a continuar participando do Movimento Quilombola, apesar de participarem de outras atividades da comunidade.

Bibliografia

ALMEIDA, Alfredo Wagner B. Quilombos. Repertório Bibliográfico de uma Questão Redefinida. In Tânia Andrade (Org.) Quilombos em São Paulo . São Paulo: Instituto de terras do Estado de São Paulo, 1997.

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Os quilombos e as novas Etnias In Sérgio Leitão (Org.) Direitos Territoriais das Comunidades Negras Rurais.

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BANDEIRA, Maria de Lourdes et al. Mata Cavalos (MT) - Relatório Histórico -

Antropológico. Brasília: Ministério da Cultura, Fundação Palmares, Cuiabá:

Universidade de Cuiabá. (199 -)

BANDEIRA, Maria de Lurdes; VENEZA SODRE, Triana. O Estado Novo, a reorganização espacial de Mato Grosso e a expropriação de terras de negros: o caso de Mata Cavalos. Cadernos do Neru, Cuiabá, n.2, p. .83 - 104, dez. 1993.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.

CADERNOS DO NERU. Escravidão: Ponto e Contraponto. Cuiabá: EDUFMT, n.º 2. Dez.1993.

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_____. Quilombos no Brasil. Revista Palmares. Brasília, n.º 5 nov. 2.000.

GODOI, Emilia Pietrafesa de. O Trabalho da Memória. Campinas: Ed. Unicamp, 1999.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros . v.35. Rio de Janeiro, 1958.

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA –INCRA. Superintendência Regional de Matogrosso. Relatório Técnico de Identificação e Delimitação Comunidade de Remanescente de Quilombos Campina de Pedra/Poconé –MT, 2009. digitado.

INSTITUTO DE TERRAS DO ESTADO DE MATO GROSSO. Relatório da Sesmaria Boa Vida - Área de remanescentes de Quilombo. Cuiabá, 1998.

MOURA, Antônio Eustáquio de. A Organização econômica do Sitio Barreiro - uma comunidade remanescente de quilombo situada na Amazônia Legal

(Estado de Mato Grosso). Apresentado no X Congresso Brasileiro de Sociologia. Fortaleza, 2000.

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_______ . As famílias de Mata Cavalo - 2. Diário de Cuiabá. Cuiabá, Artigos, 10 maio. 2001. 12

______________. Quilombos: solução à vista. A Gazeta. Opinião. 28 set. 2001.

______________. Comunidade Remanescente do Quilombo Mata Cavalos – Etnicidade e luta pela terra no estado de Mato Grosso (Amazônia Legal).

Trabalho apresentado na 54. Reunião Anual da SBPC, jul. 2002.

______________. “Para Inglês Ver: A Legislação referente aos direitos das comunidades negras rurais no Estado de Mato Grosso e o caso dos

remanescentes do quilombo da Sesmaria Boa Vida – Quilombo Mata Cavalo, 2004, trabalho apresentado na 24ª reunião da Associação Brasileira de Antropologia, digitado.

______________. Relatório Técnico Final do Seminário do Projeto de Pesquisa “História e Memória: Comunidades Negras Rurais do município de Poconé/MT.

Cáceres: Unemat, 2006. digitado.

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____________ . Quilombo Mata Cavalo, a Fênix Negra Mato-Grossense: Etnicidade e a Luta pela Terra no Estado de Mato Grosso Tese (Doutorado em

Ciências Sociais) – Universidade de Campinas - UNICAMP. Campinas, 2009

MOURA, Glória. A força dos tambores: a festa nos quilombos contemporâneos.

In: SHWARCZ, Lilia Moritz; REIS, Letícia Vidor de Souza (Org.). Negras

Imagens: ensaios sobre cultura e escravidão no Brasil. São Paulo: Ed.

Universidade de São Paulo: Estação Ciência , 1996. P. 55 – 80.

PACHECO DE OLIVEIRA, João (Org.) A Viagem da Volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. Rio de Janeiro: Contra Capa

Livraria, 199?

__________________. Uma Etnologia dos “Índios Misturados”? Situação Colonial, Territorialização e Fluxos Culturais. Mana, S.l., n.4, 1998.

POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos . Rio de Janeiro, 1992, v.5, n.10, p. 200 - 212

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VÉRAN, Jean –François. Rio das Rãs: memória de uma “comunidade remanescente de quilombos” Afro-Asia, Salvador, n.23, 1999.

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Liberdade por um fio: História dos quilombos no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

.VERDUM, Ricardo. Brasil: Governo resiste a reconhecer territorialidade quilombola. AmericasProgram. Disponível em:<http://www.cipamericas.org/ptbr/

archives/2831 >. Acesso em:09 jun. 2011

Fonte -  Autor:  Antônio Eustaquio de Moura
Professor Doutor da UFMT

16 de julho de 2011

Uma Mansagem no Espaço Gospel para você - Um milagre não é o adiamento de uma lei natural, mas a operação de uma lei superior.

Geraldo Lúcio
Uma Mansagem no Espaço Gospel para você

Uma garotinha foi para o quarto e pegou um vidro de geléia que estava escondido no armário e derramou todas as moedas no chão.


Contou uma por uma, com muito cuidado, três vezes. O total precisava estar exatamente correto. Não havia chance para erros.

Colocando as moedas de volta no vidro e tampando-o bem, saiu pela porta dos fundos em direção à farmácia Rexall, cuja placa acima da porta tinha o rosto de um índio.

Esperou com paciência o farmacêutico lhe dirigir a palavra, mas ele estava ocupado demais. A garotinha ficou arrastando os pés para chamar atenção, mas nada. Pigarreou, fazendo o som mais enojante possível, mas não adiantou nada. Por fim tirou uma moeda de 25 centavos do frasco e bateu com ela no vidro do balcão. E funcionou!

- O que você quer? - perguntou o farmacêutico irritado. - Estou conversando com o meu irmão de Chicago que não vejo há anos -, explicou ele sem esperar uma resposta.

- Bem, eu queria falar com o senhor sobre o meu irmão -, respondeu Tess no mesmo tom irritado. - Ele está muito, muito doente mesmo, e eu quero comprar um milagre.

- Desculpe, não entendi. - disse o farmacêutico.

- O nome dele é Andrew. Tem um caroço muito ruim crescendo dentro da cabeça dele e o meu pai diz que ele precisa de um milagre. Então eu queria saber quanto custa um milagre.

- Garotinha, aqui nós não vendemos milagres. Sinto muito, mas não posso ajudá-la. - explicou o farmacêutico num tom mais compreensivo.

- Eu tenho dinheiro. Se não for suficiente vou buscar o resto. O senhor só precisa me dizer quanto custa.

O irmão do farmacêutico, um senhor bem aparentado, abaixou-se um pouco para perguntar à menininha de que tipo de milagre o irmão dela precisava.

- Não sei. Só sei que ele está muito doente e a minha mãe disse que ele precisa de uma operação, mas o meu pai não tem condições de pagar, então eu queria usar o meu dinheiro.

- Quanto você tem? - perguntou o senhor da cidade grande.

- Um dólar e onze cêntimos -, respondeu a garotinha bem baixinho. - E não tenho mais nada. Mas posso arranjar mais se for preciso.

- Mas que coincidência! - disse o homem sorrindo. - Um dólar e onze cêntimos! O preço exato de um milagre para irmãozinhos!

Pegando o dinheiro com uma das mãos e segurando com a outra a mão da menininha, ele disse:
- Mostre-me onde você mora, porque quero ver o seu irmão e conhecer os seus pais. Vamos ver se tenho o tipo de milagre que você precisa..

Aquele senhor elegante era o Dr. Carlton Armstrong, um neurocirurgião. A cirurgia foi feita sem ônus para a família, e depois de pouco tempo Andrew teve alta e voltou para casa.

Os pais estavam conversando alegremente sobre todos os acontecimentos que os levaram àquele ponto, quando a mãe disse em voz baixa:

- Aquela operação foi um milagre. Quanto será que custaria?

A garotinha sorriu, pois sabia exatamente o preço: um dólar e onze cêntimos! - Mais a fé de uma criancinha.

Em nossas vidas, nunca sabemos quantos milagres precisaremos.

Um milagre não é o adiamento de uma lei natural, mas a operação de uma lei superior. Sei que você vai passar esta bola pra frente!

Lá vai ela. Jogue de volta para alguém que significa algo para você!

Uma bola é um círculo, sem início, sem fim. Ela nos mantém unidos como nosso Círculo de Amigos. Mas o tesouro interior que você verá é o tesouro da amizade que você me concedeu.

Hoje eu passo a bola da amizade para você.

Passe ela para alguém que seja um amigo seu.



PALAVRA DE DEUS PARA VOCÊ.


Quando você estiver triste... Vou secar suas lágrimas.

Quando você estiver com medo... Eu lhe darei conforto.

Quando você estiver preocupado... Vou dar-lhe esperança.

Quando você estiver confuso... Vou ajudá-lo a enxergar.

E quando você está perdido... E não pode ver a luz,
Vou ser o seu farol... Brilhando cada vez mais.

Este é o Meu juramento... Prometo até o fim...

Por que? Você pode perguntar... Porque você é Meu amigo.

Assinado: DEUS

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15 de julho de 2011

SEDTUR - MT, participa do 6º Salão do Turismo iniciou no dia 13 e vai até dia 17 de julho de 2011, no Anhambí em São Paulo, este blog esteve conferindo













A maior vitrine do turismo brasileiro começou nesta semana, em São Paulo, o 6º Salão do Turismo – Roteiros do Brasil - com muitas novidades e informações diversificadas para quem está em busca de conhecimento, de debates, de compras, de diversão ou também para quem quer dar uma olhada na diversidade de lugares desse rico Brasil.

O Salão começou no dia 13 de julho e segue até o domingo, dia 17.

O evento é promovido pelo Governo Federal para promoção e divulgação dos roteiros turísticos brasileiros desenvolvidos dentro do Programa de Regionalização do Turismo.

Mato Grosso tem participado de todas as edições do Salão, neste ano participa pela sexta vez do evento e reforça dentro das políticas e diretrizes do Ministério do Turismo e do planejamento da Secretaria de Desenvolvimento do Turismo, as estratégias para promover e reforçar os destinos mato-grossenses no cenário brasileiro e mundial.

Com belezas e encantos que se estendem aos quatro polos: Araguaia, Pantanal, Cerrado e Amazônia, Mato Grosso tem a vantagem de contar com ecossistemas tão diversos que se encaixam em qualquer opção de destinos turísticos.

Contando com vantagens naturais belíssimas, esforço público para proporcionar mais infra-estrutura e desenvolvimento turístico, e empenhada na promoção do Estado tendo também como vitrine o fato da capital, Cuiabá, ser uma das cidades-sede para a Copa do Mundo de Futebol em 2014, a Sedtur leva mais uma vez ao maior mercado emissor de turismo do Brasil as belezas de Mato Grosso que estarão disponíveis.

Para cada visitante que passar pelo stand , na macrorregião Centro-Oeste encontrará um espaço para a comercialização de produtos, com operadores de turismo que se deslocaram numa missão realizada pelo Sebrae-MT em parceria com a Sedtur.

Pelo sexto ano consecutivo nós estamos colocando Mato Grosso na vitrine do turismo nacional, levando ao público formador de opinião, aos turistas, empresários, todo o potencial e o desenvolvimento turísticos de nosso Estado. Mato Grosso tem vantagens inigualáveis, biomas riquíssimos e estamos buscando reforçar cada vez mais essa promoção, são as palavras da Tetè Bezerra Secretária de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso, e neste ano estamos lançando o Roteiro Travessia do Pantanal, juntamente com Mato Grosso do Sul, que é um roteiro integrando os dois estados em um destino turístico com produtos maravilhosos no Pantanal Sul e o Pantanal Norte, com suas belezas e cenários de flora e fauna, além dos equipamentos e serviços existentes que dão a infra-estrutura necessária a formatação do referido roteiro.

Este projeto tem o apoio total do Ministério do Turismo, demais parceiros e conta com a participação do trade turístico de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O Roteiro foi lançado no dia 15 em uma tarde pantaneira que teve um coquetel a base de comidas e bebidas típicas pantaneira além de música ao vivo com Anselmo e Rafael, apresentação cultural da Comadre Pitú, Performace do Artesão de Viola de cocho Mestre Alcides e da Artesã de cerâmica Julia

O 6º Salão do Turismo começou na quarta-feira, com abertura oficial às 11h, no teatro Elis Regina, no Anhembi, em solenidade com a presença do ministro do Turismo, Vice Governador de Mato Grosso, Chico Daltro, , secretários de Estado ( Adjunto de Turismo Jairo, Adjunto de Cultura Oscemário Daltro convidados, equipe técnica da SEDTUR, SEBRAE, Faculdades de Turismo, Prefeituras e outros.

 Às 14h, o pavilhão do Anhembi abriu para visitação e foi até às 22h, de quarta a sexta-feira.

Neste sábado dia 16, o horário é das 11h às 22h e no domingo, dia 17 das 11h as 20h, encerrando o evento.

REDE DE TURISMO RURAL NA AGRICULTURA FAMILIAR - REDE - TRAF Nacional, se reune no 6º Salão de Turismo

  Em pé, Geraldo Lúcio, Thania Omena, Toni Beni, Sentados, Gabriela, Gabriel, Mauricio, Jairo, Meraldo, Airton Violento, Cleia, Prof. Osmar

Técnicos que compõem articulam e animam Rede Nacional de Turismo Rural na Agricultura Familiar - TRAF – Nacional estiveram reunidos no 6º Salão de Turismo, na sala da BBTUR, nesta quinta feira dia 15 de julho de 2011, para deliberarem sobre o fortalecimento e a continuidade da REDE, como ferramenta para o Desenvolvimento deste segmento no Brasil

A REDE TRAF, é uma rede que agrega, técnicos, produtores, poder público, ONGs, pessoas que se comunicam na rede virtual e em momentos especiais se reúnem presencialmente como é o caso desta no ¨6º Salão de Turismo este movimento surgiu no ano de 2004, agregando a maioria dos estados do Brasil, com objetivo de apoiar e desenvolver políticas públicas para consolidar este segmento.

A REDE TRAF – Nacional foi a responsável em discutir e elaborar diretrizes para o TRAF definiu o conceito e princípios, que na ocasião fizeram parte de um Programa Nacional de Turismo Rural na Agricultura Familiar.

Com o surgimento de muitos outros programas, projetos e ações, do Governo Federal, através do MTUR, E MDA, é necessário que os técnicos que compõem a REDE, façam uma discussão, no sentido de que mais uma vez o Agricultor Familiar, que já tem o seu perfil definido pelo MDA e reconhecido pela sociedade brasileira, seja contemplado e seja inserido em todas as novidades que surgirem no tocante a atividades da porteira para dentro ou da porteira para fora que venha melhorar o sistema de produção, verticalização, agregação de valores – resumindo – gerando rendas e empregos na unidades de produção dos agricultores familiares.

Na reunião estiveram presentes as seguintes pessoas, Maurício de São Paulo, Airton Violento , Ana Beatriz e Jairo, do Rio de janeiro, Geraldo Lúcio de Mato Grosso, Meraldo de Alagoas, Pr. Osmar do Ceará, Gabriel Prece Moderador de Turismo, Gabriela do Mtur, Thania Omena da ABBTUR, Toni Beni Prof, de Turismo e Cristiano do MTur.

O resumo da reunião do Rio de Janeiro foi a pauta da reunião que foi esplanada pelo Airton Violento e discutida por vários minutos pelos participantes.

No final dentre várias deliberações, ficou definido que a REDE (através de seus componentes) fará um encontro nacional, denominado – ENCONTRAF, decisão esta tirada também de outra reunião que aconteceu no Rio de Janeiro no dia 03 de julho de 2011.

O ENCONTRAF, provavelmente será realizado em Brasília, no final de Novembro, ou início de Dezembro, e estará sendo divulgado em tempo para todos os participantes.
Vejam os princípios básicos que devem nortear o Turismo Rural na Agricultura Familiar, elaborada pela REDE TRAF – Nacional - em 2004


Elaborado: Geraldo Lúcio




A prática do Associativismo e Cooperativismo;

A valorização e resgate do patrimônio cultural (saberes e fazeres) e natural dos agricultores familiares e suas organizações;

A inclusão dos agricultores familiares e suas organizações, respeitando as relações de gênero, geração, raça e etnia, como atores sociais;

A gestão social da atividade, priorizando a interação dos agricultores familiares e suas organizações;

O estabelecimento das parcerias institucionais;

A manutenção do caráter complementar dos produtos e serviços do Turismo Rural na agricultura familiar em relação às demais atividades típicas da agricultura familiar;

O comprometimento com a produção agropecuária de qualidade e com os processos agroecológicos;

A compreensão da multifuncionalidade da agricultura familiar em todo o território Estadual, respeitando os valores e especificidades regionais;

A descentralização do planejamento e gestão dos Programas afins.