6 de novembro de 2025

Política e Mudanças Climáticas


 

A relação entre política e mudanças climáticas é profunda e complexa, pois envolve a criação de políticas públicas para mitigar emissões, como por exemplo no Brasil a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que estabelece metas de redução de gases de efeito estufa e busca o desenvolvimento sustentável.

Seguem alguns pontos-chave para entender a conexão política e mudanças climáticas:

Apesar de serem causadas por processos naturais e atividades humanas (como a queima de combustíveis fósseis), o combate às mudanças climáticas depende de decisões políticas: leis, acordos internacionais, investimentos, subsídios e regulamentações. Como por exemplo:

  • Acordo de Paris (2015): compromisso global para limitar o aquecimento a 1,5–2 °C acima dos níveis pré-industriais.
  • Políticas de transição energética: incentivo a energias renováveis, eliminação do carvão, etc.
  • Impostos sobre carbono ou mercados de carbono (como na União Europeia).

Vale ressaltar que os governos nacionais e locais controlam:

  • Infraestrutura e transporte (mais ou menos poluentes);
  • Regulação da indústria e agricultura (emissões, uso de solo);
  • Proteção ambiental (florestas, áreas costeiras);
  • Orçamento público (para investir em soluções climáticas ou subsidiar combustíveis fósseis).

Importante dizer que política climática envolve interesses econômicos. Ou seja: grandes setores econômicos (como petróleo, gás, mineração, agropecuária) muitas vezes têm influência política significativa, o que pode:

  • Bloquear ou atrasar ações climáticas;
  • Gerar desinformação sobre a ciência climática;
  • Criar políticas inconsistentes ou frágeis.

O quanto um país atua ou não contra as mudanças climáticas depende, muitas vezes, da vontade política. Ou seja, eleições e pressão pública são decisivas— e isso é influenciado por:

  • Eleições e partidos políticos;
  • Mobilização da sociedade civil;
  • Pressão de movimentos ambientais e da juventude.

Pelos artigos que escrevi vocês já sabem que as mudanças climáticas afetam desigualmente diferentes grupos sociais. Assim, políticas climáticas devem: 1. Proteger os mais vulneráveis (pobres, indígenas, moradores de áreas de risco); 2. Garantir uma transição justa para trabalhadores e comunidades afetadas por mudanças no modelo econômico; 3. Combinar ação climática com equidade social.

Segundo o relatório da ONU o mesmo revela que crise climática afeta 80% das pessoas que vivem na pobreza. Ou seja, quase oito em cada 10 pessoas, que vivem na pobreza, estão diretamente expostas a riscos climáticos, como calor extremo, inundações, secas ou poluição do ar. Os dados foram reunidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, e pela Oxford Poverty and Human Initiativeda Universidade de Oxford, apontam 887 milhões de pessoas afetadas.

Isso significa que um estudo inédito ressalta que promessas climáticas nacionais na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP30, no Brasil, não podem deixar as pessoas mais pobres do mundo para trás.

Ou seja: a mudança climática exige uma adaptação urgente do modelo de desenvolvimento, com políticas públicas que vão da transição energética até o planejamento urbano e a redução de riscos de desastres. Isso significa que a participação de lideranças políticas em todos os níveis (municipal, estadual e federal) é fundamental para implementar medidas eficazes

Desta forma, a política pode ser um obstáculo ou uma ferramenta poderosa no combate às mudanças climáticas. Depende de:

  • Superação de interesses que priorizam lucro a curto prazo em detrimento do planeta.
  • Liderança e compromisso dos governos;
  • Engajamento da sociedade;
  • Cooperação internacional;

Vale destacar algumas ações e instrumentos políticos no Brasil:

  1. Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC): Instituída pela Lei nº 12.187/2009, formaliza os compromissos voluntários do Brasil na redução de emissões de gases de efeito estufa.
  2. Plano Clima: Principal instrumento da PNMC, busca identificar alternativas para reduzir as emissões e orienta as ações do país até 2035.
  3. Metas de redução: O Brasil se comprometeu a reduzir emissões, com o objetivo de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050. O desmatamento na Amazônia e no Cerrado são pontos centrais para atingir essas metas.
  4. Instrumentos de planejamento: O país utiliza instrumentos como o Plano Nacional de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais e o Plano de Adaptação à Mudança do Clima. Em nível estadual, o Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) de São Paulo é um exemplo de política de planejamento territorial que considera a resiliência climática e a vulnerabilidade.
  5. Transição energética: Políticas públicas incentivam a transição para fontes de energia limpas e renováveis, além de ações para reduzir o uso de combustíveis fósseis.
  6. Adaptação e gestão de riscos: A legislação busca orientar a criação de planos de adaptação e de gestão de risco, com o objetivo de proteger a população contra os impactos das mudanças climáticas. 

E no Estado de Mato Grosso já existe:

Política Estadual de Mudanças Climáticas (Lei Complementar nº 582/2017)

  • Instituiu oficialmente uma política voltada à mitigação de gases de efeito estufa (GEE) e adaptação climática.
  • Define instrumentos econômicos, financeiros e fiscais; incentivos à adoção de boas práticas sustentáveis; promoção de pesquisa, educação, sensibilização; uso de ordenamento territorial.
  • Foi complementada pela Lei Complementar 777/2023, que acrescentou iniciativas específicas, como responsabilidade pós-consumo, habitação sustentável, eficiência energética etc.

ICMS Ecológico

  • Mato Grosso adota esse mecanismo que redistribui parte do ICMS para municípios que mantêm ou criam áreas protegidasunidades de conservação, terras indígenas, entre outros critérios ambientais.
  • Municípios devem cumprir critérios qualitativos, como manejo de unidades de conservação, gestão de resíduos, proteção de ecossistemas, para ganhar pontuação e maior repasse.

Lei Complementar nº 592/2017 — Programa de Regularização Ambiental (PRA), CAR etc.

  • Disciplina o Cadastro Ambiental Rural – CAR, licenciamento ambiental, regularização de imóveis rurais.
  • Isso é fundamental para garantir que o desmatamento ilegal seja reduzido, áreas degradadas sejam restauradas, e haja clareza sobre quais áreas estão em situação regular.

Ordenamento territorial e instrumentos de fiscalização

  • A lei de mudanças climáticas exige que o ordenamento territorial incorpore diretrizes relativas às mudanças climáticas.
  • Também é prevista participação pública, transparência, acesso à informação.

Instrumentos econômicos e fiscais

  • A Política Estadual de Mudanças Climáticas estabelece que sejam definidos incentivos fiscais e financeiros, linhas de crédito específicas, orçamento estadual dedicado, pagamento por serviços ambientais.

E Mato Grosso ainda tem o Programa REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal). Ele é um mecanismo financeiro para incentivar países em desenvolvimento a protegerem suas florestas, combatendo o desmatamento e a degradação. Ele recompensa países por reduzirem as emissões de gases de efeito estufa provenientes dessas atividades, promovendo a conservação florestal e práticas sustentáveis, com o objetivo de mitigar as mudanças climáticas. O REDD+ é reconhecido e estruturado sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e faz parte do Acordo de Paris

Importante salientar que o Programa REDD+ inclui a cooperação com comunidades locais, garantindo que elas recebam benefícios financeiros e sociais pela proteção das florestas.

Outro exemplo relevante de política subnacional é a Estratégia PCI – Produzir, Conservar e Incluir, lançada em 2015, que busca aumentar a produção agropecuária, conservar vegetação nativa e incluir produtores rurais em cadeias sustentáveis. A PCI tem metas claras até 2030, como ampliar a produtividade agrícola sem desmatamento, restaurar áreas degradadas e valorizar os ativos florestais. É reconhecida internacionalmente como modelo de governança multissetorial, articulando governo, setor privado e sociedade civil, com base em transparência e monitoramento territorial.

Além disso o Estado de Mato Grosso fez uma importante parceria com a ONU através do Programa PAGE – Parceria para a Ação pela Economia Verde. O programa apoia governos na transição para economias verdes, inclusivas e de baixo carbono, promovendo políticas integradas de desenvolvimento sustentável, capacitação institucional e financiamento verde. A incorporação de princípios da PAGE reforça o alinhamento das políticas climáticas brasileiras e estaduais com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

E Mato Grosso possui o Projeto Trajetória de Descarbonização de Mato Grosso que é uma peça-chave porque concretiza o comprometimento climático do estado, cria plano claro para reduzir/remover emissões, integra clima com desenvolvimento econômico e social, e atua como interface entre compromissos nacionais/internacionais e ação local.

Vale ainda ressaltar que a SEMA-MT (Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso) atua nas mudanças climáticas através de políticas estaduais, participação em eventos de debate e cooperação com outros órgãos e instituições. A secretaria lida com questões ambientais do estado, incluindo o combate ao desmatamento, que é um dos principais vetores da crise climática, e discute soluções para a mitigação e adaptação, como o plano estadual de mudanças climáticas e a legislação ambiental. 

A participação da SEMA-MT em eventos como a COP30 e o CLIMATE TALKS demonstra a possibilidade de Mato Grosso se posicionar como um protagonista na agenda climática brasileira e global. 

Essas ações demonstram que as políticas climáticas não são apenas instrumentos de gestão ambiental, mas pilares para um futuro sustentável, inclusivo e de baixo carbono, capaz de conciliar desenvolvimento econômico, justiça social e preservação do planeta.

Desta forma, “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto

Comunidades de Baixa Renda e Mudanças Climáticas.


  • 1 bilhão de pessoas, de 6,3 bilhões em 109 países, vivem em pobreza multidimensional.
  • Quase dois terços de todas as pessoas pobres, cerca de 740 milhões ou 64,5% de toda a população pobre, vivem em países de renda média.
  • Dos 1,1 bilhão de pessoas pobres, 887 milhões vivem em regiões subnacionais que enfrentam pelo menos um dos quatro riscos climáticos: calor intenso, seca, inundações e poluição do ar.
  • Dos 887 milhões de pessoas pobres expostas a pelo menos um risco climático, 309 milhões vivem em regiões subnacionais expostas a três ou quatro riscos climáticos.

O relatório do Índice Global de Pobreza Multidimensional (IPM) de 2025, pela primeira vez, sobrepõe dados sobre riscos climáticos e pobreza multidimensional para avaliar o grau de exposição das pessoas pobres a choques ambientais.

Mas quem é mais afetado pela crise climática?

  • Pessoas em situação de pobreza: Oito em cada dez pessoas vivendo na pobreza estão expostas a riscos climáticos.
  • Comunidades vulneráveis: Mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência e comunidades indígenas são desproporcionalmente afetados devido ao acesso limitado a recursos e serviços.
  • Pessoas que dependem da natureza: Aqueles que dependem da agricultura, pesca e silvicultura para subsistência são particularmente vulneráveis, pois seus meios de vida são diretamente impactados pela mudança climática.
  • Refugiados e deslocados internos: Milhões de pessoas são forçadas a deixar suas casas devido a desastres relacionados ao clima, tornando-se refugiados climáticos e aumentando sua vulnerabilidade. 

Também se têm:

Comunidades de baixa renda e países em desenvolvimento

  • Mais vulneráveis a desastres climáticos (enchentes, secas, ciclones, etc.).
  • Têm menos recursos para se adaptar (como infraestrutura, seguro, assistência médica).
  • Agricultura de subsistência é comum — mudanças no clima ameaçam diretamente a segurança alimentar.

Crianças e idosos

  • Crianças sofrem mais com doenças causadas por calor extremo, poluição e escassez de alimentos.
  • Idosos têm menor resistência a temperaturas extremas e maior dependência de sistemas de saúde, que podem ser sobrecarregados durante crises.

Povos indígenas e comunidades tradicionais

  • Dependem diretamente da natureza para sua subsistência e cultura.
  • São afetados pela destruição de florestas, alterações nos rios, perda de biodiversidade.
  • Muitas vezes são excluídos das decisões políticas sobre o uso de seus territórios.

Moradores de áreas urbanas precárias (favelas, periferias)

  • Expostos a enchentes, deslizamentos e ondas de calor devido à má infraestrutura e urbanização desordenada.
  • Falta de acesso a serviços básicos como saneamento e saúde agrava impactos.

Trabalhadores rurais e agricultores

  • A crise climática muda padrões de chuva e estações, prejudicando colheitas e rendimentos.
  • Pequenos produtores sofrem mais por não terem acesso a tecnologias de adaptação.

Refugiados climáticos

  • Pessoas forçadas a migrar por causa de secas, aumento do nível do mar, enchentes, desertificação.
  • Em muitos países, não há status legal específico para proteger migrantes climáticos.

Importante ressaltar que essa é a primeira vez que um levantamento cruza dados de risco climático com os índices de pobreza multidimensional. A análise conclui que a pobreza não é um problema socioeconômico isolado, mas interligado a pressões e instabilidades planetárias. E estudo inédito ressalta que promessas climáticas nacionais na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP30, no Brasil, não podem deixar as pessoas mais pobres do mundo para trás.

Segundo as Nações Unidas: O relatório conclui que, entre aqueles que vivem em pobreza multidimensional aguda, que abrange saúde, educação e padrões de vida, 651 milhões estão sob dois ou mais riscos climáticos, enquanto 309 milhões enfrentam três ou quatro perigos simultaneamente. O estudo indica ainda que os riscos que mais afetam as pessoas pobres são o calor elevado, que impacta 608 milhões, e a poluição do ar, que atinge 577 milhões. As regiões propensas a inundações abrigam 465 milhões de pessoas pobres, enquanto 207 milhões vivem em áreas afetadas pela seca.

De acordo com o documento, cerca de 1,1 bilhão de pessoas, ou 18% dos 6,3 bilhões de habitantes dos 109 países analisados, vivem em condições de pobreza “multidimensional aguda”, sendo metade delas menores de idade. Os dados avaliados incluem mortalidade infantil, acesso à moradia, ao saneamento, à energia elétrica e à educação.

O administrador interino do PNUD – Programa das nações Unidas para o DesenvolvimentoHaoliang Xu, afirmou que quando os líderes mundiais se reunirem no Brasil para a COP30, “as promessas climáticas nacionais devem revitalizar o progresso estagnado do desenvolvimento que ameaça deixar as pessoas mais pobres do mundo para trás”.

Como disse Antônio Guterres – Secretário Geral da ONU: “A pobreza não é um fracasso pessoal, é uma falha sistêmica – uma negação da dignidade e dos direitos humanos”. Pessoas que vivem em situação de pobreza vivenciam muitas privações inter-relacionadas e que se reforçam mutuamente, que as impedem de realizar seus direitos e perpetuam suas carências,

E ainda segundo as Nações Unidas, no Sul da Ásia e a África Subsaariana são as regiões que concentram o maior número de pessoas pobres que vivem em regiões afetadas por riscos climáticos, com 380 milhões e 344 milhões, respectivamente. E no sul da Ásia, a exposição é quase universal, 99,1% das pessoas pobres da região estão expostas a um ou mais choques climáticos. O PNUD destaca que os impactos identificados não se limitam ao presente e devem se intensificar no futuro.

Impactos específicos acarretados pela crise climática

  • Saúde: A crise climática está ligada a problemas de saúde física e mental, incluindo estresse, ansiedade (ecoansiedade) e doenças relacionadas ao calor.
  • Segurança: A crise pode aumentar tensões sociais e econômicas, levando a conflitos, e a violência pode se agravar.
  • Meios de subsistência: O aumento de secas, inundações e outras condições climáticas extremas destrói colheitas e recursos naturais, prejudicando a segurança alimentar e o sustento de milhões de pessoas.
  • Deslocamento: As mudanças climáticas já forçaram milhões de pessoas a se deslocarem de suas casas, criando um número crescente de refugiados climáticos e deslocados internos. 

Vale ressaltar que o aumento do nível do mar em Bangladesh ameaça desalojar milhões de pessoas. Na África Subsaariana, secas prolongadas afetam o pastoreio e a produção agrícola. E no Brasil, eventos como a seca na Amazônia ou enchentes no Sul têm impactos diretos sobre populações vulneráveis.

Desta forma podemos concluir que existe uma grande disparidade entre os que mais contribuem para as emissões de gases de efeito estufa (os 10% mais ricos do mundo) e os que mais sofrem com seus efeitos (a metade mais pobre). Pois a crise climática exacerba as desigualdades sociais, políticas e econômicas preexistentes, pois as populações mais vulneráveis têm menos recursos para se adaptar e responder a esses eventos. 

Eduardo Cairo Chiletto

5 de novembro de 2025

Parabéns a todos técnicos agrícolas -hoje é o seu dia


 

O Governador Mauro Mendes, o Vice-Governador Otaviano Pivetta e a Secretária de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, convidam para o lançamento do Programa MT Produtivo - Agricultura Familiar Forte e Sustentável, em parceria com o Banco Mundial. INVESTIMENTO US$ 100 MILHÕES Quinta-feira, 06/11 14h Sala de Reuniões Garcia Neto, Palácio Paiaguás


 

A VIDA É UMA ETERNA VIAGEM - Por Isaías Oliveira


                       Sempre considerei que a vida em si é uma eterna viagem marcada por lembranças mil, lembranças estas, quase sempre felizes e saudosas, mas que muitas vezes estão adormecidas pelo tempo. Em função disso, referir a elas, é sempre prazeroso, pois possibilita reviver bons momentos de um tempo que não volta mais. Com o indômito intento de dar vazão ao meu irrequieto espírito aventureiro, fiz uma viagem ao “velho mundo”, visita esta, que foi muito importante para mim, pois revi vários lugares e conheci muitos outros.


Na aludida viagem tive oportunidade de contemplarincomparáveis belezas naturais, saídas das mãos de um Criador que esmerou em colocar formosura mil como veludo nas pétalas de uma simples rosa orvalhada ao amanhecer, Alpes encantadores, cadeias de montanhas “vestidas” de nuvens com belezas ímpares e incomparáveis, mares de águas cristalinas e imensamente azuis. Vi também belezas produzidas pela genialidade da mente humana, como castelos milenares, Igrejas, Palácios, Museus, monumentais muralhas medievais, monumentos diversos, entre outros. 


O mergulho no passado, na história, com natureza que encantam, de belezas sem par que chega a ser até tão desconcertantes, que às vezes a melhor forma de contemplá-las, é o silêncio. Tudo isso mesclados com modernidades ímpares e incomparáveis, que oportunizaram indescritíveis momentos de sonhos e devaneios, momentos estes, quando o poeta e o historiador se encontraram em toda plenitude, dando vazão a todos os benfazejos sentimentos. 


A viagem também me concedeu inúmeros momentos alegres, jocosos, às vezes até de uma alegria quase juvenil, pois toda aquela beleza era um convite para desacelerar, aproveitar, desfrutar daqueles momentos ao máximo, por outro lado, também me proporcionou reflexão e uma autoanálise da vida que a princípio a julguei inoportuna, pois o momento era para gratidão, lazer... masconcluí que era pertinente, pois tirei lições importantes daquela situação.

Em muitas ocasiões da vida chegamos a ter autocompaixão, pois como humano, gostamos de vitórias, finais felizes, milagres, pedidos atendidos, entre outros. Porém às vezes propomos metas, sonhos e as coisas não dão certo, pois existem dias que nem sempre as petições são atendidas e ocasiões também que embora rogamos muito, nossas orações não mudam o cenário, tudo parece doloroso, escuro, e são nesses momentos que a autocompaixão se exacerba, muitos pensamentos dessa natureza perfilhavam por minha mente, pois embora eu estivesse em momentos e locais muito agradáveis, uma infinidades desses difusos pensamentos começaram a desfilar pela tela de minha mente. Comecei a lembrar de coisas que me entristeceram, pois estava com pena de meus finais tristes, fiquei cabisbaixo, até me deparar com as ruínas de um banheiro público na cidade de Roma, então imediatamente fiz uma analogia histórica, baseado em renomados historiadores, que são unânimes em dizer que esses banheiros eram amplamente utilizados nos dias de Cristo em todo império romano. Com destaque ao Arqueólogo/Historiador, Rodrigo Silva.


Tais banheiros eram ambientes coletivos com vários assentos de pedra ou mármore, ficavam lado a lado, em fileiras, sem divisórias. Considerando que ninguém usava papel higiênico, em vez disso, usavam esponja amarrada em um bastão, chamada Tersorium. Após o uso, essas esponjas ficavam de molho ao lado dos assentos, mergulhadas em vasilhas com vinagre, água e sal. Os evangelhos narram que quando Cristo estava agonizando na cruz ele sentiu sede, então os soldados trouxeram a ele água misturada com vinagre embebida em uma naquela esponja que estava mergulhada em algo sujo e desprezível.


Esse detalhe nos ajuda a entender o nível de humilhação que Cristo enfrentou em prol da humanidade, e mesmo ele sendo puro e não tendo nenhuma culpa, recebeu o vinagre da sujeira humana, por isso, por mais que às vezes soframos e quando tudo parece caminhar em sentido contrário, jamais chegará próximo a dor que que ele suportou, pois teve uma morte deprimente carregando toda culpa daquilo que nunca fez. Por isso sempre quando me sentir um imenso vazio na alma, quando a dor for indescritível, quando a solidão me assolar intensamente, mesmo em meio à multidão, quando o sol da esperança insistir em não brilhar, quando muitas perguntas ficarem sem respostas, sempre que isso acontecer irei relembrar daquela cena e admitir que meus finais aparentemente tristes não são tristes, quando confio em quem de fato escreve a história.        

                              

                                                               

 Isaías Oliveira, 


Cuiabá Outubro de 2025

Governo de MT lança programa inovador para fortalecimento da agricultura familiar em parceria com Banco Mundial




 
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05 de Novembro de 2025 às 09:14

Mayke Toscano/Secom-MT

Evento de lançamento será no Palácio Paiaguás, nesta quinta-feira (6), às 14 horas; programa será executado pela Seaf
Vânia Neves | Seaf/Empaer


O Governo de Mato Grosso lança, nesta quinta-feira (6.11), o Programa MT Produtivo – Desenvolvimento e Sustentabilidade, projeto inovador de desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. O evento será realizado na Sala de Reuniões Garcia Neto, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá, às 14h, com a participação de representantes do Banco Mundial (BIRD), parceiros do programa e autoridades.

O programa implementado em 2025 será executado até 2030 sob coordenação da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) e terá investimento total de US$ 100 milhões, sendo US$ 80 milhões financiados pelo Banco Mundial (BIRD) e US$ 20 milhões de contrapartida do Estado. 

O projeto visa fortalecer a agricultura familiar, gerar renda, promover segurança alimentar e ampliar o acesso a mercados, beneficiando 15 mil famílias em todo o Estado. Entre as ações previstas estão o financiamento de planos de negócios de associações e cooperativas, a regularização fundiária e ambiental de estabelecimentos rurais, e o apoio à adoção de práticas agrícolas sustentáveis e inteligentes em relação ao clima.

 

Serviço | Lançamento do Programa MT Produtivo – Desenvolvimento e Sustentabilidade

Data:  Quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Horário: 14h

Local: Palácio Paiaguás – Sala de Reuniões Garcia Neto, em Cuiabá