10 de julho de 2025

Entre o cerrado e o Pantanal: o novo papel do Turismo em Mato Grosso

 



Jacarés avistados durante passeio de barco pelo Pantanal (Giulia Jardim/M&E)

Foto de Giulia Jardim

Giulia Jardim

Publicado

Conhecido hoje como a capital do agronegócio, o estado de Mato Grosso guarda consigo algumas das paisagens mais belas do Brasil e uma herança indígena que marcou a história e a construção da região. Se por um lado as políticas de incentivo ao agronegócio foram relevantes para o desenvolvimento do estado, hoje o turismo surge como um alicerce importante para a preservação do território e de seus ecossistemas.

Com incentivos agrícolas na década de 1980, regiões antes cobertas por cerrado ou floresta começaram a ser convertidas em grandes áreas de cultivo. A soja foi o principal motor dessa transformação, seguida pelo milho e pela pecuária extensiva. 

A expansão, no entanto, veio acompanhada de desmatamento, especialmente na transição entre Cerrado e Amazônia. Hoje, o desafio é outro: como conservar a região e manter suas belezas naturais? Para entidades de turismo do estado, o investimento em atrações naturais e culturais pode ser um dos caminhos mais promissores para garantir a preservação da biodiversidade e valorizar o patrimônio local.

É exatamente nessa união entre conservação e desenvolvimento que o estado revela algumas de suas maiores joias naturais. Destinos como o Pantanal, na Baixada Cuiabana, e as águas cristalinas de Nobres são exemplos vivos de uma região que convida a conhecer sua biodiversidade única, enquanto fortalece o compromisso com o desenvolvimento de novos negócios, a sustentabilidade e o turismo consciente.

Pantanal: fuja do óbvio na Baixada Cuiabana

Há algum tempo, o Pantanal — em especial a Transpantaneira — tem sido o foco de turistas que buscam experiências de natureza, principalmente o público internacional, que já visitou as principais capitais do país e sonha em conhecer as raízes brasileiras. Agora, uma nova região vem sendo desenvolvida e destacada como destino turístico: a Baixada Cuiabana.

A poucas horas da capital mato-grossense, rumo a Barão de Melgaço e Santo Antônio do Leverger, é possível viver experiências tipicamente mato-grossenses, como o café da manhã pantaneiro — também conhecido como “quebra-torto”;  o Museu da Viola de Cocho, com apresentações musicais de siriri e cururu; além, é claro, do avistamento de animais selvagens como jacarés, sucuris, onças, tuiuiús e diversas espécies de aves.

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Baía da Pousada de Siá Mariana, no Pantanal (Giulia Jardim/M&E)

Pousada Siá Mariana

A Pousada Siá Mariana oferece um dos ambientes mais acolhedores do Pantanal. Com suítes que equilibram luxo e rusticidade, a experiência de hospedagem se torna única. Varandas com vista para a natureza, banheiras relaxantes e amenities de alta qualidade completam o conforto. A gastronomia também merece destaque, com refeições preparadas com cuidado, sabor e atenção aos detalhes – que fazem toda a diferença.

Os passeios oferecidos pela pousada também merecem atenção. O entardecer no Pantanal é simplesmente encantador. Em um passeio de barco no fim da tarde, pouco antes do pôr do sol, os hóspedes vivenciam uma conexão genuína com a natureza — com direito a avistamento de espécies, pesca esportiva e momentos que ficam na memória.

Pousada Rio Mutum

A experiência no Hotel Rio Mutum é daquelas que marcam. Além da culinária saborosa, o cuidado em cada detalhe chama atenção — reflexo da dedicação da proprietária, sempre atenta ao bem-estar dos hóspedes. O contato com a fauna local é constante: aves, araras, macacos, veados e diversas outras espécies fazem parte do cenário.

O hotel também se destaca pelo compromisso com a conservação ambiental, por meio de uma parceria com o governo voltada à reabilitação de animais silvestres. A conexão com a comunidade local é outro diferencial importante: muitos dos colaboradores atuam na hospedagem há anos, fruto de um trabalho contínuo de capacitação. 

Café da manhã pantaneiro na Estância Maués

A experiência do café da manhã pantaneiro na Estância Maués é uma imersão no cotidiano da fazenda. Com atividades como ordenha de vaca, passeio a cavalo e colheita de caju, o visitante é recebido com acolhimento familiar e caloroso. A comida é saborosa, farta e feita com carinho. O contato com os animais e a atmosfera de tranquilidade tornam a visita ainda mais especial. Em breve, a propriedade deve ganhar um hotel-fazenda, ampliando as possibilidades de vivência no local.

Conheça as belezas naturais de Nobres

A região de Nobres, no estado de Mato Grosso, é um dos destinos de ecoturismo mais surpreendentes do Brasil. Recentemente desenvolvida como atração turística, Nobres encanta com suas belezas naturais, fauna e população hospitaleira. Localizada a cerca de 140 km de Cuiabá, oferece uma grande variedade de atrações ligadas a rios de águas cristalinas, grutas, cachoeiras e formações calcárias.

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Flutuação no Rio Salobra, realizado pelo Reino Encantado (Giulia Jardim/M&E)

Reino Encantado

As águas límpidas e azuladas são a grande magia do Reino Encantado. Localizado na região de Nobres, o atrativo é tudo o que promete — e entrega: flutuação em um dos rios mais bonitos da região, contato direto com a natureza, explicações detalhadas de guias capacitados e, para finalizar, um almoço regional de dar água na boca.

Sesc Serra Azul

Parte do Sesc Pantanal, a unidade Serra Azul é um dos grandes tesouros de Nobres. Com 5.600 hectares, sendo mil deles de Área de Preservação Permanente (APP), a unidade trabalha com foco na recuperação e conservação do Cerrado local. As paisagens são impressionantes e oferecem ao público diversas atividades, como mergulho em cachoeira, avistamento de peixes, arvorismo e muito mais. O restaurante também merece destaque, com refeições saborosas e bem elaboradas.

Lagoa das Araras

A Lagoa das Araras é outro atrativo que chama a atenção em Nobres. Com área pantanosa e árvores típicas da região, o local atrai dezenas de araras todos os dias, além de outras aves características do bioma. Vale a visita para observação e fotos encantadoras.

Pé de Queijo

Quando o assunto é gastronomia em Nobres, o Pé de Queijo não pode ficar de fora. Desenvolvida com apoio do Sebrae-MT, a queijaria tem pouco mais de um ano e já é destaque em premiações nacionais e internacionais. Por lá, você encontra um ambiente acolhedor, queijos e doces deliciosos, além de uma degustação diferenciada com pratos autorais. A recepção calorosa dos donos também faz toda a diferença.

Em busca de reconexão

Conhecer o Mato Grosso é estar aberto ao novo. É buscar uma reconexão — não só com as nossas origens, mas também com aquilo que nos move por dentro. Estar no Pantanal é renascer. É perceber o tempo passando devagar, sentir o cheiro da terra molhada, escutar o canto das aves e entender que a natureza tem um jeito único de nos lembrar o que realmente importa.

Mais do que um destino turístico, o estado é um convite à pausa, ao olhar mais atento, à valorização do simples. É uma chance de viver um Brasil profundo, cheio de histórias, sabores, sons e paisagens que emocionam. E, acima de tudo, é um lembrete de que o turismo pode — e deve — caminhar junto com a preservação e o respeito a tudo o que torna esse lugar tão especial.


ISAÍAS OLIVEIRA - REFLEXÕES... Há uma linha tênue e quase sobreposta entre o fim da fase profissional e o crepúsculo da vida

  


REFLEXÕES... 

                 Há um certo distanciamento de tudoque vai se acentuando gradativamente, então se percebe que asopinioes que antes tinham uma certa aura de imprescindibilidade vão deixando de ser necessárias e mesmo sequer ouvidas, ficando assim tais pessoas quase que invisíveis, e estas por sua vez, vão se resignando aos poucos, sempre à espera de alguém, que por ventura precise de alguns ensinamentos, experiências ou mesmo eventuais orientações...quase ninguém as reconhecem pelo que elas foram, ou pelo que fizeram...apenas alguns perguntam; como está?. A sociedade toda parece que as esqueceram, o que passou parece que não tem  tanta importância, mas só elas mesmas sabem do seus valores, de suas essências

                 É o crepúsculo da vida à vista, é o fim de um enredo escrito com lutas, dedicações extremas, suor, saudades, risos, memórias, muitas vezes lágrimas...é o começo da corrida solitária pelo deserto da vida. 

                Ah, é o rio do tempo se evidenciando, esse “rio”é tortuoso e quase sempre se recusa a fazer o caminho mais fácil... De fato, o correr das águas é realmente uma metáfora perfeita para falar do tempo e de todas as coisas que nos cercam, assim é a nossa vida, com todos os percalços contratempos e vitórias. 

       Apesar de todas as adversidades descritas, estoupreparado, pois sou professor e ser professor é para sempre, o bom mestre, nunca se deve desprender da bússola da educação, ou seja, sempre deve estar disposto a ensinar e ensinar. Por outro lado, sou poeta e um poeta é uma antena pluridimensionada para o universo, onde tudo é admirável e aproveitável, pois seu campo de trabalho é o infinito, sua matéria prima é a vida, amor, saudades, dores, paz, sentimentos e mais sentimentos.

 

 

Isaías – Cuiabá, Julho de 2025.