22 de junho de 2025

Os esportes e as Mudanças Climáticas


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É sabido que as mudanças climáticas afetam significativamente a prática de esportes, causando riscos para a saúde dos atletasalterando a rotina dos eventos e até mesmo colocando em risco a realização de alguns esportes. 

Exemplos de impactos nas Olimpíadas:

  • Jogos de Tóquio 2020: A maratona foi transferida para Sapporo devido ao calor extremo;
  • Jogos de Pequim 2022: A falta de neve natural obrigou os organizadores a usar neve artificial;

Vale ressaltar que em Paris 2024: nas Olimpíadas de Paris foram tomadas medidas para reduzir o seu impacto ambiental, incluindo a utilização de energia renovável e a construção de instalações sustentáveis. Como já publicado no artigo: Mudanças Climáticas: Cidades Sustentáveis (Parte 01).

Seguem 04 (quatro) exemplos de esportes que eu pratico regularmente e seus efeitos devido as Mudanças Climáticas:

  • Tênis: As mudanças climáticas têm um impacto significativo no esporte, afetando a saúde e o desempenho dos atletas, a programação de eventos e a sustentabilidade das atividades. O calor extremo pode aumentar o risco de lesões e doenças, enquanto a mudança na precipitação pode alterar as condições das quadras. 

O aumento das temperaturas pode levar à suspensão de partidas, como ocorreu no Australian Open de 2020. Os jogos do Australian Open foram suspensos após o acionamento da “política anti-calor” estabelecida pelas regras do tênis, quando os termômetros marcavam 36ºC, com sensação térmica em quadra que ultrapassava os 40ºC. A “política anti-calor” do tênis determina que nenhum jogo outdoor possa ser realizado quando a sensação térmica se aproxime dos 40ºC. Inclusive, o aumento da intensidade das competições em condições climáticas adversas pode aumentar o risco de lesões. 

As entidades esportivas estão implementando medidas para reduzir a pegada de carbono, como o uso de materiais reciclados, a redução do uso de plástico e a discussão da logística de transporte. O esporte pode ser uma ferramenta para promover a conscientização ambiental e a necessidade de ações para combater as mudanças climáticas. 

Em resumo, as mudanças climáticas representam um desafio para o tênis, que depende de condições climáticas favoráveis para a realização de competições e o treinamento dos atletas. É necessário que as entidades esportivas e os atletas se unam para buscar soluções que mitiguem os impactos das mudanças climáticas e promovam a sustentabilidade no mundo do esporte

  • Beach Tennis: Ao ser praticado ao ar livre, é naturalmente impactado pelas mudanças climáticas. As condições climáticas, como temperatura, umidade e vento, afetam o desempenho dos jogadores e podem levar à necessidade de ajustes na forma de jogar. A temperatura e a umidade afetam a energia dos jogadores e a forma como a bola se comporta.

A preocupação com o meio ambiente leva à busca por eventos mais sustentáveis, como a certificação “Evento Neutro“. A adoção de práticas sustentáveis, como a gestão adequada dos resíduos e a redução das emissões de carbono, é importante para minimizar o impacto ambiental da prática do esporte.

Conclusão: O beach tennis, como qualquer esporte ao ar livre, é afetado pelas mudanças climáticas. É fundamental que os jogadores, os organizadores de eventos e a comunidade em geral estejam cientes dos impactos e busquem soluções para garantir a prática do esporte de forma sustentável e segura, adaptando-se às novas condições climáticas. 

  • Windsurf: As mudanças climáticas têm um impacto significativo na prática do windsurf, afetando as condições de vento, ondas e a segurança dos praticantes. O aumento da temperatura global e a alteração dos padrões climáticos podem levar à uma diminuição da intensidade dos ventos em algumas regiões.  Ou seja, as mudanças climáticas podem alterar os padrões de vento, levando a uma diminuição da frequência e intensidade dos ventos em algumas áreas, enquanto outras podem experimentar ventos mais fortes e irregulares

Condições climáticas extremas e alterações nos padrões de vento e ondas podem aumentar o risco de acidentes durante a prática do windsurf. É importante que os praticantes de windsurf se conscientizem sobre os impactos das mudanças climáticas e tomem medidas para reduzir sua pegada de carbono. Os praticantes de windsurf podem precisar adaptar suas práticas, escolhendo locais mais adequados às novas condições climáticas e utilizando equipamentos mais seguros. 

Em resumo, as mudanças climáticas representam um desafio para a prática do windsurf, mas também uma oportunidade para se tornar mais consciente e atuar em prol da proteção do meio ambiente

  • Andar de Bicicleta: O uso da bicicleta pode ter um impacto significativo na saúde, quanto nas mudanças climáticas. É uma forma de exercício físico que traz diversos benefícios, como a prevenção de doenças cardíacas, a melhora da resistência aeróbica, a redução da obesidade e o fortalecimento muscular. Além disso, andar de bicicleta também pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade, melhorar a saúde mental e aumentar a imunidade.

O ciclismo, como esporte e forma de transporte, tem um papel importante na luta contra as mudanças climáticas. É uma excelente forma de contribuir para a redução das mudanças climáticas, pois é uma opção de transporte limpa e sustentável que não emite gases de efeito estufa. Ao escolher a bicicleta em vez do carro ou outros veículos motorizados, você reduz a pegada de carbono e ajuda a combater o aquecimento global.

Vale dizer que ao optar pela bicicleta, cada pessoa contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a preservação do meio ambiente. O uso da bicicleta pode ter um impacto significativo na redução do aquecimento global e na promoção do Desenvolvimento Sustentável. A promoção do ciclismo pode incentivar a criação de comunidades mais saudáveis e habitáveis, com mais espaços verdes e ciclovias. 

Importante destacar que, devido ao não comprometimento dos políticos e prefeitos municipais com a construção de ciclovias e ciclofaixas, o ciclismo enfrenta desafios, como a falta de infraestrutura adequada e a segurança no trânsito. É importante investir em políticas públicas que promovam a mobilidade ativa, como a construção de ciclovias e a implementação de medidas de segurança para ciclistas. A bicicleta pode ser uma ferramenta poderosa para a luta contra as mudanças climáticas, desde que sejam criadas as condições para que ela seja utilizada de forma segura e acessível por todos.

Em resumo, o uso da bicicleta é uma ação simples, mas com um impacto significativo na saúde e no meio ambiente. Pedalar é uma forma de cuidar da saúde, contribuir para a luta contra as mudanças climáticas e criar um futuro mais limpo e sustentável. 

Outro importante esporte: no Relatório Anual sobre Tendências de Esportes do Strava foi apresentado que a corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2024, com o Brasil ocupando a segunda posição em número de atletas. 

A corrida e as mudanças climáticas estão interligadas de várias formas, desde o impacto do aquecimento global no desempenho dos atletas até a necessidade de adaptar as práticas de corrida a condições climáticas mais extremas. A ONU – Organização das Nações Unidas, por exemplo, lançou uma campanha para incentivar a corrida como forma de combater as mudanças climáticas

Importante dizer: 1. O aumento das temperaturas pode afetar negativamente o desempenho dos atletas, dificultando a quebra de recordes e aumentando o risco de lesões; 2. O calor extremo pode colocar a saúde dos atletas em risco, especialmente em atividades de longa duração como maratonas.

E, segundo reportagem da ONU News: A Organização Pan-Americana da Saúde alerta para déficit entre 600 mil a 2 milhões de trabalhadores do setor até 2030, o que comprometeria planos de acesso e cobertura universais de saúde. O relatório sobre a Força de Trabalho da Área de Saúde nas Américas revela que o continente está enfrentando uma grave escassez de médicos e outros profissionais do ramo. O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, médico brasileiro Jarbas Barbosa, afirma que a mão-de-obra da saúde é a espinha dorsal dos sistemas de saúde e que sem esses trabalhadores não será possível chegar ao acesso universal.

Desta forma, a necessidade de adaptar a prática da corrida a um ambiente cada vez mais quente e com eventos climáticos mais extremos exige uma mudança de hábitos e uma maior conscientização sobre o problema. 

Em resumo: As mudanças climáticas têm um impacto significativo na corrida, tanto no desempenho dos atletas quanto na segurança e na adaptação à prática. A corrida, por sua vez, pode ser uma ferramenta importante para conscientizar sobre as mudanças climáticas e engajar as pessoas no combate a elas. Como a atleta e campeã Mariana Fischer abaixo (foto), uma atleta com consciência socioambiental e uma grande referencia no esporte.

Já no Brasil, o mais popular e praticado esporte é o futebol… Segundo o site do GE, as mudanças climáticas estão a afetar significativamente o futebol, com impactos em condições de jogo, saúde dos jogadores e viabilidade de eventos esportivos. O relatório aponta que 85% dos clubes da Série A enfrentam alto risco de impactos climáticos severos; 45% enfrentam alto risco de inundações e 55% enfrentam alto risco de queimadas. A pesquisa foi realizada pela consultoria ERM (Environmental Resources Management) e encomendada pelo Terra FC, coalizão global entre clubes, grupos comunitários e sociedade civil para mobilizar o futebol em prol do meio ambiente.

No dia 25 de maio, o mundo celebrou pela primeira vez o Dia Mundial do Futebol. A data foi estabelecida pela Assembleia Geral da ONU em 2024, em reconhecimento ao papel que o esporte tem na construção de um mundo mais pacífico e inclusivo. E para explorar esse potencial do futebol, a organização Street Child United criou a Copa do Mundo das Crianças de Rua. O evento reúne menores em situação de vulnerabilidade para praticar o esporte na mesma cidade ou continente onde acontece a Copa do Mundo oficial.

As entidades do esporte se comprometem com a ação climática a alcançar as emissões zero líquidas até 2040 e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030. A iniciativa inclui organizações esportivas, equipes, atletas e fãs que buscam alcançar as metas do Acordo de Paris. Além de atuar para reduzirem suas emissões, as organizações esportivas também se comprometeram a usar o esporte como uma ferramenta para impulsionar a consciência climática e a ação entre os cidadãos de todo mundo.

Lembrando que o esporte é extremamente benéfico para a saúde, física e mental. A prática regular de atividades físicas ajuda a fortalecer o sistema cardiovascular, melhorar a saúde mental, fortalecer músculos e ossos, e prevenir diversas doenças crônicas. Destaco que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a prática de pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada ou 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa por semana.

Ou seja, a prática regular de esporte é fundamental para a saúde e o bem-estar, trazendo benefícios tanto para o corpo quanto para a mente. Por isso, é importante incluir atividades físicas na rotina diáriae buscar a orientação de profissionais da área para garantir a segurança e a eficácia dos exercícios. Além disso, ele estimula a socialização e ajuda você a se distanciar de pensamentos negativos.

Ações do Esporte no Combate às Mudanças Climáticas:

  • Redução da Pegada de Carbono: Eventos esportivos podem adotar práticas sustentáveis, como o uso de energia renovável, o consumo de água e a gestão de resíduos, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa;
  • Conscientização e Educação: O esporte pode ser utilizado como ferramenta para educar e conscientizar o público sobre a importância da ação climática, promovendo hábitos mais sustentáveis e incentivando a participação em iniciativas ambientais;
  • Inovação e Tecnologia: O esporte pode estimular a inovação e o desenvolvimento de tecnologias que contribuam para a redução das emissões de carbono e a adaptação às mudanças climáticas, como a criação de instalações esportivas mais eficientes e a utilização de materiais sustentáveis;
  • Adaptação aos Impactos: O esporte pode se adaptar aos impactos das mudanças climáticas, como a mudança de horários de jogos para evitar o calor extremo e a utilização de tecnologias que protejam os atletas das condições climáticas adversas;
  • Engajamento da Comunidade: O esporte pode envolver a comunidade na ação climática, incentivando a participação em iniciativas de reflorestamento, limpeza de áreas verdes e promoção de hábitos mais sustentáveis;
  • Liderança e Exemplo: Atletas e organizações esportivas podem se tornar exemplos de liderança na ação climática, inspirando outras pessoas e setores a se comprometer com a sustentabilidade e a redução das emissões de carbono.

Em resumo, o esporte pode desempenhar um papel crucial na luta contra as mudanças climáticas, tanto ao reduzir sua própria pegada de carbono quanto ao conscientizar e engajar o público em ações sustentáveis. A adaptação aos impactos do aquecimento global também é um desafio que o esporte precisa enfrentar para garantir a continuidade e a segurança dos eventos e dos atletas. 

Além disso, a prática do esporte faz bem tanto para o seu corpo quanto para a sua mente, por isso, é importante que ele faça parte do seu dia a dia. A prática esportiva, seja de forma amadora ou profissional, contribui para uma vida mais saudável, equilibrada e plena, promovendo o desenvolvimento integral da pessoa. 

A frase popular: “Esporte é Vida” é uma declaração sobre a importância do esporte para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida, sendo uma mensagem que ressoa com muitas pessoas e que pode ser utilizada para incentivar a prática de atividades físicas e para promover uma visão positiva do esporte na sociedade. 

Amigos esportistas…. prontos para defender a ação climática por meio do esporte? Volto a dizer: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto

Cuiabá deixou de ser a Cidade Verde.


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A foto acima foi tirada por Ermelinda Maria De Lamonica Freire no Bosque da Saúde onde segundo ela recentemente foram suprimidos cerca de 10 (dez) oitis frondosos e saudáveis. E está acontecendo o mesmo que ocorreu com a Getúlio Vargas, outrora repleta de flamboyants que foram literalmente dizimados. Estão destruindo a arborização de Cuiabá sem que nada seja feito pela prefeitura.

Hoje, embora ainda existam áreas verdes em parques urbanos como o Parque Mãe Bonifácia e o Horto Florestalno centro da cidade e na maioria dos bairros é pobre em arborização, e a cidade enfrenta ondas de calor e ilhas de calor intensas, por este motivo.

Cuiabá, que no início do século XX era conhecida como “Cidade Verde“, deixou de ser amplamente reconhecida como tal devido a um processo de perda de áreas verdes. Nas últimas três décadas, a capital de Mato Grosso perdeu 17% de áreas verdes, o que equivale a mais de 55 mil hectares, um valor significativo. E dados do INMET – Instituto Nacional de Meteorologia apontam que Cuiabá ficou 1,5°C mais quente nas últimas décadas. E isso se deve a falta de arborização.

Como já dito em outro artigo: As árvores fornecem sombra, reduzem a temperatura do ar e ajudam a controlar o efeito das ilhas de calor urbanas. Além disso, a transpiração das árvores, conhecida como evapotranspiração, libera umidade no ar, contribuindo para um ambiente mais fresco

Segundo reportagem da Gazeta Digital: “Cuiabá, que completou dia 8 de abril 306 anos, outrora famosa pelos grandes quintais com árvores frutíferas e paisagens verdes, já foi a capital mais arborizada do país.

Resgatar o titulo de “Cidade Verde”, aquele que um dia fez jus e ostentou com muito orgulho, mas que há tempos se perdeu, é o ideal de vida, a missão de muitos moradores. Pessoas comuns, mas incansáveis defensores da “Cidade Verde” e que acreditam no impacto através de um trabalho de “formiguinha” feito por meio do plantio de árvores.

A prefeitura da cidade não possui um plano de combate às mudanças climáticas, o que a deixa toda a população, principalmente os pobres e menos favorecidos, mais vulnerável aos impactos. Seguem alguns Indicadores da Perda do Título de “Cidade Verde”:

Cuiabá é conhecida por ser uma das cidades mais quentes do Brasil, e nas últimas décadas as temperaturas têm subido ainda mais. E os termômetros marcaram 50 graus em Cuiabá, especialmente durante ondas de calor intensas. O G1 – Portal de Notícias da Globo, informou que, em 2020, os termómetros de rua chegaram a marcar 50°C em algumas ocasiões. E isso se deve a:

  • Ilhas de calor urbanas: geradas pelo crescimento urbano desordenado e a diminuição de áreas verdes, o que aumenta a retenção de calor.
  • Desmatamento do entorno (Cerrado e Pantanal): afeta o microclima da cidade, reduzindo a umidade do ar e alterando os padrões de chuvas.
  • Mudanças globais no clima: o aquecimento global contribui para ondas de calor mais frequentes e intensas.

Importante ressaltar, mais uma vez, que as mudanças climáticas afetam especialmente as populações vulneráveis, que vivem em áreas de risco ou com menos acesso a recursos. E as mudanças climáticas estão diretamente associadas a biodiversidade do Cerrado e do Pantanal, ecossistemas interligados com Cuiabá e, a segurança hídrica, já que os mananciais sofrem com a seca e poluição.

Então para enfrentar esses desafios, Cuiabá precisa adotar através da prefeitura, políticas de:

  • Adaptação climática urbana: mais áreas verdes, infraestrutura de drenagem e habitação em áreas seguras.
  • Educação ambiental e cidadania climática.
  • Transição energética e mobilidade urbana sustentável.
  • Preservação dos biomas ao redor(principalmente o Cerrado e o Pantanal).

E o título de “Cidade Verde” ainda pode ser recuperado?

Sim, com gestão eficiente e com consciência socioambiental e políticas públicas efetivas de reflorestamento urbanoincentivo à arborização nos bairros e educação ambiental. Cuiabá pode reconquistar parte desse legado. O desafio é ter prefeitos com foco nos ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, integrando o desenvolvimento urbano com a sustentabilidade. Para conhecimento dos leitores, enviei em 2024 uma minuta de Plano de Governo com base nos ODS para todos os candidatos a prefeitura de Cuiabá. Mas, como diz o ditado popular, parece que entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

Algumas medidas de enfrentamento a serem implementadas pela prefeitura:

  • Plano de Mudanças Climáticas: Cuiabá deve criar um Plano de Mudanças Climáticas para enfrentar os desafios do aumento da temperatura e dos eventos climáticos extremos. 
  • Arborização: a arborização urbana ajuda a reduzir a temperatura e a melhorar a qualidade do ar, assim como tirar o concreto das ruas para que plantas cresçam novamente.
  • Gestão de incêndios: é importante fortalecer a prevenção e o combate a incêndios florestais. 
  • Adoção de práticas sustentáveis: a adoção de práticas sustentáveis em edifícios e na vida cotidiana pode ajudar a reduzir a pegada de carbono. 
  • Educação e conscientização: é fundamental educar e conscientizar a população sobre as mudanças climáticas e a importância de adotar medidas para reduzir os impactos. 

Vale ressaltar que a os efeitos da perda de áreas verdes impacta a diversidade de espécies vegetais e animais, afetando o ecossistema urbano, além de qualidade de vida, pois a falta de áreas verdes pode ter um impacto negativo na qualidade de vida dos habitantes, reduzindo o acesso a espaços de lazer e afetando a qualidade do ar. 

Alguns impactos em Cuiabá:

  • Ondas de calor: a cidade sofreu com oito ondas de calor em 2024, com temperaturas variando de cinco a dez graus acima da média
  • Incêndios florestais: o Pantanal, próximo a Cuiabá, tem sido palco de incêndios intensificados pelas mudanças climáticas. 
  • Impacto na saúde: o calor extremo e a poluição do ar causada pelos incêndios afetam a saúde dos moradores. 
  • Vulnerabilidade urbana: a falta de um plano de mudanças climáticas deixa Cuiabá mais vulnerável aos impactos do aumento da temperatura e dos eventos climáticos extremos. 
  • Aumento do consumo energético: o calor extremo tem aumentado o consumo de energia para resfriamento em casas e edifícios. 

Infelizmente pelo desconhecimento ou ignorância de políticos nas questões socioambientais, se desconhece que: as árvores ajudam a refrescar as cidades desta forma:

  • Sombra natural: As copas das árvores bloqueiam a radiação solar direta, reduzindo a temperatura do solo, calçadas, muros e carros. Isso pode baixar a temperatura local em até 5°C ou mais em áreas arborizadas.
  • Evapotranspiração: As árvores liberam vapor d’água pelas folhas, um processo chamado evapotranspiração, que tem efeito de resfriamento semelhante ao de umidificadores.
  • Redução do efeito “ilha de calor”: Cidades têm muito asfalto e concreto, que absorvem e retêm calor. Árvores ajudam a diminuir esse acúmulo de calor, tornando o clima urbano mais ameno.
  • Melhoria da qualidade do ar: Árvores filtram poluentes e reduzem partículas no ar, o que também ajuda a reduzir o estresse térmico em seres humanos.
  • Estímulo ao microclima urbano saudável:Áreas arborizadas mantêm umidade do ar mais alta e temperaturas mais estáveis ao longo do dia e da noite.

Além disso: As raízes das árvores ajudam a fixar o solo, impedindo a erosão e protegendo a área de eventos climáticos extremos, como secas e inundações. E uma rua arborizada pode ser até 10°C mais fresca do que uma rua com muito concreto e sem árvores.

Por exemplo: Em São Paulo, estudos mostraram que bairros com mais árvores são mais frescos e têm melhor qualidade do ar. Ou seja, a arborização urbana, portanto, é uma estratégia eficaz para combater o calor nas cidades, melhorar a qualidade de vida e tornar os espaços urbanos mais sustentáveis. 

E o que a prefeitura de Cuiabá pode fazer:

  • Plantio de árvores: O plantio de árvores em áreas urbanas e rurais pode ajudar a reduzir a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e melhorar a qualidade do ar. 
  • Escolher espécies resistentes: Optar por espécies de árvores nativas e adaptadas às condições climáticas locais, que são mais resistentes aos efeitos das mudanças climáticas. 
  • Sensibilizar a população: Educar a população sobre a importância das árvores para a luta contra as mudanças climáticas e promover a participação em ações de plantio e preservação

É claro que mesmo Cuiabá com o plantio de muitas árvores não deve contar apenas com elas para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. As cidades no mundo devem abrigar 80% da população mundial até 2050, elas serão o campo de batalha da luta contra as mudanças climáticas. E os prefeitos e gestores públicos se aplicarem os ODS, devem restringir as emissões em todos os setores – transportes, energia, indústria e tantos outros. Ou seja, como diretriz da ONU a territorialização dos ODS e o plantio de árvores e sua preservação devem ser parte importante dessa estratégia.

Vale aqui lembrar que a frase “Cidade verde, como mudou, de belo que tinha pouco ficou. Cidade verde dos mangueirais, Cidade verde da esperança, do meu texto de criança, que não volta mais” é parte de uma música de Moisés Martinsque fala sobre a transformação de Cuiabá, capital do Mato Grosso, e a perda da sua imagem de cidade verde. A letra lamenta a degradação ambiental e a perda de beleza que a cidade sofreu, contrastando com a memória da Cuiabá do passado, onde a natureza era mais presente. A canção é um apelo para que a cidade possa recuperar sua identidade verde e devolver a esperança a seus habitantes. 

Cuiabá perdeu o titulo para Goiânia, como já publicado no artigo: Urbanização e Mudanças Climáticas: Cidades estão tirando concreto das ruas para que plantas cresçam novamente, que hoje é reconhecida como a cidade mais verde do Brasil, com altos índices de arborização nas vias públicas e uma grande quantidade de áreas verdes. A capital Goiana foi também eleita a “Cidade mais Arborizada do Mundo” pela ONU – Organização das Nações Unidas

Em resumo, a perda de áreas verdes em Cuiabá é um processo que começou há algumas décadas e que tem sido impulsionado por diversos fatores, incluindo a falta de compromisso dos gestores públicos, especialmente os prefeitos, seus secretários e equipes, o crescimento urbano e a falta de manutenção de áreas verdes.

E mais uma vez volto a dizer: Como aprendi ainda pequeno com meus amados e falecidos pais (Carlos Ricardo Chiletto e Yara Cairo Chiletto): “Palavras o vento as leva. Ação leva ao coração“. Além de sonhar com um mundo melhor para nossos filhos e netos… Precisamos votar em prefeitos que possam AGIR em prol de políticas socioambientais e em especial neste caso, em plano de mudanças climáticas com arborizações urbanas.

Como escreveu o Grão Mestre Dom Albino Neves, do Caminho da Luz: “… Muitas são as perguntas que cada homem deveria fazer a si mesmo, talvez assim, venha aprender a se tornar mais humano, dignificar a graça de ter sido criado a imagem e semelhança de Deus, compreender que o amor é a porta de entrada para a sua ascensão espiritual”.

Pois “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto

O Apocalipse e as mudanças Climáticas

 


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O Apocalipse, o último livro do Novo Testamento da Bíblia, descreve eventos cataclísmicos, incluindo mudanças climáticas drásticas, que alguns interpretam como possíveis sinais do fim dos tempos. Embora a Bíblia não seja um livro científico, e as interpretações sobre o Apocalipse variem, as descrições de catástrofes naturais e mudanças climáticas podem ser relacionadas ao debate atual sobre o aquecimento global e as suas consequências

Eventos apocalípticos, frequentemente retratados em filmes e livros, estão ganhando uma face mais “real” à medida que as mudanças climáticas intensificam a ocorrência de eventos climáticos extremos. Secas prolongadas, inundações devastadoras, ondas de calor e incêndios florestais cada vez mais intensos estão se tornando comuns, com impactos diretos na vida humana, agricultura e ecossistemas. 

O Apocalipse (do grego apokálypsis, que significa “revelação“) é o último livro do Novo Testamento da Bíblia Cristã, chamado Livro do Apocalipse ou Revelação de João. Ele descreve visões simbólicas e profecias sobre:

  • A nova criação (novo céu e nova terra).
  • O fim dos tempos;
  • O juízo final;
  • Desastres naturais (terremotos, pestes, fogo, etc.);
  • A batalha final entre o bem e o mal;

Assim como o Apocalipse descreve eventos como terremotos, tempestades, secas, ondas de calor e outras desgraças naturais que afetam a Terra. Alguns versículos especificamente mencionam o sol abrasando os homens com fogo e o derramamento de taças que causam pragas e destruição. 

Muitas pessoas, especialmente em contextos religiosos, veem paralelos entre os sinais do Apocalipse e os eventos climáticos extremos que estamos enfrentando hoje conforme quadro abaixo:

PROFECIAS DO APOCALIPSEEVENTOS CLIMÁTICOS ATUAIS
Terremotos, secas, pragasDesastres naturais intensificados
Estrelas caindo do céuChuva de meteoros ou poluição luminosa
Morte nos maresAquecimento oceânico, morte de corais
Escuridão e fogoIncêndios florestais, fumaça, eclipses
Juízo sobre a humanidadeResponsabilidade humana pelas mudanças

Alguns cristãos acreditam que as mudanças climáticas são sinais do “fim dos tempos”, como profetizado no Apocalipse. Outros veem isso como um chamado para arrependimento e mudança de conduta, inclusive na forma como tratamos a criação (meio ambiente).

Importante dizer que a relação entre a volta de Jesus Cristo e as mudanças climáticas é complexa e vista de diferentes perspectivas pelos cristãos. Alguns, com uma visão dispensacionalista do Apocalipse, tendem a interpretar as mudanças climáticas como sinais da volta de Jesus e do “arrebatamento”. Outros, no entanto, reconhecem as mudanças climáticas como resultado da ação humana e consideram que as igrejas devem abordar o assunto

Vale aqui destacar o simbolismo ético / ecológico: O Apocalipse pode ser visto como uma advertência simbólica sobre o que acontece quando a humanidade se distancia da justiça, da humildade e do cuidado com a criação. Assim, o aquecimento global seria uma “colheita” do que a humanidade tem “plantado”.

A igreja e lideranças cristãs têm falado sobre a “crise climática como crise moral”, citando passagens como: “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele.” (Gênesis 2:15). Ou seja, a Bíblia também chama o ser humano a cuidar da Terra, não destruí-la.

Embora a Bíblia não seja um livro científico, a preocupação com a degradação do meio ambiente e as consequências do aquecimento global tem levado alguns a buscar conexões entre as descrições do Apocalipse e o futuro do planeta. Alguns interpretam os eventos descritos no Apocalipse como uma advertência sobre o impacto do pecado e do uso irresponsável dos recursos naturais, que pode levar a catástrofes climáticas. 

A Bíblia e a Ciência: A Bíblia não é um manual científico, mas sim um guia espiritual e moral. Já a ciência investiga o mundo natural e busca entender os processos que governam as mudanças climáticas, enquanto a Bíblia oferece uma perspectiva espiritual sobre o significado dos eventos que ocorrem no mundo. 

Independentemente das interpretações sobre o Apocalipse, as descrições de catástrofes naturais e mudanças climáticas podem servir como uma chamada à reflexão sobre o impacto das nossas ações no planeta e a necessidade de cuidado com o meio ambiente. Ou seja, a preocupação com o futuro da Terra e a busca por soluções para as mudanças climáticas podem ser vistas como uma resposta prática à preocupação com as advertências do Apocalipse

E a oração de São Francisco de Assis nos fala sobre um pedido para se tornar um instrumento da paz de Deus, sugerindo que a paz é algo que deve ser ativamente disseminado. Cada verso apresenta um contraste entre um aspecto negativo do mundo (ódio, ofensa, discórdia, dúvida, erro, desespero, tristeza, trevas) e a qualidade positiva que deseja trazer para essas situações (amor, perdão, união, fé, verdade, esperança, alegria, luz). E fazendo um paralelo, essa estrutura enfatiza a ideia de que a presença do fazer o bem pelo nosso planeta e as pessoas pobres e despossuídas pode curar e transformar as realidades do mundo no combate as mudanças climáticas em prol da humanidade.

“Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a união
Onde houver dúvida, que eu leve a fé…”

Conforme já foi publicado no meu Blog por mim: A Igreja Católica no Combate as Mudanças Climáticas. o saudoso Papa Francisco se destacou como um líder global na discussão sobre as mudanças climáticas, com suas encíclicas, como a “Laudato Si‘”, e seus discursos a alertar sobre a necessidade de agir. Ele chamou a atenção para os impactos das mudanças climáticas, especialmente nos países em desenvolvimento, e para a importância de proteger o meio ambiente. Assim com seu sucessor o Papa Leão XIV defende que o mundo deixe as palavras de lado e se comprometa com ações práticas de combate à mudança do clima. E a Igreja Católica tem se engajado em diversas ações para combater as mudanças climáticas.

Vale ressaltar que os FilmesThe Day After Tomorrow(Um Dia Depois do Amanhã), Don’t Look Up (Não Olhe para Cima), Mad Max – todos abordam o colapso climático como uma forma de fim do mundo. E muitos veem nas crises ambientais uma oportunidade para uma “revelação” – mudar nosso modo de vida, revalorizar a natureza e criar novas formas de coexistência. E o que podemos fazer?

  • Reduzir emissões de carbono
  • Preservar ecossistemas
  • Pressionar por políticas sustentáveis
  • Educar sobre o impacto ambiental
  • Mudar padrões de consumo

Segundo o jornal do Vaticano: “O mundo está à beira de um apocalipse climático“. São necessárias políticas incisivas, baseadas em medidas concretas, que possam favorecer as populações mais vulneráveis.

Conclusão: O Apocalipse pode ser interpretado como uma metáfora para as consequências da destruição ambiental, ou como um aviso espiritual real sobre o fim dos tempos. E as mudanças climáticas, embora cientificamente explicadas, também podem ser entendidas como sinais de alerta espiritual e moral, dependendo da fé ou cosmovisão das pessoas.

E como escreveu o Grão-Mestre Dom Albino NevesO MILAGRE NÃO CAI DO CÉU… Para que o milagre aconteça é preciso se colocar no caminho, o que requer uma reestruturação psico-física-espiritual… Sem acordar é impossível ver a luz do sol“.

Eduardo Cairo Chiletto