4 de abril de 2022

MORRINHOS - Geotecnologias na análise das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antonio (Morrinho) em Santo Antonio do Leverger-MT



Vinicius de Castro Miranda¹ Vanderley Severino dos Santos¹ 

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT Av. Zulmira Canavarros, 95 – CEP: 78005-200 - Cuiabá - MT, Brasil Viniciuscm86@gmail.com


Resumo. Caminhar por trilhas ecológicas é uma das opções de turismo em crescimento, é a recreação mais comumente oferecida e utilizada por visitantes em áreas naturais, neste sentido, o planejamento turístico desses locais torna-se uma necessidade. As geotecnologias podem proporcionar ao planejamento turístico maior flexibilidade na manipulação dos dados e, assim, facilitar a proposição de melhorias que possam ser aplicadas em locais de turismo. Desta forma, com a intenção de contribuir com informações e dados que auxiliem no desenvolvimento do turismo na comunidade Morrinho em Santo Antônio do Leverger-MT e utilizando-se de técnicas de geoprocessamento, este trabalho teve como objetivo caracterizar a área, traçar e analisar as condições das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antônio. Os resultados mostraram que cada trilha analisada tem aproximadamente 2 km de caminhada (ida e volta) com trechos de acentuado declive. Os resultados também mostram que o Morrinho é um dos locais mais altos da região, com 449 metros de altitude e, do seu topo tem-se uma vista fantástica, que possibilita observar praticamente toda região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá. 

Palavras-chave: Pantanal,Qgis, ecoturismo, Educação Ambiental.



Abstract. Walking along ecological trails is one of the growing tourism options, and the recreation is more commonly offered and used by visitors in natural areas, in this sense, the tourist planning of these places becomes a necessity. Geotechnologies can provide tourism planning with greater flexibility in data manipulation and, thus, make it possible to propose improvements that can be applied to tourism sites. In this way, with the intention of contributing information and data that help in the development of tourism in the Morrinho community in Santo Antônio do Leverger-MT and using geoprocessing techniques, this work aimed to characterize the area, conditions of the tracks of the Morro de Santo Antônio Natural Monument. The results showed that each track analyzed has approximately 2 km of walk (round trip) with stretches of marked slope. The results also show that Morrinho is one of the highest places in the region, with 449 meters of altitude and, from its top has a fantastic view, that allows to observe practically all the Metropolitan region of the Vale do Rio Cuiabá. 

Keywords: Pantanal, Qgis, ecotourism, Environmental Education. 


1. Introdução 

Nas Áreas de Proteção Ambiental (APA), ainda há incoerências entre o que é estabelecido pela legislação ambiental para atividades e uso e, o que realmente é observadorotineiramentenestas áreas, em especial as trilhas eco-turísticas, uma das atividades de interação com o ambiente das mais procuradas na atualidade. As trilhas são fundamentais para promover o estimulodo público a refletir sobre a importância da conservação ambiental. 

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, Monumento Natural é uma categoria de Unidade de Conservação que pertence ao grupo de Proteção Integral, cujo objetivo básico, é a preservação de sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica (Brasil, 2000).Os Monumentos Naturais podem ser constituídos por áreas particulares, desde que, seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local, pelos devidos proprietários. 

O Monumento Natural Estadual, denominado Morro de Santo Antônio, está localizado no município de Santo Antônio do Leverger, foi criado pela Lei Estadual Nº 8.504 de 09/06/2006. Atualmente vemcrescendo o número de visitantes no local, interessados em atividades de educação ambiental, trilhas de aventura, parapente, entre outras. 

Um fator limitante para a difusão dessas atividades no Morro de Santo Antônio pode ser a falta de informações e a subutilização dos recursos financeiros destinados a desenvolver o turismo no Estado. Até o presente momento não se tem conhecimento de trabalhos que possam orientar as visitas ao local. Essa suposta falta de informações reduz seu potencial turístico, provocandoo esquecimento do monumento perante os guias turísticos que não o recomendam para visitação. Segundo Eisenlohr et al. (2013) apesar de importantes para a conservação de ecossistemas, ainda é difícil encontrar registros sobre os impactos ecológicos do uso público das trilhas em áreas naturais no Brasil. 

O Morro de Santo Antônio dispõe de vista privilegiada do Rio Cuiabá e da Região Metropolitana, do alto do morro é possível observara divisão entre os municípios de Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande, Cuiabá e Santo Antônio do Leverger. É um local de fácil acesso e,sua posição é ideal para se ter uma vista panorâmica da área metropolitana e contemplar a natureza. 

O Morro de Santo Antônio teve sua importância histórica no período da guerra do Paraguai, quando foi utilizado como ponto de observação, nele foi construída uma pira para sinalizar, para Cuiabá, caso viesse a ocorrer alguma invasão de tropas Paraguaia. 

Visitas ao local ainda são poucas, sendo apenas visitado, em sua maioria, por jovens, em busca de aventura, lazer e ritos religiosos. Por outro lado, a comunidade ainda não enxerga o local como forma de geração de renda, assim, trata-se de uma área turística subutilizada. 

2. Objetivo 

Com a intenção de contribuir com informações e dados que auxiliem no desenvolvimento do turismo na comunidade Morrinho em Santo Antônio do Leverger-MT e utilizando-se de técnicas de geoprocessamento, este trabalho teve como objetivo caracterizar a área, traçar e analisar as condições das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antônio. 

3. Material e Métodos 

O Monumento Natural Estadual “Morro de Santo Antônio”, é constituído por áreas públicas e particulares, está localizado no município de Santo Antônio do Leverger,no Centro-Sul do Estado de Mato Grosso, Brasil(Figura 1). Apresenta uma área 2,58 km², está a uma distância aproximada de 17 km da região central de Cuiabá. 

A região onde se localiza o Morro de Santo Antônio está ligada pelos Rios Cuiabá e 

Paraguai a Grande Bacia do Prata. 

O clima do município é tropical quente e sub-úmido, com um período de seca e outro chuvoso. A precipitação média anual é de aproximadamente 1.500 mm, com intensidade máxima em dezembro, janeiro e fevereiro. A Temperatura média anual é de 24º C, com registros de máxima de 42º C e, mínima de 0º C. 

Os solos do local são do tipo Litólicosálicos. Sua geologia pertence ao Grupo Cuiabá, pre- cambriando superior. A vegetação local é composta de Savana Arbórea aberta com floresta de galeria. 

Na execução deste trabalho foi utilizado técnicas de geoprocessamento, para adquirir, 

armazenar, recuperar, transformar e gerar informações espaciais. O método utilizado também se fundamentou na interpretação de imagens de satélite e modelos numéricos do terreno, para o reconhecimento e caracterização ambiental do Morro de Santo Antônio. 

O DEM TOPODATA (Banco de dados Geomorfométrico do Brasil) foi utilizado para obter o perfil topográfico aplicando a ferramenta profile tools do QGIS, bem como, o MNT de declividade também obtido no QGIS com a ferramenta disponível no menu raster/análise/MDE (modelos do terreno). 

Neste trabalho, além do software livre QGIS 2.18, utilizou-se também o SAS.planet e Google Earth Pro para visualizar as imagens da área que foram usadas como base para digitalizar as trilhas e auxiliarem no reconhecimento da área. 

O sistema de referencia adotado foi o SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas). 


4. Resultados e Discussão 

O Monumento Natural Estadual Morro de Santo Antônio é uma categoria de Unidade de Conservação que pertence ao grupo de Proteção Integral.No local, alterações ambientais observadas ainda são de baixa magnitude, porém, dependendo da velocidade e proporção que ocorram pode romper o equilíbrio do sistema. 

A região, onde se encontra o morro é de grande beleza cênica, entre seus principais atrativos estáo fato do mesmo se encontrar na faixa de planalto adjacentes do biomaPantanal,possibilitando visualizar a exuberante fitofisionomia savânica, o rio Cuiabá e as áreas urbanas de Cuiabá, Santo Antonio e Várzea Grande. 

O Morro de Santo Antonio é um morro-testemunho, este tipo de morro é caracterizado como feições geomorfológicas que se destacam no local, por, apresentar uma grande diferença de elevação em relação ao relevo de entorno e foi mantido por pertencer a uma camada mais resistente. 

O acesso ao morro é feito pela rodovia Palmiro Paes de Barros (MT-040), sentido Cuiabá a Santo Antônio do Leverger (Figura 2). Há duas estradas vicinais, a primeira inicia no Km 15 da MT 040, com percurso de 3,87km, sendo mais próxima de Cuiabá, e a segunda estrada vicinal esta mais próxima do Município de Santo Antônio do Leverger, fornece um percurso de 3km. 

No inícioda trilha, há uma área improvisada para estacionamento de veículos. Nesse local há uma casa que poderia ser aproveitado para atendimento ao público e também comércio de souvenirs. 

De acordo com informações obtidas na coordenadoria de Unidade de Conservação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), a comunidade e os visitantes precisam estar cientes das restrições legais em relação às visitas ao Morro de Santo Antônio, no local, não é permitida a abertura de novas trilhas; matar, perseguir ou caçar animais; cortar ou coletar a vegetação; utilização de fogo ou artefatos explosivos; poluição sonora; extração de minerais e, todo e qualquer lixo gerado deve ser coletado, pois, se trata de uma unidade de conservação ambiental. Porém, não há no local nenhuma placa com tais orientações para os visitantes. Assim sendo, se as Trilhas se justificam como um instrumento para a Educação Ambientaltorna-se então, imprescindível que ao longo delas, ou em seu início, seja informado aos visitantes como se comportarem nesses ambientes. 

Costa (2012) analisou uma trilha e visando instruir os usuários de trilhas sobre boas práticas, para sua segurança e conservação ambiental, sugeriu a instalação de placas com informações sobre o percurso, tais como: Croqui, extensão, formato, grau de dificuldade, duração e a indicação da necessidade de guia. 

As trilhas são um meio de deslocamento que permite o contato e interação com a natureza. No Morro de Santo Antonio a trilha principal começa com uma subida em direção Leste-Oeste com pouca declividade, mas, vai aumentando de forma gradual,conformefoi constatado em visitas ao local eindicadono perfil topográfico construído com o pluginProfileTools do QGIS (Figura3). Segundo Silva et al. (2012) buscando contribuições para a gestão das trilhas turísticas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - GO destacam que a análise da qualidade cênica com uso de geotecnologias reduz a subjetividade nas avaliações de impacto visual no planejamento de trilhas para a visitação turística. 

Na Figura 3, observa-se que, nos primeiros 150 metros há uma pequena variação de altitude (25 metros), a declividade é suave, porém, no fim deste trecho a declividade é próxima de 10%, mesmo assim, a subida ainda é sem muito esforço. Ao se aproximar dos 200 metros do início da trilha ocorre uma mudança de direção para o sentido Sul. 

Nos 300 metros seguintes a altitude vai de 233 m até 288 m, observa-se um aumento expressivo da declividade, estimada em torno de 10% para 40%. Neste trecho é necessário buscar apoios para facilitar à subida, pois,em decorrência do uso,há uma formação de escadaria pelasraízes expostas,assim,o trilheiro deve observar bem e, com critérios, escolhero melhor local para pisar e se apoiar, pois, neste ponto o estado da trilha pode colocar em risco a segurança dos usuários. Costa (2012) com o objetivo de analisar uma trilha ecológica diagnosticou que a mesma estava em bom estado de conservação e era segura para os visitantes, entretanto, sugere a necessidade de abrir uma segunda trilha para servir como saída de emergência. 

O momento mais difícil da subida pela trilha principal ocorreentre 400ma 520 m do início do percurso, adeclividadeatinge 49%, mais adiante, no trecho de600m até 850m ocorre outro aumento expressivo de declividade,neste ponto é verificado a maior inclinação na trilha (61 %). Ao atingir 800m do início há uma nova mudança de direção da trilha, agora ela se volta para sentido oeste. 


No trecho final da trilha, de 850m até 1006m a subida é mais leve, exigido menos esforço do trilheiro, ao final a altitude atinge449 m.Em todo o seu percurso esta trilha oferece pontos de parada que permitem a observação da paisagem e interação com a natureza. Segundo Souza e Matos (2008) por meio das trilhas o visitante observa aspectos diferentes de fisionomias e paisagens, que proporcionam contato com atrativos e ambientes distintos. 

Existe uma segunda trilha, de acesso ao topodo morro, quase paralela a trilha principal, fazendo encontro com esta a 80 metros do topo do morro. A distância entre elas varia entre 50 metros no ponto mais próximo e a 150metros no ponto que estão mais afastadas.A trilha secundária tempercurso de 1088 metros. 

A principal diferença entre as duas trilhas consiste no aumento gradativo da declividade e sentido linear apresentado pela trilha segundaria (Figura 4). Desta forma,a segunda trilha apresenta maior facilidade para subida, pois, permite adaptar-se ao aumento da declividade ao longo trecho, porém,ela não é muito utilizadapor apresentar alguns trechos de mata densa e não ter local para estacionamento de veículos no seu ponto inicial.Outro ponto importante para se destacar é a paisagem, a trilha secundária apresenta poucos pontos de observação, enquanto a trilha principal possui locais mais apropriados para observação da paisagem. 


O uso de geotecnologias e visitas de campo permitiu caracterizar as duas trilhas que dão acesso ao topo do Morro de Santo Antônio, assim, constatou-se, que da mesma maneira outras trilhas localizadas na área do Pantanal possam ser analisadas aplicando este mesmo método. Fetter et al. (2012) a partir de um estudo de caso, semelhante a este, demonstrou as vantagens do uso de geotecnologias na avaliação da geometria e localização de trilhas em Unidades de Conservação da Natureza. 


5. Conclusões e Sugestões 

A trilha principal apesar de não ter muitos obstáculos o percurso é bem cansativo devido à inclinação que ocorre ao longo da subida. O Morrinho é um dos picos mais altos da região, com 449 metros de altitude e proporciona uma vista fantástica que possibilita observar a região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande, Cuiabá e Santo Antônio do Leverger), juntamente com o belíssimo percurso do Rio Cuiabá e interagir com a natureza. 

Cada trilha apresenta aproximadamente 2 km de caminhada (ida e volta),exigindodo participante bom preparo físico, pois a caminhada é longa e íngreme em alguns pontos. Durante a descida deve se redobrar a atenção em decorrência do cansaço. O tempo estimado para subida varia em torno de 1 hora e meia. O cenário observado é muito gratificante, passando por formações rochosas, pequenos pontos de mirantes, também se ouve oscantos dos pássaros e se observa lindas flores do Cerrado.Esta caminhada oferece uma rara e completa oportunidade de contemplação da beleza da nossa região. 

Recomenda-se ao visitar o local, levar protetor solar, água, repelente, frutas eou lanches leves e saco plástico para recolher o seu lixo.Deve-se também utilizar roupas leves, calçados adequados para caminhadas (resistentes e confortáveis) e chapéu ou boné. Considere também os riscos desse tipo de passeio e os devidos cuidados com a saúde. 

Não é cobrada nenhuma taxa de entrada no Morro de Santo Antônio, no momento das visitas, o local encontrava-se abandonado pelo órgão ambiental responsável. O que pode colocar em risco a fauna e a flora local. 



6. Referencias 

Brasil. Casa Civil. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o Art. 225 § 1o, Incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 jul. 2000. 

Costa, B.C., Análise de trilha e sugestões de boas praticas. Revista. Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v(7), nº 7, p. 1461-1478, MAR-AGO, 2012. 

Eisenlohr, P.V. ; Meyer, L. ; Miranda, P. L. S. ; Rezende, V.L. ; Sarmento, C. D. ; Mota, T. J. R. C. ; Garcia, L. 

C. ; Melo, M.M.R.F. . Trilhas e seu papel ecológico: o que temos aprendido e quais as perspectivas para a 

restauração de ecossistemas. Hoehnea (São Paulo), p. 407 – 418, 2013. 

Fetter, R.; Henke-Oliveira, C.; Saito, C. H. Técnicas de viewshed para planejamento de trilhas de visitação em 

Unidades de Conservação da Natureza. Revista Brasileira de Biociências, v. 10, n. 1, p. 94, 2012. 

Silva, R.G.P.; Oliveira, C. H.; Saito, C.H.. Análise cênica e diversidade visual de paisagens: contribuições para a gestão das trilhas turísticas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - GO. Sustentabilidade em Debate, Brasília, v. 3, n. 2, p. 71-92, 2012. Disponível em: 


Souza, P.C.; Martos, H.L. Estudo do uso público e análise ambiental das trilhas em uma unidade de conservação de uso sustentável: Floresta Nacional de Ipanema, Iperó - SP. Revista Árvore, Viçosa, v. 32, n. 1, p. 91- 100, Fev. 2008.

2 de abril de 2022

CONVITE: Abertura Exposição Individual - CARLOS PINA "Saber ver Cuiabá".

Convite Palestra: "Cuiabá: sua história e o rico patrimônio cultural"



*Data/Hora:* Quinta-feira, 7 de abril · 20h (horário de Cuiabá-MT)

🔗 *Link da Transmissão:* https://meet.google.com/wwz-vics-xyy

Em comemoração ao aniversário de *303 anos de Cuiabá

*, A Casa da União Santa Luzia convida todos para conhecerem um pouco mais da história desta cidade tão bela e acolhedora. 

A Palestra será ministrada pela *Profa. Dra. em História Social* pela UNB e Universidade Nova Lisboa *C. Thereza Martha Guimarães*, que já foi sócia do N. Breuzim e hoje reside na cidade de Brasília. 

Participem!!! 

Aproveitem para convidar os amigos e divulgar aos que tenham interesse 🤝

*Cordialmente,*

*CdU Santa Luzia.*

31 de março de 2022

Projeto Aldeia Sustentável - A’uwe Uptabi em Canarana tem assistência técnica da Empaer


Maricelle Lima Vieira | Empaer/MT

- Foto por: Empaer
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Uma equipe da Empaer na cidade de Canarana (a 823 km de Cuiabá) junto com 28 famílias da comunidade Xavante da Terra Indígena Pimentel Barbosa, Aldeia Belém, já realizaram o plantio de 19.827 mudas entre pés de pequi, espécies frutíferas, hortaliças, além das culturas anuais como arroz feijão e o milho. A iniciativa faz parte do projeto ‘Aldeia Sustentável – A’uwe Uptabi’ desenvolvido via Programa REM/MT e executado pelo Instituto Kuradômôdo Cultura Sustentável e parceiros.

Com duração de dois anos e iniciado em dezembro de 2020, o projeto piloto tem por objetivo replicar a experiência para as demais atuais 18 aldeias do território indígena para se tornarem autossuficientes na produção de alimentos e reduzir o impacto no desmatamento se tornando ambientalmente sustentáveis.

O técnico da Empaer Adilson explica que além das famílias  indígenas, o projeto se estende à Casa dos Adolescentes, contemplando um público de aproximadamente 250 pessoas.  “O nosso trabalho é orientar e acompanhar disseminando o conceito de agroecologia e reduzir os impactos ambientais e produzir alimentos saudáveis e de forma orgânica”.

Segundo Adilson, a área plantada é de 76 hectares com lavoura, pequi, frutíferas nativas e frutíferas. “O objetivo é gerar renda para que possam cultivar o próprio alimento e, de forma saudável”.

A diretora do Instituto Kurâdomôdo e coordenadora do projeto, Cleide Arruda, reitera a gratidão e satisfação em poder, com essa imprescindível parceria com a Empaer. “Sou grata ao presidente da Empaer, Renaldo Loffi, popular Alemão e do técnico Adilson, por tornarem realidade o sonho do cacique Paulo César, em transformar a Aldeia Belém, uma aldeia sustentável.

Crianças e adeslescentes também participam do projeto     Foto: Empaer

O biólogo ornitólogo, Dalci Mauricio de Miranda de Oliveira, destaca que vem acompanhando o trabalho do Adilson e o quanto a comunidade indígena já avançou. “Estamos na primeira parte de reflorestamento da agrofloresta. Os indígenas estão sendo treinados para serem monitores ambientais para dar continuidade às atividades e possam dar a manutenção nas plantas e, com isso, terem autonomia”.

São parceiros no projeto: a Associação Iteró Xavante (AIX); Fundação Nacional do Índio (Funai); Secretaria Especial de Assuntos Indígenas de Mato Grosso (SAI); Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) ; Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e Comitê Estadual de Gestão do Fogo; Instituto Técnico Federal (IFMT); Assembleia Legislativa; Prefeitura de Canarana; e outras instituições como a Universidade de Mato Grosso (Unemat);  Ministério  de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/MT).

Diretora do Instituto, Cleide, o técnico Adison com os indígenas da Aldeia Belém  Foto: Empaer

 


ENTREVISTA: Mauro Mendes, governador do Mato Grosso À frente do Governo do Mato Grosso desde 2019, Mendes foi prefeito de Cuiabá e presidiu a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso. Para a CNC Notícias, ele fala sobre os investimentos em infraestrutura que podem fortalecer o turismo no Estado e no apoio à formalização das Instâncias de Governança Regional do Turismo.

Bem-vindo ao portal do comércio 
 Por Luciana Neto
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1) Quais as principais ações que o governo pretende implementar para alavancar o setor do turismo, bastante impactado pela pandemia?

Há, atualmente, inúmeras estratégias em planejamento e execução, mas as principais estão focadas na divulgação do turismo mato-grossense. Estamos trabalhando na promoção de ações que busquem divulgar o turismo no Estado, e uma dessas atividades, por exemplo, é a participação em feiras de turismo nacionais e internacionais. Estamos planejando realizar, também, fam tours, convidando os principais jornalistas e operadores de turismo tanto regionais quanto nacionais, além, é claro, da publicação, em revistas nacionais, de materiais promocionais focados no turismo do Estado. Acreditamos que a realização de parcerias é uma estratégia que traz muitas oportunidades para o setor, é por isso que estamos alinhando com a Secom a produção de vídeos institucionais para divulgação nas mídias tradicionais do País, como rádio e televisão, já que estas possuem uma grande capacidade de alcance de público. Mas, para além de parcerias para a divulgação, estamos realizando também a parceria com o Sebrae, com a intenção de desenvolver ações tanto de planejamento como de estruturação do segmento turístico.

Outro grande investimento é quanto à infraestrutura turística. O Governo do Estado de Mato Grosso está projetando grandes investimentos, todos com o objetivo de buscar melhorar a infraestrutura do setor. Temos diversos projetos, um deles é a revitalização de 4 orlas turísticas que possuem grande potencial para alavancar o turismo em regiões que há tempos estavam abandonadas pelo setor público; as orlas do Rio Cuiabá, nos municípios de Santo Antônio do Leverger e Barão do Melgaço, ambas localizadas na baixada cuiabana, e as orlas do Rio Araguaia, localizadas nos municípios de São Félix do Araguaia e Luciara.

Ainda na baixada cuiabana, a atual gestão pretende licitar no primeiro semestre de 2022 a revitalização da principal praça de Chapada dos Guimarães: a Praça Dom Wunibaldo, que abriga em seu interior o Santuário de Santana, muito visitada por turistas de todos os cantos.

Na rodovia transpantaneira está prevista uma melhoria de infraestrutura extremamente relevante, sendo ela a troca de todas as pontes de madeira por pontes de concreto ou bueiros celulares, essa ação vai propiciar mais segurança aos turistas que visitam a maior planície alagada do planeta.

Além dessas obras citadas, o Governo do Estado segue elaborando projetos para outras obras em regiões com grandes potenciais turísticos, tais como a revitalização da Lagoa de Barra do Bugres, a implantação da Rota da Fé, no município de Juscimeira, a recuperação de estradas no Parque Cachoeira da Fumaça e a pavimentação de mais 3 Km da mesma (MT357). Além da construção do Mirante da Avenida Coroados, no município de Jaciara, estamos projetando, também, a reforma da Praça Manoel Loureiro, em Rosário Oeste, e a revitalização da orla de Cáceres. Essas obras são de grande importância, ao pensarmos na grande potencialidade de desenvolvimento econômico e social que elas podem proporcionar tanto aos turistas quanto aos moradores próximos a esses locais.

Essas são ações que mostram que estamos empenhados tanto na divulgação de Mato Grosso, como uma potencialidade turística, quanto na realização de projetos que têm o objetivo de trazer melhorias de infraestrutura para os municípios e regiões turísticas.

 

2) Quais foram os principais investimentos desta gestão no turismo?

Na atual gestão, o primeiro passo foi “colocar a casa em ordem” e reorganizar obras que estavam abandonadas, seja por problemas técnicos ou financeiros, como as obras de dois centros de eventos localizados nos municípios de Tangará da Serra e Barra do Garças, ambos com previsão de entrada no primeiro semestre de 2022. Tais obras vão possibilitar que esses dois municípios polos possam desenvolver o turismo de eventos, fortalecendo, assim, toda a região turística ao qual eles pertencem.

Finalizamos a pavimentação da MT-020, que liga Chapada dos Guimarães ao Lago do Manso, em um dos poucos pontos de acesso público, para possibilitar uma nova exploração turística no lago. Também recuperamos 95 km de asfalto na MT-246, que dá acesso a municípios turísticos do Estado, como Barra do Bugres, Tangará da Serra e Campo Novo dos Parecis. Ainda no que tange à infraestrutura das estradas, foi realizada a pavimentação da MT-343, que liga duas importantes regiões do Estado: a Região Oeste e a Região Sudoeste, dando acesso direto de Cáceres à Barra do Bugres.

É importante citar que o Governo do Estado tem a previsão de investir em obras relacionadas ao turismo um orçamento em torno de 230 milhões de reais, planejamento previsto dentro do Mais MT. Essas obras possuem impacto direto no turismo, pois devolverá a alguns municípios uma identidade turística que há muito tempo foi perdida, como é o caso de Barão do Melgaço e Santo Antônio do Leverger, que já foram grandes polos turísticos da região.

 

 3) O Ministério do Turismo criou regiões metropolitanas turísticas em todos os Estados. Em Mato Grosso, foram criadas 14, mas apenas 5 estão formalizadas. Qual o planejamento para que essas Instâncias de Governança se concretizem e recebam recursos do governo federal?

A criação do Programa de Regionalização do Turismo tem a finalidade de incentivar os municípios a um trabalho conjunto para estimular e valorizar a peculiaridade de cada localidade. Desse modo, cada local pode ser integrado em uma visão mais abrangente, principalmente, se levarmos em conta a dimensão regional. Levando isso em consideração, o instrumento norteador do Programa de Regionalização é o Mapa do Turismo Brasileiro, esta é uma importante ferramenta que orienta o Ministério do Turismo, bem como as unidades da Federação, no desenvolvimento de políticas públicas. Quando trazemos para o contexto de Mato Grosso, o Mapa do Turismo atual, que é vigente até 27 de março de 2022, possui 85 municípios, distribuídos em 14 regiões turísticas, todas com Instância de Governança Regional do Turismo (IGR). Dentro dessas 14 regiões, 6 já foram formalizadas, as demais se encontram no formato de fórum ou conselho regional, que já discutem e também buscam a formalização. Assim, diante da relevância do programa, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico prevê, em sua Dotação Orçamentária Anual, ação com etapa direcionada para o processo de fomento e organização da regionalização do turismo, por meio do fortalecimento da IGRs ativas.

4) Quais os principais entraves para que MT se torne rota de turismo no País? O que tem sido feito para solucionar essas questões?

Atualmente, Mato Grosso tem quatro grandes desafios no setor do turismo, sendo eles a estrutura dos destinos, tanto no âmbito de municípios quanto no espaço das regiões turísticas, ampliação e direcionamento da demanda, atração de investimentos privados e diversificação e ordenamento da oferta. Desafios estes que estão previstos como diretrizes estratégicas, na nova proposição da Política Estadual de Turismo, que também dispõe sobre o Sistema Estadual de Turismo e dá outras providências de interesse direto do setor.

 5) Como está o processo de internacionalização do Aeroporto Marechal Rondon?

 Esse processo ainda depende de algumas exigências feitas por órgãos como a Receita Federal. Estamos trabalhando para preencher todos os requisitos o mais breve possível e assim poder prosseguir com essa demanda.


Produtoras rurais mato-grossenses trocam experiências com empreendedora social da Paraíba

Iniciativa foi promovida pelo Sebrae e faz parte da qualificação de lideranças para o desenvolvimento regional do programa Pró-Pantanal

Maricelle Lima Vieira | Empaer-MT

- Foto por: Empaer
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A equipe da Empaer de Mirassol D´Oeste proporcionou a participação de produtoras rurais na palestra da empreendedora social e líder comunitária Luciana Balbino. O grupo ouviu como a comunidade com 600 habitantes, Chã de Jardim, localizada no município de Areias, a 118 km de João Pessoa (PB), criou um ecossistema econômico que beneficiou pequenos agricultores, artesãs e jovens.

Ocorrida nesta terça-feira (29.03), em Santo Antônio do Leverger (a 34 km de Cuiabá), a iniciativa foi promovida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)  e faz parte da qualificação de lideranças para o desenvolvimento regional do programa Pró-Pantanal.

Na plateia, entre as 36 produtoras de Mirassol D´Oeste, moradores da comunidade Morrinhos, Barranco Alto e de Santo Antônio do Leverger que atentos escutaram Luciana sintetizar sua trajetória que começou aos dois anos de idade e vem casar com a dificuldade vivida pela sua comunidade, que ao invés de deixar o local e, junto de moradores passaram a contribuir e se tornar referência nacional.

Em sua explanação, ela conta que decidiram ficar, mas para viver com dignidade e não passar necessidade. Foi então que decidiram usar o turismo como ferramenta. “Tudo começou com caminhadas e trilhas no Parque Estadual Pau Ferro, veio os piqueniques, sessões de relaxamentos, vendas de produtos produzidos pela comunidade e foi tomando proporção”.

Segundo Luciana, a cada sugestão e criticas as atividades iam se consolidando. Logo em seguida, as ações foram direcionadas as mulheres sendo incentivadas no artesanato que veio agregado com as oficinas. “Hoje proporcionamos ao turista vivenciar a experiência do turismo criativo que está associado à história da localidade”.

Atualmente, Chã de Jardim é case de sucesso nacional e internacional pelos atrativos, empreendedorismo e pela transformação da comunidade que continua desenvolvendo novas iniciativas jamais pensadas pelos moradores.

Para a produtora do Projeto de Assentamento Margarida Alves, Rita Julia de Souza Zocal, foi uma experiência única que irá levar para a vida e de seu grupo de mulheres que trabalha com o mesocarpo do babaçu na produção de farinha, em Mirassol D´Oeste. “Estamos à frente de um grupo de mulheres que precisam diariamente ser motivadas e valorizadas. A palestra trouxe um animo e a certeza que estamos no caminho certo”.

Mesma opinião de Maria Alves Miranda, proprietária do Rancho Novo Horizonte, em Mirassol D´Oeste. “Já tinha participado de uma palestra da Luciana e fiquei encantada. Pela segunda vez, ela reforça o quando a união faz a força”.

O turismólogo da Empaer, Robson Junior Hartmann, explica que junto a produtores rurais e empreendedores vem buscando fomentar o turismo rural na região de Mirassol D´Oeste. “Logo que soube da palestra da Luciana Balbino, fui atrás para buscar meios e proporcionar essa experiência as produtoras da região que ficaram encantadas com a saga e a persistência da comunidade Chã de Jardim”.

Segundo Robson, não mediu esforços para buscar parceiros para viabilizar a viagem. Ele destacou o apoio da Prefeitura Municipal por meio da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável – Centro de Referência Social (Cras), no transporte e alimentação. “Buscamos ajuda e fomos atendidos”.

Também participaram da palestra a prefeita de Santo Antônio do Leverger, Francieli de Magalhães, a vice-prefeita, Giseli Ribeiro, vereadores, secretários municipais, equipe da Empaer do Escritório Local e da Central.

Foto: Empaer