“Áreas Protegidas e Inclusão Social em cenários de mudanças”
Recife, de 11 a 14 de dezembro de 2019
EDITAL - https://sapiselapis.wixsite.com/ixsapisivelapis
Submeta o seu trabalho em um dos 9 grupos de trabalho:
GT 1 – Conservação da biodiversidade e inclusão social em tempos de mudanças climáticas
GT 2 – Educação Ambiental e áreas protegidas como lugares educadores: potencialidades e limites
GT 3 – A vida das águas e água da vida: áreas protegidas e a Agenda Azul
GT 4 – Conflitos ambientais em áreas protegidas
GT 5 – Turismo e Lazer: contexto e expectativas frente aos novos cenários para o uso turístico de áreas Protegidas.
GT 6 – Áreas protegidas e urbanização: cenários de mudanças e a dinâmica das cidades
GT 7 – Políticas públicas, governança ambiental e inclusão social em áreas protegidas
GT 7 – Políticas públicas, governança ambiental e inclusão social em áreas protegidas
GT 8 – Cultura, biodiversidade, conhecimentos tradicionais e manejo comunitário do ambiente
GT 9 – Áreas protegidas e a questão agrária
24 de julho de 2019
IX Seminário Brasileiro sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social (Sapis) IV Encontro Latino Americano sobre Áreas Protegidas e Inclusão Social (Elapis)
Roteiros valorizam a cultura, geram renda e engajam jovens. Lideranças compartilharam experiências no evento 'Turismo Indígena', realizado pelo ISA e pela Garupa em São Paulo
Os guias e o capitão da comunidade Uábada II posam junto com casal de turistas (Marcela e Caio) durante a expedição Serras Guerreiras de Tapuruquara
Cinco lideranças de comunidades que decidiram abraçar o turismo indígena de base comunitária se reuniram pela primeira vez, em São Paulo, para compartilhar experiências, discutir a relação com agências e operadoras de turismo e contar como a atividade é vista por seus povos.
O evento Turismo Indígena: oportunidade para fazer amigos, gerar renda e proteger o território, realizado pela ONG Garupa e pelo Instituto Socioambiental (ISA) no Unibes Cultural, em São Paulo, mostrou que mesmo como uma atividade recente há uma diversidade de iniciativas que ganhou corpo nos últimos anos com a regulamentação da Funai, publicada em 2015. (Saiba mais.).
“É importante dar mais visibilidade e entendimento sobre o que é o turismo indígena, que tem potencial para promover o bem estar das comunidades indígenas", afirma Marcos Wesley de Oliveira, coordenador do Programa Rio Negro do ISA.
Para Monica Barroso, diretora-executiva da Garupa, o encontro foi uma “rara oportunidade de escuta e aprendizado com lideranças indígenas.” “Mais do que desafios, pudemos tatear um novo campo de possibilidades que convida a todos, comunidades, operadoras, viajantes, a repensar crenças, práticas e relações”, afirma.
De xamanismo a escalada, de pesca esportiva a imersões culturais, os roteiros de turismo indígena de base comunitária partem do interesse das comunidades em desenvolver uma atividade que valorize a cultura, seja uma alternativa de renda, engaje jovens e tenha como resultado a proteção de seus territórios.
Salomão Ramos Yanomami fala sobre o Projeto Yaripo durante o evento
Para as lideranças presentes, o turismo é uma oportunidade de gerar renda, fazer amigos e principalmente romper com preconceitos.
"A gente não quer viver do turismo. A gente quer formar pessoas. Mudar o olhar preconceituoso, estereotipado", afirmou Tiago Karai, do povo Guarani Mbya, Terra Indígena Tenondé Porã (SP). "O turista deve sair da experiência com outra visão sobre o que é a vida na aldeia", resumiu Dina Yawanawá, do povo Yawanawá, Terra Indígena Rio Gregório (AC).
Regulamentação e protagonismo indígena
Entre as lideranças, o protagonismo indígena vem para superar um problema antigo vivido pelas comunidades. O turismo em Terras Indígenas, concordaram, sempre aconteceu sem regulamentação e, muitas vezes, explorado por agências atuando como atravessadores, com falta de transparência.
"Em muitas Terras Indígenas o turismo já acontecia com determinantes de fora para dentro", afirmou José Augusto Lopes Pereira, da Coordenação-Geral de Promoção ao Etnodesenvolvimento da Funai. "A gente optou por conhecer o que estava acontecendo."
Os Planos de Visitação, redigidos pelas comunidades e obrigatórios para iniciar a atividade, criam condições para que os indígenas sejam autores dos roteiros de visitação, desde sua concepção até o receptivo.
Os documentos detalham as atividades a serem realizadas, com público-alvo, quantidade máxima de visitantes, distribuição do trabalho nas comunidades, manual de conduta e plano de negócios.
"O projeto deve melhorar a vida da comunidade e não afetar a cultura originária", disse Salomão Ramos Yanomami, da comunidade Maturacá, Terra Indígena Yanomami (AM). Ele é o coordenador do projeto Yaripo, como é chamado o Pico da Neblina na língua Yanomami. (Clique para conhecer o plano de visitação do projeto Yaripo.)
"Agora a gente tem controle, faz a vigilância do rio. Todos que trabalham com turismo gostam muito", relata Jaciel Manoel Rodrigues, do projeto Serras Guerreiras de Tapuruquara, nas Terras Indígenas Médio Rio Negro I e II (AM).
Roberto Pereira Lopes relembrou como empresas exploravam de forma desordenada o rio Marié, Terra Indígena Médio Rio Negro I (AM), sem estudos de capacidade de pesca, monitoramento ou fiscalização. "As escolas eram barraquinhas, agora temos um bom centro comunitário, compramos painéis solares e radiofonia", afirmou.
Saiba mais sobre as iniciativas
Turismo Xamânico (AC)
Dina Yawanawá conta sobre as vivências nas aldeias.
As aldeias Yawanawá da Terra Indígena Rio Gregório recebem visitantes desde 2011. Cada aldeia tem sua especificidade, entre culinária, xamanismo e banhos com ervas. "O turista assina um termo de compromisso quando nos visita. Ele traz renda e nos ajuda a manter nossa cultura", diz Dina Yawanawá.
Clique e saiba mais sobre a próxima atividade na aldeia Sete Estrelas, Terra Indígena Rio Gregório.
Tenondé Porã (SP)
Próxima à capital paulista, a Terra Indígena Tenondé Porã, com 16 mil hectares, oferece diversas experiências a visitantes. "Queremos valorizar as trocas culturais com vivências e passeios", disse Tiago Karai.
Saiba mais: www.tenondeporã.org.br
Assista ao vídeo do Plano de Visitação:
Projeto Yaripo (AM)
A reabertura do Pico da Neblina, na Terra Indígena Yanomami, está próxima. O Plano de Visitação está aprovado e a expectativa é que as primeiras expedições aconteçam em 2020. "Queremos que o Brasil conheça esse projeto e respeite o trabalho dos Yanomami", afirma Salomão Ramos Yanomami, coordenador do Projeto Yaripo.
Assista ao vídeo do projeto:
Serras Guerreiras de Tapuruquara (AM)
O projeto Serras Guerreiras de Tapuruquara já realizou oito expedições a comunidades nas Terras Indígenas Médio Rio Negro I e II. São dois roteiros, um mais cultural e outro mais aventureiro. "A gente torce pelo sucesso no turismo, para a gente gerar recurso sem degradar a natureza", disse Jaciel Manoel Rodrigues, vice-presidente da Associação das Comunidades Indígenas do Rio Negro (ACIR).
Saiba mais: www.serrasdetapuruquara.org.br
Assista ao vídeo do projeto:
Pesca no rio Marié (AM)
Conhecido como “rio de gigantes”, o Marié é o cenário de uma nova modalidade de pesca esportiva sustentável em parceria com 15 comunidades indígenas. Em 2018, foi registrado o recorde mundial de Tucunaré Açu. "Temos agora um vigilante indígena para monitorar o rio. E tem muito mais peixe do que antes", diz Roberto Pereira Lopes.
Clique e saiba mais sobre o recorde de Tucunaré Açu.
Embarcação leva pescadores ao Rio Marié
O evento Turismo Indígena fez parte das comemorações de 25 anos do ISA.
Roberto Almeida
ISA
Imagens:
Os guias e o capitão da comunidade Uábada II posam junto com casal de turistas (Marcela e Caio) durante a expedição Serras Guerreiras de Tapuruquara|Marcelo Monzillo-ISA
Arquivos:
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Trabalho do IBS no Projeto Conexão Mata Atlântica completou um ano com excelentes resultados

Capacitação em meliponicultura – confecção de iscas de abelhas Jataí.
Em junho de 2018, iniciaram as atividades a campo do Instituto BioSistêmico (IBS) no Projeto Conexão Mata Atlântica. Neste primeiro ano de execução do projeto, foram mobilizados mais de 300 produtores rurais que residem ou têm áreas de terra na Zona de Amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar (PESM) – Núcleo Itariru, que abrange os municípios de Itariri, Miracatu, Pedro de Toledo e Peruíbe. Após o processo de mobilização, foram iniciados os atendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e trabalhados os três editais do projeto: Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), Cadeia de Valor Sustentável (CVS) e Certificação (CERT).
Em um ano, foram realizados mais de 1000 atendimentos de ATER para orientar o produtor rural na implantação de técnicas sustentáveis de produção, bem como na adequação ambiental e outras necessidades individuais de cada um dos beneficiários atendidos pelo projeto.
No mesmo período, foram enviadas 153 manifestações de interesse em PSA, totalizando uma área de 10.102,54 hectares que abrange os quatro municípios. O investimento, até o momento, neste primeiro ano alcançou cerca de 400 mil reais, acumulando até julho de 2021 cerca de 1,3 milhões. Até o momento, 54 produtores receberam cerca de 200 mil reais em pagamentos por serviços ambientais.
No que se refere à Certificação, foram habilitados 38 produtores rurais neste período, dos quais 25 passarão pelo processo de certificação via SisOrg, 12 irão aderir ao Protocolo de Transição Agroecológica (PTA) e um produtor irá passar pela certificação da RainForest Aliance.
Em relação à CVS, foram habilitados 37 produtores rurais, dos quais 17 estão interessados em trabalhar com espécies nativas ou em consórcios com mais de 50% de espécies nativas, com destaque para produtores de banana e mel.
Segundo a diretora da unidade IBSagro, Priscila Terrazzan Callegari, é de grande valia o apoio através das cadeias de valor sustentável para o desenvolvimento das principais cadeias produtivas da região. “A produção de banana, mel e frutas nativas da região ganha suporte com o aporte financeiro e garante qualidade e aumento da produtividade”, destaca.
“Entre os produtores que são atendidos pelo projeto, cerca de 50% do total estão ligados à cadeia produtiva da banana, muitos já organizados em associações e cooperativas da região. Cabe dizer que cerca de 10% são produtores de mel e 30% dos produtores estão se dedicando às cadeias produtivas ligadas à olericultura, silvicultura, fruticultura, destacando aqui o maracujá, a pupunha e alimentos para a merenda escolar, entregues nas prefeituras municipais”, acrescenta Priscila.
Papel da ATER
Para realização da ATER, o IBS conta com uma equipe multidisciplinar composta por três engenheiros agrônomos, um zootecnista, um agroecólogo, além de uma engenheira florestal. “O sucesso do trabalho depende em grande parte da integração da equipe com o projeto e com os seus beneficiários. Quando os técnicos de campo abraçam o projeto e conhecem a realidade local, como é o caso da nossa equipe, possuem boas ferramentas para executar e atender as demandas propostas pelo projeto”, afirma a coordenadora das atividades do IBS no projeto, a engenheira florestal Thais Lima.
Conforme explica Thais, a ATER é de extrema importância para garantir a alteração da matriz produtiva e a introdução de novos conceitos na região. Através de reuniões e capacitações técnicas, foram formados grupos produtivos, como por exemplo, o Grupo do Mel – Sabores da Terra, que participa da cadeia de valor sustentável com a produção de mel de abelhas nativas sem ferrão.

Capacitação em compostagem
Com o objetivo de contribuir para a inserção de novos conceitos de agricultura sustentável para os produtores beneficiários do projeto, foram realizadas capacitações técnicas nas áreas de meliponicultura, legislação ambiental, associativismo, compostagem, entre outras. “Essas atividades em grupo, garantem que o projeto alcance seus objetivos de melhoria da qualidade de vida, formação de redes de produção, melhora da comercialização de produtos e integração entre os participantes”, pontua Thais Lima.
Para a execução do projeto, o IBS conta com a parceria do PESM – Núcleo Itairu, que está presente em todas as atividades e dá suporte na atuação dos técnicos de campo. Conta também com a parceria das secretarias de agricultura locais e a Prefeitura Municipal de Itariri, que cedeu uma sala para que o projeto pudesse atender os beneficiários, o que tem facilitado significativamente o fluxo de informações e documentos.
De acordo com o gestor do PESM Núcleo-Itariru, Joaquim do Marco Neto, o Projeto Conexão Mata Atlântica tem o papel importante de subsidiar a transição das propriedades para um modelo produtivo sustentável, que seja capaz de alterar a o uso do solo e também a paisagem, na zona de amortecimento da Unidade de Conservação.
“O trabalho realizado tem contribuído para melhorar a autoestima das famílias, através da agregação de valor à produção com sustentabilidade, organizando as unidades produtivas e melhorando a qualidade ambiental. Isso tudo contribui para o desenvolvimento da economia local e para a conservação ambiental da região”, ressalta Joaquim.
Sobre o projeto
O Projeto Conexão Mata Atlântica é desenvolvido com recursos do Global Environment Facility (GEF), sob a coordenação da Fundação Florestal no território do Vale do Ribeira e Baixada Santista, o que se deve à presença do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Itariru. O PESM é uma unidade de conservação de proteção integral, que abrange 25 municípios, considerado o maior corredor biológico de Mata Atlântica no Brasil. Criado em 1977, conecta florestas da Serra do Mar, desde o Rio de Janeiro e Vale do Ribeira até o litoral Sul do Estado de São Paulo.
21 de julho de 2019
O Memorial esta funcionando. Numa gestão compartilhada. Entre Governo do Estado x Prefeitura e Comunidade.
Na liderança da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico - SEDEC, através da Secretaria Adjunta de Turismo - SEADTUR, junto aos demais parceiros, (Prefeitura, Câmara, Associações Locais, Escola).
O Governo do Estado reabriu o Memorial Rondon no dia 04 de maio de 2019 e numa Gestão Emergercial e Compartilhada tem mantida desde então o Memorial aberto até hoje.
Várias são as pessoas que tem visitado o Memorial, registrados em um livro próprio na recepção, somando mais de 2.100 pessoas do Estado, do Brasil e de outros paises, até no dia de hoje.
O memorial está aberto todos os dias de segunda a segunda.
Eu diria, está em processo de gestão junto a comunidade local.
A comunidade está se apropriando do Memorial.
Os eventos tem acontecido todos os finais de semana como Feira de Artesanato, Roda de Conversa, Oficinas, Cursos, são ações e atividades que tem sido realizados por voluntários, parentes, amigos e simpatizantes de Marechal Candido Rondon, Associações Locais, Escola Estadual Rural Santa Claudina, pelo Governo, prefeirura de Santo Antônio do Leverger e Camara Municipal.
Inclusive neste próximo final de semana terá uma Oficina de Capacitação em atendimento ao público, nos dia 27 e 28 de julho com a Prof. Dr. Jocenaide Rosseto, mais uma ação voluntária.
São vários os projetos em 2019 para Viabilizar o Uso e a Ocupação do Memorial Rondon.
Se cada ator fizer a sua parte teremos o Memorial Rondon funcionando dentro da concepção pela qual fora construído pelo Governo do Estado.
O Marechal Candido Rondon merece toda Honrraria do seu povo.
Aproveito para convidar a todos os amigos de FACE de BLOG e INSTAGRAN, para estar conosco dia 27 de julho as 8hs no Memorial Rondon para participar da Oficina e também expor suas idéias, criticas, sugestões in'loco.
Assim como todos os que já estão no processo.
Vamos para dentro.
Vamos participar?
Visite :
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2800137753349209&id=100000590349212
Curso Online Agência de Ecoturismo - Estrutura, Operação e Elaboração de Roteiros
Com Prof. Dr. Werter Valentim de Moraes

Hoje em dia, as pessoas têm buscado o contato com a natureza para descansarem, fugir da rotina do dia a dia e desestressarem. Nesse cenário, o ecoturismo emerge como um grande empreendimento, mas que exige organização administrativa e das atividades oferecidas, além da qualificação da equipe de trabalho. Com o Curso Agência de Ecoturismo - Estrutura, Operação e Elaboração de Roteiros, oferecido pela Universidade Online de Viçosa - UOV, os interessados em ingressar nesse mercado promissor encontrarão um aporte técnico completo. Este material aborda sobre a infraestrutura de uma agência, perfil da equipe, elaboração e implantação de roteiros, guias e instrutores, marketing e comercialização e muito mais.
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- Livro Digital (Download)- Serviços Educacionais:
Filmes Demonstrativos: 66 Minutos
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Exercícios Corrigidos
Avaliação
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Carga Horária: 40 Horas
Código: 45416
Início dos Estudos: Imediato
Duração: 180 Dias
ISBN: 978-85-7601-981-7
Formas de pagamento:

Módulo 1 - Infraestrutura de uma Agência
1.1. Agência de ecoturismo x Turismo convencional
1.2. Infraestrutura de uma agência
Exercícios do Módulo
Módulo 2 - Perfil do Empresário e da Equipe
2.1. Perfil do empreendedor
2.2. Equipe
2.3. Objetivos
2.4. Planejamento estratégico
2.5. Guias e instrutores
Exercícios do Módulo
Módulo 3 - Elaboração e Implantação de Roteiros
3.1. Zona de serviço
3.2. Zona central de ecoturismo
3.3. Zona intermediária de ecoturismo
3.4. Zona da atividade de ecoturismo
3.5. Elaboração e implementação de roteiros ecoturísticos
3.6. Desenvolvimento do itinerário
3.7. Estipulação de preços e custos totais
3.8. Desenvolvendo uma sociedade com o operador ou agência ecoturística
Exercícios do Módulo
Módulo 4 - Sustentabilidade dos Roteiros
4.1. Sustentabilidade do ecoturismo
4.2. Sumário de impactos sociais e culturais
4.3. Capacidade de carga
4.4. Limites de Mudanças Aceitáveis (LMA)
4.5. Educação ambiental
Exercícios do Módulo
Módulo 5 - Parceria com a Comunidade e Terceirização
5.1. Administração verde responsável
5.2. Guias qualificados e instruídos
5.3. Envolvimento do povo local
5.4. Uso dos serviços do próprio local
5.5. Controle da administração da produção de lixo
5.6. Responsabilidade sobre danos provenientes de projetos ecoturísticos
5.7. Prevenção de danos
5.8. Proteção ambiental
5.9. Definição de turismo de baixo impacto
5.10. Proporção significativa de honorário retido na comunidade (região)
Exercícios do Módulo
Módulo 6 - Marketing e Comercialização
6.1. Pesquisa de mercado
6.2. Segmentos-alvo do mercado
Exercícios do Módulo
Módulo 7 - Exemplos de Esporte de Aventura
7.1. Atividades na água e na terra
Exercícios do Módulo
Módulo 8 - Conclusão
18 de julho de 2019
UM DIA NO PARQUE: Caminhada na Natureza com Piquenique
O QUE É UM DIA NO PARQUE ?
Visitar uma Unidade de Conservação é conectar-se com a natureza, com a história e cultura de um povo. No Brasil, mais de duas mil UCs ajudam a proteger a rica biodiversidade e a história do país, e a campanha Um Dia no Parque, realizada pela Coalizão Pró UCs, quer celebrar as Unidades de Conservação ao incentivar a visitação a estas áreas. Em 2019, a campanha vai ser realizada no dia 21 de julho em Unidades de Conservação em todo o país, com inúmeras atividades.
Atividade: Caminhada na Natureza com Piquenique
Local: Reserva do Floresta Amazônica Hotel
Ponto de Encontro: Recepção do Floresta Amazônica Hotel Resort - FAHR
https://goo.gl/maps/HKWQsNhuLF9o3u9SA
Trilha plana de fácil acesso. Atividades com aspectos educacionais, ecoturísticos e de lazer, tais como: observação da flora e fauna e atividades ao ar livre.
DIFICULDADE: BAIXA
Domingo: 21/07
Horário de Início: 7:00h
Duração: 4h
Atividade monitorada e gratuita
Número de vagas: 20
São entorno de 1 km de trilha
Traga um lanche para ao final da caminhada fazermos um piquenique compartilhado!
*Obrigatório
Endereço de e-mail *
Seu e-mail
Nome Completo *
Sua resposta
Data de Nascimento *
Sua resposta
Telefone Celular *
Sua resposta
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Sua resposta
Endereço Completo *
Sua resposta
Informações de saúde (se possui alergias, uso de medicamento de uso constante) * *
Sim
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Se sim, qual? *
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Gostaria de fazer parte da nossa lista de transmissão? *
Sim
Não
Envie-me uma cópia das minhas respostas.
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E os fóruns de economia solidária se reorganizam
A partir do espaço de articulação proporcionado pela 26 FEICOOP – Feira Internacional de Cooperativismo – realizada no campus da UFSM, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, o Forum Brasileiro de Economia Solidária reuniu os membros da coordenação que lá puderam estar para traçar diretrizes para o posicionamento do forum nesta conjuntura.
Da Bahia esteve presente a companheira Débora Silva, representando a organização Vida Brasil e a direção nacional da ABONG. Aliás a Débora tem sido minha fonte de informações nesta caminhada.
Como desdobramento o Fórum Baiano reuniu a sua Coordenação Executiva nesta quarta, 17 de julho em Salvador. A pauta foi basicamente organizativa apontando para a construção de uma agenda de atividades para a recomposição do forum estadual, a saber :
9 de setembro – reunião da Coordenação ampliada em Feira de Santana
26 e 27 de setembro – Plenária Estadual do Fórum Baiano, também em Feira de Santana
A pauta da reunião do dia 9 é voltada para a viabilização da plenária e respectivos temário e pauta. O local específico destas atividades estão por definir. Assim que tivermos esta definição informamos pelos nossos canais.
O Fórum Nacional fez circular um texto provocador para animar este processo. Breve também daremos publicidade e provocaremos alguma forma de debate
Alex Atala registra marcas da baunilha do Cerrado, alimento tradicional dos quilombolas
IN CERRADO, DE OLHO NOS CONFLITOS, EM DESTAQUE, PRINCIPAL, QUILOMBOLAS, ÚLTIMAS

Instituto criado pelo chef paulista transforma a especiaria em marcas exclusivas e obtém financiamento de R$ 424 mil para pesquisa; kalungas recebem menos de 10% do valor e afirmam que são excluídos das decisões sobre o produto
Por Caio de Freitas Paes
No Território do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, maior quilombo do Brasil, que engloba os municípios goianos de Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, existem especiarias e alimentos únicos, cultivados há gerações pelas comunidades quilombolas. São preciosidades como o arroz de pilão, o gergelim e a pimenta-de-macaco, típicas da Chapada dos Veadeiros, que encantam os visitantes e fortalecem a agricultura familiar e agroecológica na região.
Box do Instituto ATÁ no Mercado de Pinheiros. (Foto: Heloisa Ballarini/Secom)
Desde o último dia 13 de abril, parte desses produtos está à venda para um público mais amplo, graças ao lançamento da linha Ecossocial Kalunga no Mercado de Pinheiros, em São Paulo. A chegada à capital paulista se deu pelo renomado chef Alex Atala, reconhecido pelo uso de ingredientes de diferentes biomas brasileiros em pratos de alta gastronomia. Ele é o criador do projeto Baunilha do Cerrado, conduzido por sua organização – o Instituto Atá – no território quilombola entre 2016 e 2018.
O que não veio a público é que o projeto foi marcado por manobras jurídicas e entreveros entre a equipe do chef e os kalungas. A Associação Quilombo Kalunga (AQK), parceira local de Atala na execução das atividades, não foi convidada para o lançamento: no evento estiveram presentes apenas dois moradores da comunidade Vão de Almas, local onde o projeto foi desenvolvido – os contatos com eles foram feitos sem conhecimento dos representantes oficiais do quilombo.
“Só fiquei sabendo depois que eles foram apresentar esses produtos em São Paulo”, diz o presidente da AQK, Vilmar Souza Costa. “Eles [Instituto Atá] abordam as pessoas isoladamente, não sei se pagaram por essas participações, e o território é um só”.
O fio que desvela a intrincada história por trás dos desentendimentos é, afinal, a baunilha – especiaria à qual Atala teve acesso anos antes, durante uma viagem ao nordeste de Goiás; dali em diante, seu interesse por ela só aumentou. A baunilha agroecológica possui essência marcante e é usada em receitas de confeitaria e na aromatização de pratos de alta gastronomia. Extraído das favas de orquídeas do gênero Vanilla, o ingrediente é bem cobiçado no Brasil e no exterior.
Atala teve acesso às plantações e pesquisou propriedades da espécie. (Foto: Associação Quilombola Kalunga/Reprodução)
A aproximação do chef com quilombo culminou em um projeto de R$ 424 mil, criado para “ajudar os quilombolas a formar uma cadeia produtiva da espécie”. A Fundação Banco do Brasil, parceira na empreitada, garantiu pouco mais de R$ 382 mil dessa verba, que deveria ser usada em melhorias e capacitações para os kalungas. Concluído o projeto, os quilombolas estão descontentes com o que lhes restou.
Com a parceria, a equipe de Atala lidou com amostras e mudas nativas, teve acesso às plantações e pesquisou as propriedades botânicas da espécie. Enquanto isso, nos bastidores moveu esforços para tornar a baunilha do Cerrado uma marca exclusiva, sem partilha ou acordo prévio com os kalungas.
MANOBRAS JURÍDICAS E DUAS MARCAS REGISTRADAS
Foi em 2014 que Alex Atala descobriu que o quilombo goiano possui a tão desejada baunilha e que pequenos agricultores kalungas a vendiam por preços irrisórios. Preciosa, ela não é mais cara que o ouro, mas vale mais que a prata no mercado internacional: o preço do quilo pode ultrapassar US$ 600.
Em média, a dupla de favas custa entre R$ 10 e R$ 20 em feiras agroecológicas como a de Alto Paraíso de Goiás, a cem quilômetros da comunidade do Vão de Almas. O território Kalunga possui pelo menos três espécies crioulas de baunilha: Vanilla bahiana, Vanilla pomponae Vanilla guaianensis, de onde as favas são extraídas. Acredita-se que menos de 1% da essência de baunilha vendida em todo o mundo seja derivado de favas livres de agrotóxicos, como as encontradas por lá.
Enquanto desenvolvia atividades no Vão de Almas, o instituto de Alex Atala tomou medidas legais em relação à planta sem avisar os kalungas, dando início a uma série de tentativas para tornar a “Baunilha do Cerrado” uma marca comercial. Em 2019, com o projeto já terminado, o Atá obteve o registro do nome popular da iguaria em dois dos cinco pedidos que formalizou junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Outros dois pedidos foram parcialmente indeferidos – o que significa que ainda cabem recursos para a concessão – e apenas um foi totalmente negado, no dia 26 de fevereiro.
As marcas são agora propriedade exclusiva do instituto pelos próximos dez anos.

As atividades com os quilombolas ainda estavam em andamento quando os pedidos foram protocolados. Os kalungas – que se reúnem com frequência para tomar decisões coletivas sobre o território e seu uso – foram pegos de surpresa, pois não havia nada combinado sobre registros ou criação de marcas comerciais no acordo com Atala. “A ideia do projeto era boa, mas da parte deles não houve respeito com a comunidade”, diz Vilmar. “Teve muita falta de comunicação, principalmente com a associação”.
“Ouro negro”: alta procura por baunilha levou à explosão de conflitos agrários em Madagascar. (Imagem: Expresso)
Desde 8 de maio de 2019, o Instituto Atá detém o uso exclusivo da marca “Baunilha do Cerrado” para serviços de beneficiamento de alimentos e de assessoria, consultoria e concessão de informações sobre pesquisas no campo de agricultura. No entanto, o INPI não autorizou o ATÁ a usar a marca “Baunilha do Cerrado” no comércio de alimentos produzidos pela agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais, na divulgação e publicação de textos publicitários e na organização de eventos para fins publicitários e/ou comerciais. A proibição não evitou o lançamento da linha Ecossocial Kalunga, em abril.
O instituto ligado a Atala arranjou uma saída jurídica para a questão: sua equipe desenvolveu outra logomarca, caracterizada por uma reprodução em desenho da espécie com o nome “Projeto Baunilha do Cerrado”, em grafia estilizada. À época do evento em São Paulo, o Atá ainda não havia entrado com o pedido no917283783 para registrar essa marca. Novamente, os quilombolas ficaram de fora.
Andrea Gonçalves, advogada da associação, afirma que o recurso do instituto desagradou a comunidade:
– Caiu muito mal na comunidade a notícia do lançamento, de ter visto os produtos com uma identidade visual que ela não ajudou a elaborar, mas que carrega seu nome, quando oficinas e outras promessas não aconteceram como tinha sido combinado.
Em nota enviada ao De Olho nos Ruralistas, Alex Atala afirma:
– Fizemos esses pedidos com o objetivo de exclusivamente preservar o projeto, proteger a baunilha de uma possível super exploração em estado selvagem e cumprir com o convênio com a Fundação Banco do Brasil.
Questionada, a fundação esclarece que “não houve previsão para registro da marca”. Do lado quilombola, a assessoria jurídica garante que não foi consultada e sequer informada sobre os registros junto ao Inpi. O chef disse que os kalungas estão liberados para usar as marcas. A assessoria do quilombo não confirma, dizendo que não recebeu documentos que comprovem essa autorização.
RElAÇÕES CONTURBADAS ENTRE CHEF E KALUNGAS
As tentativas de tornar a baunilha do Cerrado e suas derivações em marca são importantes para entender os problemas em torno do projeto. Tais atitudes trincaram a imagem positiva que o Atá atribui à iniciativa e, por consequência, abalaram sua relação com os kalungas.
“Baunilha do Cerrado” é foco de disputa entre kalungas e Instituto ATÁ. (Foto: Divulgação)
No relatório final do convênio com a Fundação Banco do Brasil fica claro que as diferenças tornaram-se um problema conforme as ações eram executadas, criando assim um clima conturbado entre a equipe de Atala e os kalungas. No documento, o Atá faz uma avaliação:
– Uma das grandes dificuldades deste projeto, devido ao modo de organização social, devido também às diferenças culturais e de entendimento que muitas vezes dificultam a comunicação de nossa equipe, é a coleta de assinatura para atividades pertinentes ao projeto. Muitos não querem ou não se sentem nada confortáveis ao assinar documentos, mesmo com toda a explicação de nossa equipe de campo.
Do outro lado, a principal reclamação dos kalungas é que sua participação no projeto foi limitada desde o início. Eles questionam o saldo das palestras e das oficinas para produção, organização e comercialização de alimentos – compromissos firmados para, de fato, ajudá-los a fortalecer seu modo de cultivo e subsistência. Os quilombolas imaginavam que, terminado o projeto, teriam condições de explorar economicamente sua produção agrícola sem intermediários, com autonomia.
A realização das atividades está comprovada em fotos e vídeos mas, ao que parece, não se transformou em ganhos reais à comunidade. A consolidação de uma cadeia produtiva da baunilha do Cerrado e de outras especiarias cultivadas ali ainda não vingou. Os quilombolas acreditam que, na prática, serviram apenas para garantir o acesso da equipe de Atala à baunilha.
O kalunga Romes Santos foi um dos jovens líderes do Vão de Almas que participou das atividades. “Criamos um grupo para manter a transparência junto ao pessoal do Vão de Almas e do quilombo: qualquer medida que fosse tomada, a gente participaria e a comunidade estaria de olho”. Mas, segundo ele, a partir do momento em que entrou dinheiro, o Atá parou de prestar esclarecimentos. “Não davam explicação pra mais ninguém, faziam as coisas do jeito que eles queriam”, afirma.
Do outro lado, o instituto se pronuncia:
– Trabalhamos em parceria com a comunidade Kalunga para que ela fortaleça seus sistemas de produção, se torne independente e possa se empoderar financeiramente.
MENOS DE 10% DO ORÇAMENTO FOI PARA A COMUNIDADE
O projeto Baunilha do Cerrado teve R$ 424 mil à disposição. A maior parte dos recursos veio da Fundação Banco do Brasil, mas houve outros aportes – como o da principal agência das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a FAO, que investiu R$ 25 mil, e o próprio Instituto Atá, que bancou em torno de R$ 40 mil.
Produtos da linha Ecossocial Kalunga. (Foto: Divulgação)
Encerrado oficialmente em 20 de dezembro de 2018, o convêniodeterminava que 9,85% da verba total – pouco mais de R$ 41 mil – fossem investidos na compra de produtos ou serviços para os kalungas, tidos como uma contrapartida do projeto. Diretamente, apenas R$ 8,7 mil foram gastos na comunidade até agora; o valor não chega nem a 3% do orçamento.
O valor foi usado na aquisição de arroz, farinha de mandioca, gergelim, mesocarpo de babaçu e pimenta-de-macaco, produtosque compõem a linha Ecossocial Kalunga. Segundo o Instituto Atá, “as aquisições foram intermediadas pela cooperativa Central do Cerrado, que selecionou quais produtos seriam adquiridos, beneficiou e os embalou para a comercialização”; a cooperativa recebeu R$ 35 mil pelos serviços.
Para fechar a conta e completar os 9,85% da verba total, o instituto considera produtos e entregas que não foram de fato usados pelos kalungas até agora. Entram na equação o desenvolvimento de um siteoficial, por R$ 18 mil, e a criação da logomarca do projeto, hoje registrada, por R$ 5 mil. Os kalungas reclamam da eficácia das palestras e oficinas voltadas à comunidade que, na prestação de contas, custaram R$ 10 mil. Romes diz que a comunidade não os quer mais na região:
– Disseram que iam ensinar a gente a fazer o plantio de mudas, ensinar receitas e jeitos de cozinhar usando a baunilha, mas nada disso prestou, tá tudo igual como era antes, e a comunidade não quer mais eles aqui.
À reportagem, Alex Atala diz que sua equipe não foi ao Vão de Almas para encerrar oficialmente as atividades – apenas comunicou o fim do projeto à associação do quilombo via e-mails.
AO LADO DA EMBRAPA, ATÁ MIRA PRODUÇÃO NACIONAL
Por dois anos, voluntários e profissionais contratados por meio do projeto Baunilha do Cerrado tiveram amplo acesso às terras e aos saberes kalungas, enquanto os quilombolas sentiam-se, gradativamente, deixados de lado. Ao longo do processo, a equipe de Atala pode conhecer práticas tradicionais de extração e partes do território onde a especiaria é cultivada.
Amostras de Vanilla pompona são coletadas durante visita de pesquisadora mexicana. (Foto: Reprodução)
A imersão rendeu frutos. Foram realizadas pelo menos três pesquisas botânicas sobre as baunilhas: especialistas franceses, mexicanos e brasileiros fizeram a coleta de amostras. Segundo o Instituto Atá, os pesquisadores atuaram apenas como voluntários na iniciativa. Há versões conflitantes em relação às amostras: moradores das comunidades do Engenho II, por onde a equipe de Atala também transitou, e do Vão de Almas alegam que mudas de baunilha foram levadas sem qualquer aviso à associação do quilombo. À reportagem, Alex Atala nega.
Hoje, os kalungas estão receosos quanto ao uso das informações concedidas sobre a baunilha. O presidente da associação afirma:
– No projeto, mostramos algumas áreas nativas de onde extraímos a baunilha aqui, além de apresentar técnicas tradicionais nossas, de manejo, para a equipe [do Instituto Atá]. Estamos preocupados com detalhes legais: vai que esse povo consegue registrar e patentear o uso? Ou o modo que plantamos nossa baunilha?
A atual legislação os resguarda, mesmo que minimamente, diante da possibilidade. No Brasil não é permitido o registro de patente e marca sobre “o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza”.
Fato é que o Atá tem novos planos em relação às baunilhas. Em parceria firmada com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pouco após a imersão no quilombo goiano, onde teve amplo acesso a amostras e saberes tradicionais, o instituto vai participar da criação de um estoque de sementes nativas das espécies brasileiras. Durante o projeto, a equipe do chef visitou os kalungas mais de quarenta vezes, filmando e registrando parte dessas visitas.
Em novembro de 2018, o instituto assinou um termo de cooperação para criar uma cadeia de produção nacional da especiaria. Segundo a Embrapa, o convênio vale por quatro anos e engloba “ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação relacionadas às espécies brasileiras”. Estão previstas atividades de prospecção, coleta e criação de um estoque de sementes sem modificação genética. O órgão acrescenta que, “caso os resultados alcançados sejam objeto de patentes futuras”, novos acordos terão de ser feitos.
Na nota, Alex Atala informa que “nem o Atá nem a Embrapa possuem mudas de baunilha do Cerrado advindas do território quilombola. Não retemos em nenhum momento do projeto informações georreferenciadas e as técnicas quilombolas de seu cultivo”.
CIFRAS EXPLICAM DISPUTAS E INTERESSES
Cultivada sem agrotóxico, baunilha do Cerrado se destaca das demais. (Foto: Reprodução)
A baunilha do Cerrado mal entrou no mercado e já se destaca. As favas cultivadas pelos quilombolas goianos crescem e pesam muito além das encontradas no resto do mundo, superando outras variedades, como a tradicional baunilha mexicana, que pesa, em média, 0,02 g.
Em Madagascar, ilha no leste da África responsável por 65% da produção mundial de baunilha, a procura pelo “ouro negro” tem gerado conflitos que vão do roubo de colheitas à expulsão de camponeses por grupos armados. Depois da passagem do ciclone Ava, em janeiro, o preço do quilo disparou. De algo como US$ 20, o valor pulou para a casa dos US$ 600, inflamando os confrontos no campo, com a formação de milícias rurais para proteção das colheitas.
Segundo o Banco de Dados Estatísticos de Comércio de Produtos das Nações Unidas, o Comtrade, a exportação de baunilhas de Madagascar atingiu US$ 894 milhões em 2017. Os Estados Unidos são o principal comprador no mercado mundial, concentrando US$ 575 milhões em importações nesse mesmo ano.
Esse contexto global tem aumentado a cautela dos kalungas, que temem que o cultivo intensifique os conflitos, somando-se a outras ameaças que os cercam – como projetos de hidrelétricas, garimpos ilegais e a expansão da soja no entorno. Os quilombolas ainda batalham pela posse definitiva de ao menos 118 mil hectares do seu território.
Foto principal: Fartura Brasil
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TOPICS: #ALEXATALA #BAUNILHA#CERRADO #CHAPADADOSVEADEIROS#KALUNGAS #QUILOMBOLAS AGROECOLOGIA
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