26 de fevereiro de 2019

No Mato Grosso “chove” agrotóxicos, apontam pesquisadores

Hara Flaeschen sob supervisão de Vilma Reis | Informações da Rede Brasil Atual


Mato Grosso, estado que mais consome agrotóxicos no Brasil, apresenta vestígios de venenos – como atrazina, metolacloro e metribuzim – na água de chuva e em poços artesianos de escolas rurais e urbanas, em quatro municípios. A Rede Brasil Atual abordou a pesquisa que comprovou a contaminação, conduzida por Lucimara Beserra, durante seu mestrado em Saúde Coletiva na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A orientação foi de Wanderlei Pignati, pesquisador da instituição e integrante do GT Saúde e Ambiente da Abrasco. Leia, abaixo:

Agrotóxicos considerados altamente tóxicos, como a trifluralina, e cancerígenos, como a atrazina, metolacloro e metribuzim, contaminam a água da chuva e de poços artesianos de escolas rurais e urbanas nos municípios de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio, na bacia do rio Juruena, no Mato Grosso.

Em quatro de seis amostras de poços foram detectados resíduos dos herbicidas atrazina e metolacloro. Mais da metade (55%) das amostras de chuva continham resíduos de pelo menos um tipo de agrotóxico entre os detectados (metolacloro, atrazina, trifluralina, malationa e metribuzim). O metolacloro foi o mais frequente, detectado em 86% das amostras contaminadas.

A conclusão é de uma pesquisa conduzida por Lucimara Beserra para seu mestrado em saúde coletiva, sob orientação de Wanderlei Antonio Pignati, professor e pesquisador do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Alunos e professores de três escolas rurais e três urbanas desses municípios participaram do estudo, coletando amostras da água da chuva e do poço em cada unidade escolar, como mostra o vídeo no final desta reportagem.

Exceto o poço da escola urbana de Sapezal, localizada no meio da cidade, os demais tinham no entorno plantações de soja, milho, algodão e girassol, em um raio de distância variando de 50 a 1.000 metros.

A maioria de todas essas amostras contaminadas foi coletada em maio de 2015 e fevereiro de 2016, meses do período chuvoso, que favorece a infiltração de diversas substâncias no solo e nos lençóis freáticos. Maio coincide com o fim da safra agrícola de milho e de algodão, na qual ainda há pulverização de diversos agrotóxicos.

E fevereiro, com o início da colheita da soja e o plantio/colheita da safra de milho e o plantio de algodão, com intensas pulverizações de agrotóxicos. Agosto corresponde à entressafra da soja, período entre uma safra e outra, com descanso e preparação do solo, com pouca ou nenhuma pulverização. E a localização dos poços artesianos foi escolhida próxima a áreas de lavouras com uso desses produtos.

O estado é o maior consumidor brasileiro de agrotóxicos, e o Brasil, o maior consumidor mundial. Em  2012, o Brasil despejou sobre suas lavouras 1,05 bilhão de litros de herbicidas, inseticidas e fungicidas. Só em Mato Grosso foram 140 milhões de litros, segundo o relatório de consumo de agrotóxicos em Mato Grosso, de 2005 a 2012, do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) de Mato Grosso.

Nuvem

Ao comparar a contaminação conforme a localização das áreas, Lucimara Beserra constatou que a escola rural de Campo Novo do Parecis apresentou um número maior de amostras contaminadas (76,9%) em relação as demais escolas.

Mas isso não quer dizer que a área rural seja a mais contaminada. Uma nuvem de chuva pode ser deslocada pelo vento do seu local inicial de formação, e os agrotóxicos depois de suspensos no ar também podem sofrer deslocamento pelo vento, podendo contaminar outros lugares nos quais não houve a utilização desses produtos. Há pesquisas mostrando, por exemplo, contaminação por agrotóxicos em regiões do Ártico e da Antártica – onde não há atividade agrícola.

Independente do local, a contaminação depende da persistência de cada agrotóxico. O herbicida metolacloro, princípio ativo que teve maior frequência de detecção nas amostras de chuva, também encontrado nas amostras de água de poços artesianos, é uma substância de alta persistência, além de ser considerado muito perigoso ao ambiente (risco ambiental II).

O tempo de meia-vida do metolacloro na água é de 365 dias e no solo, 90 dias. Tais características, somadas ao alto consumo de agrotóxicos nos municípios, indica os motivos da detecção das substâncias nas três amostras do poço da escola urbana de Campo Novo do Parecis e na alta frequência de detecção nas amostras de chuva contaminadas dos três municípios.

A persistência da atrazina no ambiente é menor, bem como seu índice de solubilidade e volatilidade são menores se comparados ao metolacloro. Entretanto ainda possui potencial de contaminação de águas subterrâneas e chuva, sendo encontrado na água de quatro poços artesianos. Foi o segundo agrotóxico mais detectado nas amostras de chuva. O inseticida malationa, que teve maior concentração detectada nas amostras de chuva, também possui alta volatilidade e é considerado perigoso ao ambiente (risco ambiental III).

O projeto de pesquisa integrado sobre agrotóxicos, saúde, trabalho e ambiente na bacia do rio Juruena foi realizado em parceria com pesquisadores do Departamento de Química e da Faculdade de Nutrição da UFMT, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com apoio financeiro do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso (MPT-MT), por meio da Procuradoria Regional da 23ª Região.

A pesquisa atende assim à demanda do MPT por uma avaliação dos impactos do uso desses produtos à saúde e ambiente nessa região de alto número de ocorrências de violações aos direitos trabalhistas relacionadas ao agronegócio e agrotóxicos.

Para Lucimara Beserra, a contaminação da água da chuva e de poços artesianos expõem relações e processos que tornam a população e o meio ambiente vulneráveis, o que exige atenção e atuação da Vigilância em Saúde nesses territórios.

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25 de fevereiro de 2019

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Altos da Serramar: Nova Friburgo ganha circuito de agroturismo


38 propriedades fazem parte da rota que visa estreitar a relação do turista com produtores rurais

Por Redação Multiplix 

O circuito agroturístico tem como objetivo realizar iniciativas voltadas para as práticas sustentáveis em diversas áreas, especialmente no Turismo. Estreitar a relação dos turistas com os produtores rurais é um dos focos do projeto. Nas propriedades participantes, os visitantes aprendem sobre a dinâmica do espaço e muito mais.

Veja na reportagem de Tainá Azevedo!

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24 de fevereiro de 2019

Projetos valorizam patrimônio cultural e natural através do turismo


Três iniciativas inovadoras do mercado de Viagens foram premiadas pelo MTur em reconhecimento ao trabalho de valorização dos atributos brasileiros


Projetos valorizam patrimônio cultural e natural através do turismo – Visitar atrativos históricos, culturais ou naturais contribui para preservar o patrimônio brasileiro. No Brasil, três iniciativas do mercado de Viagens que contribuíram com esse propósito foram reconhecidas pelo 1º Prêmio Nacional do Turismo, promovido pelo MTur. Um total de 47 projetos foram inscritos na categoria Valorização do Patrimônio pelo Turismo.

A 2ª Etapa do Cais do Sertão – também conhecido como Museu Luiz Gonzaga, no porto de Recife – levou o primeiro lugar entre os inscritos. O projeto da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer de Pernambuco foi idealizado como parte de um grande plano de integração do Porto Novo, direcionado à revitalização do centro antigo do Recife, por meio da requalificação de espaços que anteriormente abrigavam atividades portuárias.

Leia também:

Programas de monitoramento e avaliação no turismo recebem reconhecimento nacional


O museu é um espaço cultural e educacional que leva o visitante a viajar pela exposição com elementos da cultura nordestina, do litoral ao sertão. As atividades desenvolvidas visam a apresentação, aos visitantes, de uma experiência de cunho intelectual e pertencimento afetivo à cultura nordestina. O galpão de 5 mil metros quadrados conta, ainda, com auditório para apresentações e convenções, espaço para exposições temporárias, bar e café, além de restaurante na cobertura com vista panorâmica.

“A conclusão do Módulo II amplia o conceito de museu para Centro Cultural Cais do Sertão, onde já é possível realizar atividades com a população, dando múltiplos usos às instalações e o sentimento de preservação do patrimônio cultural”, comemora Ana Luíza Accioly, coordenadora do projeto que foi executado com recursos do Prodetur Nordeste.

O segundo colocado da categoria foi o Museu Casa do Carnaval da Bahia. O espaço cultural, aberto à visitação, foi criado para retratar a evolução da festa baiana, desde os primórdios do Brasil até os dias de hoje, em sua diversidade de ritmos e de manifestações populares. A Casa do Carnaval conta a história de uma festa que se tornou o símbolo da criatividade e o espetáculo mais democrático do povo baiano, que vai às ruas mostrar sua identidade e sua alegria de viver. Projetos valorizam patrimônio cultural e natural através do turismo

Inaugurado em fevereiro de 2018, o museu oferece ao público um acervo digital audiovisual interativo, seguindo a tendência dos museus contemporâneos do mundo. O projeto da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador foi instalado num casarão secular de quatro pavimentos no Pelourinho, em Salvador, com uma das mais belas vistas da Baía de Todos os Santos. “É um espaço aberto, em permanente construção, que mostra seu repertório com uma visão geral, a ser complementada, a cada ano, incorporando novas histórias e novidades”, diz Taiane Campelo, coordenadora do museu. O acervo de cores, luzes, música, fotos e vídeos conta com tradução para o inglês e espanhol. Projetos valorizam patrimônio cultural e natural através do turismo

A iniciativa premiada em terceiro lugar foi a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e Conectividade. O projeto é do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). São caminhos de pedestres com o objetivo de guiar a visitação turística e apoiar a conservação da natureza. Além da recreação, o projeto visa proporcionar a integração dos ecoturistas com as comunidades locais e a geração de renda através da oferta de guias de turismo, condutores, hospedagem, alimentação e transporte, entre outros serviços. “A valorização do patrimônio natural e os benefícios ecológicos e ambientais são inerentes à proposição e finalidade da implementação deste projeto”, destaca Fábio Araújo, técnico da coordenação-geral de Uso Público e Negócios do ICMBio.

Araújo destaca, ainda, que a conectividade de paisagens por meio de trilhas de longo curso é relevante estratégia de conservação, já que um dos principais fatores que ameaçam a biodiversidade é a fragmentação dos habitats. As trilhas ligam diferentes biomas de norte a sul do país, conectando paisagens e ecossistemas para promover a organização, estruturação da oferta turística de natureza e aventura no Brasil. Em dois anos, foram implementados 1.900km de quatro trilhas: Rota Darwin (RJ), Trilha Transcarioca (RJ), Caminho de Cora Coralina (GO) e Caminhos da Serra do Mar (SP). Projetos valorizam patrimônio cultural e natural através do turismo

BOAS PRÁTICAS – O Ministério do Turismo criou um Banco de Boas Práticas para divulgar as dez iniciativas com melhor classificação, por categoria, no 1º Prêmio Nacional do Turismo. O objetivo é dar visibilidade e multiplicar os casos de sucesso do setor, disponibilizando contatos, vídeos e materiais informativos apresentados pelos proponentes inscritos no certame. Das 241 propostas apresentadas, 70 podem ser consultadas NESTE LINK.

COMPARTILHEII Fórum de Gestão do Turismo de Base Comunitária do Pará


Sudam - Superintendência Desenvolvimento Amazônia - Belém, PA
02 de maio de 2019, 08h-17h
Inscrição
 R$
R$ 40,00
Pague em até 12x
Inscrições até 02/05/2019 
REALIZAR INSCRIÇÃO

DESCRIÇÃO DO EVENTO
Este evento tem como objetivo reunir instituições governamentais e privadas, ONG's , representantes comunitários e pesquisadores  de todas as regiões do Estado para discutir os processos de Gestão para o Turismo de Base Comunitária e seus desafios
Como resultado final, apresentaremos  um Projeto de Lei Estadual acerca do Turismo de Base comunitária.
SOBRE O PRODUTOR
GUAJARÁ - Operadora de Turismo
A Guajará Turismo de Base Comunitária, atua junto às comunidades amazônicas com projetos relacionados ao Turismo Sustentável, enfatizando a Econômica Solidária, a Preservação Ambiental e a Valorização Patrimonial. 
Tem como princípios básicos, incentivar o protagonismo comunitário, o respeito às tradições, saberes e fazeres, visando tornar o Turismo um vetor de integração entre pessoas e indutor de benefícios coletivos.
O *II Fórum de Turismo de Base Comunitária do Pará*, terá sua abertura e encerramento de suas discussões durante o primeiro dia (02).
Ocorrerá no Auditório da SUDAM - Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia na Tv. Antônio Baena, 1113 - Pedreira, Belém - PA, 66087-082.
A programação continua da seguinte forma:
*2° Dia :*
_"Vem Viver Santo Amaro"_: Vivência na Comunidade de Santo Amaro em Benevides
*3° Dia:*
_"Vem Viver Cotijuba"_: Vivência com pernoite na Ilha de Cotijuba  na região insular de Belém
*OBS:* A inscrição para o primeiro dia do evento está disponível no site: https://www.sympla.com.br/ii-forum-de-gestao-do-turismo-de-base-comunitaria-do-para__464311 
Para participar da programação itinerante dos outros dois dias é necessário adquirir os roteiros entrando em contato com as empresas:
*Guajará - Operadora de Turismo:* +55 91 9133-8126 (Iraíde Brabo) 
*Vivenciar - Operadora de Turismo:* +55 91 8530-9414 - (Ana Karolina)

CARTA ABERTA PRÓ BIODIVERSIDADE E RECURSOS NATURAIS NA SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

AEAESP - Associação dos Especialistas Ambientais do Estado de São Paulo

A recente fusão de três secretarias de estado (Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos e Energia e Mineração), no início da gestão do governador João Dória, dando origem à atual Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA), foi realizada sem a participação das equipes técnicas do Sistema Ambiental Paulista. Na nova estrutura, fica claro que o meio ambiente perderá seu protagonismo e espaço, tendo como uma das possíveis consequências o enfraquecimento das  políticas públicas ambientais. Nesse momento, um novo Decreto vem novamente sendo conduzido sem transparência, consulta ou participação de técnicos, pondo em risco as políticas ambientais em curso no Estado de São Paulo.

Em 11 de janeiro de 2019, foi feita a primeira solicitação ao novo Secretário da SIMA, Marcos Penido,  para ter acesso à minuta do Decreto de reestruturação da pasta, assim como para agendar uma reunião com o intuito de garantir a participação da equipe técnica responsável pela elaboração das políticas ambientais no Estado no processo de reestruturação. A equipe técnica desta pasta é altamente qualificada, com nível de mestrado e doutorado, e atua há mais de 30 anos no Sistema Ambiental Paulista. Sua expertise é valiosa e está sendo completamente ignorada pela gestão Dória no momento de definição e planejamento ambiental do Estado. Após cinco solicitações de audiência para tratar do assunto, todas ignoradas, viemos a público manifestar nossa indignação quanto à falta de transparência e nossa preocupação quanto aos prováveis resultados negativos que comprometerão o equilíbrio e proteção do meio ambiente.

Foi informado em evento público, em 19/02/2019, por dirigentes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) e da Subsecretaria de Meio Ambiente, que algumas agendas e projetos da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN) serão transferidos para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), e há rumores que algumas outras agendas serão incorporadas à Coordenadoria de Fiscalização. Tais medidas, se realmente efetivadas, irão enfraquecer as políticas públicas ambientais do Estado e tirar o papel protagonista e vanguardista da SIMA na temática ambiental do país. Nesse novo cenário, não seria possível assegurar a efetiva proteção da biodiversidade.

Desde 1986, trabalhamos para fomentar e executar as ações para a proteção e recuperação da biodiversidade, integrando no território as áreas protegidas e as atividades produtivas, com o objetivo de garantir a melhoria da qualidade ambiental e da geração de serviços ecossistêmicos essenciais ao desenvolvimento socioambiental e econômico sustentável, do Estado de São Paulo. A estrutura responsável pela biodiversidade foi evoluindo ao longo do tempo e desde 2009 passou a denominar-se CBRN, quando foram separadas as atribuições relacionadas ao licenciamento. Hoje, as demais Coordenadorias existentes - Educação Ambiental, Fiscalização, Planejamento e Parques Urbanos - trabalham todas em conjunto com a finalidade de fortalecer o que é o cerne de todos os órgãos ambientais: proteger e recuperar a biodiversidade e compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a preservação da qualidade do meio ambiente - atribuições da própria CBRN.

A hipótese de incorporação de parte das atribuições da Coordenadoria de Biodiversidade pela Coordenadoria de Fiscalização representa um retrocesso histórico. A CBRN foi reestruturada, em 2012, exatamente para separar as demandas de licenciamento e fiscalização da agenda positiva de biodiversidade, criando neutralidade e aumentando a confiança do público externo.  Uma agenda positiva independente, autônoma e com recursos próprios permite o fomento do desenvolvimento sustentável de forma propositiva, preventiva, pró-ativa e voluntária, sendo, portanto, mais efetivo a longo prazo e menos oneroso. Fundir as agendas de comando e controle da fiscalização com a agenda positiva da biodiversidade novamente acarretará, na prática, numa drástica redução da agenda positiva, comprometendo os bons resultados de projetos em andamento.

A possível transferência do Sistema do Cadastro Ambiental Rural (SICAR) e das agendas que envolvem o Código Florestal e o Desenvolvimento Sustentável para a SAA poderá acarretar em um enfraquecimento da vertente ambiental dessas temática, visto que a missão das duas secretarias é distinta e complementar, cabendo à SIMA a implementação da agenda ambiental de forma transversal garantindo o meio ambiente sadio para a presente e futuras gerações, não só no que abrange os imóveis rurais, mas em toda a paisagem na qual este está inserido.  

O mapeamento das propriedades rurais pelo SICAR-SP permite a identificação de corredores ecológicos, de matrizes favoráveis para as zonas de amortecimentos das Unidades de Conservação e de locais mais adequados para o estabelecimento de futuras Reservas Legais (RL). O SICAR-SP é fundamental para a gestão ambiental do Estado e possui diversas interfaces com as demais atribuições da atual SIMA: está conectado ao sistema de emissão de autuações ambientais da Coordenadoria de Fiscalização Ambiental; a todos os projetos de recuperação ambiental (licenciamento, reparação de dano ou conversão de multas) por meio do SARE (Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica); é utilizado pela Fundação Florestal (órgão gestor das Unidades de Conservação estaduais) para a elaboração de Planos de Manejo e regularização fundiária e pela Coordenadoria de Planejamento Ambiental para a elaboração do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE). A transferência do SICAR-SP para a SAA representaria mais um obstáculo para a política pública ambiental, pois, além de seu amplo uso pelo sistema ambiental, está totalmente interconectado aos demais sistemas da pasta e hospedado no SIGAM (Sistema Integrado de Gestão Ambiental).

Na agenda de Desenvolvimento Sustentável, há o fomento de boas práticas ambientais, difusão de tecnologias ambientalmente mais sustentáveis e mediação de conflitos e demandas dos diversos setores produtivos. Por meio de projetos já reconhecidos, como Cadmadeira, Etanol Mais Verde, Transição Agroecológica, Apicultura e Melipolinicultura, Florestas Multifuncionais e Pagamento por Serviços Ambientais, busca-se produtividade com melhoria da qualidade ambiental. A sinergia dessas ações e projetos entre duas Secretarias de peso, como Agricultura e Meio Ambiente é um caso de sucesso. Excluir a atuação da SIMA nesses projetos e transferí-los para a SAA, trará prejuízo na credibilidade dos certificados emitidos, que reconhecem as boas práticas agroambientais das empresas e de micro-empresários perante a sociedade e organismos nacionais e internacionais. Por exemplo, diversas usinas de cana-de-açúcar exportam seus produtos por meio do Certificado de Qualidade Ambiental do Etanol Mais Verde. Um certificado emitido somente pela SAA não terá o mesmo peso e confiança no mercado. O novo governo pretende extinguir exatamente o que vem sendo elogiado pela sociedade e setores produtivos, que é o trabalho de parceria inter-secretarias.

No tocante à Fauna Silvestre, a CBRN, atualmente, atua nas políticas públicas voltadas para a conservação de espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção e gerencia o maior número de empreendimentos de fauna silvestre em cativeiro, no Brasil, responsáveis pela conservação de espécies ameaçadas, educação ambiental e comércio de produtos e subprodutos. Doenças zoonóticas devem ser discutidas transversalmente, considerando os setores de saúde pública, agricultura e de meio ambiente, já que as alterações provocadas pelas ações humanas na paisagem urbana e rural têm provocado o aumento da circulação de doenças como a Raiva, Febre Maculosa Brasileira, Febre Amarela e Leishmaniose; e, em alguns casos, situações de epidemia, além de promover desequilíbrios populacionais de espécies da fauna silvestre nativa e acelerar processos de bioinvasão por espécies de fauna e flora exóticas, tanto nas áreas especialmente protegidas, ameaçando seus serviços ecossistêmicos, como em áreas de produção agrícola, ameaçando a produtividade e acarretando em prejuízos econômicos. Portanto, os assuntos relacionados à fauna silvestre devem se manter juntos e coesos na nova estruturação da SIMA, não devendo ser fragmentados.

Os funcionários da CBRN, com sua expertise em assuntos altamente técnicos, são representantes importantes e atuantes em parcerias internacionais, colegiados, comitês, conselhos, câmaras técnicas  e grupos de trabalho, que discutem e atuam em questões diretamente ligadas à biodiversidade. É primordial que esse ponto de vista seja mantido no Sistema Ambiental Paulista. 

Diante do exposto, o desmembramento da CBRN do restante do sistema ambiental representa o descumprimento da Política Estadual do Meio Ambiente.

Somos dezenas de funcionários comprometidos com a agenda da biodiversidade e recursos naturais e acreditamos na importância das agendas positivas para ultrapassarmos o falso entendimento de que o meio ambiente é empecilho ao desenvolvimento econômico.

Acreditamos que a produção rural e a conservação ambiental são interdependentes, e o desenvolvimento sustentável na zona rural será resultado do trabalho conjunto entre a SIMA e a SAA, cada uma com suas atribuições, vocação e missão.

Sabemos que alterações nas estruturas do governo são necessárias e justificáveis para atender as mudanças da sociedade, porém elas devem primar pelo interesse público, numa construção minimamente técnica e participativa. Adotar esta estratégia interativa e construtiva é de suma relevância para não impactar o bom funcionamento das instituições públicas e não afetar negativamente as parcerias com outras instituições públicas, terceiro setor, setor privado e área acadêmica e, principalmente, os cidadãos que dependem dos serviços prestados pela CBRN.

Por estes motivos, manifestamos em favor de que as agendas ligadas à biodiversidade e desenvolvimento sustentável, seu corpo técnico e suas dotações orçamentárias devem ser mantidas integralmente na SIMA e de forma autônoma à agenda de comando e controle.

São Paulo, 22 de fevereiro de 2019.

AEAESP - Associação de Especialistas Ambientais do Estado de São Paulo

EPAESP - Executivos Públicos Associados do Estado de São Paulo

AEEASMA - Associação dos Engenheiros e Engenheiros Agrônomos da SMA

Apoiam essa carta:

ABA - Associação Brasileira de Agroecologia

ABD - Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica

AEPPSP - Associação dos Especialistas em Políticas Públicas do Estado de São Paulo

AGESP - Associação dos Gestores Públicos do Estado de São Paulo

APA - Articulação Paulista de Agroecologia

APAER - Associação Paulista de Extensão Rural

APqC - Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

APAR-SP - Associação dos Profissionais das Agências Reguladoras do Estado de São Paulo

ICB - Instituto Costa Brasilis - Desenvolvimento Socioambiental

Associação Slow Food do Brasil

Instituto Giramundo Mutuando

Instituto Terra Viva de Agroecologia

Núcleo de Agroecologia Apetê-Caapuã

Quer apoiar esta carta? 

Nos escreva no especialistasambientais@gmail.com

Entre em contato

especialistasambientais@gmail.com


 Cultura na Roça: Conheça o Ecomuseu Rural de Barra Alegre, em Bom Jardim


Espaço com circuito cultural valoriza o estilo de vida típico dos moradores de áreas rurais

Por Sara Schuabb 

Ecomuseu propicia vivências da cultura e cotidiano da roça | Divulgação/Cláudio Paolino (Ecomuseu Rural de Barra Alegre)

Que tal conhecer um moinho d’água usado para a produção de fubá, um forno à lenha que assa broas de milho, experimentar doces de compota, conhecer remédios caseiros feitos com ervas da floresta e ainda poder ouvir histórias de mestres da tradição oral de fazendas antigas? O Ecomuseu Rural, situado no Vilarejo de Santo Antônio, no Distrito de Barra Alegre, em Bom Jardim, cujo acesso também pode ser feito por São Pedro da Serra, em Nova Friburgo, realiza, há dez anos, um trabalho de valorização do patrimônio da vida rural e também oferece circuitos turísticos para aqueles que buscam adentrar no cotidiano de quem vive na roça.

De acordo com a psicóloga e mestre em Educação Marjorie Botelho, que coordena o equipamento cultural junto ao seu marido, o fotógrafo Cláudio Paolino, nesses territórios rurais há pessoas que trazem consigo conhecimentos adquiridos através da oralidade, ou seja, que aprenderam com seus pais, que haviam aprendido com seus avôs e assim sucessivamente, que precisam ser valorizados em decorrência dos processos de produção cada vez mais automatizado.

“Os mais antigos dizem que broa boa é somente quando o fubá vem dos moinhos d´água, pois o atrito do milho com a moenda é que faz o gosto do verdadeiro fubá. Mas o que se percebe é o desaparecimento dessas “engenhocas” pela facilidade que temos em comprar tudo nos supermercados.”, diz Marjorie.

Marjorie Botelho conta que há cerca de dois anos estão atuando com roteiros de turismo rural. “Atualmente, além de nossos circuito local, que abrange Nova Friburgo, Bom Jardim e Trajano de Moraes – também participamos do circuito de agroturismo Altos da Serra Mar, que envolve 38 propriedades, de Mury a Barra Alegre, e do circuito nacional de Pontos de Cultura e Memórias Rurais, que é uma rede composta por 30 iniciativas do norte ao sul do país.”, conta.

Ecomuseu também funciona como espaço de intercâmbio cultural | Divulgação/Leandro Anton (Ecomuseu Rural de Barra Alegre)

O Ecomuseu também atua na criação de roteiros pedagógicos, desenvolvidos com o apoio de grupos universitários que permitem que estudantes e integrantes de grupos de agroecologia possam viver o cotidiano presente nos territórios rurais.

Maria Rosangela de Oliveira Santos, que mora em São Pedro da Serra e é agricultora do Vilarejo de Santo Antônio, em Barra Alegre, conta que o Ecomuseu foi importante para divulgação de sua produção orgânica. “Não conseguia vender minhas verduras e legumes, por serem pequenos e estranhos, justamente por não terem agrotóxico. Agora, estamos vendendo em São Pedro. O Ecomuseu tem sido importante para divulgar nosso trabalho. Participamos de um livro e agora as vendas estão melhores, antes perdíamos muita mercadoria”, conta.

O Ecomuseu Rural de Barra Alegre foi reconhecido como ponto de memória pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC), em 2010, por meio de um edital de apoio a iniciativas comunitárias de memória. O espaço dispõe de acervo de fotografias, vídeos e objetos sobre os saberes e fazeres rurais e dispõe de uma Biblioteca chamada Conceição Knupp Amaral, que é uma homenagem à mulher do campo; o Galpão de Artes Mafort, homenagem à família que ajudou o casal a construir o equipamento cultural; e a Biblioteca de Artes Visuais Armando de Barros, uma homenagem ao professor doutor Armando de Barros, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que contribuiu com o olhar do casal sobre as artes visuais. E ainda oferece oficinas de educação patrimonial para as escolas da região, incluindo Bom Jardim e Trajano de Moraes, em que os alunos aprendem questões conceituais e técnicas de audiovisual sobre como registrar sua comunidade.

Além disso, também funciona como ponto de intercâmbio cultural, onde acontecem oficinas com artistas e agentes culturais de todo o país, oferecendo à população local oficinas de artesanatos, teatro, fotografia, propiciando, também, espaço para debates sobre questões políticas que envolvem a população do campo.

“Também estamos fortalecendo o turismo rural, voltado para o turista que vem para São Pedro e Lumiar, não apenas para aventuras e natureza, mas para se aprofundar na realidade e história da região.”, conta Marjorie.

Para conhecer o Ecomuseu, é preciso entrar em contato pelo número (22) 99926-1322 ou pelo e-mail: sobradocultural@gmail.com.