20 de junho de 2025

Geraldo Lucio escreve sobre o que é BELEZA usando a Visão geral criada por IA

Em elementos da natureza: 
  • Paisagens: Montanhas, florestas, oceanos e pores do sol são exemplos de paisagens que evocam beleza e admiração. 
  • Animais e plantas: A diversidade e harmonia do mundo natural, com suas cores, formas e comportamentos, também são fontes de beleza. 
Em expressões humanas: 
  • Obras de arte: Pinturas, esculturas, músicas, danças e outras formas de expressão artística são manifestações de beleza criadas pela imaginação e habilidade humana. 
  • Atos de bondade e generosidade: A compaixão, a empatia e a solidariedade são qualidades que revelam a beleza interior de uma pessoa. 
  • Autenticidade e aceitação: Abraçar suas próprias características e imperfeições, e ser fiel a si mesmo, também é uma forma de beleza. 
Na percepção individual: 
  • A beleza está ligada à nossa capacidade de observar e apreciar o mundo com atenção e sensibilidade. 
  • A forma como vemos o mundo e as pessoas ao nosso redor influencia nossa percepção da beleza. 
  • A beleza também pode ser uma questão de perspectiva, onde o que é belo para um indivíduo pode não ser para outro. 
Em resumo, a beleza é uma experiência subjetiva e multifacetada, presente tanto na natureza quanto na arte e na interação humana. É uma qualidade que podemos encontrar em diversos lugares, desde que estejamos dispostos a olhar com atenção e sensibilidade

INVERNO COMEÇA NESTA SEXTA-FEIRA: PREPARE-SE PARA FRIO, GEADAS E MUDANÇAS NO PADRÃO DE CHUVAS


Inverno começa nesta sexta-feira, 20 Foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO 

INVERNO COMEÇA NESTA SEXTA-FEIRA: PREPARE-SE PARA FRIO, GEADAS E MUDANÇAS NO PADRÃO DE CHUVAS

Estação, que vai até 22 de setembro, promete ser mais próxima da média histórica, sem a influência do El Niño ou La Niña

O Hemisfério Sul dá as boas-vindas ao inverno nesta sexta-feira, 20 de junho, às 23h42 (horário de Brasília). A estação se estenderá até 22 de setembro, às 15h19, marcando um período de importantes alterações climáticas em diversas regiões do Brasil.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o inverno de 2025 será caracterizado por uma redução nas chuvas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e em partes das regiões Norte e Nordeste. Em contrapartida, os maiores volumes de precipitação se concentrarão no noroeste da Região Norte, no leste do Nordeste e em parte da Região Sul.

Além da menor incidência de radiação solar, a estação trará massas de ar frio vindas do sul do continente, provocando quedas nas temperaturas. As médias térmicas devem ficar abaixo de 22°C no leste das regiões Sul e Sudeste.

Essa diminuição nas temperaturas poderá resultar em geadas no Sul, Sudeste e Mato Grosso do Sul, com a possibilidade de neve em áreas serranas do Sul. Episódios de friagem são esperados em Mato Grosso, Rondônia, Acre e sul do Amazonas. O Inmet também alerta para a formação frequente de nevoeiros e névoa úmida durante as manhãs nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o que pode reduzir a visibilidade em estradas, áreas montanhosas e aeroportos.

Inverno sem El Niño e La Niña: Um retorno à normalidade

A Climatempo aponta que o inverno de 2025 seguirá padrões climáticos mais próximos da média histórica da estação. Essa perspectiva contrasta com os dois últimos anos (2023 e 2024), quando o Brasil registrou invernos atipicamente mais quentes, marcados por ondas de calor.

Nesta estação, o país não sofrerá as fortes influências dos fenômenos El Niño ou La Niña. O Oceano Pacífico Equatorial, na costa peruana, apresenta atualmente neutralidade térmica, com temperaturas próximas da média. Embora haja previsão de resfriamento nessa região durante o segundo semestre, seus efeitos no clima brasileiro só devem ser perceptíveis no final do inverno e ao longo da primavera.

Expectativas de chuvas e temperaturas por região

O padrão climático deste inverno favorecerá a formação de corredores de umidade entre o Norte, Centro-Oeste e Sudeste no final da estação, aumentando as chances de chuva em agosto e setembro. Essas precipitações serão impulsionadas pela passagem de frentes frias continentais e pelos corredores de umidade, com um possível resfriamento tardio na primavera devido ao esfriamento do Pacífico.

Enquanto a costa leste do Nordeste manterá chuvas frequentes, mas menos intensas que no outono, o sul da Bahia deve registrar precipitações acima da média com a chegada das frentes frias. A configuração oceânica, com o Atlântico Tropical Norte mais quente que o sul, deslocará a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para norte, o que deve reduzir as chuvas no norte do Nordeste e na porção setentrional da Região Norte. O inverno também trará precipitações abaixo da média no centro, sul e leste do Rio Grande do Sul, enquanto algumas áreas do leste catarinense, paulista, fluminense e capixaba podem registrar chuvas levemente acima do normal.

Quanto às temperaturas, embora se espere mais dias frios do que em 2023 e 2024, o final do inverno ainda deve registrar temperaturas acima da média em quase todo o país. O Centro-Oeste e Tocantins terão períodos de calor em agosto e setembro, porém sem as ondas prolongadas do ano anterior.

Alertas e previsões específicas

A primeira onda de frio significativa está prevista para o final de junho, com intensidade superior à registrada no início do mês. Ela deve afetar Sul, Sudeste, Centro-Oeste e causar friagem intensa em Rondônia, Acre e sul do Amazonas, possivelmente estabelecendo novos recordes de baixas temperaturas para o ano.

Este inverno traz uma maior probabilidade de geadas amplas no Sul e condições mais favoráveis para o fenômeno no Sudeste e Centro-Oeste, em comparação com os últimos anos. A ocorrência de neve, bastante reduzida em 2023 e 2024, tem chances em julho e agosto deste ano.

Sobre as queimadas, a expectativa de maior umidade em agosto e setembro no Centro-Oeste e Sudeste deve reduzir a severidade e a quantidade de focos em relação aos últimos anos. No entanto, a região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) é motivo de preocupação, com previsão de atraso nas chuvas da primavera, o que pode potencializar os riscos de incêndios florestais

Geraldo Lúcio e sua esposa Naja Varley em um momento de qualidade no Armazém Rural da FEAFTUR na FIT Pantanal 2025


 

ALTA DA SELIC PARA 15% GERA CRÍTICAS DE EMPRESÁRIOS E SINDICATOS

 


A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic para 15% ao ano gerou forte reação entre representantes do setor produtivo e das centrais sindicais. Para essas entidades, o aumento dos juros básicos da economia compromete o consumo das famílias, desestimula investimentos e ameaça o crescimento do emprego formal.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, classificou a medida como “injustificável” e alertou para os efeitos adversos sobre a atividade econômica. Segundo ele, o nível atual da taxa de juros é um obstáculo à competitividade industrial e dificulta a recuperação do setor produtivo.

“Não lidávamos com um patamar tão alto [da Selic] desde 2006. A irracionalidade dos juros e da carga tributária já está sufocando a capacidade dos setores produtivos, que já lidam com um cenário conturbado e possibilidade de aumento de juros e custo de captação de crédito. É um contrassenso o Banco Central se manifestar contra o aumento do IOF enquanto decide aumentar a taxa de juros. Aonde se quer chegar?”, declarou Alban em nota.

Setor supermercadista também critica medida

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) também se posicionou contra o aumento. Para o economista-chefe da entidade, Felipe Queiroz, havia margem para manter ou até reduzir a taxa de juros, diante do atual cenário econômico.

“Havia espaço para estabilidade e até mesmo para queda da taxa. Não há justificativas para uma taxa de juros neste patamar”, disse. Ele ainda afirmou que o Brasil poderia registrar crescimento econômico superior aos 2,2% previstos se a Selic estivesse em um nível mais “civilizado”. “O cenário atual demanda uma política macroeconômica muito mais alinhada com o desenvolvimento macroeconômico doméstico, com estímulo à produção e ao desenvolvimento”, completou.

Comércio paulista aponta surpresa e riscos inflacionários

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) afirmou que a elevação da taxa contrariou as expectativas do mercado. Apesar disso, a entidade reconheceu que a inflação subjacente, que desconsidera itens voláteis, permanece acima do limite da meta de 4,5% ao ano.

“Apesar da desaceleração gradual da atividade econômica interna e da valorização do Real, que tendem a diminuir a pressão sobre os preços, a inflação subjacente, que pende a sinalizar a tendência do aumento de preços, ao excluir os mais voláteis, se mantém muito acima da meta anual, num contexto de expansão fiscal e expectativas inflacionárias ainda desancoradas, justificando uma política monetária mais contracionista”, analisou Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP.

Centrais sindicais veem retrocesso no combate à desigualdade

Organizações sindicais também manifestaram descontentamento com a decisão do Banco Central. Para a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a elevação da Selic agrava a situação das famílias brasileiras, ao transferir recursos do setor produtivo e dos consumidores para o sistema financeiro.

“Os juros altos desestimulam os investimentos e o consumo, cenário que impacta no mercado de trabalho. O Brasil estaria gerando muito mais vagas de emprego, de qualidade, com salários melhores, não fosse essa política monetária do Banco Central”, criticou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT.

A Força Sindical também divulgou posicionamento contrário à medida, alegando que juros elevados representam um entrave para o crescimento da produção e do comércio.

“Juros altos são um convite à especulação e proporcionam excelentes rendimentos ao setor bancário em detrimento da indústria e comércio. Os trabalhadores estão convencidos que ao permanecer a atual política de juros altos do Copom a tendência será de aprofundamento do desemprego e da pobreza”, afirmou Miguel Torres, presidente da entidade.

19 de junho de 2025

PITAYAS MOURA TURISMO RURAL - em Curvelândia - MT


 

Artesanato mato-grossense movimenta mais de R$ 215 mil na FIT Pantanal 2025


A participação do Programa do Artesanato de Mato Grosso na FIT Pantanal 2025 superou expectativas e consolidou a feira como uma das principais vitrines para a produção artesanal do estado. Ao todo, foram movimentados R$ 215.031,83 em vendas, valor que representa um aumento de cerca de 7,5% em relação à edição anterior.

Com 100 estandes e a presença de representantes de 25 municípios, a feira reafirmou o papel do artesanato como instrumento de geração de renda, preservação cultural e fortalecimento da economia criativa. Para além dos números, a FIT foi também espaço de visibilidade e troca de experiências entre artesãos de diferentes regiões de Mato Grosso.

Um dos destaques em vendas foi a artesã Adelita Sarkis Fleiria, de Guiratinga. Suas mandalas e arranjos decorativos feitos com sementes do cerrado chamaram a atenção do público e foram os itens mais procurados, evidenciando o interesse crescente pela biodiversidade regional aplicada ao design artesanal.

Já o artesão mais longevo da feira foi o senhor Antônio Pessoa da Silva, de Cuiabá, com 86 anos. Com décadas de dedicação ao ofício, ele comercializou cintos, carteiras e bolsas de couro bovino, sendo exemplo da força do saber tradicional e da longevidade produtiva no setor.

“A participação na FIT Pantanal 2025 reafirma o compromisso do Programa do Artesanato de Mato Grosso com a valorização, o apoio aos artesãos e a promoção de ações que gerem visibilidade, renda e a possibilidade de inserção dos artesãos em novos mercados. Diante do sucesso alcançado em 2025, A expectativa é de que, em 2026, o evento conte com ainda mais municípios participantes, maior volume de comercialização e uma programação ainda mais rica, reforçando o papel do artesanato como expressão de identidade, sustentabilidade e geração de oportunidades”, comentou Carolinne Luz, da Coordenação do Artesanato da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

Além da comercialização direta, a feira proporcionou um espaço de formação de redes, troca de saberes e abertura para novos mercados. A adesão de mais de 25 municípios nesta edição reforça o envolvimento das gestões locais no incentivo ao artesanato como estratégia de desenvolvimento sustentável.

Fonte: Governo MT – MT

A FÁBRICA de Rapaduras Artesanais DOCES CAMPO ALEGRE - CONVIDA PARA 3° FESTA DA RAPADURA A FESTA MAIS DOCE DO ANO 05 DE OUTUBRO DE 2025 HAVERÁ •EXPOSIÇÃO DOS PRODUTOS •SORTEIOS DE CESTAS •PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO • DELICIOSO ALMOÇO


 

Turismo Rural - Almoço na Roça e Roda de Prosa DOMINGO - 22/06/25 em Tangará da Serra


 

QUAIS SERIAM AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA EXPLOSÃO EM UMA USINA NUCLEAR NO IRÃ?

Imagem de satéite mostra danos causados por ataques israelenses a Natanz, maior centro de enriquecimento de urânio do Irã Divulgação/Marx 

QUAIS SERIAM AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA EXPLOSÃO EM UMA USINA NUCLEAR NO IRÃ?

Ataques recentes de Israel a instalações nucleares iranianas levantam temores de desastre radiológico com consequências devastadoras, segundo especialistas

Os recentes ataques de Israel contra instalações nucleares no Irã, iniciados na última sexta-feira (13), reacenderam preocupações globais sobre os riscos de um desastre radiológico. A possibilidade de a usina nuclear de Bushehr, a única do Irã, ser danificada pelos bombardeios levanta questões alarmantes: o que poderia acontecer se uma dessas instalações fosse destruída?

Segundo a ICAN (Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares), uma coalizão de organizações não governamentais presente em cem países, as consequências poderiam ser devastadoras. No Irã, os bombardeios israelenses já atingiram instalações como Natanz, considerada o coração do programa nuclear iraniano, e fábricas de centrífugas em Teerã e Karaj, conforme relatado pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

O diretor da AIEA, Rafael Grossi, alertou que “atacar instalações como Fordo ou Isfahan seria extremamente perigoso” devido à grande quantidade de material nuclear armazenado, o que poderia causar contaminação radiológica em larga escala.

Riscos e vulnerabilidades de instalações nucleares

De acordo com a ICAN, o impacto de um ataque a uma usina nuclear depende de vários fatores, como o alvo (reator nuclear ou piscina de combustível irradiado), o tamanho da usina e sua idade. A maioria dos reatores nucleares não é projetada para resistir a eventos extremos, como bombardeios aéreos ou ataques com mísseis. Um ataque poderia romper as estruturas de contenção, geralmente construídas com concreto e aço, e provocar o derretimento do núcleo do reator.

As piscinas de combustível irradiado, onde barras de combustível usadas são armazenadas, são consideradas ainda mais vulneráveis. Essas áreas, muitas vezes sem a mesma proteção robusta dos reatores, se danificadas, podem liberar grandes quantidades de Césio-137, um material altamente radioativo.

A ICAN alerta que incêndios nessas piscinas poderiam liberar muito mais Césio-137 do que acidentes em reatores, como os de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, e em Fukushima, no Japão, em 2011. Esses desastres forçaram a evacuação de mais de 100 mil e 160 mil pessoas, respectivamente.

O Césio-137 é extremamente perigoso, podendo causar queimaduras, doença aguda por radiação e até a morte. Além disso, contamina água e alimentos, aumentando o risco de câncer e outros problemas de saúde a longo prazo. Em um cenário extremo, como o uso de uma arma nuclear contra uma usina, a ICAN estima que 100% do Césio-137 presente seria liberado, tornando cerca de 2.000 quilômetros quadrados inabitáveis para cada milhão de curies liberado.

O pior cenário: um ataque com arma nuclear

Se uma arma nuclear, mesmo de pequena potência (como 10 kilotons), fosse utilizada contra uma usina, os danos seriam catastróficos, conforme a ICAN. A explosão e o calor destruiriam o reator e as estruturas de contenção, fragmentando e vaporizando componentes radioativos.

Partículas de Césio-137 seriam lançadas na atmosfera, carregadas pelo vento e depositadas em solo, água e superfícies, emitindo radiação gama que poderia causar danos graves à saúde de populações expostas. A ICAN enfatiza que a combinação de um ataque nuclear com a destruição de uma usina poderia liberar dezenas de milhões de curies de Césio-137, tornando vastas áreas inabitáveis por décadas.

Além disso, outros materiais radioativos, como Iodo-131, que causa câncer de tireoide, e Polônio-210, altamente tóxico, poderiam se espalhar, como ocorreu no acidente de Windscale, no Reino Unido, em 1957.

PESQUISA EM MATO GROSSO DESENVOLVE TESTE RÁPIDO PARA IDENTIFICAR BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES EM HUMANOS E ANIMAIS

Através da implantação da técnica de diagnóstico rápido Lateral Flow Assay, foram reduzidos tempo e custo, evitando aumento da resistência bacteriana - Foto : Arquivo 

PESQUISA EM MATO GROSSO DESENVOLVE TESTE RÁPIDO PARA IDENTIFICAR BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES EM HUMANOS E ANIMAIS

Método reduz tempo de diagnóstico e contribui para o combate à resistência antimicrobiana, problema de saúde pública com projeções alarmantes para as próximas décadas


Diagnóstico mais ágil e eficaz contra superbactérias

Pesquisadores de Mato Grosso avançaram no enfrentamento da resistência antimicrobiana ao desenvolver um teste rápido capaz de detectar bactérias resistentes a múltiplos antibióticos, conhecidas como MDR (Multi Drug Resistant), tanto em seres humanos quanto em animais. O estudo, conduzido por cientistas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), analisou o perfil de susceptibilidade a antimicrobianos em diferentes populações, permitindo a padronização de um método de detecção genética de resistência.

Com a implantação da técnica de diagnóstico Lateral Flow Assay, o projeto conseguiu reduzir significativamente o tempo e os custos envolvidos nos exames. A iniciativa também resultou na criação de um sistema informatizado que registra a ocorrência de cepas multirresistentes e os principais antibióticos relacionados, oferecendo suporte a médicos e veterinários em todo o estado.

Financiamento e foco em Saúde Única

A pesquisa foi financiada pelo Edital FAPEMAT 021/2022, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), voltado a projetos com nível médio de maturidade nas ciências da saúde. O projeto, intitulado “Implantação do teste rápido Lateral Flow Assay em humanos e animais para detecção de bactérias multirresistentes a drogas – uma abordagem em Saúde Única”, seguiu os princípios que integram a saúde humana, animal e ambiental em uma mesma estratégia de combate às infecções.

Segundo a coordenadora da pesquisa, a doutora em Ciências da Saúde Valéria Dutra, a ameaça crescente da resistência a antibióticos torna essencial o desenvolvimento de métodos de diagnóstico rápidos e confiáveis. “A detecção precoce é fundamental, especialmente em ambientes clínicos, onde a escolha do antibiótico correto precisa ser feita com urgência”, ressaltou.

Redução drástica no tempo de resposta

Os métodos tradicionais de identificação de bactérias resistentes podem levar entre 36 a 48 horas para apresentar resultados, dificultando a definição de um tratamento eficaz. A nova metodologia, no entanto, entrega respostas em apenas 2 horas e 30 minutos.

Durante a pesquisa, foram analisadas 172 amostras de animais domésticos e silvestres, além de 50 de pacientes humanos. Os testes de susceptibilidade mostraram resistência a classes de antibióticos como aminoglicosídeos, meticilina e carbapenêmicos em ambas as populações.

O teste rápido LAMP-CRAS, baseado em PCR, alcançou uma taxa de identificação correta de 45,7% das amostras quando comparado ao antibiograma padrão, mas com a vantagem da agilidade. Segundo os pesquisadores, essa diferença de tempo pode ser crucial para salvar vidas e reduzir a disseminação de cepas resistentes.

A ameaça global da resistência antimicrobiana

O problema da resistência a antimicrobianos (RAM) é considerado uma das principais ameaças à saúde pública mundial. Um relatório da ONU, publicado em 2019 pelo Grupo Ad Hoc de Coordenação Interagencial sobre Resistência Antimicrobiana (IAGC), prevê que, até 2050, as doenças causadas por bactérias resistentes poderão resultar em 10 milhões de mortes por ano, além de provocar impactos econômicos catastróficos.

Estima-se que até 2030, cerca de 24 milhões de pessoas possam ser empurradas para a extrema pobreza por conta dos efeitos da RAM, caso medidas urgentes não sejam adotadas. A falta de eficácia dos medicamentos já afeta tratamentos em todo o mundo, com reflexos diretos na saúde pública e na economia global.

Soluções urgentes para conter o avanço da resistência

A pesquisadora Valéria Dutra reforça a importância de ampliar o acesso a diagnósticos rápidos e acessíveis. “Medidas de controle de infecção e a identificação precoce dos mecanismos de resistência devem ser implementadas com urgência para orientar terapias antibióticas adequadas”, destacou.

Além da adoção de novas tecnologias diagnósticas, os especialistas apontam que o enfrentamento da resistência antimicrobiana depende de políticas públicas integradas, investimentos em pesquisa e conscientização da sociedade sobre o uso responsável de antibióticos.