9 de março de 2025

Bioeconomia: Mudanças Climáticas.


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A bioeconomia se relaciona à utilização renovável de produtos, possibilitando a preservação dos recursos naturais, que são finitos.

Concepção de extrema importância considerando que a nossa população continua crescendo e, consequentemente, consumindo cada vez mais recursos.

Tipos de bioeconomia:

  • Bioeconomia biotecnológica: Utiliza recursos biológicos de forma eficiente, Incorpora tecnologias intensivas em ciência, Prioriza o crescimento econômico e a geração de empregos. 
  • Bioeconomia de biorrecursos: busca maior equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade dos produtos e processos.
  • Bioeconomia bioecológica: o critério de sustentabilidade está acima do crescimento econômico, privilegiando a “biodiversidade, conservação dos ecossistemas, habilidade de prover serviços ecossistêmicos e a prevenção da degradação do solo”.

Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que a bioeconomia movimenta, mundialmente, algo em torno de 2 trilhões de euros, além de gerar aproximadamente 22 milhões de postos de trabalho.

Projeções do relatório The Bioeconomy to 2030: Designing a Policy Agenda, da própria OCDE, sugerem que, até 2030, a bioeconomia será responsável por 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países que fazem parte da entidade. Quanto maior for a biodiversidade e os incentivos de um país para a promoção de uma economia sustentável, maior tende a ser a fatia do PIB relativa à bioeconomia.

A relevância da bioeconomia também é demonstrada por meio de metas e políticas globais como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Considerando temas como segurança alimentar e garantia de acesso à energia e saúde, pelo menos metade dos ODS envolvem atividades relacionadas à bioeconomia.

Os 7 maiores benefícios da bioeconomia:

1. Combate ao Aquecimento Global: Priorizando as fontes limpas de energia e desta forma, quebrando os pilares do aquecimento global, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa (GEE). Dessa forma, a humanidade poderá desfrutar de um menor impacto da produção e consumo sobre as condições climáticas no mundo.

2. Agrega Valor Para a Agricultura: Embora seja essencial para a subsistência, a agricultura nem sempre é valorizada nos territórios, principalmente quando praticada por pequenos produtores. Com a adesão à bioeconomia, essa prática ganha uma nova função, fornecendo a base para as soluções dos principais problemas do planeta.

3. Preserva a Flora e a Fauna: Espécies de plantas e animais já deveriam ser prioridade na hora de pensar o desenvolvimento econômico, entretanto, continuam sendo deixadas em segundo plano. O resultado disso são as extinções e destruição do habitat natural de uma série de espécies, prejudicando a biodiversidade e o equilíbrio ambiental. A bioeconomia pode contribuir para a preservação da flora e fauna ao valorizar a biodiversidade e promover práticas sustentáveis.

4. Propicia o Aproveitamento de Resíduos: O modelo da bioeconomia propõe que os resíduos sejam vistos sob um novo prisma, pois muitos deles servem como material para gerar novos insumos ou energia. Assim, é possível diminuir a quantidade de lixo despejada em aterros e na natureza, ao mesmo tempo em que se cria uma fonte rica de matéria-prima.

5. Contribui para a Segurança Alimentar: A fome ainda faz parte da realidade de milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a última edição do relatório “O Estado da Insegurança Alimentar e Nutricional no Mundo”, publicado pela ONU em julho de 2020, esse mal atingiu quase 690 milhões de indivíduos em 2019. A bioeconomia pode contribui para a segurança alimentar ao promover a produção sustentável de alimentos, reduzindo o desperdício e desenvolver novos alimentos, melhorando a nutrição dos habitantes através da cultura de plantas transgênicas e técnicas de micropropagação in vitro.

6. Democratiza o Acesso à Energia: Em 2019, o Banco Mundial alertou que mais de 10% da população mundial (cerca de 800 milhões de pessoas) não contavam com acesso à eletricidade. Esse fator exclui as pessoas de viver com o mínimo conforto, desfrutando de iluminação noturna, de um banho quente ou do auxílio de aparelhos eletrodomésticos.

7. Concilia Progresso e Desenvolvimento Social: As alternativas formuladas pela bioeconomia incentivam o desenvolvimento das comunidades, sem provocar efeitos negativos sobre o meio ambiente. Desse modo, elas ressaltam que é possível avançar, aumentar a produção e crescer, mas não prejudicando os ecossistemas e sem esgotar solos e outros recursos naturais.

AMAZÔNIA: O MAIOR POTENCIAL BIOECONÔMICO DO MUNDO.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente20% da quantidade total de espécies existentes no mundo está no Brasil, grande parte delas na Amazônia. Essa é uma das razões para entidades nacionais e internacionais lutarem pela proteção da floresta, a fim de limitar queimadas e outras modalidades de desmatamento.

O que muita gente não sabe é que, junto à biotecnologia, as espécies da Amazônia são capazes de gerar riquezas em diversos formatos, inclusive para empresas que decidam explorar sua biodiversidade para descobrir novas funções para elas.

Atualmente, já há mais de 245 espécies da flora nacional utilizadas como base para cosméticos e biofármacos, acompanhadas por 36 espécies de plantas que servem de base para fitoterápicos.

Vale ressaltar que a Amazônia, com sua biodiversidade única, oferece uma ampla gama de produtos que vão além dos setores de medicamentos e cosméticos, contribuindo significativamente para a bioeconomia. Esses produtos incluem alimentos, fibras, bioenergia e insumos industriais, todos derivados de recursos naturais manejados de forma sustentável. Exemplos:

  • Alimentos e Bebidas: Frutas nativas como açaí, cupuaçu e castanha-do-pará são amplamente consumidas e exportadas, gerando renda para as comunidades locais;
  • Fibras Naturais: Fibras extraídas de plantas amazônicas, como o jute e o malva, são utilizadas na produção de tecidos, cordas e outros materiais;
  • Bioenergia: A biomassa proveniente de resíduos florestais e agrícolas pode ser convertida em bioenergia, oferecendo uma fonte renovável de energia e reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.
  • Insumos Industriais: Óleos essenciais, resinas e corantes naturais extraídos de plantas amazônicas são utilizados em diversos setores industriais, incluindo alimentos, bebidas e produtos de limpeza.

Desta forma, a promoção de uma bioeconomiabaseada nesses produtos requer investimentos em pesquisa, inovação e capacitação das comunidades locais, garantindo que o uso dos recursos naturais seja sustentável e beneficie as populações tradicionais. Ao diversificar o uso dos recursos da Amazônia, é possível fomentar um desenvolvimento econômico que respeite e preserve a floresta, promovendo a inclusão social e a sustentabilidade ambiental.

Importante destacar que o FIINSA (Festival de Investimentos e Negócios Sustentáveis na Amazônia), se consolidou como um evento-chave para debater e impulsionar soluções sustentáveis na região amazônica, promovendo a troca entre diversos atores do ecossistema de impacto, destacando a crescente importância da bioeconomia e da conservação ambiental. O FIINSA 2024 reforçou a necessidade de construir uma nova economia para a Amazônia, baseada na sustentabilidade, inovação e inclusão social.

Agora que você já tem uma ideia sobre o potencial da economia sustentável, conheça 3 pilares que deverão continuar impulsionando essa área nos próximos anos:

1. Economia Circular: A economia circular inverte a lógica linear de produção e consumo, estendendo a vida útil dos materiais. Em vez de descartá-los após o primeiro uso, essa nova lógica propõe que sejam reutilizados, consertados, transformados e reciclados, diminuindo o lixo lançado no meio ambiente e a energia necessária para produzir novos itens.

2. Transformação de Resíduos: Além da reciclagem e reuso propostos pela economia circular, resíduos orgânicos também podem servir como matéria-prima para gerar bioprodutos e energia. Óleo vegetal e restos de madeira são alguns dos resíduos que atendem a essa demanda, podendo ser usados como biomassa para viabilizar uma série de processos.

3. Biotech: A biotecnologia está na raiz das técnicas preconizadas pela economia sustentável para aproveitar o potencial da biodiversidade. Ela engloba desde métodos simples, como a fermentação, até dinâmicas complexas como o melhoramento genético, usado para aumentar a eficiência na agricultura. A biotech viabiliza a produção de matérias-primas biodegradáveis, servindo para fabricar produtos diversificados, como tecidos.

Segundo o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: É hora de trabalharmos lado a lado com a natureza, e não contra ela. Investir em soluções baseadas na natureza é o caminho para um futuro próspero e sustentável,

Como já publicado por mim em artigo anterior (Soluções Baseadas na Natureza: Mudanças Climáticas)… Soluções Baseadas na Natureza são ações estratégicas que aproveitam os processos da natureza para enfrentar desafios como as mudanças climáticas, escassez de alimentos e água e riscos de desastres. Pense nelas como inovações da própria terra para manter as pessoas e o planeta saudáveis e equilibrados.

Unindo caminhos sustentáveis e crescimento descentralizado, esse modelo fomenta a construção de uma sociedade mais consciente, que alinhe seu progresso à preservação dos ecossistemas.

Como escreveu o poeta Espanhol Antônio Machado: “…Caminhante não há caminho, se faz caminho ao andar...”. Que possamos juntos unir forças e caminhar em prol da Bioeconomia e do Desenvolvimento Sustentável. A frase significa que o caminho é feito com os próprios passos, e que ao olhar para trás, é possível ver as marcas dos passos dados. A filosofia também discute a ideia de que o caminhante deve perceber o caminho e se mover de forma a desvendá-lo. 

E acredito que o principal caminho a ser percorrido pela humanidade é um caminho tendo por base os 17ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e neste caso vou elencar o ODS 13: Ação Contra a Mudança Globa do Clima, cujo objetivo é: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactoss. Integrando medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais. E acrescento: Estaduais e Municipal (territorialização dos ODS).

Vale ressaltar que a bioeconomia pode contribuir para a mitigação das mudanças climáticas por meio da substituição de produtos e processos baseados em combustíveis fósseis por alternativas renováveis.

  • Reduz a dependência de combustíveis fósseis;
  • Promove energias renováveis;
  • Desenvolve biocombustíveis, biomateriais e bioenergia;
  • Contribui para a redução dos efeitos do aquecimento global;
  • Gera tecnologias que reduzem os impactos ambientais.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comercio e Serviços: Os principais objetivos da bioeconomia incluem a redução da dependência de recursos não renováveis, a promoção da segurança alimentar, o desenvolvimento de produtos e processos ambientalmente sustentáveis e a criação de empregos e oportunidades econômicas em áreas rurais e urbanas.

Importante ressaltar que a UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial é uma agência especializada da ONU, que tem o mandato de promover e acelerar o Desenvolvimento Industrial Sustentável e Inclusivo. Em Mato Grosso o Governo em parceria com a UNIDO, estuda ampliar a produção de biogás do estado por meio da produção agroindustrial, da agricultura familiar e da gestão sustentável de resíduos urbanos.

Projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora.

biogás é uma fonte renovável de energiacombustível e biofertilizante produzida a partir de resíduos orgânicos da produção agroindustrial e de resíduos sólidos urbanos. O aproveitamento energético desses resíduos permite a estruturação de uma economia circular, mitigando emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), reduzindo a utilização de combustíveis fósseis no Estado e evitando a poluição do solo e de recursos hídricos pelo descarte inadequado de rejeitos.

Investimentos na cadeia de valor do biogás também resultam em novos empregos verdes, inovação tecnológica e sustentabilidade energética de cidades e negócios. E o Projeto GEF Biogás possui interface com pelo menos 6 (seis) ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU: ODS 07 – Energia Limpa e Acessível; ODS 08 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico; ODS 09 – Industria Inovação e Infraestrutura; ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis; ODS 13 – Ação Contra as Mudanças Climáticas e; ODS 17 – Parcerias e Meios de Implementação.

Importante dizer que Mato Grosso é um estado privilegiado em termos de biodiversidade, sendo o único do Brasil a ter, sozinho, três dos principais biomas do paísAmazônia, Cerrado e Pantanal. Com programas e iniciativas:

  • O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT) promove programas de pré-aceleração de ideias e empresas;
  • SECITECI – Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação – oferece cursos gratuitos do Programa Bioeconomia;
  • Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) realiza a Mostra Acadêmica de Bioeconomia e Inovação.

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto

Práticas ESG nas Empresas e Mudanças Climáticas

 

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O termo ESG foi criado em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins (Quem se Importa Vence).

As práticas ESG, em português Ambiental, Social e Governança, são importantes para as empresas contribuirem com a sociedade para enfrentarem as mudanças climáticas. Elas podem reduzir o impacto ambiental e construir um mundo mais sustentável.

As praticas ESG possuem como objetivos: Minimizar os impactos no meio ambiente; Construir um mundo mais justo e responsável e; Gerir os recursos naturais de forma sustentável.

Se focarmos as ações nas Mudanças Climáticas, as ações ESG nas empresas e investimentos devem ser:

  • Reduzir as emissões de carbono;
  • Investir em energia renovável;
  • Gerir resíduos de forma mais eficaz;
  • Integrar considerações ambientais na cadeia de abastecimento;
  • Garantir condições de trabalho seguras e justas;
  • Apoiar as comunidades locais afetadas pelas alterações climáticas.

Desta forma, ESG é essencial para orientar práticas sustentáveis, promovendo cooperação global contra as mudanças climáticas, integrando considerações ambientais, sociais e de governança em empresas e investimentos.

A Mudança Climática é uma das maiores ameaças que a humanidade enfrenta atualmente, como publicado por mim no artigo: Consequências do Aquecimento Global: Mudanças Climáticas. Ao adotar uma abordagem centrada em ESG, as empresas podem desempenhar um papel importante na promoção da sustentabilidade. Desta forma, os governos podem e devem investir em políticas públicas para que as empresas desenvolvam tecnologias limpas e soluções inovadoras para enfrentar os desafios das alterações climáticas.

Vale aqui ressaltar que os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 6, 8 e 13 estão relacionados com os critérios ambientais, sociais e de governança do ESG. e as empresas que adotam práticas ESG têm maior probabilidade de contribuir para o alcance dos ODS

ODS 6 está relacionado com a água e saneamento e visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável desse recurso vital para todos. O ODS 8 está relacionado com os critérios sociais e de governança do ESG, e visa promover o crescimento econômico sustentável e o acesso ao emprego digno para todos. E o ODS 13 está relacionado com os critérios ambientais do ESG, e visa combater as alterações climáticas.

Desta forma, visto os ODS e ESG possuirem importantes conexões, o ESG não é apenas uma estratégia empresarial inteligente, mas principalmente uma responsabilidade moral e éticae que desta forma, todos possam enfrentar os desafios das Mudanças Climáticas e criar um mundo melhor para as gerações futuras.

O conceito de ambiental que aparece na sigla do ESG está voltado ao quanto a empresa está focada em reduzir sua pegada ambiental. Essa frente de trabalho pode abrir diversas atividades, como a importantíssima disseminação da educação ambiental nos funcionários da empresa, a atuação na gestão de resíduos, a redução das emissões de CO2 e a redução do consumo de recursos naturais.

O conceito social que aparece na sigla ESG está voltado a promover a igualdade social, proteger os direitos humanos e garantir condições de trabalho seguras e justas para todos os funcionários. Além disso, podem colaborar com as comunidades locais afetadas pelas alterações climáticas, apoiar os esforços de adaptação e recuperação e contribuir para o desenvolvimento inclusivo e sustentável.

O conceito governança que aparece na sigla ESGestá voltado a garantir que as empresas possam aderir aos princípios da sustentabilidade e da responsabilidade corporativa com elevados padrões éticos e de integridade em todas as operações.

Desta forma, a relação entre os ESG e os ODS é uma via de mão dupla. Os critérios ESG podem ajudar as empresas a alinhar as suas práticas com os ODS, enquanto os ODS fornecem um caminho claro e ambicioso para ações em direção a um mundo mais sustentável.

Segundo a Noctula – Consultores em Ambiente: No contexto empresarial, a adoção de critérios ESG e a integração dos ODS nas suas estratégias de negócios podem resultar em diversos benefícios como

  • Melhoria na reputação;
  • Atração de investidores responsáveis;
  • Redução de riscos operacionais;
  • Fortalecer o envolvimento dos colaboradores, promovendo a inovação e a retenção de talento.

Ao adotar uma abordagem orientada pelos ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, as empresas podem alinhar as suas práticas de negócios com metas mais amplas de desenvolvimento sustentável e contribuir para um impacto positivo na sociedade, no meio ambiente e na economia como preconiza a PAGE – Partnership for Action on Green Economy (em português: Parceria para Ação na Economia Verde). A Economia Verde é aquela que resulta em melhoria do bem-estar humano e  igualdade social,  ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e os  desequilíbrios ecológicos.

Desta forma, os ODS e os princípios ESG estão convergindo. Enquanto os ODS estabelecem uma visão clara para um mundo mais justo, igualitário e ambientalmente responsável, os princípios ESGoferecem diretrizes para que empresas e organizações alcancem esses objetivos.

Conforme publicou no Linkedin – ESG Impacto Social em Foco: Quando as práticas de ESG se alinham com os ODS, as empresas não apenas operam de maneira responsável, mas também contribuem para um impacto global positivo.

Segundo o SEBRAE: mais do que uma tendência, as práticas de ESG são fatores de competitividade no ambiente de negócios em geral. A sociedade e o mercado veem com bons olhos empresas que praticam ações de ESG e se preocupam com as questões ambientais, sociais e de governança. Um conceito que vem transformando práticas socioambientais em valores essenciais para as empresas.

Ainda segundo o SEBRAE, além de ser um diferencial competitivo e de atrair investidores para o seu negócio, as boas práticas ESG trazem as seguintes vantagens para o futuro do nosso planeta: 

  • Empresas com ações de ESG correm menos riscos de enfrentarem problemas jurídicos, trabalhistas e fraudes;
  • Redução dos custos operacionais e ganhos de produtividade;
  • Fidelização de clientes que valorizam o consumo de produtos e serviços sustentáveis;
  • Melhoria na imagem e reputação da marca;
  • Emissão de greenbonds, que são títulos de dívida para projetos que promovem impactos positivos no meio ambiente;
  • Acesso às linhas de crédito verde;
  • Melhores índices de satisfação, atração e retenção de talentos.

E quando falamos sobre o futuro do nosso planeta, a ONUBrasil publicou que: o mundo se prepara para decisões que podem definir o futuro do planeta Terra, nosso lar compartilhado. Neste ano, cinco temas cruciais estarão no centro das discussões globais:

  • Manter viva a meta do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5º: A #COP30, em Belém do Pará, deverá exigir compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e evitar impactos catastróficos;
  • Proteção da natureza: A Amazônia será destaque na COP30, reforçando o papel das florestas no combate ao aquecimento global;
  • Financiamento climático: A Conferência de Sevilha, em junho, debaterá investimentos para adaptação e transição energética;
  • Justiça climática: A Corte Internacional de Justiça analisará a responsabilidade legal dos países na crise ambiental;
  • Fim da poluição plástica: Negociações avançam para um tratado global que regule a produção e o consumo de plásticos.

Vale ressaltar que a mudança do clima já impacta a saúde pública, a segurança alimentar e hídrica, a migração, a paz e a segurança. A mudança do clima, se não for controlada, reduzirá os ganhos de desenvolvimento alcançados nas últimas décadas e impedirá possíveis ganhos futuros.

Quanto mais informações sobre os riscos decorrentes da mudança do clima, mais a consciência sobre a gravidade da crise se propaga. Uma pesquisa da S&P Global Market Intelligence aponta que 80% das maiores empresas do mundo relataram estarem preocupadas com os riscos que a crise climática pode trazer para seus negócios.

Segundo reportagem do RESET: Obrigações de sustentabilidade são complexas demais e tornam empresas da UE menos competitivas, diz Comissão Europeia. Desta forma a Europa propõe afrouxar regras ESG. A Comissão Europeia apresentou um pacote de medidas para simplificar suas regulações de sustentabilidade. A justificativa é reduzir os custos de adequação às regras e proteger a competitividade das empresas do bloco.

Desta forma, o objetivo é “reduzir a complexidade das exigências da UE para todas as empresas, notadamente pequenas e médias”. O foco dos reguladores daqui em diante será nas companhias de grande porte, que têm “maior impacto no clima e no meio ambiente”.

De acordo com a NASA, importante órgão de dados da ciência climática, o clima da Terra se manteve estável nos últimos 10 mil anos e isso permitiu o nosso desenvolvimento. Mas agora, com as mudanças em curso, precisamos nos adaptar. Quanto mais radical for a alteração climática, mais irá exigir de gestores públicos, dos empresários e corporações e das pessoas individualmente.

Acredito ser um equivoco da UE afrouxar as regras ESG, que assim como os países, estados e municípios, as organizações também precisam adotar estratégias de adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Além disso enfatizo que empresas que investem em boas práticas ESG facilitam o caminho para atrair investimentos, fidelizar clientes e reduzir custos de operação.

As empresas, pequenas, médias e grandes, precisam ter um plano estratégico de soluções sustentáveispara lidar com eventos extremos de forma a manter sua equipe, estrutura e identidade intactos. Nesse quesito, as práticas ESG podem ajudar porque avaliam desempenho, riscos e oportunidades, além de possibilitar a atuação multilateral das partes interessadas, visando a alcançar um impacto positivo.

Além disso, como já descrevi mas é bom repetir, as empresas que focam em ESG têm vantagens no mercado, com a possibilidade de reduções nos custos e aumento da rentabilidade a médio e longo prazo. Isso por conta da atração e fidelização de clientes, com produtos mais sustentáveis.

No Dia Mundial da Vida Selvagem (dia 03 de março) o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que a proteção da vida selvagem garante sobrevivência humana. Ressaltou ainda que o “vício da humanidade em combustíveis fósseis” e o uso insustentável de recursos está levando ecossistemas ao colapso e espécies à extinção. Afirmou que a relação dos seres humanos com a natureza está em um “ponto crítico”. O líder da ONU pediu que o mundo escolha um caminho “mais inteligente”, com aumento de investimentos em conservação da vida selvagem.

Como integrar a crise climática ao ESG? Afirmou Shakespeare, em Hamlet, “estar pronto é tudo”. Isso foi demonstrado na ilha de Java, na Indonésia, a partir de um mutirão comunitário no distrito de Demark, onde foram restaurados 20 quilômetros de mangues costeiros e foi introduzida a agricultura sustentável. A proteção evitou inundações e destruição, garantiu a produtividade e trouxe benefícios da biodiversidade a 70 mil pessoas.

Vale ressaltar que um período prolongado de temperaturas globais mais altas terá impactos devastadores e irreversíveis nos ecossistemas naturais, na biodiversidade e nas comunidades humanasA mitigação das mudanças climáticas se refere a qualquer ação tomada por governos, empresas ou pessoas para reduzir ou prevenir emissões de gases de efeito estufa, ou para aumentar os sumidouros de carbono que removem esses gases da atmosfera.

Como está na publicacão do Pacto Global da ONU: “Nos últimos meses, os reveses globais no campo dos Direitos Humanos têm tentado enfraquecer a construção de um setor empresarial mais diverso, justo e equânime… O Pacto Global – Rede Brasil – reitera seu compromisso em alavancar o potencial da comunidade empresarial como agente de transformação na agenda de Diversidade, Equidade e Inclusão“.

Como escreveu Edmund Burke: “Para que o mal triunfe basta que os bons fiquem de braços cruzados”.

Desta forma, a comunidade empresarial tem um papel fundamental no engajamento de ações que promovam o Desenvolvimento Sustentabilidade, adotando medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos, conforme o ODS 13.

EMPRESÁRIOS: O mundo mais sustentável pode começar pela sua empresa!!! “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto