16 de agosto de 2024

Reintegração de posse em assentamento consolidado gera tensão em Mato Grosso


Reintegração de posse em assentamento consolidado gera tensão em MT | Patrulheiro Agro ep.150

Produtores rurais assentados pela Reforma Agráriahá quase três décadas no município de Itanhangá, médio-norte de Mato Grosso,  estão indignados com a morosidade do Incra na liberação dos Contratos de Concessão de Uso (CCU), documento que o assentado recebe quando é homologado na terra e libera a titularização das áreas entregues. 

Uma das polêmicas desencadeadas na região, conforme o setor produtivo, é a publicação de um mapa com marcações de novos lotes fracionados

Uma das polêmicas desencadeadas na região, conforme o setor produtivo, é a publicação de um mapa com marcações de novos lotes fracionados que podem contemplar até quatro famílias a mais em propriedades já ocupadas. 

A decisão causa revolta e insegurança política no campo. 

O agricultor Ivam Franceschet mora na região e explicou em entrevista ao Patrulheiro Agro do Canal Rural Mato Grosso, que dentro dos processos cada produtor tem que se defender. 

“O que aconteceu aqui nos últimos dias gerou uma grande insegurança jurídica e tensão também. Aí aconteceu os incêndios criminosos. A gente conseguiu conter as chamas e o prejuízo foi pouco, mas teve vizinhos que perderam todo o pasto. Eu estou há mais de 20 anos aqui e nunca houve uma tensão tão grande desse jeito”, afirma. 

O produtor possui uma área de 93 hectares há mais de 15 anos dentro do assentamento. Dentro do local, 13 hectares são destinados à reserva legal e o restante para o cultivo de soja, milho e até mesmo fruticultura.

Ivam comenta que ainda está em processo de regularização e que por diversas vezes já atendeu as vistorias do Incra

“Até hoje não tive documentos. Já reuni toda a documentação, já abri processo de protocolo no Incra,várias vezes, mas nada andou. Em 2022 teve um processo no núcleo avançado do Incra na prefeitura e teve um pessoal que conseguiu pegar o CCU. Só que ainda sim, são mais de 20 pessoas com não que já deveria ser titulado e baixado uma resolutiva”, explica. 

O CCU é o primeiro documento quando o assentado é homologado na terra. Sem ele, muitos produtores acabam diminuindo o valor dos investimentos nas lavouras pela falta de liberação do Crédito Rural. “Tudo isso, restringe muito crédito e tem muito pouco documento, desde sempre”. 

Assentamento existe há 30 anos 

Em 1995 começou a criação do assentamento em cima de três fazendas que juntas somavam em torno de 115 mil hectares. Em 1997  foram assentadas 1.149 famílias  e no ano de 2000 criou-se o município de Itanhangá. 

A publicação de um mapa com a demarcação de novos lotes fracionados para ocupação de até quatro famílias, em áreas já entregues pelo Incra, é considerada pelos produtores rurais a grande motivação para indignação na região. 

De acordo com Ivam, o Incra começou a ajuizar as ações há cerca de dois anos e isso gerou apreensão entre os assentados. 

“Cada um responde o seu processo e tranquilo. Porém, de um mês para cá, começou a ter ações de reintegração. Quem não tem um problema judicial, está pleiteando na justiça o seu direito. Tem pessoas a quase 25 anos com o título registrado e quitado que tem sua área sendo fracionada”, pontua. 

Leonir Beal também é produtor rural na região e adquiriu uma área de 100 hectares onde cria porcos, galinhas e um pequeno rebanho leiteiro de 16 animais. 

“Não é só o meu mas é dos vizinhos também, está na retomada como diz o outro, eu não sei o que vai acontecer, um dinheiro bom que a gente está gastando com o advogado, não tem da onde tirar mas você tem que gastar”, finaliza.

15 de agosto de 2024

Congresso AvAg: faltam seis dias para o maior de todos.

Evento da próxima semana, no Mato Grosso, será o maior encontro já realizado pelo setor no Brasil, marcando sua volta ao Centro-Oeste com uma programação rica em novidades tecnológicas e densa em debates e aprendizado.

Quem não se inscreveu ainda pode garantir sua participação. Faltam poucos dias para aquele que deve se tornar o maior evento em mais de 50 anos de encontros aeroagrícolas já realizados no País. O Congresso da Aviação Agrícola do Brasil (Congresso AvAg) 2024 começa na próxima terça-feira (20) e vai até quinta (22), no Aeroporto Executivo de Santo Antônio do Leverger – MT cerca de 30 quilômetros ao sul de Cuiabá. O evento tem entrada gratuita, mas é necessário se inscrever via site do Congresso (congressoavag.org.br). Para isso é preciso ter um código-convite que pode ser solicitado junto ao Sindag (pelo e-mail sindag@sindag.org.br ou no fone/whats 51 3337-5013) ou ainda junto a qualquer um dos expositores do evento.

Quem tiver qualquer dificuldade com a operação (ou mesmo com o código-convite) não precisa desistir do evento. Haverá atendimento na entrada do Congresso (junto ao local de retirada de credenciais) para inscrições de última hora. Justamente para que ninguém perca a festa máxima do setor.

A programação chega este ano com cerca de 200 marcas participando da mostra de tecnologias equipamentos e serviços, além dos debates, painéis e minicursos se revezando em três auditórios. Tudo ocupando a área de hangares e o pátio do aeroporto. Contando também com as demonstrações aéreas (de aeronaves e drones) que já são tradicionais no Congresso AvAg.

Para completar, os participantes também poderão ir em avião próprio ao evento. Já que o Aeroporto Executivo conta inclusive com balizamento noturno em sua pista. Para completar, os operadores que quiserem levar seus aviões agrícolas ao Congresso, poderão expô-los junto em evento, com um banner de sua empresa.

PRÉ-EVENTO

Nos três dias do Congresso AvAg 2024, a programação principal será sempre das 14 às 21 horas, pelo fuso local (-1 hora em relação a Brasília). Isso para a mostra de tecnologias e equipamentos, além das demonstrações aéreas, palestras, debates. Porém, haverá movimentação no aeroporto de Leverger já na próxima segunda-feira (19), além das manhãs dos demais dias.

 Confira AQUI a agenda completa

Na segunda, com a agenda dos cursos de Atualização de Pilotos Agrícolas e de Manutenção de Drones. Isso além do encontro do Fundo de Defesa do setor e da reunião de operadores comemorando os 77 anos da Aviação Agrícola Brasileira.

Os cursos para pilotos e sobre drones seguem na manhã de terça, quando ocorrerá também encontro de estudantes de cursos de Agronomia e de Técnico Agrícola, com a palestra Conhecendo a Aviação Agrícola. Seguido, a partir das 10 horas, de uma Clínica de Aeronaves e avaliação de faixa de aplicação. Já às 11 horas será a vez da Coletiva de Imprensa apresentando o evento e o setor aeroagrícola aos jornalistas.

Já na quarta (21), a movimentação pré-evento no espaço das mostras e debates terá, às 10 horas, o minicurso Boas práticas de mistura de agrotóxicos, a Roda de Conversa Asas da Esperança e CSA e, às 11 horas, o Painel Combate a Incêndios. Com a manhã de quinta ficando para o minicurso Questões de regulamentação da atividade.

Congresso Científico

Falando em inovação, vale lembrar que o Congresso AvAg abrange também o Congresso Científico da Aviação Agrícola. Neste caso, uma mostra de pesquisas de universidades e especialistas independentes, com premiação para os melhores trabalhos – que são avaliados por um Conselho Científico. Este ano, são 24 trabalhos participando (o dobro do ano passado, que já havia sido recordista).

A lista tem pesquisas de representantes da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp); das Universidades Federais do Espírito Santo (Ufes), de Uberlândia (UFU) e de Jataí/GO e da Universidade Federal da Grande Dourados/MS. Além de trabalhos de independentes ou vinculados a startups ou empresas de tecnologias.

O tema central este ano é Tecnologia e Sustentabilidade da Aviação Agrícola. Onde os participantes puderam escolher entre cinco eixos: Inovação na Aviação Agrícola; boas práticas na Aviação Agrícola; Tecnologia de Aplicação Aeroagrícola; Tecnologia de Aplicação com Drones, ou Aviação Agrícola, sustentabilidade econômica e ambiental.

Eles serão apresentados por seus autores no primeiro dia do Congresso AvAg, de forma online ou presencial. A premiação do Congresso Científico é de R$ 3 mil para o primeiro lugar, R$ 2 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro colocado. A além do troféu Destaque Sustentabilidade. O resultado será conhecido em 22 de agosto, no encerramento do Congresso AvAg 2024. A avaliação está a cargo do Conselho Científico do Congresso (confira AQUI sua composição).

Pauta internacional

No debate internacional, o Congresso AvAg 2024 abrange também o Congresso Mercosul e Latino-Americano de Aviação Agrícola. Neste caso, em parceria com a Associação Nacional de Empresas Privadas Aeroagrícolas do Uruguai (Anepa) e com a Federação Argentina de Câmaras Agroaéreas (Fearca), segundo o revezamento anual entre os três países.

Além disso, o evento conta com a participação das duas fabricantes norte-americanas de aviões agrícolas. Uma delas a texana Air Tractor, maior do mundo no segmento.  E a outra é Thrush Aircraft, ambas fabricantes de aeronaves turboélices (de maior capacidade de carga e desempenho. Ambas enviaram ao Brasil no ano passado nada menos do que 85 aeronaves novas para o trato de lavouras. E, claro, o Congresso AvAg terá a participação também da fabricante brasileira de aviões Embraer – que ainda detém 55% do mercado nacional e é responsável por cerca de um terço dos aviões agrícolas no Brasil serem movidos a biocombustível. Isso com o modelo Ipanema, que está em sua sétima geração e desde 2004 sai de fábrica movido a etanol.

HISTÓRIA

O Brasil conta atualmente a segunda maior e uma das melhores aviações agrícolas do planeta, com cerca de 2,7 mil aeronaves. Também tem no Congresso AvAg um dos mais importantes eventos do setor no mundo – em um circuito que tem a NAAA Ag Aviation Expo, nos Estados Unidos, e a CAAA AGM, Conferecece & Trade Show, no Canadá. Além dos eventos promovidos pela FearcaAnepa e por entidades do México e de outros países.

O primeiro encontro aeroagrícola ocorrido no Brasil foi em 1971, em São Paulo. Quando o Ministério da Agricultura promoveu a 1ª Reunião Anual dos Aplicadores Aéreos Brasileiros. Isso dentro da 3ª Feira da Técnica Agrícola, em julho daquele ano, no Parque Anhembi, em São Paulo.

Após isso, a Embraer organizou duas edições do Simpósio Nacional de Operadores Aeroagrícolas, em 1976 e 1980. Com associações regionais do setor promovendo encontros locais nos anos seguintes. Até que, em 1985, a antiga Federação Nacional de Aviação Agrícola (que abrangia as entidades regionais), promoveu o 1º Encontro Nacional de Aviação Agrícola.

Posteriormente, vieram outros encontros nacionais e regionais, além dos Congressos Mercosul a partir de 1992 – quando foi criado o Comitê Mercosul e Aviação Agrícola, com Sindag, Fearca e Anepa (que se tornou também Latino-Americano a partir de 2014, no Congresso de Foz do Iguaçú).

A lista pode ser conferida na página 38 do Perfil da Aviação Agrícola Brasileira de 2018, editado pelo consultor Eduardo Cordeiro de Araújo. Que, além de um dos pioneiros do setor, integra o Conselho do Congresso científico da Aviação Agrícola.

Em 2016 Sindag assumiu toda a organização dos congressos anuais promovidos pela entidade (que antes contavam com o trabalho de empresas de eventos). E em 2018 (a partir da edição em Maringá/PR) o antigo Congresso Sindag passou a se chamar Congresso da Aviação Agrícola do Brasil. Isso devido ao aumento de abrangência de sua pauta, que passou a focar também em pilotos e outros profissionais, além de abranger drones desde 2016, na edição de Botucatu/SP. Aliás, o Sindag foi a primeira entidade aeroagrícola do planeta a incluir a tecnologia remota em seu quadro de associadas. No caso, com a SkyDrones, de Porto Alegre – que, aliás, está entre as empresas expositoras deste ano.

Da Redação LevergerOnLine – com informações do Castor Becker Júnior – Jornalista Reg. prof. 8862-DRT/RS 


14 de agosto de 2024

Reunião na EMPAER - Boa Esperança com Secretária de Turismo de Santo Antonio do Leverger


O Extensionista Rural da EMPAER Geraldo Lúcio esteve em reunião no dia 14 de agosto de 2024 no escritório Boa Esperança com a Telma Aparecida da Costa (Quinteria) Secretaria de Turismo de Santo Antônio do Leverger , Maria José,  Wkiinagoni, Adão Wkiinagoni da COOPANSAL e Júnior Silva da prefeitura para tratarem da realização de uma Reunião na Agrovila das Palmeiras no dia 29 de agosto às 09 horas da manhã para discutirem com a comunidade  sobre Turismo Rural, Produção Associada ao Turismo, Caminhadas na Natureza. (Caminhos  Rural da Agrovila) 





 

MTur anuncia resultado de edital para mapeamento do afroturismo no Brasil

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Thais Rosa Pinheiro, fundadora de uma agência de turismo que conecta visitantes à cultura afro-brasileira, prestará consultoria ao órgão para promover a consolidação de políticas públicas voltadas ao segmento


Consultoria vai mapear afroturismo no Brasil, que teve destaque no Salão do Turismo, no Rio de Janeiro (RJ). Crédito: Fernando Souza/MTur

O Ministério do Turismo divulgou nesta quarta-feira (14/08) o resultado do edital para a contratação de consultoria para o mapeamento do afroturismo no Brasil. A candidata selecionada no processo, iniciado em junho e realizado em conjunto com a UNESCO, foi a turismóloga Thais Rosa Pinheiro, fundadora da Conectando Territórios. Criada em 2013, a agência de Turismo de Base Comunitária conecta pessoas à história, cultura e memória afro-brasileira.

O trabalho de Thais Rosa Pinheiro envolverá o apoio à realização de estudos, levantamentos e à sistematização dos dados obtidos a partir do diagnóstico do afroturismo no país. Serão identificadas boas práticas na área, tanto em âmbito nacional quanto internacional, além da oferta de experiências e serviços turísticos disponíveis no mercado brasileiro, de forma a embasar a consolidação de políticas públicas direcionadas ao segmento no país.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, explica que o objetivo é fortalecer o afroturismo e contribuir para a redução das desigualdades sociais. “No Brasil, onde pretos e pardos são a maioria da população, segundo o IBGE, é inegável o potencial desse mercado para diversificar nossa oferta turística e favorecer a geração de emprego, renda e inclusão social. Trabalhamos para empoderar os afroempreendedores e demais atores-chave desse segmento, e o turismo pode contribuir fortemente para esse objetivo”, afirma.

Thais Rosa Pinheiro atua no afroturismo desde 2013. Mestra em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), ela possui títulos de especialista em Análise Ambiental e Gestão do Território (Escola Nacional de Ciências Estatísticas-IBGE), em Economia, Turismo e Gestão Cultural pela UFRJ e em História da África e Afro-brasileira (Faculdades Integradas Hélio Alonso-RJ), além de especializações no exterior.

FORTALECIMENTO - A pauta do afroturismo tem ganhado força e evidência na agenda do governo federal. No Ministério do Turismo, o segmento vem sendo apoiado no escopo do Projeto Experiências do Brasil Original, que busca ampliar e diversificar a oferta turística brasileira mediante a formatação de experiências turísticas memoráveis e transformadoras, ofertadas por povos tradicionais em seus territórios de origem.

O MTur também integra o Grupo de Trabalho Interinstitucional Rotas Negras, instituído neste ano e composto por representantes dos ministérios da Igualdade Racial, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além de outros órgãos federais. O objetivo do GT é implementar políticas públicas transversais voltadas ao segmento, bem como valorizar a história, a memória e a cultura afro-brasileira, impulsionando o desenvolvimento turístico do país.

VISIBILIDADE - O afroturismo foi uma das estrelas do 8° Salão do Turismo: Conheça o Brasil, promovido pelo Ministério do Turismo e outros parceiros, de 08 a 11 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ). O evento contou com um espaço dedicado à temática, proporcionando rodas de conversa, oficinas e apresentações de expressões culturais. O segmento também teve destaque no “Núcleo do Conhecimento”, com debates sobre a construção de políticas públicas na área.

Por André Martins

Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo

Categoria
Viagens e Turismo

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13 de agosto de 2024

1° ENCONTRO DOS PRODUTORES DE CACAU EM NOVA UNIÃO - COTRIGUAÇU - MT


 

Futuro dos combustíveis com a palmeira brasileira macaúba

 

Macaúba apresenta grande produtividade de óleo vegetal por hectare


Publicado em 12/08/2024 às 12:04h.

O aumento global na demanda por energia verde, impulsionado pela necessidade de combater as mudanças climáticas, está projetado para elevar a produção de óleo vegetal nas próximas décadas. Nesse contexto, a palmeira macaúba (Acrocomia aculeata), estudada pelo Instituto Agronômico (IAC-Apta) por 18 anos, surge como uma fonte estratégica de biocombustíveis devido à sua alta produtividade. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Atualmente, 14% do diesel consumido no Brasil é biodiesel, com o mercado total de quase 9 bilhões de litros por ano. A demanda deve aumentar significativamente, especialmente com o setor da aviação civil comprometido a utilizar 480 bilhões de litros de bioquerosene de aviação (SAF) até 2050. Esse crescimento poderá triplicar o mercado de óleo vegetal nos próximos 25 anos.

Carlos Colombo, pesquisador do IAC, destaca a importância estratégica da macaúba: “O momento atual da macaúba é espetacular. Grandes grupos econômicos estão reconhecendo seu potencial e movendo-se para o plantio escalonado, o que fortalece toda a cadeia produtiva.”

A macaúba, nativa do Brasil, apresenta vantagens em relação a outras oleaginosas. Enquanto a soja produz cerca de 500 litros de óleo vegetal por hectare, a macaúba pode render aproximadamente 2.500 litros na mesma área, exigindo cinco vezes menos espaço. O secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, observa que “os estudos com a macaúba demonstram como as instituições agrícolas podem promover sustentabilidade, desenvolvimento regional e produtividade no agronegócio nacional.” Além de sua produtividade superior, a macaúba tem o benefício de necessitar de menos água em comparação ao dendê, que produz 3.500 litros por hectare. Ela pode ser cultivada em quase toda a região centro-sul do país, perto dos principais centros consumidores.

Utilizada por populações originárias há cerca de dez mil anos, a macaúba também é valorizada na indústria de alimentos e cosméticos devido à sua polpa rica em fibra solúvel e amêndoa rica em proteínas. O Instituto Fraunhofer, em parceria com o IAC e o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), está pesquisando a aplicação dos coprodutos da macaúba para consumo humano, agregando valor ao cultivo da palmeira e diversificando as fontes de renda.

O programa de melhoramento genético da macaúba da Acelen Renováveis, conduzido pelo IAC e com a participação da Fundag, visa cultivar 200 mil hectares para biodiesel na Bahia e no norte de Minas Gerais. Carlos Colombo explica que “o setor privado só entrou no negócio com garantias de rentabilidade, após anos de pesquisa que comprovaram o potencial econômico da macaúba.”

No Vale do Paraíba, a macaúba está se consolidando como uma solução para a recuperação ambiental e o desenvolvimento socioeconômico. A região, com seu relevo acidentado e vocação para a pecuária leiteira, está adotando a palmeira em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), aumentando a renda local e melhorando a sustentabilidade.

Atualmente, cerca de 20% dos quatro mil hectares de macaúba no Brasil estão localizados no Vale do Paraíba. A expectativa é que esse número cresça com a aprovação do projeto de lei “Combustíveis do Futuro”, que visa criar programas nacionais de biocombustíveis e aumentar a porcentagem de biodiesel misturado ao diesel fóssil. O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em março e aguarda a aprovação do Senado Federal, o que deve estimular uma maior produção de vegetais como a soja e a macaúba.