Os micro e pequenos empresários que atuam no trade turístico de Mato Grosso já podem se cadastrar para obter financiamentos do Fundo Geral do Turismo (Fungetur).
A linha de crédito integra as ações previstas pela Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso – Desenvolve MT para 2021. Os investimentos previstos para o setor neste ano são de R$ 17 milhões.
O Fungetur se destina a prestadores de serviços inscritos no Cadastro dos prestadores de serviço do turismo (Cadastur) e pode ser usado em projetos de obra civil, capital de giro e na aquisição de máquinas, equipamentos e veículos utilitários.
A linha de crédito é repassada pelo Ministério do Turismo e é voltada para micro e pequenos empresários que atuam nos ramos de hotelaria, gastronomia, eventos, serviços, receptivos e transportes que possuem registro no Cadastur.
Proprietário da Naturalis, empresa que oferece alimentação saudável há 13 anos em Rondonópolis (210 quilômetros de Cuiabá), Alexandre Galvani é um dos beneficiários do crédito da Desenvolve MT nesse período.
O empresário conta que descobriu a Agência por meio de um grupo de empresários e foi em busca do capital de giro para manter seu negócio aberto durante a pandemia. “Muitos me diziam que não seria possível conseguir o financiamento, mas eu acreditei, fui atrás da documentação e deu certo. Estou muito satisfeito e já penso em novos negócios para o futuro”, disse.
Assim como Alexandre, mais seis empresários já se beneficiaram com R$ 469 mil em linhas de crédito destinadas aos empreendedores do turismo no mês de janeiro.
Conheça as condições de taxa, prazo e carência da linha Fungetur
Assim que soube do rompimento do gasoduto da Âmbar Energia com vazamento de gás neste sábado (30.01), em Nossa Senhora do Livramento, o Governo de Mato Grosso entrou em contato com a empresa para que todas as providências fossem tomadas.
De acordo com as informações repassadas pela Âmbar Energia ao Estado, as válvulas de segurança foram acionadas imediatamente para evitar mais vazamentos e duas equipes da empresa, de Cuiabá e Cáceres, estão no local para reparar o gasoduto, o que deve ser finalizado ainda neste sábado.
Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar, assim como da Polícia Civil, Ciopaer e do Batalhão Ambiental, estão no local, relatam que a situação já está sob controle e vão iniciar as investigações sobre o caso. As forças de segurança estaduais permanecerão no local até que o problema seja totalmente resolvido.
O Governo de Mato Grosso já está adotando todas as medidas cabíveis para apuração do caso.
A primeira publicação a mapear todas as 47 espécies de joaninhas encontradas na Grã-Bretanha e Irlanda descobriu que alguns dos tipos mais comuns do inseto estão em declínio na região. Foto: Peter Brown/ Anglia Ruskin University
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O atlas Ladybirds (Coccinellidae) of Britain and Ireland, baseado em registros de especialistas e voluntários, traz observações detalhadas de joaninhas feitas nos últimos 20 anos. Foto: Richard Comont
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"As joaninhas capturaram a imaginação das pessoas por séculos. Quando a Pesquisa Online de Joaninhas Britânicas foi lançada em 2005 nunca poderíamos imaginar que dezenas de milhares de pessoas contribuiriam com registros", disse o professor Peter Brown, co-autor do livro. Foto: Remy Poland
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"Esta resposta impressionante nos permitiu analisar as mudanças na distrubuição de joaninhas ao longo do tempo. Além disso, as observações meticulosas dos colaboradores nos deu inspiração para novas direções de pesquisa", disse Brown. Foto: Richard Comont
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Os resultados mostraram que enquanto dez espécies de joaninhas estão em declínio nos últimos 20 anos, outras cinco vêm aumentando em número. Foto: Mike Majerus
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O livro traz ainda mapas de distribuição de cada espécie, assim como informações detalhadas sobre os insetos e aspectos históricos. Foto: Peter Brown/ Anglia Ruskin University
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A espécie mais comum é a joaninha de 7 bolinhas, que teve 27 mil registros, seguida pela recém-chegada predadora joaninha-arlequim (foto), com 25 mil registros. Foto: Mike Majerus
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Ladybirds (Coccinellidae) of Britain and Ireland tem autoria de Helen Roy, Peter Brown, Robert Frost e Remy Poland e é uma publicação do Biological Records Centre, Centre for Ecology and Hydrology, UK. Foto: Peter Brown/ Anglia Ruskin University
Acuri, canjiqueira, jatobá, bocaiuva, jenipapo, figueira e marmelada, fontes naturais de alimentação de animais como araras, queixadas e o maior mamífero terrestre da América do Sul, a anta, já frutificam em reserva com 93% da área destruída pelo fogo em 2020.
Por G1 MT
Antes e depois das queimadas em reserva no Pantanal de MT — Foto: Jeferson Prado/Sesc Pantanal
Árvores que servem de alimentos para animais do Pantanal mato-grossense começaram a dar frutos na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do país (RPPN), Sesc Pantanal, após 93% da área ser queimada pelo fogo em 2020.
Acuri, canjiqueira, jatobá, bocaiuva, jenipapo, figueira e marmelada, fontes naturais de alimentação de animais como araras, queixadas e o maior mamífero terrestre da América do Sul, a anta, já frutificam na região.
De acordo com o Sesc Pantanal, no Dia Nacional das RPPNs (31), os primeiros sinais de recuperação na unidade de conservação, deixam pesquisadores otimistas, mas cautelosos diante dos impactos em longo prazo dos incêndios florestais no bioma.
Em 2020, o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) registrou 4,350 milhões de hectares incendiados no Pantanal, ou seja, 30% do bioma.
Armadilha fotográfica instalada em reserva no Pantanal de MT para acompanhar animais — Foto: Gabriela Schuck
Entre os locais mais severamente atingidos pelo fogo, a grande área com acuris na RPPN surpreendeu e já dá seus primeiros frutos, após quatro meses. A expectativa inicial era que isso acontecesse somente em um ano.
A bióloga e pesquisadora do Grupo de Estudos em Vida Silvestre (GEVS), Gabriela Schuck, explicou que a área estava cinza e que não dava nem para saber se os acuris estavam vivos.
Embora os incêndios tenham alcançado 93% da área de 108 mil hectares da RPPN, o fogo teve intensidades diferentes em toda esta extensão, resultado da atuação da brigada de incêndio do Sesc Pantanal, existente há 20 anos, e dos contrastes acentuados da estrutura do mosaico da paisagem.
Segundo a instituição, foram 50 dias de combate, em locais simultâneos, o que retardou o avanço do fogo, permitindo a fuga de animais para áreas ainda preservadas ou já atingidas.
Árvore começa a dar frutos 4 meses após queimadas — Foto: Gabriela Schuck
Ação emergencial
Em setembro de 2020 teve início imediato o diagnóstico do impacto do fogo na fauna da Reserva pelo Sesc Pantanal e o GEVS, formado por pesquisadores do Museu Nacional Rio de Janeiro, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Eles levantaram dados detalhados acerca do número de carcaças de animais encontrados em amostras de toda a área da Reserva. Paralelamente, com o apoio da Ampara Silvestre, SOS Pantanal, o grupo É o bicho e parte dos pesquisadores, foram iniciadas também ações emergências de apoio aos animais sobreviventes com a distribuição de alimentos e água em 165 pontos, que tinham cochos instalados e monitorados com armadilhas fotográficas.
165 cachos retirados do Pantanal — Foto: Gabriela Schuck
Por meio das armadilhas, cerca de 300 registros da fauna eram baixados semanalmente. Por estarem debilitados, muitos andaram quilômetros em busca de água e alimentos e se concentravam próximos aos pontos instalados pelo Sesc Pantanal.
Essa grande concentração de animais não foi mais vista no último mês. Isso demonstra a importância do suporte emergencial, que foi essencial para que os animais sobreviventes passassem pela fase aguda, na direção de retomarem a vida normal gradativamente, entre eles a anta, também conhecida como a jardineira das florestas. A queda do número de registros pelas câmeras, que passou a ser em média de 30 por semana, a redução do consumo dos alimentos oferecidos, a identificação do reestabelecimento das fontes naturais de alimentação e água, vinda da chuva, contribuíram para o fim da ação emergencial, com a retirada dos cochos e suspensão da distribuição de alimentos.
O objetivo com a ação emergencial, que teve mais de 30 toneladas de alimentos distribuídos, foi alcançado, explica a bióloga.
Antes e depois das queimadas no Pantanal de MT — Foto: Jeferson Prado/Sesc Pantanal
Transição do Pantanal
O crescimento da vegetação e o surgimento das frutas, porém, não significa que a área recuperou o estado anterior ao fogo, afirma a pesquisadora. “Este é um momento de transição e estruturação da paisagem. Vemos água em todos os lugares e ela é um recurso essencial para todas as espécies e para a produção de frutos. Ou seja, mantendo a alimentação dos animais herbívoros, mantêm-se a alimentação dos animais carnívoros e tudo vai se ajeitando dentro de uma relativa normalidade. Porém, não falamos ainda em recuperação, mas em transformação e reestruturação da área. Ainda é preciso monitorar como as coisas serão em longo prazo, porque o fato de ver vida animal e vegetal não significa que isso se manterá no futuro”, alerta Gabriela.
Exemplo disso é a possibilidade de muitas fêmeas de uma mesma espécie terem perecido no incêndio, o que prejudica a recuperação da população na área, ou então na grande mortalidade dos animais pequenos que também são importantes nos ciclos da natureza.
E é isso que as pesquisas realizadas na RPPN Sesc Pantanal, voltadas para a fauna e flora, devem colaborar, especialmente para a tomada de decisões em todo o Pantanal, afirma a superintendente do polo socioambiental Sesc Pantanal, Christiane Caetano.
“Com as ações de combate ao fogo pela brigada do Sesc Pantanal e o investimento em pesquisas, poderemos dar uma resposta para a sociedade sobre a real proporção do que foi afetado no bioma. O histórico das pesquisas, realizadas há 24 anos na RPPN, colaboram para este momento de transição que vive o Pantanal, pois temos dados do antes, estamos levantando o do agora, e podemos projetar os impactos a longo prazo”, declara a superintendente.
Pesquisas sobre a fauna e a flora
Há duas pesquisas em andamento neste momento realizadas pelo Sesc Pantanal na RPPN. Em parceria com o GEVS, a pesquisa sobre a fauna, com importante apoio do Instituto Curicaca, tem o objetivo de conhecer os impactos dos incêndios para a vida animal nas diferentes paisagens do Pantanal, representadas no contexto da RPPN. Os resultados finais da pesquisa serão divulgados em artigos científicos e em um volume especial da coleção “Conhecendo o Pantanal”, publicada pelo Departamento Nacional do Sesc. Nos próximos anos, a recuperação das populações de algumas espécies-alvo da fauna será monitorada com o uso de armadilhas fotográficas e drones.
Referente à pesquisa sobre a flora, a RPPN foi contemplada, com recursos do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). Ao todo, serão R$ 552.448,40 revertidos na recuperação ambiental de 23 hectares do bioma pantaneiro, resultado do projeto de autoria da Mupan – Mulheres em Ação pelo Pantanal.
Com o nome de “Recuperação de florestas ribeirinhas pantaneiras: beneficiando água, solo, peixes e populações do entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal”, o projeto é uma parceria, fruto de pesquisas e trabalhos de campo desenvolvidos, desde 2018, entre as instituições: Mupan, Wetlands International Brasil, Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU) e o próprio Sesc Pantanal.
Entre as verificações obrigatórias estão o histórico completo do imóvel, a certidão cartorária, a localização, e se é o proprietário quem está vendendo a área
Lorena Bruschi | Secom-MT
- Foto por: Mayke Toscano
Antes de adquirir um imóvel rural é necessário verificar a legalidade da área para diminuir os riscos de se fazer um mau negócio. O Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) esclarece medidas básicas a serem tomadas antes de negociar a compra de uma terra.
Conforme o presidente da autarquia, Francisco Serafim, o passo a passo de checagem de informações para se fazer um negócio seguro inclui, principalmente, buscar informações junto ao Cartório e Registro de Imóveis. "Para uma área ser passível de venda é necessário que esteja registrada em conformidade com a legislação, com posse pacífica e exigir o georreferenciamento", explica o gestor.
Uma dúvida frequente é quanto à possibilidade de desmembramento da área. Mesmo com a titularidade averiguada, o registro legal do imóvel junto ao cartório, antes de comprar é necessário confirmar a legalidade da divisão da área em frações menores.
O desmembramento de um imóvel rural deve sempre obedecer a Fração Mínima de Parcelamento (FMP) fixada para cada município, e que deve obedecer a regra de que o imóvel original permaneça com, ao menos, a área mínima fixada pela Lei Federal nº 5.868/72.
Veja o que você deve saber antes de comprar uma terra:
Histórico completo do imóvel - Solicite ao Cartório de Registro de Imóveis uma certidão dominial, ou sucessória completa. O documento serve para mostrar a sequência cronológica e registro de todas as transmissões ocorridas sobre o mesmo terreno, desde o proprietário atual até a origem da titularidade.
Certidão pela internet - A maioria dos cartórios oferece a busca por certidões pela internet, sem a necessidade de se deslocar pessoalmente até o cartório. A busca pode ser feita pela Central Eletrônica de Integração e Informações dos serviços Notariais e Registrais de Mato Grosso (CEI), após cadastro, clicando AQUI.
Comprovação da origem do título - Após ter a certidão em mãos, é preciso conferir se o primeiro registro da área consta um título emitido pelo Poder Público. Comumente aparece Poder Judiciário, Estado, União, Incra e Intermat.
Verifique quem está vendendo a área - Após acessar a certidão, é possível verificar quem é o último dono da área. Certifique-se de que quem está vendendo a área é o atual proprietário do imóvel.
Confirme a localização - É preciso confirmar que a área do título que consta no primeiro registro tem correspondência de localização com a área que você pretende adquirir.
Uma dúvida frequente é quanto à possibilidade de desmembramento da área. Mesmo com a titularidade averiguada, o registro legal do imóvel junto ao cartório, antes de comprar é necessário confirmar a legalidade da divisão da área em frações menores.
Confira as medidas básicas a serem tomadas antes de negociar a compra de uma terra.
Acuri, canjiqueira, jatobá, bocaiuva, jenipapo, figueira e marmelada, fontes naturais de alimentação de animais como araras, queixadas e o maior mamífero terrestre da América do Sul, a anta, já frutificam em reserva com 93% da área destruída pelo fogo em 2020.
Por G1 MT
Antes e depois das queimadas em reserva no Pantanal de MT — Foto: Jeferson Prado/Sesc Pantanal
Árvores que servem de alimentos para animais do Pantanal mato-grossense começaram a dar frutos na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do país (RPPN), Sesc Pantanal, após 93% da área ser queimada pelo fogo em 2020.
Acuri, canjiqueira, jatobá, bocaiuva, jenipapo, figueira e marmelada, fontes naturais de alimentação de animais como araras, queixadas e o maior mamífero terrestre da América do Sul, a anta, já frutificam na região.
De acordo com o Sesc Pantanal, no Dia Nacional das RPPNs (31), os primeiros sinais de recuperação na unidade de conservação, deixam pesquisadores otimistas, mas cautelosos diante dos impactos em longo prazo dos incêndios florestais no bioma.
Em 2020, o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) registrou 4,350 milhões de hectares incendiados no Pantanal, ou seja, 30% do bioma.
Armadilha fotográfica instalada em reserva no Pantanal de MT para acompanhar animais — Foto: Gabriela Schuck
Entre os locais mais severamente atingidos pelo fogo, a grande área com acuris na RPPN surpreendeu e já dá seus primeiros frutos, após quatro meses. A expectativa inicial era que isso acontecesse somente em um ano.
A bióloga e pesquisadora do Grupo de Estudos em Vida Silvestre (GEVS), Gabriela Schuck, explicou que a área estava cinza e que não dava nem para saber se os acuris estavam vivos.
Embora os incêndios tenham alcançado 93% da área de 108 mil hectares da RPPN, o fogo teve intensidades diferentes em toda esta extensão, resultado da atuação da brigada de incêndio do Sesc Pantanal, existente há 20 anos, e dos contrastes acentuados da estrutura do mosaico da paisagem.
Segundo a instituição, foram 50 dias de combate, em locais simultâneos, o que retardou o avanço do fogo, permitindo a fuga de animais para áreas ainda preservadas ou já atingidas.
Árvore começa a dar frutos 4 meses após queimadas — Foto: Gabriela Schuck
Ação emergencial
Em setembro de 2020 teve início imediato o diagnóstico do impacto do fogo na fauna da Reserva pelo Sesc Pantanal e o GEVS, formado por pesquisadores do Museu Nacional Rio de Janeiro, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Eles levantaram dados detalhados acerca do número de carcaças de animais encontrados em amostras de toda a área da Reserva. Paralelamente, com o apoio da Ampara Silvestre, SOS Pantanal, o grupo É o bicho e parte dos pesquisadores, foram iniciadas também ações emergências de apoio aos animais sobreviventes com a distribuição de alimentos e água em 165 pontos, que tinham cochos instalados e monitorados com armadilhas fotográficas.
165 cachos retirados do Pantanal — Foto: Gabriela Schuck
Por meio das armadilhas, cerca de 300 registros da fauna eram baixados semanalmente. Por estarem debilitados, muitos andaram quilômetros em busca de água e alimentos e se concentravam próximos aos pontos instalados pelo Sesc Pantanal.
Essa grande concentração de animais não foi mais vista no último mês. Isso demonstra a importância do suporte emergencial, que foi essencial para que os animais sobreviventes passassem pela fase aguda, na direção de retomarem a vida normal gradativamente, entre eles a anta, também conhecida como a jardineira das florestas. A queda do número de registros pelas câmeras, que passou a ser em média de 30 por semana, a redução do consumo dos alimentos oferecidos, a identificação do reestabelecimento das fontes naturais de alimentação e água, vinda da chuva, contribuíram para o fim da ação emergencial, com a retirada dos cochos e suspensão da distribuição de alimentos.
O objetivo com a ação emergencial, que teve mais de 30 toneladas de alimentos distribuídos, foi alcançado, explica a bióloga.
Antes e depois das queimadas no Pantanal de MT — Foto: Jeferson Prado/Sesc Pantanal
Transição do Pantanal
O crescimento da vegetação e o surgimento das frutas, porém, não significa que a área recuperou o estado anterior ao fogo, afirma a pesquisadora. “Este é um momento de transição e estruturação da paisagem. Vemos água em todos os lugares e ela é um recurso essencial para todas as espécies e para a produção de frutos. Ou seja, mantendo a alimentação dos animais herbívoros, mantêm-se a alimentação dos animais carnívoros e tudo vai se ajeitando dentro de uma relativa normalidade. Porém, não falamos ainda em recuperação, mas em transformação e reestruturação da área. Ainda é preciso monitorar como as coisas serão em longo prazo, porque o fato de ver vida animal e vegetal não significa que isso se manterá no futuro”, alerta Gabriela.
Exemplo disso é a possibilidade de muitas fêmeas de uma mesma espécie terem perecido no incêndio, o que prejudica a recuperação da população na área, ou então na grande mortalidade dos animais pequenos que também são importantes nos ciclos da natureza.
E é isso que as pesquisas realizadas na RPPN Sesc Pantanal, voltadas para a fauna e flora, devem colaborar, especialmente para a tomada de decisões em todo o Pantanal, afirma a superintendente do polo socioambiental Sesc Pantanal, Christiane Caetano.
“Com as ações de combate ao fogo pela brigada do Sesc Pantanal e o investimento em pesquisas, poderemos dar uma resposta para a sociedade sobre a real proporção do que foi afetado no bioma. O histórico das pesquisas, realizadas há 24 anos na RPPN, colaboram para este momento de transição que vive o Pantanal, pois temos dados do antes, estamos levantando o do agora, e podemos projetar os impactos a longo prazo”, declara a superintendente.
Pesquisas sobre a fauna e a flora
Há duas pesquisas em andamento neste momento realizadas pelo Sesc Pantanal na RPPN. Em parceria com o GEVS, a pesquisa sobre a fauna, com importante apoio do Instituto Curicaca, tem o objetivo de conhecer os impactos dos incêndios para a vida animal nas diferentes paisagens do Pantanal, representadas no contexto da RPPN. Os resultados finais da pesquisa serão divulgados em artigos científicos e em um volume especial da coleção “Conhecendo o Pantanal”, publicada pelo Departamento Nacional do Sesc. Nos próximos anos, a recuperação das populações de algumas espécies-alvo da fauna será monitorada com o uso de armadilhas fotográficas e drones.
Referente à pesquisa sobre a flora, a RPPN foi contemplada, com recursos do Projeto Estratégias de Conservação, Restauração e Manejo para a Biodiversidade da Caatinga, Pampa e Pantanal (GEF Terrestre), do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). Ao todo, serão R$ 552.448,40 revertidos na recuperação ambiental de 23 hectares do bioma pantaneiro, resultado do projeto de autoria da Mupan – Mulheres em Ação pelo Pantanal.
Com o nome de “Recuperação de florestas ribeirinhas pantaneiras: beneficiando água, solo, peixes e populações do entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal”, o projeto é uma parceria, fruto de pesquisas e trabalhos de campo desenvolvidos, desde 2018, entre as instituições: Mupan, Wetlands International Brasil, Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU) e o próprio Sesc Pantanal.
Na Rodovia que dá acesso a Comunidade São Lourenço de Fátima MT 270, é possível visualizar vários animais atropelados, mortos pelo trânsito, conforme foi registrado nas fotos abaixo, infelizmente isto vem ocorrendo com muita frequência.
Nessa rodovia não existe nenhum tipo de sinalização.
A sinalização de alerta ao motoristas é de fundamental importância para o cuidado com animais silvestres bem presentes nesta região, considerada Pantanal Matogrossense.
A falta de placas de sinalização que vem acarretando esses acidentes.
As fotos foram tiradas pela Sr. Rosa Afonsina Matos Rocha em sua passagem hoje dia 30 de janeiro e passado para redação deste blog.
Estamos passando estas informações
para que os órgãos de Governo responsáveis pela Sinalização de Trânsito possam tomar as devidas providências no sentido de resolver este grande problema para a fauna desta região.
Fica aqui este o nosso apelo como sensibilização para as autoridades competentes a pedido da Sr. Rosa Afonsina Matos Rocha.
Texto: Geraldo Donizeti Lucio.
Fotos: Sr. Rosa Afonsina Matos Rocha
O ano de 2020 registrou o maior número de queimadas na história do Pantanal e, agora, a situação é agravada pela falta de chuvas.
Quem vê a região de Chacororé, no Pantanal, não imagina que lá já existiu uma área alagada três vezes maior que a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Imagens de arquivo mostram a beleza do lugar. Pesquisadores coletaram dados de satélites divulgados pelo Inpe de 2016 a 2020 para acompanhar a diminuição da área alagada.
“A baia tem uma importância fundamental para a reprodução dos peixes justamente nessa época do ano em que a gente tem um período de piracema, época que os peixes vão para lá para se reproduzir. Mas sem essa cobertura de água, não tem baía, não tem vida”, explica o coordenador do Instituto Centro Vida, Vinicius Salgueiro.
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia mostram que o volume de chuva no Pantanal ficou até 40% abaixo do esperado para os meses de dezembro e janeiro em Mato Grosso.
Uma área alagável já deveria praticamente cobrir uma pessoa com água. De acordo com a pesquisa da Universidade do Estado de Mato Grosso, o Rio Paraguai está um metro e 60 centímetros mais baixo do que a média para esse período. Um ponto já tem uma pequena ligação com o rio, mas outras áreas ainda estão totalmente isoladas.
“Quando a gente olha o Pantanal, nós temos que olhar com três formas: uma é um reflexo mundial das mudanças climáticas globais; outra é o efeito regional do impacto do desmatamento na Amazônia que causa o atraso das chuvas, a diminuição das chuvas; e outra é o efeito local. Tem intervenções humanas que foram feitas e isso altera a entrada da água no sistema”, afirma Carolina Joana, pesquisadora da Unemat.
Pesquisadores também monitoram áreas atingidas pelo fogo na maior destruição já registrada no Pantanal.
“O que a gente vê no solo exposto hoje em dia é uma grande quantidade de carbono, ou de carvão. Ele vai ser mineralização daqui a muitos anos. O que a gente vê no Pantanal é um solo ecologicamente pobre, ele vai demorar para que seja recuperado”, diz Ernandes Sobreio Oliveira Júnior, pesquisador da Unemat.
Além do impacto ambiental, donos de rebanhos temem um ano de perdas. A fazenda do pecuarista Francisco Gilberto Mendes Rossi está praticamente sem pasto. Ele teve que reduzir o número de animais pela primeira vez em 40 anos.
“Mesmo chovendo a partir de agora não dá tempo mais do capim recuperar e enfrentar a próxima seca que vem aí, de maio em diante, que é a tendência natural dos tempos. Então o prejuízo já está estipulado também para 2021”, lamenta o pecuarista.