12 de julho de 2019

Capacitação Meio Ambiente investe em programas para homens e mulheres que vivem da pequena propriedade rural


No dia 22 de julho haverá exposição de produtos na sede da secretaria Municipal do Meio Ambiente


No próximo dia 22 de julho, toda sociedade várzea-grandense poderá conferir o sucesso do programa realizado na comunidade rural de São José do Vista Alegre, em Várzea Grande, denominado de “Mulheres em Campo”. A partir das 16h na sede da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável, será realizada uma feira para comercializar os produtos desenvolvidos por mulheres que tiram o sustento das usas propriedades rurais.

“Este programa é especial, pois tem como foco o público feminino de pequenas propriedades rurais de Várzea Grande. Para realizá-lo contamos com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e do Sindicato Rural. Nas oficinas, essas mulheres desenvolvem competências de empreendedorismo e de gestão, visando o desenvolvimento pessoal e da propriedade rural onde residem. Por exemplo, elas aprendem a planejar, levantar custos de produção, como comercializar e o que produzir. Ao final das oficinas as participantes terão oportunidade de expor seu trabalho em uma feira que realizaremos para que todos conheçam os resultados e possam adquirir seus produtos”, detalhou a secretária municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável, Helen Farias Ferreira.

De acordo com o coordenador de Desenvolvimento Rural Sustentável de Várzea Grande, Everton Navarro, a edição do programa “Mulheres em Campo” na comunidade rural de São José do Vista Alegre está sendo realizada durante todo este mês de julho. “As oficinas ocorrem durante todo o mês de julho, após a feira dia 22, teremos uma avaliação dos trabalhos. Como todo curso que buscamos ofertar voltado para produtores, trabalhadores rurais e seus familiares, procuramos, por meio de treinamentos e capacitações, mantê-los em sintonia com as exigências do mercado de trabalho, dando oportunidade para especialização e qualificação em diferentes ocupações. Nesta feira serão comercializados doces e salgados que tem como base produtos da agricultura familiar, por exemplo, biscoito de fubá e maizena, sucos naturais, doce de leite e de laranja, queijos, bolos, entres outros”, citou o coordenador.

Everton Navarro destaca que além do programa “Mulheres em Campo”, a Prefeitura desenvolve outros treinamentos gratuitos que atendem as demandas da agricultura familiar de Várzea Grande focados na gestão da propriedade, empreendedorismo e cidadania. “Com a parceria do Senar-MT e do Sindicato Rural de Nossa Senhora do Livramento, por exemplo, realizamos só este ano a capacitação de 100 homens e mulheres do campo. Para nós, a sala de aula é o curral, a plantação, o armazém, ou outro local em que o produtor e trabalhador atuam diariamente”, disse o coordenador se referindo ao curso de olericultura realizado na Capela do Piçarrão em abril, de transformação caseira de produtos de origem animal em embutidos, defumados e beneficiamento, conservação do pescado na comunidade do Vista Alegre, em maio.

Para Helen Farias a promoção e o desenvolvimento profissional e social dos várzea-grandenses que sobrevivem do meio rural é fundamental em um Estado onde o setor do agronegócio é um dos principais componentes econômicos. “Mato Grosso é um Estado agrícola e nosso município não poderia deixar de contribuir. Segundo dados do Senar-MT, há opções para os grandes, médios, pequenos e até para os microprodutores, para isso precisamos investir em capacitação e qualificação dessa mão de obra. Além de treinamentos de atendimento ao cliente, comercialização de produtos agropecuários, empreendedorismo, e, de como agregar valor aos produtos do campo estamos focando também em gestão. Queremos transformar esses pequemos produtores em gestores rurais, administradores de suas pequenas propriedades com o programa ‘Negócio Certo Rural”, enfatizou a secretária.

As comunidades do Sadia I, Sadia III, e do São José do Vista Alegre, também receberam em maio, junho e julho deste ano os cursos de derivados do milho e Negócio Rural; cadeia produtiva do pescado; agente sanitário em saúde animal e transformação caseira de produtos de origem animal em embutidos e defumados de carne suína, respectivamente. 

“O apoio e a assistência que realizamos a esses pequenos produtores não se resume a capacitações, envolve também a cidadania. Eles sentem que não estão sozinhos e veem na Prefeitura de Várzea Grande um parceiro. Por exemplo, quando realizamos os ‘Mutirões Rurais’ levamos diversos serviços. Recentemente moradores do Sadia III receberam os óculos de visão das consultas médicas realizadas em 04 de maio durante o mutirão”, informou o coordenador de Desenvolvimento Rural Sustentável de Várzea Grande, Everton Navarro.

Está previsto para setembro deste ano o curso de piscicultura, e, outubro o de transformação de produtos de origem animal em embutidos e defumados de carne suína. Para 2020 já estão previstos outros 20 cursos para as comunidades rurais de Várzea Grande.

Por: Rafaela Maximiano - Secom/VG





































































































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Regulamentação da Lei das Agroindústrias Artesanais será assinada por Jair Bolsonaro


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O selo é previsto na Lei nº 13.680/18, de autoria do Deputado Federal Evair de Melo (PP-ES), que desburocratiza a produção e a venda de queijos artesanais e embutidos


Momento histórico para as agroindústrias artesanais em todo o Brasil. Na próxima quinta-feira (18), às 16h, durante o evento de 200 dias do Governo Jair Bolsonaro, será assinado o decreto que regulamenta o Selo Arte, responsável por identificar os queijos artesanais e embutidos de origem animal, tais como o Socol de Venda Nova do Imigrante e a Carne de Sol de Montanha, no processo de comercialização em todo o território nacional.

O selo é previsto na Lei nº 13.680/18, de autoria do deputado federal Evair de Melo (PP-ES), que desburocratiza a produção e a venda desses alimentos, ampliando o mercado para o setor. Para o parlamentar, a assinatura do decreto representa a vitória dos produtores artesanais contra a burocracia.

“Para chegar onde chegamos, passamos por inúmeros debates na Câmara e no Senado, envolvendo diversos setores interessados, como os produtores artesanais e cooperativas, além de entidades como Anvisa, o Ministério da Saúde, a OCB, o Sebrae e tantos outros parceiros nessa trajetória. A partir de agora, com esse decreto, vamos redescobrir o Brasil por meio dos sabores e dos aromas do nosso rural brasileiro, que irá ampliar sua contribuição à gastronomia nacional”, declarou Evair de Melo.

Repercussão

O Queijo da Canastra, produzido no interior de Minas Gerais, é um dos produtos artesanais mais famosos e de sabor reconhecido em todo o Brasil. Com sua casca amarelada e textura macia, seu modo de produção preserva uma tradição de mais de 200 anos, sendo reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Presidente da Associação dos Produtores de Queijo da Canastra (Aprocan) e produtor há mais de 20 anos, João Carlos Leite afirma que a regulamentação do Selo Arte significa a quebra do monopólio da agroindústria não-artesanal. Ele afirma que a Lei 13.680/18 corrige um erro histórico produzido pela Lei 1283/50, fortalecendo o agroartesanato.

“Milhões de brasileiros, que vivem da produção artesanal de alimentos, como o Queijo da Canastra e tantos outros, caíram na clandestinidade por conta de uma legislação que privilegiava as indústrias. O Selo Arte veio sanar essa deficiência, criando parâmetros sanitários ao agroartesanato, propiciando produtos de valor agregado e desencadeando milhares de empregos. Para nós da Canastra, é a nossa alforria”, declarou Leite.

O presidente da Aprocan também destaca a importância do Selo Arte para a mudança de comportamento do consumidor. “O Selo é uma marca cognitiva. A pessoa que adquirir um produto com esta identificação saberá que está lidando com um produto sustentável, ambientalmente correto, que conta com uma identidade cultural e valoriza o pequeno produtor que, por sua vez, atua na desconcentração de renda no país”.

O Socol é um alimento embutido feito a partir do lombo suíno, envolvido por um revestimento de carne bovina ou suína, temperado com sal, alho, pimenta-do-reino e, em alguns produtos, até com cravo e canela e consumido em fatias cruas e bem finas. Sua receita é uma herança viva dos imigrantes italianos, da região do Vêneto, que conservam até hoje o seu modo de preparo e armazenamento.

Proprietário do Socol Lorenção e comercializando o produto há oito anos ao lado de sua esposa e seus dois filhos, Edines José Lourenção está em busca de expandir suas vendas. Há três anos, ele pleiteia o reconhecimento do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) porém sem sucesso. “Nesse período, ainda não recebi a primeira visita do Mapa”, declarou.

Para Lorenção, a regulamentação do Selo Arte irá favorecer a geração de empregos e o crescimento da produção do embutido. “O nosso Socol de Venda Nova do Imigrante possui indicação geográfica, que prova a sua qualidade superior. Se conseguirmos vender para fora do Espírito Santo com essa regulamentação, estaremos levando um sabor diferenciado para todo o país, gerando oportunidades de emprego e diminuindo os custos tanto para a gente que produz, quanto para quem consome, que muitas vezes precisa de um amigo de outra região ou dos Correios para ter acesso ao produto artesanal”.

Decreto

De acordo com o texto que será assinado pela Presidência da República, produtos artesanais de origem animal são aqueles que são elaborados com “matérias-primas de origem animal de produção própria ou de origem determinada, resultantes da adoção de técnicas predominantemente manuais por indivíduo que detenha o domínio integral do processo produtivo”.

O Ministério da Agricultura se responsabilizaria, entre outras atribuições, pela criação e gestão do Cadastro Nacional de Produtos Artesanais, pelo estabelecimento das boas práticas agropecuárias e de fabricação para produtos artesanais, e pelo fomento à educação sanitária e à qualificação técnica em boas práticas agropecuárias e de fabricação.

Os estados, o Distrito Federal e os consórcios de municípios ficariam responsáveis pela concessão do Selo Arte, pela atualização do Cadastro Nacional de Produtos Artesanais, pela fiscalização desses produtos, pelo estabelecimento de leis, normas e regulamentos sanitários e pela fiscalização no comércio varejista e atacadista dos produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma artesanal.

A inspeção e fiscalização sanitárias nas agroindústrias artesanais será feita pelo serviço de inspeção oficial devidamente autorizado pelo Ministério da Agricultura. Caso o produto ou o estabelecimento produtor estejam irregulares, caberá aos estados, ao Distrito Federal e aos consórcios de municípios cancelarem o Selo Arte.

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11 de julho de 2019

38º FIPe recebe secretário adjunto de Turismo e gestores dos municípios do Programa Mapa do Turismo



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O 38º FIPe Festival Internacional de Pesca Esportiva de Cáceres Mato Grosso realiza hoje (11), de julho, no Centro de Eventos Maria Sofhia Leite, o Fórum Instância De Governança Regional Pantanal Mato – Grossense com a presença dos municípios que estão integrados no Programa Mapa do Turismo, são esses Barão de Melgaço, Cáceres, Poconé, Porto Esperidião, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio de Leveger.

O analista de Turismo da Secretaria Estado de Desenvolvimento Econômico, Diego Augusto, contou que ele tem a função de fazer a interlocução entre os munícipios do Estado do programa de regionalização do Turismo. “É um o programa do Ministério e tem o objetivo de trabalhar a descentralização do Turismo em âmbito regional” explicou Diego.

O secretário de Turismo, Junior Trindade, disse que sabe como é difícil fazer com que os gestores e a população intenda que para o desenvolvimento turístico do município tem que haver uma receita e uma série de outras exigências. “Quando se investe em Turismo fomentamos emprego e renda para a cidade, mas é difícil conseguirmos emendas. Hoje Cáceres conseguiu avançar no setor de turismo integrando ao Programa do Mapa como região do Pantanal Matogrossense, nos organizamos fizemos gestão e hoje o Estado e o Ministério passou a ver Cáceres com mais respeito, e sempre sita o município como um caso de sucesso.  Mas o Turismo precisa criar formas de tirar as boas ideias do papel colocar em práticas e gerar receita”, finalizou Junior.

O turismólogo, André do Couto, falou que esse Fórum é muito importante, por que Cáceres já avançou muito, mas e agora precisamos de novas diretrizes. “É isso que eu espero ser orientado para conseguirmos ter um planejamento de políticas públicas continuas”, afirmou Junior.

O secretário adjunto de Turismo do Estado de Mato Grosso, Jefferson Preza Moreno, Hoje nós iremos discutir aqui quais serão os próximos passos que daremos para avançar ainda mais no turismo da nossa região”, afirmou o secretário de Estado.

O prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz, agradeceu a oportunidade de realizar o Fórum num eventos que já é consolidado e é de todo o Estado e do Brasil. ”O nosso objetivo é estudar as políticas públicas para fortalecer a nossa região, discutirmos e vermos o melhor caminho para nos tornarmos referência turística e atrairmos mais turista como fez a cidade de Bonito em Mato Grosso do Sul que vive hoje exclusivamente do turismo”, afirmou Francis agradecendo pela oportunidade de termos esse Fórum no 38ºFIPe que é um evento consolidado e não só de Cáceres mas sim de todo o Estado de Mato Grosso.

 

 

“Fio d’água” – Os efeitos cumulativos de barragens no rio Jauru

Pierre Girard escreve para a coletânea Cenários Pantaneiros (2011) sobre o efeito cumulativo de barragens no rio Jauru

Publicado em 18 de setembro de 2018 às 16:23Compartilhar:    


Artigo originalmente publicado por Pierre Girard* no documento Cenários Pantaneiros: Hidrelétricas na Bacia do Alto Paraguai (p. 27-29).

Sou pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Centro de  Pesquisa do Pantanal (CCP). Minha área específica de pesquisa é sobre inundação no Pantanal.

Em recentes debates sobre os impactos cumulativos de barragens no Pantanal, ouvi diversas vezes que, como a grande maioria das barragens construídas e previstas são de tipo fio d’água, não haveria impactos cumulativos no Pantanal. O que me parece certo é que ainda não temos como afirmar isso.

Barragens fio d’água são essas que tem “como característica um pequeno reservatório, que opera praticamente em níveis constantes, admitindo pequenas flutuações devido a requisitos de variação de produção de energia, não havendo armazenamento de água para escoamento sazonal, como ocorre nas unidades que operam com reservatórios de acumulação” (REVISTA FURNAS, 2005). Isso não significa que não tem reservatório – eles podem atingir dimensões de vários quilômetros quadrados (e.g. usina Luiz Carlos Barreto de Carvalho na divisa SP e MG com reservatório maior de 46 km²), implicando a construção de um barramento que eleva em vários metros (10 ou mais) a linha d’água de um rio.

Os impactos de barragens sobre os rios e os ecossistemas ripários são bem conhecidos na literatura técnica. Eles podem ser resumidos assim:

– Impactos no regime hidráulico, no regime de sedimentos e nutrientes, provocando mudanças na morfologia fluvial e nas características ecológicas do rio.

– Impactos sobre a diversidade no próprio rio e na planície de inundação podendo causar perda de biodiversidade.

– Erosão a jusante provocada pelas“águas famintas” (sedimentos retidos pelos reservatórios).

– Impactos sobre a qualidade de água (temperatura, pH, composição química) tanto a jusante como a montante do represamento.

– Impedimento da migração de algumas espécies de peixe provocando alterações na população destas espécies (espacial e temporalmente).

Frente a estes impactos potencias de cada barragem é lógico que haverá efeitos cumulativos. O caso do rio Jauru, afluente do rio Paraguai e formador do Pantanal, serve para ilustrar este questionamento.

Visitei o rio Jauru em 2008, quando efetuava uma pericia técnica para o Ministério Público de MT. As figuras são tiradas do relatório produzido nesta época.

Quando a perícia foi feita, existiam cinco hidrelétricas no rio Jauru, sendo quatro pequenas centrais elétricas (PCHs) e uma usina hidrelétrica (UHE). Hoje são seis barragens, sendo uma PCH. Segundo a classificação nacional PCH produz entre 1 e 30 MW.

Mapa dos empreendimentos hidrelétricos no rio Jauru (Arquivo Ecoa)

A figura acima mostra a localização destas hidrelétricas. Figueirópolis é a mais recente PCH e Jauru refere-se a UHE Jauru.

Cada uma das PCHs é do tipo fio d’agua. No entanto o barramento de cada uma é de tamanho diferente. Por exemplo, Brennand (22 MW) tem um reservatório de apenas 0,14 km². Ombreiras (26 MW) tem um reservatório de 2,9 km²  e Indiavaí (28 MW) um reservatório de 0,32 km². Cada uma destas usinas aproveitou uma queda d’água natural e a ampliou pela construção de uma represa o que elevou a linha d’água do rio. A UHE Jauru, por exemplo, aproveitou a Cachoeira da Fumaça – um desnível natural de ~40 m. Aumentou a linha d’água em mais ~50 metros para obter uma queda de perto de 100 m.

Em consequência alterou-se o perfil natural do rio que em seu trecho médio converteu-se numa sequência de reservatórios como ilustrada no gráfico abaixo.

Considerando estas modificações na morfologia do rio, podemos pensar que haverá  eventualmente vários impactos cumulativos afetando o Pantanal:

1. Esta sequência de represamentos deve ter perturbado a migração dos peixes fluviais. Aliás, a queixa que levou o Ministério Público a pedir esta perícia foi justamente de uma associação de pescadores que reclamou do declínio de peixes fluviais.
2. Cada uma destas represas retém a produção de sedimentos no trecho de rio a montante dele causando uma diminuição incremental da carga sedimentar e de nutrientes. Após Figueiropólis, a carga sedimentar e de nutrientes atual é provavelmente apenas uma fração do que era antes da construção das hidrelétricas o que implicaria que a contribuição em sedimentos e nutrientes do rio Jauru para o Pantanal teria diminuído. Isso poderia ter impactos sobre a ecologia da planície, em particular a produção de peixes.
3. Pode se suspeitar que em reservatórios como os de Ombreiras e Jauru, a temperatura da água aumenta (um espelho d’água com pouca correnteza favorece aumento de temperatura), o que teria impactos sobre a química da água e em particular sobre a concentração de oxigênio dissolvido, na qual a concentração é ligada a decoada (mortandade de peixes) nos rios pantaneiros.
4. Enfim, mesmo sendo pequenos, é possível que reservatórios em cascata produzam uma amortização das ondas de cheia o que poderia afetar a temporalidade da onda de cheia no Pantanal.

O que estas indagações sugerem é que não é mais possível considerar de forma independente a construção de cada usina elétrica na Bacia do Alto Paraguai. Visto a importância nacional e internacional do Pantanal é bom refletir sobre a seguinte possibilidade: os impactos de cada nova barragem (PCH ou UHE) se adicionam a soma dos impactos das barragens já construídas o que implicaria que:

– Cada nova barragem em afluente do rio Paraguai diminui mais um pouco as possíveis rotas para peixes migratórios do Pantanal.

– Cada nova barragem diminui mais ainda a carga de sedimentos e nutrientes essenciais ao bom funcionamento ecológico do Pantanal.

– Cada novo reservatório tem o potencial de aumentar mais ainda a temperatura da água dos afluentes do Pantanal favorecendo episódios de decoada (mortandade de peixes).

– Cada novo reservatório aumenta a possibilidade de uma amortização da onda de cheia no Pantanal causando uma defasagem desta o que seria potencialmente prejudicial à várias espécies pantaneiras.

Além destas considerações puramente qualitativas, é necessário, para uma gestão inteligente da Bacia do Alto Paraguai e do Pantanal, desenvolver ferramentas que permitam prognósticos quantitativos. Somente com estas ferramentas poderemos saber quando mais uma barragem na bacia é uma barragem demais. Não se trata de impedir a produção de energia elétrica. Mas sim planejar a produção de energia de forma a minimizar os impactos ambientais e conservar o Pantanal.

*Pierre Girard é canadense, geólogo e doutor pela Universidade do Québec em Montreal (UQAM) sobre hidrologia isotópica. Co-fundador do Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP), é professor da UFMT desde 2002, coordenou e coordena vários grandes projetos e pesquisa sobre a dinâmica de inundação no Pantanal.

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10 de julho de 2019

Em Campo Novo do Parecis. *Programação Camping Aldeia Salto da Mulher* Vivência Indígena


*Datas* 03 e 04/08/2019

*Dia 03/08*
Chegada na Secretaria de Cultura e Turismo de CNP as 14h00 horas.
Às 15 horas saída para Aldeia Salto da Mulher para montar o acampamento para as pessoas de outros municípios vizinhos
Janta cada um leva o que quiser comer

*Dia 04/08*
07hrs.Café  da manhã na Aldeia Salto Da mulher

Passar o domingo na Aldeia
Conhecer e a história da Aldeia da Mulher andar em trilha até a Cachoeira Salto da Mulher que dá nome a Aldeia

Isso é um Evento Gratuito para fomentar o Turismo na região.
E será cobrado o valor de
*R$ 30.00 referente ao almoço de domingo renda total da Aldeia Salto da Mulher*

*VALORIZE O TURISMO LOCAL.                      TODOS POR CNP*

Empaer apresenta vitrine tecnológica e sistema de cultivo durante Exposul

Numa área de 3.700 metros quadrados, a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) instalou uma Vitrine Tecnológica com diversas culturas e cultivo em forma de mandala com tecnologias voltadas para a agricultura familiar. A Vitrine estará aberta ao público durante a 47ª Exposição Agropecuária, Industrial e Comercial do Sul de Mato Grosso (Exposul), no município de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá), no Parque de Exposições Wilmar Peres de Faria, entre os dias 5 e 10 de agosto.


O coordenador regional da Empaer, Laércio Benedito Polizel, destaca que o objetivo da vitrine é demonstrar as atividades desenvolvidas pela empresa na região Sul, nas áreas de pastagens, hortaliças, fruticultura, piscicultura, culturas anuais (feijão, milho, mandioca, batata), flores tropicais e outros. Ele explica que para instalação dos experimentos foram realizados procedimentos como a análise do solo, calagem, instalação de irrigação, adubação fosfatada, controle de pragas e doenças, controle de plantas daninhas e adubação de cobertura.


Conforme Polizel, foi também montado o sistema agrícola em forma de mandala, que é uma plantação sustentável com formato em círculo. Cada anel é destinado a um determinado tipo de cultivo. Na mandala serão cultivadas hortaliças como alface, couve-manteiga, tomate, batata doce, salsa, cebolinha, capim cidreira e outras. Ao todo serão 29 diferentes produtos cultivados na mandala, além das flores tropicais (alpina rosa, vermelha e quatro tipos diferentes de helicônias). “A Vitrine Tecnológica, juntamente com a construção da mandala, vai apresentar uma alternativa de produção para os pequenos produtores rurais”, enfatiza.


Toda a estrutura montada para expor o trabalho pelos técnicos da empresa está sendo executada em parceria com a Aspromat (Associação dos Produtores Rurais de Mato Grosso), Aeagro (Software de Gestão Agrícola), Prefeitura Municipal e Sindicato Rural de Rondonópolis. A intenção é mostrar aos produtores rurais, oportunidades de atualização técnica, tendências produtivas e econômicas e eficiência no planejamento da atividade agropecuária.


O município de Rondonópolis possui 1.800 agricultores familiares entre tradicionais e assentados. Os visitantes da Vitrine Tecnológica vão receber informações sobre o cultivo protegido, olericultura, preparo de canteiros, plantio adensado, espécies forrageiras, produtos biofortificados, capineiras, tratos culturais e outros.


Durante a Exposul serão realizados palestras e eventos técnicos, e à noite acontecem os shows musicais. Também acontecerão rodeios, além de outras atrações.