15 de fevereiro de 2019

Ministros de Meio Ambiente e Agricultura dançam com índios

A  visita estratégica ao Povo Pareci é embasada na intenção do ministro do Meio Ambiente de afrouxar a intervenção do Ibama e da Funai

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, protagonizaram uma cena nesta quinta-feira, 14, que gerou repercussão nas redes sociais: em visita à Cooperativa Agropecuária dos Povos Indígenas Haliti-Paresis, Nambikwara e Manoki, no Mato Grosso, Salles aparece em um vídeo usando cocar e dançando com os índios, acompanhado de Tereza Cristina e do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes.

SAIBA MAIS

Ministra diz ser possível mudar lei para indígena produzir em larga escala


Funai comemora a Festa da Colheita em Mato Grosso com a cúpula do agronegócio


Novo governo do Brasil apoia tribo indígena envolvida em práticas ilegais


Ministro do Meio Ambiente diz que há 'excesso de ingerência' de Ibama e Funai


Ministro do Meio Ambiente diz que há 'excesso de voluntarismo' de Ibama e Funai


Na quarta, Salles já havia publicado uma foto em sua conta do Twitter, também com cocar, na Festa da Colheita do Povo Pareci, onde escreveu que os índios "plantam e produzem com muita competência, demonstrando que podem se integrar ao agro sem perder suas origens e tradições".

Tereza Cristina e Ricardo Salles visitam aldeia de Índios Hiriti-Pareci, em Campo Novo-MT

Foto: Noaldo Santos / MAPA

A visita estratégica ao Povo Pareci é embasada na intenção do ministro do Meio Ambiente de afrouxar a intervenção do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) no arrendamento de terras indígenas para a agricultura. No mês passado, Salles chegou a afirmar que há "excesso de ingerência" das duas instituições em autuações ambientais e fiscalizações.

Na mesma ocasião, Salles mencionou a produção de soja do Povo Pareci, que havia sido multado por plantar grãos transgênicos, sem a solicitação prévia de licenciamento para isso. A Funai aponta que o povo, formado por dois mil indígenas, semeou mais de 8 mil hectares de soja na safra 2018/2019. Além disso, milho, batata, batata-doce, abóbora, feijão e outros produtos são plantados pelas tribos.

O objetivo do Primeiro Encontro Nacional de Grupo de Agricultores Indígenas, em Campo Novo do Parecis, a quase 400 km de Cuiabá, é obter apoio das autoridades para que as plantações sejam legais. Em 2015, representantes do Pareci estiveram presentes em Brasília para garantir seu trabalho dentro da legalidade. As plantações do povo datam de 15 anos.

"Durante esses dias, lideranças indígenas estão reunidas na elaboração de um documento com reivindicações, como a criação de um Centro de Capacitação, que será entregue aos ministros e ao diretor da Funai", informou a fundação.

publicidade


O diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai, Fernando Melo e representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também participaram do evento.

Medida polêmica

Segundo levantamento da Funai divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, 22 áreas indígenas do País são exploradas ilegalmente por produtores, que pagam mensalidade aos índios ou dividem a produção colhida, além do lucro da vendida, para estabelecer plantações para colheita e criação de gado. A área total arrendada ilegalmente chega a 3,1 milhões de hectares.

O povo Pareci produzia em parceria com agricultores, de maneira legal, e fez um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para que pudesse trabalhar de maneira independente.

publicidade


A cartilha de licenciamento ambiental da Funai tem como objetivos "assegurar a proteção ambiental das terras indígenas, estabelecer diretrizes e garantir a participação das comunidades indígenas durante todo o processo .

13 de fevereiro de 2019

*EDITAL DA ONU PARA JOVENS DE 18 A 30 ANOS*


As Nações Unidas abre as inscrições para o Edital Jovens Campeões da Terra de 2019 — o principal prêmio ambiental da ONU para jovens empreendedores entre 18 e 30 anos com ideias inovadoras para o futuro do planeta.

Cada um dos sete vencedores receberá 15 mil dólares em capital semente para investir em seus projetos, 9 mil dólares para investir em comunicação e marketing, além de convites e financiamento para participar de reuniões da ONU para compartilhar suas ideias com o mundo.

Também haverá treinamento e mentoria.

Após a abertura das inscrições, um júri global selecionará os sete vencedores.

Cada vencedor deve implementar sua ideia e manter a ONU Meio Ambiente e seus parceiros atualizados sobre seu progresso, por meio de blogs e vídeos.

Os ambientalistas interessados com idade entre 18 e 30 anos podem inscrever suas ideias até meia noite GMT (21h de Brasília) de 31 de março de 2019.

*NÃO PRECISA SER PROFISSIONAL OU ESTUDENTE NA ÁREA DE MEIO AMBIENTE*

http://web.unep.org/youngchampions/es/faqs

12 de fevereiro de 2019

Começa na Aldeia Bacaval dos Paresi o encontro dos agricultores indígenas do Brasil


No local 30 etnias e mais de 350 indígenas debatem sobre as problemáticas que enfretam os agricultores indígenas em plantar, comercializar e fechar parcerias de sustentabilidade



Começou nesta segunda-feira (11-02) o encontro Nacional dos agricultores indígenas em Campo Novo dos Parecis-MT, o evento está ocorrendo na Aldeia Paresi, Bacaval. 

No local 30 etnias e mais de 350 indígenas debatem sobre as problemáticas que enfretam os agricultores indígenas em plantar, comercializar e fechar parcerias de sustentabilidade. 

Os indígenas buscam alternativas econômicas de sobrevivências das aldeias do Brasil, buscando fechar parcerias, plantar ou realizar outras atividades dentro de seus territórios. 

Na quarta-feira (13-02) estará no evento representantes do governo federal e estadual, onde vão receber um documento de propostas de alternativas dos indígenas para que possam produzir em seus territórios com segurança jurídica. 

Atualmente é proibido as parceiras, produção em grande escala, manejo da pecuária ou extrativismo de matéria prima proveniente da mata. 

Em linhas gerais, atualmente o índio só pode morar no território, que em tese é do governo e não deles, caçar, pescar e plantar apenas para o consumo da família. Não podendo fazer nada além disso. E, é exatamente isso que os indígenas que participam desse evento querem mudar. 

O evento vem de encontro com o discurso do presidente Jair Bolsonaro de que os índios podem produzir em seus territórios e se alavancarem economicamente. 

As discussões e criação de um documento sobre as alternativas acontecem nesta segunda-feira e seguem na terça-feira.

Olhar Cidade com Leandro Lima direto de Campo Novo dos Parecis-MT

10 de fevereiro de 2019

CAFÉ DA MANHÃ: COMER LOGO CEDO NÃO AJUDA A EMAGRECER, INDICA PESQUISA

 

Foto ilustrativa do cafe da manhã da Pousada Borô em Gramado


Café da manhã: comer logo cedo não ajuda a emagrecer, indica pesquisa

O café da manhã é considerado por muitas pessoas a refeição mais importante do dia e imprescindível para se manter uma boa saúde e peso.

Mas comer logo cedo não ajuda a emagrecer, indica uma nova pesquisa – na verdade, os indícios apontam o contrário.

Quem toma café da manhã consome em média 260 calorias e pesa 1 kg a mais do que aqueles que pulam a refeição, segundo uma revisão de estudos anteriores.

Mas especialistas dizem que um café da manhã saudável pode ser uma boa fonte de cálcio e fibras. Também foi verificada uma melhora os níveis de concentração e atenção, especialmente em crianças.

Tomar café da manhã aumenta ingestão de calorias e apetite à tarde

É comum a ideia de que o café da manhã dá energia, impede que uma pessoa faça muitos lanches ao longo do dia e fornece nutrientes essenciais ao organismo.

Essa reputação deriva de estudos observacionais que mostram uma ligação positiva entre tomar café da manhã e manter um peso saudável.

Mas uma nova pesquisa australiana no periódico médico BMJ revisou os resultados de 13 estudos do efeito do café da manhã sobre o peso e a ingestão de energia e encontrou poucas evidências para sustentar estas crenças.

As descobertas da equipe de pesquisadores da Universidade Monash, em Melbourne, sugerem que pular o café da manhã pode, na verdade, ser uma boa maneira de reduzir a ingestão calórica total diária.

Estudo tem limitações

Eles chegaram à conclusão que as pessoas que costumam tomar café da manhã consumem mais calorias no geral e têm um apetite maior à tarde.

E dizem ser preciso cautela ao recomendar o café da manhã para a perda de peso em adultos, porque isso pode ter o efeito oposto. No entanto, os cientistas ressaltaram que seu estudo tem limitações.

Primeira refeição do dia melhora níveis de concentração e atenção, especialmente em crianças – Direito de imagem GETTY IMAGES

Os participantes dos estudos foram acompanhados apenas por períodos curtos – entre 2 e 16 semanas -, e a diferença na ingestão de calorias entre quem toma café da manhã e quem pula a refeição foi pequena.

Os pesquisadores concluíram que, para prever o efeito a longo prazo de pular ou tomar café da manhã, ainda são necessárias mais pesquisas.

A primeira refeição do dia é fonte de cálcio e fibra

O professor Kevin Whelan, especialista em dietética e chefe do departamento de Ciências Butricionais do King’s College London, no Reino Unido, diz que não devemos ficar muito focados na ingestão de calorias logo de manhã.

“Este estudo não diz que o café da manhã é ruim para a saúde. O café da manhã é importante para a ingestão de nutrientes, cálcio e fibras”, afirma.

Mas a pesquisa do BMJ não analisou este aspecto específico do café da manhã sobre uma dieta equilibrada.

“Não se está falando que o café da manhã é a causa da obesidade”, diz.

Por Philippa Roxby da BBC News

Compartilhe isso:

Cientistas Afirmam Que o “Glifosato” Causará Autismo em 50% das Crianças Até 2025

A indústria dos pesticidas está desesperadamente tentando esconder estudos condenatórios. Bancada de RO e MT – todos votaram a favor em Sessão Extraordinária.

Corroborando uma crescente tendência no aumento das taxas de autismo, uma cientista sênior de pesquisa do MITalertou que de todas as crianças, um inquietante 50% serão autistas em 2025.

Quem é o culpado? Round-Up, o mais vendido da Monsanto que contém glifosato, está no topo da lista.


O uso excessivo de glifosato em nossa alimentação está causando doenças como Alzheimer, autismo, câncer, doenças cardiovasculares e deficiências da nutrição, entre outros.

Stephanie Seneff, uma bióloga PhD, que já publicou mais de 170 artigos acadêmicos revisados ​​por pares, e estudou essas doenças por mais de três décadas, aponta os transgênicos como um dos principais contribuintes para doenças neurológicas em crianças.

Em uma recente conferência, a Dra. Seneff declarou:

“No ritmo atual, em 2025, 1 em cada 2 crianças serão autistas.”


Atualmente, 1 em cada 68 crianças nos EUA nascem com autismo. Atualmente é a deficiência de desenvolvimento de mais rápido crescimento, com taxas aumentando em quase 120% desde o ano de 2000.

Em 10 anos, o custo para tratar as pessoas afetadas pelo autismo será de 400 bilhões de dólares por ano nos EUA, além dos custos emocionais incalculáveis, os ​​quais as famílias pagarão diariamente para viver e apoiar uma criança com autismo.

Dra. Seneff notou que os sintomas de toxicidade do glifosato assemelha-se estreitamente com aqueles do autismo. Ela também apresentou dados na conferência que mostram uma correlação estranhamente consistente entre o uso de Roundup em plantações (e a criação das sementes transgênicas Roundup-ready), com o aumento das taxas de autismo.

A correlação entre os dois incluem biomarcadores, tais como a deficiência de zinco e ferro, baixo serum sulfate, convulsões e doenças mitocondriais.

Um colega palestrante que estava presente relatou após a apresentação da Dra. Seneff que:

“Todos as 70 ou mais pessoas presentes estavam se contorcendo, provavelmente porque agora tinham sérias dúvidas sobre servir os seus filhos, ou eles próprios, qualquer coisa com milho ou soja, os quais são quase todos geneticamente modificados e, assim, contaminados com Roundup e seu glifosato.”


Dra. Seneff apontou que grande parte dos alimentos em prateleiras de supermercado contém milho e soja transgênicos, todos com pequenas quantidades de vestígios de glifosato. Isto inclui refrigerantes adoçados com alto teor de frutose (geneticamente modificados) e xarope de milho, batatas fritas, cereais, doces, e até mesmo barras de proteína de soja.

Grande parte de nossa carne e aves também é alimentada com uma dieta de milho e soja transgênicos, os quais também contêm traços de glifosato.

Você acha que seu pão está seguro? Pense de novo. O trigo é frequentemente pulverizado com produtos químicos Roundup nas vésperas da colheita, significando que, exceto que seus produtos de pão ou trigo sejam certificados não-OGM e orgânicos, eles provavelmente contêm traços de glifosato.

Quando você soma tudo isso – estamos jantando glifosato em quase todos os alimentos que ingerimos, e ele está causando doenças graves.

Dra. Seneff diz que, embora os traços de glifosato em cada alimento possam não ser grandes, é o seu efeito cumulativo que é motivo de preocupação.


Sua preocupação parece bem fundamentada, considerando que tem sido encontrado glifosato no sangue e na urina de mulheres grávidas, e ele tem aparecido até mesmo em células fetais.

Entre no link abaixo para saber quem votou a favor do uso de glifosato na câmara federal!

Fonte: Jornal Nortão

Apoio a projetos não-governamentais: chamada para o ano de 2019


Patrocinador: Embaixada da Suíça no Brasil

Áreas de Interesse: Apoio à gestão de organizações de Terceiro Setor, Assistência Social, Ciência e Tecnologia, Defesa de Direitos, Desenvolvimento comunitário, Educação, Empreendedorismo / Geração de Emprego e Renda, Formação para o trabalho, Meio Ambiente

Locais de interesse: Brasil

Público Alvo: Infância e Adolescência, Juventude, Idosos, Mulheres, LGBT, Pessoas com Deficiência, População Negra, Povos originários e Comunidades Tradicionais

Inscrições até: 15/02/2019

https://www.eda.admin.ch/countries/brazil/pt/home/representacoes/embaixada-brasilia.html/countries/brazil/pt/meta/news/2018/dezember/projetos-nao-governamentais-para-2019

Apoio a projetos não-governamentais: chamada para o ano de 2019


Apoio a projetos não-governamentais: chamada para o ano de 2019

A Embaixada da Suíça no Brasil comunica que dispõe de crédito para apoio financeiro a projetos no Brasil no ano de 2019. As propostas devem ser apresentadas por organizações não-governamentais ativas no Brasil.

Os projetos de cooperação financiados pela Embaixada terão de estar em consonância com os objetivos da política exterior da Suíça que visam promover, entre outros, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos. A Embaixada financiará nesse edital um número limitado de projetos que tenham como foco a gestão do lixo ou a prevenção à violência urbana. Nesse sentido, o objetivo principal da Suíça em relação ao desenvolvimento e a cooperação é de contribuir e melhorar as condições de vidas das populações mais vulneráveis.

Para serem elegíveis, os projetos devem ter duração máxima de 12 meses e solicitar recursos financeiros de R$ 10.000,00 a R$ 50.000,00.

A presente chamada permanecerá aberta até o 15 de fevereiro de 2019. A inscrição das propostas deve ser enviada à Embaixada da Suíça pelo e-mail brasilia@eda.admin.ch, com o formulário de pedido de financiamento devidamente preenchido.

A Embaixada irá analisar os projetos e informará os solicitantes da aceitação ou não do pedido. Solicitamos que as ONGs interessadas tomem conhecimento do documento “Diretrizes para apoio a projetos não-governamentais 2019” para conferir previamente se sua proposta contempla todos os critérios estabelecidos pela Embaixada da Suíça.

Documentos

Diretrizes para apoio a projetos não-governamentais (PDF, 265.0 kB, Português)

Formulário de pedido de apoio à Embaixada da Suíça (PDF, 303.4 kB, Português) 

Voltar ao início da página 

Contato

Embaixada da Suíça
SES, Avenida das Nações
Qd. 811, Lote 41
70448-900 Brasilia / DF
Brasil

Turismo de base comunitária concilia proteção ambiental e valorização de populações tradicionais


Rio Una do Prelado / Foto: Felipe Zanusso

Quando viaja para fazer turismo, há momentos em que você sente que está sendo explorada(o)? Ou que está contribuindo com a exploração de uma determinada população? Ou as duas coisas ao mesmo tempo? Você se relaciona com os moradores locais? Troca uma ideia? Se acredita que a função deles não é te servir e serem gratos pelas gorjetas, então o turismo exploratório é algo que te incomoda.

No último final de semana, o Natureza Crítica participou de uma visita à Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Barra do Una. A Unidade de Conservação (UC) fica entre os municípios de Peruíbe e Iguape, no estado de São Paulo.

A RDS Barra do Una integra o Mosaico de UCs Juréia-Itatins. Foi criada em 2013 com a  Lei nº 14.982/2013. Ali vivem cerca de 150 pessoas, mais de 40 famílias.

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC): 

As Reservas de Desenvolvimento Sustentável são áreas naturais que abrigam populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração de recursos naturais desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. Seu objetivo básico é de preservar a natureza e assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por estas populações. (Lei Federal n° 9.985/2000)


A ideia do passeio foi realizar um roteiro etno-cultural, com uma breve imersão na cultura caiçara.

Programação intensa e gratificante

Assim que chegamos, nos reunimos com a gestora da Reserva, um guarda-parque e alguns líderes comunitários. Durante a roda de conversa, nos apresentaram informações sobre a RDS Barra do Una e contaram um pouco da história daquela comunidade caiçara, que segundo Seu Walter, morador, descende tanto de portugueses quanto de escravos.

 Apresentados ao turismo de base comunitária, entendemos que pagaríamos o preço justo pelos serviços oferecidos (alimentação, hospedagem e monitorias). Além disso, os valores seriam revertidos para a comunidade.

O turismo de base comunitária corresponde à uma modalidade econômica que tem como premissa desenvolver o turismo local, bem como a valorização da cultura tradicional e a preservação da biodiversidade, proporcionando às comunidades receptoras a geração de benefícios. (Fonte no link)


Depois do bate-papo, hora do almoço. Nos serviram uma refeição tradicional preparada com peixes e mariscos pescados na própria RDS e vegetais ali cultivados.

Seu Walter / Foto: Felipe Zanusso

Após a gastronomia, fomos queimar calorias. Fizemos uma trilha que passa no meio da Mata Atlântica e pelas praias da Barra do Una, Caramboré e Desertinha.

Em seguida, passeamos de barco pelo Rio Una do Prelado (Rio Comprido), contornando a Ilha do Ameixal. Há uma história interessante a respeito deste local. A ilha formou-se artificialmente pela abertura de um canal na década de 1950 e alteração do curso do rio, sofrendo alguns impactos como a degradação da vegetação de restinga. Depois do passeio, tomamos banho de rio. A noite já estava caindo. No entanto, a água estava deliciosamente morna.

Mais tarde, participamos de uma roda de conversa sobre Fandango com o músico Pio, que contou muitos causos e deu uma palhinha com sua viola. O Fandango é uma manifestação artística tradicional da cultura caiçara. Inclui música, dança, poesia e festa. Desde 2013, é considerado Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão que a partir deste ano, com a extinção do Ministério da Cultura, passou a integrar um estranho Ministério da Cidadania.

Ficamos hospedados na casa dos moradores locais. Na manhã seguinte, antes de nos despedirmos da comunidade, tomamos um Café Caiçara, que é tradicionalmente preparado com garapa.

Gostou? Se quiser repetir este roteiro na Barra do Una, entre em contato com a comunidade pela página do Facebook.

Promovendo uma Cultura de Áreas Protegidas

Praia da Barra do Una / Foto: Felipe Zanusso

A experiência aconteceu no âmbito do projeto UC Conhece,  criado em 2015 pelo Conselho de Representantes de Funcionários da Fundação Florestal, um dos órgãos gestores das Unidades de Conservação paulistas. Hoje, está vinculado ao Conservatio, movimento que tem como objetivo promover a cultura de áreas protegidas, favorecendo a mudança de comportamentos sociais em relação aos territórios protegidos.

A iniciativa carrega no nome um feliz trocadilho, que questiona por que São Paulo tem um número tão baixo de visitações nessas áreas. O estado possui a maior população do país. São 41 milhões, sendo 20 somente na região metropolitana de São Paulo. Possui ainda um dos maiores sistemas de áreas protegidas estaduais, com mais de 100 Unidades de Conservação de diferentes categorias. Ou seja, essas UCs tem grande potencial de visitação inexplorado. Considerando ainda que a população possui poucas opções de turismo outdoor.

O Projeto visa à disseminação de práticas conservacionistas e à ampliação das visitações nas UCs. Coloca em debate como contribuir para que as Unidades alcancem seus objetivos sociais e ecológicos, incluindo a construção de novos padrões de normas sociais em relação aos territórios que se destinam proteger.

Ao todo, já foram realizadas 13 visitas monitoradas a Unidades do estado de São Paulo e uma para uma UC do Paraná. Cada visita é registrada em mídia online e as fotos inseridas no sistema GoogleMaps.

Caminhadas Históricas

Ao longo do ano passado, também foram realizadas seis Caminhadas Históricas no Parque Estadual Alberto Löfgren (PEAL), popularmente conhecido como Horto, na capital paulista.  Noticiamos uma delas aqui no blog.  O evento é uma iniciativa conjunta entre o Movimento Conservatio e o Museu Florestal Octávio Vecchi.

O trajeto da caminhada passa por prédios históricos do Parque, que tem posição marcante na história ambiental do estado de São Paulo e do Brasil.

Para o ano de 2019, estão previstas mais seis caminhadas no PEAL. A primeira acontece no próximo domingo, 10 de fevereiro, em comemoração aos 123 anos do Parque. Também está sendo planejada para o mês de junho uma Caminhada Histórica na Estação Experimental de Tupi, em Piracicaba/SP.

O Movimento Conservatio pretende contribuir para a compreensão e o apoio da sociedade às áreas protegidas brasileiras, proporcionando experiências que estimulem valores conservacionistas. A iniciativa vislumbra uma sociedade que conheça e cultue a história da conservação brasileira.

E você? Já visitou uma Unidade de Conservação? Tem alguma perto de casa? Então não perca mais tempo e venha conhecê-la.

STF decidiu: CNC perde para a CNTur a representatividade oficial do turismo

 

Em decisão do Supremo Tribunal Federal no último dia 07, foi negado por unanimidade o recurso da CNC- Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo contra a decisão que considerou a Confederação Nacional de Turismo-CNTur como a única representante legal do setor das empresas de turismo, hotéis, apart-hotéis, restaurantes comerciais e coletivos, bares, casas de diversão e de lazer, empresas organizadoras de eventos, parques temáticos e demais empresas de turismo.

Era a última medida que a CNC poderia tomar contra a decisão e ela foi derrotada por nove a zero, não cabendo mais recursos. A medida foi postergada pelo pedido de vista do Ministro Alexandre Moraes, que no último dia 7, acompanhou o relator Luiz Fux. O Ministro Roberto Barroso se considerou impedido e o Ministro Gilmar Mendes não se manifestou.

Com o transitado e julgado (em duas semanas) em última estancia a CNTUR poderá ter acesso as contribuições sindicais que estão sob judice, que somam R$ 7 milhões e passará a ser a única representante oficial do setor, devendo a Confederação do Comércio retirar do seu nome a palavra turismo, ficando restrita a atuação no setor, perdendo inclusive o assento no Conselho Nacional de Turismo.

Fontes ligadas a CNC atribuem a uma infeliz defesa da Confederação, que vivia um período de cisão interna, que resultou na saída de Antônio Oliveira Santos da Presidência e que atrapalhava a interlocução do corpo jurídico da casa, tendo inclusive, um dos advogados da causa passado a residir em Lisboa.

A única Federação ligada ao Turismo na estrutura da CNC é a Federação Nacional de Hospedagem e Alimentação, que conquistou no Tribunal Superior do Trabalho o direito de permanecer ligada a CNC. Comentando a decisão, Alexandre Sampaio, presidente da FBHA afirmou que não irá se filiar a CNTur e que a medida do STF, que é superior ao TST terá uma longa jornada a ser percorrida até ter efeitos práticos na sua Federação, que poderá ficar ligada a Confederação do Comércio em termos associativo.

Nelson de Abreu Pinto e o corpo jurídico da Confederação do Turismo prefere se manifestar apenas depois do transitado e julgado em respeito à justiça.

O Jornal de Turismo apurou que a medida, após o fim da contribuição sindical, não resultará em um grande impacto na receita da CNTur. “A CNC fez o seu dever de casa e hoje não depende da contribuição sindical que desapareceu. Vivemos da renda do enorme patrimônio reservas financeiras da instituição, hoje um dos maiores do sistema Confederativo”, afirmou um diretor da Confederação do Comércio.

A decisão abre, porém, as portas para a CNTUR questionar o sistema S, maior fonte de recursos da CNC, principalmente do SESC e SENAC. Setor aliás que está na mira do futuro Ministro Paulo Guedes, interessado em dar um freio no sistema de patrocínios e investimentos em cultura de todos os integrantes do sistema S. Guedes quer que o sistema gaste somente em ações ligadas à sua atividade fim.

No passado, uma decisão de estancia menor proibiu a CNC de patrocinar e participar de eventos ligados ao turismo. A Confederação manteve apoio e patrocínios através de repasses a FBHA, o que deverá ocorrer agora após o transitado e julgado da decisão.

O embate entre a CNC e CNTur é histórica e criou um clima de antagonismo entre os grupos ligados a cada uma das federações, com a decisão, concedida pelo STF por unanimidade Nelson de Abreu Pinto concretiza o seu desejo do turismo ter a sua própria representação. Isso ocorre em um momento de transição na CNC, que passou a ser presidido pelo amazonense José Roberto Tadros, que por ironia atua no setor da hotelaria e possui amizade com Abreu Pinto, o que facilitará o diálogo e o processo de transição.

No Rio a hotelaria é representada pelo SindHotéis, presidido por Alfredo Lopes e ligado a CNTur, onde ocupa uma das vice-presidencias da Confederação do Turismo e o setor de Restaurantes é ligado ao SindRio, que foi presidido por Alexandre Sampaio e está ligado a FBHA/CNC.

Conheça o Processo:

Trata-se de recurso extraordinário, interposto pela CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E TURISMO – CNC em face da CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TURISMO - CNTur, com fundamento no artigo 102, III, a, da Constituição Federal, contra acórdão proferido pelo Tribunal Superior do Trabalho, que assentou, in verbis: “AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRELIMINAR DE NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ILEGITIMIDADE AD CAUSAM. REPRESENTAÇÃO SINDICAL. CONTRIBUIÇÕES. DESPROVIMENTO. Diante da ausência de violação dos dispositivos invocados não há como admitir o recurso de revista. Agravo de instrumento desprovido.” (Doc. 68)

Os embargos de declaração opostos foram desprovidos (doc. 105 e 112).

Nas razões do apelo extremo, a recorrente sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, aponta violação aos artigos 5º, II, XX, LIVe LV, e 8º, I, II, III e V, da Constituição Federal.

Argumenta que “os limites à representação da CNTur (…) estão contidos no próprio Registro Sindical dessa entidade, uma vez que restringiu a base de sua representação tão somente às Federações a ela filiadas”. Em síntese, alega que as decisões “confirmadas pelas instâncias trabalhistas superiores desconsideraram essa limitação e ao fazê-lo feriram frontalmente o princípio da unicidade sindical insculpido no inciso II do art. 8º da CF” (doc. 115, fl. 28).

Aduz que se revela “despropositada a pretensão manifestada pela CNTur (…) no sentido de que é a beneficiária da contribuição sindical patronal oriunda de todo o setor do turismo no Brasil (…) pois não possui qualquer vinculação de representação com nenhuma outra entidade que não aquelas que lhe são filiadas” (doc. 115, fls. 27-28).

Em contrarrazões, a CNTur sustenta que “as razões recursais da Confederação Recorrente passam ao largo do cerne da questão – matéria infraconstitucional alusiva a contribuições sindicais – para desaguar na suposta ofensa ao princípio da unicidade sindical em total divergência com o que já apreciado por esta C. Suprema Corte nos autos do RE 807.448/DF que culminou com o reconhecimento definitivo da regularidade do registro sindical concedido à Confederação Nacional do Turismo – CNTur.” (Doc. 127, fl. 7) Ressalta, ainda, que “tendo sido a referida matéria solucionada nos autos do MS 536-2009- 018-00-5, a Corte Regional limitou-se à análise da identificação da Confederação a quem seriam devidas as contribuições sindicais daqueles que participam da categoria econômica do turismo e hospitalidade. Todavia, no recurso extraordinário perdura o inconformismo da CNC no que tange à sua perda de representatividade do setor do Turismo.” (Doc. 127, fl. 11) O recurso extraordinário foi inadmitido pelo Tribunal a quo pelo óbice da Súmula 279 do STF. O recorrente então interpôs agravo que, em decisão de minha relatoria, foi provido para melhor exame do recurso extraordinário. Instada a se manifestar, a Procuradoria-Geral da República elaborou parecer opinando pelo desprovimento do recurso extraordinário.

Discute-se, in casu, a legitimidade de representação das empresas de turismo, hotéis, apart-hotéis, restaurantes comerciais e coletivos, bares, casas de diversão e de lazer, empresas organizadoras de eventos, parques temáticos e demais empresas de turismo. A controvérsia cinge-se precipuamente à delimitação de legitimidade quanto à percepção das contribuições sindicais patronais, vertidas pelas empresas de turismo e afins, nos termos do registro sindical das confederações envolvidas e do que determinam os artigos 577 e 579 da CLT (com a redação anterior à Lei13.467/2017).

Não há, portanto, matéria constitucional a ser analisada. As instâncias trabalhistas decidiram a controvérsia acerca da destinação das contribuições sindicais tão somente a partir de interpretação e aplicação das normas infraconstitucionais pertinentes (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, Decreto 20.068/1945 e Portaria 186/2008 do Ministério doTrabalho e Emprego).

O Supremo Tribunal Federal já pacificou a orientação de que é inviável a apreciação, em recurso extraordinário, de alegada violação a dispositivo da Constituição Federal que, se houvesse, seria meramente indireta ou reflexa, uma vez que é imprescindível a análise de normas infraconstitucionais. Saliente-se, ademais, que esta Corte já externou, em inúmeros julgados, entendimento sobre a infraconstitucionalidade das matérias relativas às contribuições, registros, legitimidade e cisão das entidades sindicais.

Nesse sentido, destaca-se precedente atual desta Corte, o AI 861.931- AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, DJe de 17/8/2015, assim ementado (grifei): “Agravo regimental no agravo de instrumento.

Prequestionamento. Ausência. Sindicato. Registro. Ministério do Trabalho e Emprego. Procedimento. Matéria de índole infraconstitucional. Incidência da Súmula nº 677/ STF. Precedentes. 1. Não se admite o recurso extraordinário quando os dispositivos constitucionais que nele se alega violados não estão devidamente... ... Demonstrados, assim, o caráter infraconstitucional da controvérsia e a necessidade do reexame dos elementos fático-probatórios do caso, tem se como não preenchido requisito primordial para o reconhecimento da repercussão geral, uma vez que ausente violação direta à Constituição Federal. Ex positis, nos termos do artigo 323 do RISTF, manifesto-me pela INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL da matéria em exame, fixando a seguinte tese: “São infraconstitucionais as discussões relativas a contribuições, registro, legitimidade ou cisões das entidades sindicais”. Brasília, 3 de maio de 2018. Ministro LUIZ FUX - Relator

 

Morte de peixes após abertura de comporta de usina foi causada por alteração na turbidez da água



Encontrar no olhar direto

Notícias / Cidades


Da Redação - Wesley Santiago

Foto: Sinop Energia


A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informou que as investigações iniciais apontaram que a morte de peixes no Rio Teles Pires, no município de Itaúba (a 580 quilômetros de Cuiabá), foi causada pela alteração de turbidez da água, ocasionada durante a operação de fechamento da quinta adulfa e abertura de três vertedouros da Usina Hidrelétrica de Sinop. A pasta prometeu sanções contra o empreendimento.

Leia mais:
Peixes são encontrados mortos após abertura de comporta de usina hidrelétrica; Sema apura
 
Em nota, a secretaria informou que os técnicos da pasta estão acompanhando em tempo integral o evento ocorrido na UHE Sinop e realizando o levantamento da extensão do dano causado à ictiofauna do rio Teles Pires para seja possível adotar as medidas sancionatórias cabíveis em desfavor do empreendimento Usina Hidrelétrica de Sinop.
 
As investigações iniciais apontam que a mortandade de peixes foi causada pela alteração de turbidez da água, ocasionada durante a operação de fechamento da quinta adulta e abertura de três vertedouros.
 
Por conta do fato, o empreendimento foi notificado a recolher todos os peixes e coloca-los em câmara fria para contagem e perícia, dados que irão subsidiar os autos da Sema, refletindo com precisão o dando ambiental causado.
 
A Sinop Energia recebeu a autorização para iniciar o enchimento do lago em 30 de janeiro. Todo o processo de represamento da água é acompanhado por uma equipe multidisciplinar de profissionais tanto da sede, quanto da unidade regional da Secretaria em Sinop, do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMPA) e Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema).
 
O objetivo da supervisão é realizar um intenso monitoramento das condicionantes estabelecidas, assegurando respostas rápidas caso ocorra alguma intercorrência durante o enchimento.
 
Na última segunda-feira (04), 24 horas após abertura da primeira das comportas do vertedouro e fechamento das adufas, foram constatadas mortes de peixes a jusante do barramento, no município de Itaúba.
 
A Sinop Energia asseverou que uma série de providências foram tomadas, tais como aumento imediato de barcos e funcionários especializados para monitoramento detalhado e resgate ictiofauna a jusante (abaixo da barragem).
 
Turbidez da água
 
Uma importante propriedade da água é a turbidez, a qual está diretamente relacionada à sua qualidade como água doce e potável. Ela representa a propriedade óptica de absorção e reflexão da luz, e serve como um importante parâmetro das condições adequadas para consumo da água.
 
A turbidez é causada por partículas sólidas em suspensão, como argila e matéria orgânica, que formam coloides e interferem na propagação da luz pela água.
 
Enchimento de reservatórios
 
Para que esses procedimentos fossem iniciados, o empreendimento realizou o remanejamento das famílias envolvidas e obras de alteamento na BR-163. A suspensão da vegetação foi concluída em toda a área com autorização do órgão ambiental.
 
Com investimentos na casa de R$ 2,8 bilhões em ativos, a Usina Hidrelétrica Sinop está sendo implantada entre os municípios de Cláudia e Itaúba, no rio Teles Pires, estado do Mato Grosso. Com o reservatório sendo formado nos municípios de Sinop, Cláudia, Sorriso, Itaúba e Ipiranga do Norte, terá capacidade para gerar 401,88 megawatts (MW) de energia, o suficiente para abastecer uma cidade com 1,6 milhão de habitantes.