14 de janeiro de 2019

Estalagmite de caverna em Rosário Oeste MT aponta Fenômeno anormal no campo magnético terrestre migra da África para a América do Sul https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-exatas-e-da-terra/fenomeno-anormal-no-campo-magnetico-terrestre-migra-da-africa-para-a-america-do-sul/


Fenômeno anormal no campo magnético terrestre migra da África para a América do Sul

Rotação do planeta leva anomalia magnética que interfere em voos intercontinentais e na órbita de satélites

Caverna Pau D’Alho, no município de Rosário Oeste (Mato Grosso) é o local onde se formou, há 1.500 anos, estalagmite analisada na pesquisa; medição da rocha permitiu identificar variações rápidas do campo magnético terrestre – Foto: Cedida pelo pesquisador

 

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Aanomalia magnética do Atlântico Sul é uma região onde o campo magnético terrestre é anormalmente baixo, o que interfere no funcionamento de satélites artificiais e em voos intercontinentais. Em busca da sua origem, pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP analisaram o magnetismo de uma rocha coletada na caverna Pau D’Alho, localizada no Estado de Mato Grosso. Os cientistas descobriram que a anomalia é recorrente, possivelmente originária da África, e provocada por variações no fluxo térmico dentro da Terra.Os resultados do trabalho são apresentados em artigo da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), nos Estados Unidos, publicado no último dia 10 de dezembro.

O campo magnético terrestre é semelhante ao de um ímã de barras, como se estivesse centralizado no interior do planeta. Ele é gerado no núcleo externo, a partir da lenta movimentação de uma liga metálica rica em ferro, no estado líquido. “A anomalia ocupa parte significativa do sul do Atlântico e da América do Sul, sendo a mais importante registrada atualmente”, aponta o professor Ricardo Trindade, do IAG, que coordenou a pesquisa, juntamente com o aluno de doutorado Plinio Jaqueto. “Ela é responsável pela assimetria do campo magnético terrestre, fazendo com que ele seja mais variável do Hemisfério Sul, em relação ao Hemisfério Norte.”

Trindade destaca que a anomalia também é a principal responsável pelos riscos espaciais. “Ela facilita a entrada de partículas carregadas do vento solar de fora da Terra, o que aumenta o perigo de acidentes envolvendo satélites artificiais em órbita, voos espaciais e intercontinentais”, afirma. “O trabalho buscou responder três grandes questões: Quando a anomalia surgiu? Qual a sua causa? Ela é recorrente em milhares de anos, sempre vai ocorrer?”

Em 2015, o pesquisador John Tarduno, dos Estados Unidos, sugeriu que o fenômeno surgia em função de uma anomalia térmica na interface entre o manto e o núcleo da Terra, que provocava um maior fluxo magnético. “Estudos com solos queimados na África mostraram que em certos períodos aconteciam variações muito rápidas do campo magnético”, relata o professor. “Para estudar o fenômeno na América do Sul, havia uma dificuldade causada pela falta de dados, pois não há registros no continente anteriores à chegada dos europeus, no século XVI.”

Caverna

Os pesquisadores utilizaram no trabalho um material pouco analisado em estudos sobre a evolução do campo magnético terrestre, as estalagmites. “Esse tipo de rocha se forma em cavernas, de baixo para cima”, conta Trindade. A pesquisa utilizou uma estalagmite da coleção do Instituto de Geociências (IGc) da USP, em colaboração com o grupo do professor Francisco Cruz. “Ela se formou há 1.500 anos, na caverna Pau D’Alho, que fica no município de Rosário Oeste, em Mato Grosso, onde foi coletada.”
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Amostras da estalagmite que passaram por medição em um magnetômetro, de modo a fornecer dados sobre a evolução do campo magnético terrestre ao longo dos anos – Imagem: cedida pelo pesquisador

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No IGc, as estalagmites são empregadas em estudos sobre variações paleoclimáticas, dos quais, por meio de medidas químicas, podem se obter as oscilações do clima na América do Sul nos últimos 500 mil anos. “Neste trabalho, foi medida a variação do campo magnético, por meio de um magnetômetro muito sensível, já que as amostras possuem pouco material magnético”, descreve o professor do IAG. “Com base nas medições, seria possível saber quantas vezes a anomalia ocorreu, se é recorrente.”

A análise revelou que as variações rápidas do campo magnético no Atlântico Sul, além de serem recorrentes, acontecem 200 anos depois de seu registro na África. “A anomalia surge na África, causada pela variação de fluxo na interface do manto com o núcleo terrestre existente sob aquele continente”, relata o professor, “e migra na direção Oeste, para a América do Sul, em função da rotação da Terra.”

Segundo o professor, a partir dos dados obtidos no estudo, será possível melhorar os modelos de previsão de variações anormais do campo magnético numa escala de longo período. “A pesquisa traz um modelo sintético que mostra um mecanismo que geraria a anomalia”, diz. “Compreender sua evolução ajudará a estudar os seus efeitos no futuro e os riscos para satélites e voos intercontinentais e espaciais.”

As conclusões do trabalho são descritas no artigo Speleothem record of geomagnetic South Atlantic Anomaly recurrence. O texto foi publicado em 10 de dezembro, nos Estados Unidos, na revista científica PNAS.

Mais informações: e-mail ricardo.trindade@iag.usp.br, com o professor Ricardo Trindade

 

Fenômeno anormal no campo magnético terrestre migra da África para a América do Sul


Rotação do planeta leva anomalia magnética que interfere em voos intercontinentais e na órbita de satélites

Caverna Pau D’Alho, no município de Rosário Oeste (Mato Grosso) é o local onde se formou, há 1.500 anos, estalagmite analisada na pesquisa; medição da rocha permitiu identificar variações rápidas do campo magnético terrestre – Foto: Cedida pelo pesquisador

 

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Aanomalia magnética do Atlântico Sul é uma região onde o campo magnético terrestre é anormalmente baixo, o que interfere no funcionamento de satélites artificiais e em voos intercontinentais. Em busca da sua origem, pesquisadores do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP analisaram o magnetismo de uma rocha coletada na caverna Pau D’Alho, localizada no Estado de Mato Grosso. Os cientistas descobriram que a anomalia é recorrente, possivelmente originária da África, e provocada por variações no fluxo térmico dentro da Terra.Os resultados do trabalho são apresentados em artigo da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), nos Estados Unidos, publicado no último dia 10 de dezembro.

O campo magnético terrestre é semelhante ao de um ímã de barras, como se estivesse centralizado no interior do planeta. Ele é gerado no núcleo externo, a partir da lenta movimentação de uma liga metálica rica em ferro, no estado líquido. “A anomalia ocupa parte significativa do sul do Atlântico e da América do Sul, sendo a mais importante registrada atualmente”, aponta o professor Ricardo Trindade, do IAG, que coordenou a pesquisa, juntamente com o aluno de doutorado Plinio Jaqueto. “Ela é responsável pela assimetria do campo magnético terrestre, fazendo com que ele seja mais variável do Hemisfério Sul, em relação ao Hemisfério Norte.”

Trindade destaca que a anomalia também é a principal responsável pelos riscos espaciais. “Ela facilita a entrada de partículas carregadas do vento solar de fora da Terra, o que aumenta o perigo de acidentes envolvendo satélites artificiais em órbita, voos espaciais e intercontinentais”, afirma. “O trabalho buscou responder três grandes questões: Quando a anomalia surgiu? Qual a sua causa? Ela é recorrente em milhares de anos, sempre vai ocorrer?”

Em 2015, o pesquisador John Tarduno, dos Estados Unidos, sugeriu que o fenômeno surgia em função de uma anomalia térmica na interface entre o manto e o núcleo da Terra, que provocava um maior fluxo magnético. “Estudos com solos queimados na África mostraram que em certos períodos aconteciam variações muito rápidas do campo magnético”, relata o professor. “Para estudar o fenômeno na América do Sul, havia uma dificuldade causada pela falta de dados, pois não há registros no continente anteriores à chegada dos europeus, no século XVI.”

Caverna

Os pesquisadores utilizaram no trabalho um material pouco analisado em estudos sobre a evolução do campo magnético terrestre, as estalagmites. “Esse tipo de rocha se forma em cavernas, de baixo para cima”, conta Trindade. A pesquisa utilizou uma estalagmite da coleção do Instituto de Geociências (IGc) da USP, em colaboração com o grupo do professor Francisco Cruz. “Ela se formou há 1.500 anos, na caverna Pau D’Alho, que fica no município de Rosário Oeste, em Mato Grosso, onde foi coletada.”
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Amostras da estalagmite que passaram por medição em um magnetômetro, de modo a fornecer dados sobre a evolução do campo magnético terrestre ao longo dos anos – Imagem: cedida pelo pesquisador

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A análise revelou que as variações rápidas do campo magnético no Atlântico Sul, além de serem recorrentes, acontecem 200 anos depois de seu registro na África. “A anomalia surge na África, causada pela variação de fluxo na interface do manto com o núcleo terrestre existente sob aquele continente”, relata o professor, “e migra na direção Oeste, para a América do Sul, em função da rotação da Terra.”

Segundo o professor, a partir dos dados obtidos no estudo, será possível melhorar os modelos de previsão de variações anormais do campo magnético numa escala de longo período. “A pesquisa traz um modelo sintético que mostra um mecanismo que geraria a anomalia”, diz. “Compreender sua evolução ajudará a estudar os seus efeitos no futuro e os riscos para satélites e voos intercontinentais e espaciais.”

As conclusões do trabalho são descritas no artigo Speleothem record of geomagnetic South Atlantic Anomaly recurrence. O texto foi publicado em 10 de dezembro, nos Estados Unidos, na revista científica PNAS.

Mais informações: e-mail ricardo.trindade@iag.usp.br, com o professor Ricardo Trindade

 

13 de janeiro de 2019

Na Salgadeira com a Familia.. Irmãs Nenê e Joséfina, cunhada Ivone e esposa Naja Varley Lucio.

Agência internacional destaca Pantanal Brasileiro como destino ideal em 2019 (Turismo)


Assunto: EMBRATUR, PRESIDENTE DA EMBRATUR

O Brasil é repleto de lugares lindos e o mundo está descobrindo isso. A agência de notícias Bloomberg, uma das maiores do mundo, elegeu nesta quarta-feira (2), 21 destinos para se conhecer em 2019 e deu destaque para o Pantanal brasileiro. Os lugares foram escolhidos pelos editores de tendências e correspondentes globais da agência de notícias, usando os critérios como oferta de passeios culturais, as grandes inaugurações de hotéis e os novos restaurantes que valem a pena conhecer

Logo no primeiro parágrafo da matéria, a Bloomberg cita o Pantanal brasileiro, a extraordinária fauna, a facilitação para a chegada de turistas internacionais e um novo navio de luxo operando na região, o Peralta Cruise Floating Hotel. Com 10 quartos, todos com vistas para a natureza, uma piscina enorme e a possibilidade de acesso as matas a qualquer momento.

Para a presidente da EmbraturTeté Bezerra, esta notoriedade em um veículo internacional mostra a importância do Pantanal para o destino Brasil: "O turista que vai até a região conta com vivência, interação e observação da riqueza hídrica, da diversidade de fauna e flora e paisagens cênicas. O Pantanal é privilegiado em termos de biodiversidade".

Outros lugares do mundo listados pela Bloomberg, que vale a pena conhecer em 2019 foram: Quênia, Chile, Hong Kong, Granada e Ilhas Malvinas.

Embratur



Editoria:

Autor(a): Redação

Tipo: Matéria

Veiculação: 07/01/2019

Site alemão fala sobre a pesquisa do Bloomberg que aponta o Pantanal como destino a ser visitado no mundo em 2019.

BrasilienReise » Brasilien Reise-News » Pantanal in Trendlisten der besten Reiseziele 2019


Pantanal in Trendlisten der besten Reiseziele 2019


Veröffentlicht: 9. Januar 2019 - 13:51h | Aktualisiert: 9. Januar 2019 - 13:51h | Kategorie: Brasilien Reise-News

Jaguar killt Jacare – Foto: djambi1969/Fotolia.com


Eins von 20 weltweiten Reisezielen, die 2019 unbedingt besucht werden sollen, ist das Pantanal. Das befinden die Korrespondenten und Tendenzsucher von Bloomberg. Sie haben das größte Feuchtgebiet der Welt in die Trendliste gewählt.

Eins der Motive ist die reichhaltige Fauna und die Möglichkeit, Jaguar, Tapire und Rosalöffler beobachten zu können, wie es zur Begründung heißt. Angegeben wird ebenso die mittlerweile gute Erreichbarkeit für internationale Touristen und ein neues Luxusschiff, von dem aus auf dem Rio Paraguay Kultur und Natur des Pantanals erlebt werden können.

Für die Touristen bietet das Pantanal das Erleben und Beobachten der Wasserwelt, die Vielfalt von Flora und Fauna und eine einzigartige Landschaft, wie es der Präsident des brasilianischen Tourismusamtes Embratur Teté Bezerra ausdrückt. Im Bezug auf die Artenvielfalt sei das Pantanal bevorzugt, so Bezerra.

Die außergewöhnlich hohe Konzentration von Wildtieren war auch der Grund, warum das Pantanal hat auch in einem Artikel der amerikanischen Tageszeitung USA Today zu einem der zehn ultimativen Reiseziele für Tierliebhaber gewählt worden ist. Dort wird die Feuchtsteppe mit ihren Flüssen, Altarmen, Seen und überschwemmten Bereichen in einem Atemzug mit den Galapagos Inseln, der Antarktis und der Insel Borneo genannt.

Wie artenreich das Pantanal ist, zeigen auch diverse Studien. Laut dem WWF beherbergt es 263 verschiedene Fischarten, 122 Säugetierarten, 93 Reptilien, 656 Vogelarten und über tausend Schmetterlingsarten.

© 2008-2019 BrasilienReise.ch | Reproduktion strengstens untersagt. 
Autor: Gabriela Bergmaier Lopes

12 de janeiro de 2019

Fantástico texto!! A Gente vai Embora !!


*A GENTE VAI EMBORA*  e fica tudo aí,
os planos a longo prazo e as tarefas de casa, ss dívidas com o banco,
as parcelas do carro novo que a gente comprou pra ter status.

*A GENTE VAI EMBORA*  sem sequer guardar as comidas na geladeira,
tudo apodrece, a roupa fica no varal.

*A GENTE VAI EMBORA*, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos, a vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente.

*A GENTE VAI EMBORA*  as brigas, as grosserias, a impaciência, serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor.

*A GENTE VAI EMBORA*  e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio, não existem problemas.
Os problemas moram dentro de nós.
As coisas têm a energia que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos.

*A GENTE VAI EMBORA*  e o mundo continua caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença.
Na verdade, não faz.
Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita.

*A GENTE VAI EMBORA*, pois é.
É bem assim: Piscou, a vida se vai.. .
O cachorro é doado e se apega aos novos donos.

Os viúvos se casam novamente, fazem sexo, andam de mãos dadas e vão ao cinema.

*A GENTE VAI EMBORA*  e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa.

As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora.

Quando menos se espera, *A GENTE VAI EMBORA*. Aliás, quem espera morrer?
Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor.
Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, fizesse amor hoje,
talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço.
Talvez a gente esperasse menos dos outros,
Se a gente esperasse pela morte, talvez perdoasse mais, risse mais, saísse à tarde para ver o mar, talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.

Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais, ouvisse mais música e dançasse mesmo sem saber.

O tempo voa.
A partir do momento que a gente nasce,
começa a viagem veloz com destino ao fim - e ainda há aqueles que vivem com pressa!
Sem se dar o presente de reparar que cada dia a mais é um dia a menos, porque *A GENTE VAI EMBORA*  o tempo todo, aos poucos e um pouco mais a cada segundo que passa.

O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM O POUCO TEMPO que lhe resta?!

Que possamos ser cada dia melhores e que saibamos reconhecer o que realmente importa nessa passagem pela Terra!!!

Até porque, *A GENTE VAI EMBORA*...

*A VERDADE DA FOLHA SALARIAL* COMPARTILHEM A VONTADE

Não é o motorista ou a moça do cafezinho que quebram o Estado

Uma medida plausível do novo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, é rever os “supersalários” da administração pública. Esse enfrentamento precisa ser feito e deve ser nos primeiros seis meses do mandato. Leis que concedem benefícios esdrúxulos, progressões meteóricas em algumas carreiras, enfim, se o governo fosse uma empresa privada, já teria quebrado faz muito tempo.

Vi que o governador determinou que a CGE fizesse uma auditoria nos salários e vi também o governador, estarrecido, declarar: “Tem um funcionário da Empaer que é motorista de golzinho ganhando R$ 15 mil. Encontramos pessoas de serviços gerais, que serve cafezinho, ganhando R$ 13,2 mil. Técnico de nível médio ganhando R$ 17 mil. No mercado, este último ganha de R$ 3 mil a R$ 4 mil.”

De fato, no mercado a conversa é outra.

Vamos pegar alguns salários? Qualquer um pode ver, dá um pouco de trabalho, mas vale a pena. Os valores são referentes ao ano de 2018. Tudo se encontra no Portal Transparência e no Fiplan.

PROCURADOR DO ESTADO:
(+) Vantagem: R$ 34.746,27
(-) Dedução: R$ 11.182,27
Total após deduções: R$ 23.564,00

Mas não é só isso. Vejam o que mais o governo paga, seguindo a Lei nº 111, de 1º de julho de 2002 (veja no link abaixo), e que não entra no imposto de renda:
1. Verba Indenizatória de Auxilio Transporte por Trimestre – ou seja, são quatro por ano.
2. Verba Indenizatória relativa à capacitação por Semestre – ou seja, duas vezes ao ano.

Valores:
1. Transporte: R$ 18.282,66 (quatro vezes ao ano) – no mês de dezembro de 2018, esse valor foi de R$ 19.413,98
2. Capacitação: R$ 30.471,10 (duas vezes ao ano)
Total ao mês:
Subsídio = R$ 23.564,00
Auxílio transporte = R$ 6.094,22
Capacitação = 5.078,52
TOTAL = 34.736,74

CONTROLADORIA DO ESTADO
(+) Vantagem: R$ 29.795,56
(-) Dedução: R$ 11.182,96
TOTAL = R$ 18.612,60

Na imagem esse servidor recebeu adicional de férias no valor de R$ 5.959,11, o que elevou o salário do mês de novembro de 2018, após as deduções para R$ 24.571,71.
Mas além disso, o governo ainda para cada auditor do estado, uma verba indenizatória a título de auxílio transporte e qualificação profissional, de acordo com a Lei complementar nº 550, de 27 de novembro de 2014 (veja no link abaixo). Essa verba começou a ser paga em 2015 e o valor está em R$ 5.625,00.

Total ao mês (deste servidor pego como exemplo – novembro de 2018):
Subsídio = R$ 24.571,71
Verba indenizatória = R$ 5.625,00
TOTAL = R$ 30.196,71

É muito? Não acho. Aliás, acho que todos deveriam ganhar mais. Mas a empresa governo de Mato Grosso não suporta arcar esses salários. Imaginem: 80 auditores do estado representam mais de 30 milhões ao ano, contando aí o 13º. Essa é uma conta por baixo. O governo possui 90 procuradores do estado, isso representa mais ou menos 40 milhões ao ano.

É hora de analisar o custo benefício dos profissionais que nós, cidadãos pagamos. Analisar o que recebemos de volta. E pensar: será que se o governo de Mato Grosso fosse sua empresa, você investiria em transporte e capacitação para procuradores e auditores que já possuem um salário acima da média nacional e de mercado, ou usaria esse dinheiro para áreas fins do empresa poder público, como saúde, educação e segurança pública?

Não adianta, amigos, esse é um enfrentamento que precisa ser feito. Mas tem que ser feito como um todo. Não adianta ficar correndo atrás de um motorista ou da moça do cafezinho. Tem que ir por categoria. Governo algum aguenta arcar com um custo desse sem que falte em áreas essenciais. Na verdade o governo arrecada mal e gasta pior ainda.

E quem paga por tudo isso somos nós, cidadãos.

Links: Ressaltando que essas leis foram aprovadas pelos deputados estaduais!

LEI COMPLEMENTAR N° 111, DE 1º DE JULHO DE 2002: http://app1.sefaz.mt.gov.br/sistema/legislacao/LeiComplEstadual.nsf/9733a1d3f5bb1ab384256710004d4754/0988c5946037a9c804256beb006b4f51?OpenDocument

LEI COMPLEMENTAR Nº 550, DE 27 DE NOVEMBRO DE 2014: http://app1.sefaz.mt.gov.br/0425762E005567C5/250A3B130089C1CC042572ED0051D0A1/B8F410DDF95EDCBE84257D9E003B2D53

No próximo post vou colocar os links para pesquisa de salários e verbas indenizatórias.

Fonte: adriana Vandoni