5 de novembro de 2017

Turismo Rural é meio para alívio da pobreza na China


Apoio à atividade e à agricultura familiar faz parte de programa que tem como meta retirar de situação vulnerável 43 milhões de pessoas até 2020

Com flores: no povoado de Nanshan, canteiros de lótus têm estrutura para visitantes
Foto: Adriane Castilho/DCI

Chengdu, China - À beira de um canteiro de lótus, camponeses acenam aos visitantes em Nanshan, povoado na província de Sichuan, região central da China. É um dos locais escolhidos pelo governo chinês para aplicar sua política de alívio da pobreza, que .

China investe em Turismo Rural para combater a pobreza

Da Agência Xinhua

A China anunciou, nesta quarta-feira (1º), várias medidas para desenvolver o turismo em áreas rurais pobres. A ação faz parte da estratégia do país para erradicar a pobreza até 2020. A informação é da Agência Xinhua.

A Administração Nacional de Turismo da China firmou acordos com os bancos de Desenvolvimento Agrícola e Citic para conceder crédito financeiro aos distritos pobres, a fim de construir atrações turísticas.

Entre 2016 e 2020, os distritos pobres com pontos turísticos terão infraestrutura e instalações de serviço público aprimoradas com o apoio de bancos.

O Banco Citic da China emprestará 200 bilhões de yuans, a moeda oficial chinesa (US$ 29,4 bilhões) para financiar os principais projetos de construção de atrações turísticas em áreas rurais pobres.

A China tirou 12,4 milhões de pessoas da pobreza em 2016, ultrapassando a meta anual, informou na terça-feira (28) o Gabinete do Grupo Dirigente para o Desenvolvimento e Alívio da Pobreza do Conselho de Estado.

"O progresso se deve parcialmente à grande quantidade de recursos financeiros, totalizando mais de 230 bilhões de yuans, marcados pelos orçamentos central e locais", disse Su Guoxia, porta-voz da agência

Aguas do Cerrado em Chapada dos Guimaraes, Trilhas, Cachoeiras e Gastronomia Tipica de Mato Grosso.




No Circuito de Cachoeiras Águas do Cerrado em Chapada dos Guimarães, o que já era bom agora ficou melhor, pois antes você tinha que fazer todo passeio, em trilhas e nas sete cachoeiras existentes e o almoço era servido em uma outra propriedade.

Para o maior conforto para os turistas os proprietários Márcia e Paulo fizeram uma parceria com o Restaurante Trapiche que está servindo refeições no própru io empreendimento.

Agora o atrativo está completo.
VALE A PENA CONFERIR !!!
PARA RESERVAS 
Procurar os proprietários . Márcia ou Paulo.
CONTATO :66 99668 2151
Procure também uma agência e ou operadora de turismo
ONY

AGUAS DO CERRADO UM NOVO CIRCUITO TURÍSTICOS COM 07 CACHOEIRAS EM CHAPADA DOS GUIMARÃES .


Mostrar mais re

Comentários


Situado a 60 km da cidade, fica dentro da Estância Buriti Apresenta 7 cachoeiras, sendo que 6 são para banho e uma para contemplação 
Todas as cachoeiras são de porte grande.

Saindo a partir do centro histórico da Chapada dos Guimarães, o Empreendimento Águas do Cerrado fica aproximadamente à 60 km.
Segue com destino ao município de Campo Verde vira a direita na entrada que vai até a Caverna Aroe Jari, depois da Caverna Aroe Jari.

O Circuito Águas do Cerrado, fica dentro de uma propriedade privada do casal Márcia e Paulo, o empreendimento está localizado em uma fazenda produtiva com criação de bovinos de leite, peixes, galinhas, perus você, chegando lá o visitante será recebido pelo casal anfitrião. 

Trata-se de um cenário ímpar formado pela natureza que não poupou beleza naquele lugar!

Ali o turista poderá fazer uma caminhada de cerca de 8km num trajeto de ida e volta, contemplar e tomar banho em lindas Cachoeiras. 

A primeira parada é no poço do amor um local acessado sem nenhum grau de dificuldade.

Em seguida depois de um pequena caminhada vem a cachoeira da orquídea, com poço raso e água cristalina, perfeita para banho.
Depois a cachoeira alma gêmea, do Sossego, do Coração, do Cambará, do Degraus, das Orquídeas e Pedra Encantada em todas há possibilidade de banho. 

Em suma a Caminhada compreende 4 Km de ida e 04 k de volta 
Banho em 06 Cachoeiras e contemplaçäo em 01
Grau de Perigo e Dificuldade LEVE A MODERADO
Cachoeira Poço do Amor
Cachoeira do Sossego
Cachoeira do Coração
Cachoeira do Cambará
Cachoeira dos Degraus
Cachoeira das Almas Gêmeas
Cachoeira das Orquídeas
Cachoeira Pedra Encantada 

O cenário do lugar é maravilhoso uma natureza exuberante!

O passeio inclui almoço que agora é servido pelo Restaurante Trapiche, na própria propriedade um cardápio com pratos típicos da região.

O passeio demanda o dia todo.

O visitante tem que contratar um dos condutores credenciados e habilitados no empreendimento

IMPORTANTE IR COM :
Roupa leve e colorida
Calçado confortável fechado e que possa molhar 
Boné ou Chapéu

IMPORTANTE LEVAR :
Protetor Solar
Repelente
Água congelada 
Roupa de Banho 
Chinelinho 
Lanche adicional reforçado
Sacolinhas para trazer seu lixo 
Máquina Fotográfica

Valor total do passeio: Procurar os proprietários 

CONTATO :66 99668 2151

Procure também uma agência e ou operadora de turismo



CurtirMostrar mais reaçõesComentarCompartilhar

Comentários

Escreva um comentário...


05 de novembro dia do Técnico Agrícola. Parabéns a todos por este dia

Parabéns aos técnicos agrícolas pelo seu dia!


Unisol Brasil participa do 19* Congresso Mundial Orgânico

Compartilhe:     

Print PDF

Associação de Agricultura Natural de Campinas e Região (ANC) levará sua experiência em certificação participativa ao 19º Congresso Mundial Orgânico, que acontece em Nova Délhi, na Índia de 09 a 11 de novembro. O trabalho será apresentado por Maria Elisa, integrante da ANC.

Lisa, como é conhecida, apresentou um artigo no X Congresso Brasileiro de Agroecologia, em Brasília, contando a experiência da ANC com os Sistemas Participativos de Garantia (SPGs) e a relação dos produtores com os mercados locais, e o trabalho foi selecionado para participar do congresso mundial. A ANC foi a primeira associação do Brasil credenciada para realizar a certificação orgânica participativa, em 2010.

Uma campanha de crowdfunding bem-sucedida proporcionou a participação de Lisa, que não contava com recursos para representar o país no congresso. “Para mim será uma experiência muito importante, é um encontro mundial com representares de muitos países. Para a ANC também será uma oportunidade importante, pois além de levarmos a experiência da Associação para o mundo todo, voltarei com aprendizados que poderão ser aplicados em nossa rotina, como melhorias e alternativas técnicas e administrativas do nosso Sistema Participativo de Garantia”, avalia Lisa.

“Precisamos aprender melhor as formas de trabalho de SPGs de outras regiões, para poder simplificar e qualificar os nossos processos, com base na confiança dos próprios produtores. Também quero ver as práticas ecológicas integradas com as criações animais, como adubações e manejo do esterco, já que a criação animal (vacas) é bastante presente na Índia. Aqui nossos produtores ainda são muito dependentes de esterco de frango de granja convencional. Lá, além disso, a produção de arroz é muito tradicional, e aqui quase não temos mais produtores. Tudo isso tem a ver também com o resgate de cultivos e culturas”, completa.

A campanha de crowdfunding levou 21 dias no Catarse, o suficiente para proporcionar a apresentação do trabalho de Lisa e toda essa troca durante o Congresso. A Unisol Brasil é uma das apoiadoras.

A agricultura orgânica, assim como os SPGs, tem crescido muito pelo mundo. Hoje já são mais de 250 SPGs em 72 países ao redor do mundo. No Brasil, envolvem mais de 3 mil produtores certificados. Na índia, eles já são mais de 20 mil.

Conheça o trabalho que será apresentado clicando aqui

Conheça os apoiadores da Campanha clicando aqui

4 de novembro de 2017

BPC OU BENEFICIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADO

BPC ou Beneficio de Prestação Continuado

É  aquele benefício instituído pela LOAS que garante um salário mínimo pra idosos que não tem direito.

A aposentadoria por falta de contribuição, trabalhador rural que nunca contribuíram e tem mais de 65 anos e pessoas com deficiência incapacitante moderada ou grave e que a renda per capita familiar seja de até 1/4 do salario mínimo.

É a população vulnerável e o Governo Temer decretou em julho de 2016 que todos os beneficiários estão obrigados a se cadastrar no CADÚNICO até 31/12/2017 caso contrário terão benefício cortado.

Até aí td bem. 

Porém  propositalmente não fizeram uma campanha pra alertar a população para o cadastro, com isso a maioria não ficou sabendo.

Como exemplo em BH  14.500 pessoas idosas são beneficiárias e até agora só 1.400 cadastraram e a proporção é a mesma em todo o Estado e no país.

É uma covardia.

Ajudem a divulgar!

Conhecimento agricola quilombola fica mais perto de virar patrimônio imaterial brasileiro

Quilombolas

Esta notícia está associada ao Programa: 

Vale do Ribeira

Associações Quilombolas e ISA protocolam dossiê e documentário sobre Sistema Agrícola Quilombola do Vale do Ribeira no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)


Mutirão da colheita de arroz na comunidade do quilombo Morro Seco

Os quilombolas do Vale do Ribeira (SP) desenvolveram, há mais de 300 anos, uma forma de cultivar alimentos na Mata Atlântica que dispensa adubo ou agrotóxico.

A roça de coivara usa fogo controlado para abrir espaço na mata. Quando a chuva cai, as cinzas fertilizam o solo, que está pronto para o cultivo. Depois de três a cinco anos de trabalho na mesma área, o agricultor quilombola a abandona por outro terreno. Assim, em uma espécie de rodízio, a floresta pode voltar em sua exuberância.

O plantio acontece "no tempo certo" e, geralmente, na lua minguante. Arroz, milho, feijão, inhame, mandioca e cana-de-açúcar, entre outros cultivares, crescem "com a ajuda da natureza", como afirmou em depoimento Edivina Maria Tiê Braz da Silva, do Quilombo Pedro Cubas de Cima, e atraem a fauna local, que se alimenta de parte dela. As colheitas são comemoradas em muitas celebrações religiosas, em que acontecem a partilha de produtos da roça.

Números

O Vale do Ribeiro abriga, ao todo, 88 comunidades quilombolas em variados graus de reconhecimento pelo Estado. Dos 7% que restaram do bioma de Mata Atlântica em território nacional, 21% estão localizados no Vale do Ribeira.

Em 1999, em virtude da extensa área de Mata Atlântica preservada, esta região passou a Patrimônio Natural da Humanidade, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco).

"Quando faz mutirão de colheita tem baile. Junta o povo, é o povo que faz a festa. Dança de par. Violão, sanfona, cavaquinho, pandeiro. Aqui só tem violão. O resto dos instrumentos os convidados trazem. Vamos pro poço tomar banho, pode tomar uma cachaça, depois vai jantar e iniciando na viola”, disse Antoninho Ursulino, em depoimento de 2010.

Esse conjunto de conhecimentos transmitido na prática, em que os mais jovens aprendem ao assistir e colaborar com os mais velhos, compõem o Sistema Agrícola Tradicional Quilombola do Vale do Ribeira, apresentado pelo Instituto Socioambiental (ISA) em parceria com 19 associações quilombolas no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em dossiê, documentos e um documentário, para se tornar patrimônio cultural imaterial brasileiro.

Assista aqui ao documentário sobre o Sistema Agrícola Tradicional Quilombola do Vale do Ribeira.

"O registro como patrimônio imaterial representa o reconhecimento da importância histórica da roça de coivara para a permanência das comunidades quilombolas nos vales e montanhas florestados mais remotos da região", disse Raquel Pasinato, coordenadora do Programa Vale do Ribeira do ISA.

"Em centenas de anos de interação com o espaço, os quilombolas criaram suas formas próprias de organização social, usos e representações sobre o território, marcando a paisagem do Vale do Ribeira. Embora o sistema agrícola tradicional venha se transformando ao longo do tempo, ele é resultado histórico da experiência das comunidades negras neste território desde o período colonial, e continua sendo o principal meio de vida para muitas famílias", afirmou Anna Maria Andrade, antropóloga do ISA.

O que é um Sistema Agrícola Tradicional?

Segundo o Iphan, “sistema agrícola tradicional é o conjunto de elementos, desde os saberes,
mitos, formas de organização social, práticas, produtos, técnicas e artefatos, e outras manifestações associadas que envolvem espaços, práticas alimentares e agroecossistemas manejados por povos e comunidades tradicionais tradicionais e agricultores familiares. Nesses sistemas culturais, as dinâmicas de produção e reprodução dos vários domínios da vida social ao longo das vivências e experiências históricas orientam processos de construção de identidades e contribuem para a conservação da biodiversidade”

Exemplo de sistema agrícola protegido como patrimônio cultural brasileiro é o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, no Amazonas. Saiba mais aqui.

O material foi protocolado no Iphan em 24 de outubro e, agora, o dossiê será avaliado tecnicamente. Se o reconhecimento oficial acontecer, o Iphan juntamente com as comunidades e parceiros devem elaborar e implementar o Plano de Salvaguarda, que envolve o desenvolvimento de ações de fortalecimento do sistema e políticas públicas que fomentem as roças quilombolas.

Nenhum quilombo a menos

A campanha "O Brasil é Quilombola, Nenhum quilombo a menos!", lançada pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), já recebeu mais de 100 mil assinaturas.

A campanha articulada pela Conaq e organizações parceiras, como o ISA, começou em defesa do Decreto 4.887/2003, que regulamenta a demarcação dos territórios quilombolas. O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3.239, ajuizada pelo DEM, em 2004, contra a norma, pode ser retomado nas próximas semanas no STF. Assine você também a petição!

O número de quilombolas assassinados no Brasil, em 2017, chegou a 14, de acordo com levantamento da Conaq. Levando em conta os dados disponíveis, desde o início da década, este pode ser o ano mais violento para os quilombolas. Lideranças e especialistas ouvidos pelo ISA apontam que o aumento da violência tem ligação com o cenário político atual, que potencializaria as consequências dos conflitos de terras.

Vale do Ribeira

Comunidades quilombolas

Direitos quilombolas

Roberto Almeida

Imagens: 

View the full image

Retomada dos mutirões de arroz no quilombo Morro Seco|Marília Garcia Senile-ISA

<>

Comentários

O Instituto Socioambiental (ISA) estimula o debate e a troca de ideias. Os comentários aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião desta instituição. Mensagens consideradas ofensivas serão retiradas.

Viagem à China

Viagem à China

Taques reduz "gestão" Botelho no Paiaguás

DA REDAÇÃO

O deputado estadual Eduardo Botelho, que vai assumir o Paiaguás

O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, vai permanecer à frente do Governo do Estado entre os dias 12 e 15 deste mês, com a viagem do governador Pedro Taques e do vice, Carlos Favaro, para o exterior.

Como o dia 12 cai no domingo e 15 é feriado, o presidente da AL terá apenas dois dias úteiscomo governador.

Em razão do tempo reduzido, ele nem deverá despachar do Palácio Paiaguás.

Na verdade, inicialmente, a “gestão” de Botelho como governador interino deveria ser maior, mas houve mudanças nas datas das viagens, o que acabou reduzindo seu "mandato".

 

As Razões da Exploração de Obesidade no Brasil

 

Direito de Imagem IStock

As razões da explosão de obesidade no Brasil

A cada cinco brasileiros, um está obeso. Mais da metade da população está acima do peso. O país que até pouco tempo lutava para combater a fome e a desnutrição, agora precisa conter a obesidade. Por que a balança virou?

Indicadores apresentados na segunda-feira pelo Ministério da Saúde mostram que, nos últimos 10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período.

Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), com base em entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos de todas as capitais brasileiras.

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil atribuem o aumento de peso dos brasileiros a fatores econômicos e culturais, mas também genéticos e hormonais.

Novos padrões alimentares

O consumo de refrigerante caiu no Brasil, de acordo com o ministério da Saúde – Direito de imagem THINKSTOCK

Para o diretor do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Cláudio Mottin, a tendência de aumento da obesidade já vinha sendo verificada antes da pesquisa Vigitel, realizada anualmente desde 2006.

“Talvez um dos fatores mais preponderantes seja a mudança dos hábitos alimentares que se observa desde os anos 1970. Com pouco tempo para comer, as pessoas deixaram de fazer as refeições em casa e passaram a optar por comidas mais rápidas e mais calóricas”.

Essa mudança de hábito também aparece na pesquisa Vigitel: o consumo regular de feijão, considerado um alimento básico na dieta do brasileiro, diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. E apenas um entre três adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana.

Aumento do trabalho e da renda

Uma dieta diversificada é importante para combater a obesidade, assim como o consumo de produtos não industrializados – Direito de imagem MARIAMARMAR/GETTY

O aumento da obesidade coincide com um período de crescimento do poder de compra dos brasileiros, incentivado por políticas econômicas e programas de distribuição de renda.

Segundo uma pesquisa do instituto Data Popular, a renda da classe média, que representa 56% da população, cresceu 71% entre 2005 e 2015, sendo que a renda dos 25% mais pobres foi a que mais aumentou. Assim, a chamada classe C passou a ter acesso a produtos antes restritos à elite. Além disso, ao se inserir no mercado de trabalho, o brasileiro acaba incorporando hábitos menos saudáveis, como os já citados por Mottin.

“Não surpreende o alto índice de obesidade na faixa etária entre os 25 e os 44 anos, porque isso corresponde justamente a essas mudanças no estilo de vida, quando os jovens deixam de depender de seus pais e passam a ter uma rotina mais voltada à carreira profissional”, pondera a endocrinologista Marcela Ferrão, pós-graduada em nutrologia e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

A Vigitel mostrou que o excesso de peso aumenta significativamente da faixa etária dos 18 aos 24 anos (30,3%) para a dos 25 aos 44 anos (50, 3%). Há uma alta prevalência de obesidade nessa faixa etária: 17%. Considera-se obesidade Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/m2 e excesso de peso IMC igual ou maior que 25 kg/m2.

Genética ‘gorda’

A questão genética também cumpre um papel relevante para o aumento da população obesa, segundo o médico Cláudio Mottin. Segundo ele, o organismo de nossos antepassados não estava adaptado para a fartura e passaram para nós a genética de retenção de calorias.

“Quando os tempos eram de escassez de alimentos, quem tinha mais condições de defesa corporal eram as pessoas mais gordinhas, porque tinham mais condições de armazenamento de energia. No momento em que temos alimentos à disposição sem esforço, a genética joga contra”, explica o especialista.

Além disso, colabora para a proliferação dessa “genética gorda” também um aspecto cultural, que associava gordura a saúde até recentemente, como aquele discurso da vovó que diz que o neto “está doente se está magrinho”.

Noites mal dormidas

A vida conectada e acelerada prejudica o sono, que pode afetar o peso – Direito de imagem THINKSTOCK

A endocrinologista Marcela Ferrão também atribui a baixa qualidade do sono como um dos fatores para o aumento da obesidade. Segundo ela, a sociedade acelerada e conectada faz com que as pessoas não tenham horário para dormir.

“À noite, a serotonina, que é o hormônio do humor, se converte em melatonina, responsável pelo sono reparador. Nesse estágio do sono, as células conseguem mobilizar gorduras de forma adequada”, explica.

Mas não tem sido fácil chegar a esse estágio do sono quando a tensão e o estresse estão cada vez mais intensos, a pessoa não consegue desligar o celular e acorda várias vezes durante a noite.

Isso gera um desequilíbrio hormonal que reduz a capacidade do corpo de produzir glicose, a pessoa acorda ainda mais cansada e sente a necessidade de consumir alimentos mais energéticos”, conclui Ferrão.

Dieta variada

Um último ponto destacado pelos especialistas para o aumento da obesidade no Brasil é a falta de acesso a uma dieta diversificada, o que depende menos de poder aquisitivo do que de educação alimentar.

Nesse sentido, o Guia Alimentar para a População Brasileira se destaca entre as políticas do Ministério da Saúde para enfrentar a obesidade. A publicação oferece recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, mas vai além: coloca a hora da refeição no centro de uma discussão sobre convivência familiar e gestão do tempo.

“Os alimentos ultraprocessados são muito consumidos pela população jovem porque são práticos. Outro problema é o comportamento alimentar. É muito comum as pessoas comerem rápido, sozinhas e com celular na mão. Estudos mostram que comendo com família ou amigos, a pessoa presta mais atenção no que está comendo”, diz a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa de Oliveira.

A Vigitel apresenta um dado positivo sobre o consumo regular de refrigerante ou suco artificial, que caiu de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016. Mas o Ministério da Saúde quer mais. “Nossa meta é reduzir em 30% o consumo de refrigerante pela população adulta até 2019 e aumentar em 17,8% o consumo de frutas e hortaliças”, adianta Michele.

Riscos à saúde

O aumento da obesidade no Brasil foi de 60% nos últimos dez anos

O crescimento da obesidade é um dos fatores que podem ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que pioram a condição de vida do brasileiro e podem até levar à morte.

O diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016, conforme a Vigitel. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres.

“A obesidade é a mãe das doenças metabólicas. Além da diabetes, que apresenta mais de 20 fatores de comorbidade (doenças ou condições associadas), obesos infartam mais e até câncer é mais prevalente em pessoas acima do peso”, destaca o diretor do Centro de Obesidade da PUCRS, Cláudio Mottin.

O Ministério da Saúde pretende reduzir as taxas de mortalidade prematuras em 2% ao ano até 2022. Doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer respondem por 74% dos óbitos anuais no Brasil.

Taís Seibt – De Porto Alegre para a BBC Brasil