CAROLINE LANHI
Redação/Secom_MT
Mayke Toscano/Secom-MT
Carlos José Gomes deve aumentar em 30% o quadro de funcionários em seu resturante no período dos jogos da Copa
A pouco mais de uma semana para início da Copa do Mundo, bares e restaurantes próximos à Arena Pantanal, em Cuiabá, investem em reformas e adequações. O objetivo é atender, tanto a demanda já existente, quanto aquela que ainda virá com o Mundial. As mudanças vão desde obras estruturais até reformas para melhorar a qualidade e estética do ambiente. Para dar conta do serviço, os empresários também planejam contratação temporária durante os dias de jogos.
Na avenida Agrícola Paes de Barros, famosa pelos espetinhos e churrascarias, é onde se pode ver as maiores intervenções. É difícil de reconhecer o restaurante Avenida, por exemplo, que ganhou um segundo piso e praticamente dobrou sua capacidade de atendimento, passando para 400 pessoas. A necessidade de uma grande reforma já era sentida antes da construção da Arena Pantanal, mas o movimento resultante dos eventos relacionados à Copa acelerou esse processo. “Já recebo boa parte das pessoas que vêm a Cuiabá em função da Copa, como profissionais da Fifa e equipes que visitam o estádio”, disse o proprietário, Carlos José Gomes, 47 anos.
Para o período dos jogos, Carlos deve aumentar em 30% o quadro de funcionários – o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Mato Grosso (SHRBS-MT) estima que o número de contratados temporários deva variar entre 25% e 35% no período. Prevendo um aumento no número de estrangeiros, já que o restaurante fica a 200 metros do portão principal do estádio, Carlos planeja contratar um profissional que fale outros idiomas, como inglês e espanhol, para dar apoio a sua equipe. “Pelo menos durante o almoço e a janta”, explica o empresário.
Do outro lado da rua o empresário Dionísio Rodrigues, 49 anos, apressa a obra para conseguir reabrir seu restaurante cinco dias antes do mundial. O Rodrigues Grill existe há 16 anos no mesmo local e agora passa por uma reforma para melhorar, principalmente, o conforto térmico e a estética. Para isso, Dionísio investiu em um pé direito alto e uma cobertura diferenciada. Além disso, trocou o piso por porcelanato e repaginou os banheiros. A preocupação, garante o empresário, é com a higiene e com o conforto dos clientes.
Mayke Toscano/Secom-MT
Reforma para melhorar estética e oferecer mais conforto aos clientes, principalmente durante a Copa em Cuiabá
A obra não foi pensada exclusivamente para a Copa do Mundo, mas o empresário já começa a sentir os frutos do Mundial, entre eles reservas antecipadas de torcedores de São Paulo e do Rio de Janeiro. “Eles fizeram reservas para os dias dos jogos, devem comer no restaurante e depois seguir para a Arena Pantanal”. Ainda assim, Rodrigues acredita que o retorno de tantos investimentos é a longo prazo e virá com o pós Copa, com a volta dos clientes antigos que durante o período de obras na região tiveram dificuldades de acessar o restaurante.
Fiscalização - Tantas mudanças e reformas estão sob o olhar atento do Grupo de Trabalho de Marcas e Patentes no Estado de Mato Grosso, do Procon-MT e da Prefeitura de Cuiabá. Esses órgãos dão atenção especial à Área de Restrição Comercial (ARC), quem tem um perímetro de 2 Km a partir da arena – saiba mais sobre essa área em Cuiabá no decreto municipal publicado no
Diário Oficial de Contas.
Segundo o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Mato Grosso (SHRBS-MT), Luis Carlos Nigro, os principais pontos observados pelas ações fiscalizadoras são: Procedimentos Padrões de Higiene Operacional do restaurante/bar, acessibilidade e calçadas. Por isso, o sindicato oferece o serviço de assessoria para ajudar os associados e as dúvidas podem ser tiradas pelo telefone
(65) 3023-3305.
Para se adequar às normas da prefeitura, o Bar do Edgare, localizado ao lado da Arena, na Rua Traçaia, precisou retirar as mesas e cadeiras que antes ficavam na calçada e, por isso, iniciou uma reforma de ampliação. O que antes era uma garagem passará a ser uma “varanda” do bar onde serão colocados 18 conjuntos de mesa e cadeiras, um aumento de 30% na capacidade do estabelecimento.
Assim como outros empresários que investiram em reformas, o proprietário Edgar de Castro Pinheiro, que também é conselheiro da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso (Abrasel-MT), avalia que apesar do aumento de público durante os jogos o setor terá retorno dos investimentos a longo prazo.
Outra preocupação dos comerciantes é com relação às regras para propaganda e anúncio de produtos. O Grupo de Trabalho de Marcas e Patentes no Estado de Mato Grosso está nas ruas da Capital fiscalizando o uso indevido de símbolos oficiais da Copa e também a propaganda de marcas não patrocinadoras na área de restrição comercial. Os critérios de proteção e exploração de direitos comerciais estão estabelecidos na Lei Geral da Copa, nº 12.663, publicada em junho de 2012.
A frente dos trabalhos, a delegada de polícia titular da Delegacia Especializada do Consumidor Ana Cristina Feldner explica que bares e restaurantes localizados na área de restrição não podem anunciar marcas não patrocinadoras da FIFA, exceto aqueles anúncios que já existiam no estabelecimento antes de 2012. Entram nessa lista: banners, cadeiras e mesas, bandeirolas, fachada, freezers e tantos outros objetos que acabam sendo meio de divulgação de uma marca. Já o anúncio de marcas patrocinadoras pode ser feito normalmente, “sempre respeitando o código de conduta do município”, alerta Ana Cristina.
Quanto à utilização de símbolos oficiais, a delegada afirma que comerciantes e moradores, independente de estarem ou não na área de restrição, não podem usar os símbolos e marcas protegidas pela FIFA. Há apenas uma exceção, nos casos das marcas patrocinadoras. Segundo Ana Cristina, elas são as únicas que podem associar símbolos e marcas oficiais aos seus produtos. Exemplo disso são as bandeirolas de marca apoiadora da Copa instaladas em muitos bares e restaurantes.
No site da FIFA é possível encontrar um guia com orientações para o público. As denúncias relativas a uso indevido de marcas e símbolos oficiais podem ser feitas pelo telefone
(65) 3901-4809.
