19 de fevereiro de 2020
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Superior Apt.DPL
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Solicite sua ficha de Inscrição no e-mail:
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10 x de R$ 1.500,00 (Um Mil E Quinhentos Reais) Forma de Pagamento: Cartão de Crédito À vista 10% de desconto.
Prazo de Inscrição? 10/04/2020 ou enquanto tiver disponibilidade.
Qualquer dúvida estou à disposição.
Agricultoras transformam coco do babaçu em fonte de renda com a produção de farinha

Foto por: Arquivo
Em 10 quilos de mesocarpo triturado são retirados cinco quilos de farinha de babaçu
Rosana Persona | Empaer
Numa área de 2,4 hectares são colhidas mais de 18 toneladas de coco de babaçu -
Agricultoras familiares da Comunidade Capa Mansa, localizada no município de Colniza (1.065 km a Nordeste de Cuiabá), estão realizando a extração do babaçu de forma manual para produção de farinha e óleo. A agricultora familiar Maria Nazaré Oliveira Almeida, proprietária do Sítio São Gabriel, produz mais de 50 quilos de farinha por mês com a extração do mesocarpo do babaçu e comercializa por R$ 30,00 o quilo. Também vende o óleo com a extração da amêndoa por R$ 120,00 o litro, garantindo mais uma fonte de renda.
A produtora, juntamente com a sua família, possui uma área de 24 hectares e tem como atividade econômica o cultivo de café e pecuária de corte. Ela conta que a palmeira do babaçu (Orbignya phalerata), planta nativa do cerrado, é retirada do seu quintal para produção da farinha e óleo. O processo leva pelo menos um dia para produzir cinco quilos de farinha de babaçu. “É difícil quebrar a amêndoa, mas já estou acostumada. Utilizo a minha própria técnica, e de 10 quilos de mesocarpo triturado retiro 5 quilos de farinha de babaçu”, explica.
Para produção da farinha, o coco babaçu é colhido na mata quando está recém caído de maduro de suas palmeiras, que crescem naturalmente nas florestas ou em meio às pastagens, sem receber agrotóxicos ou fertilizantes. Em seguida, retira-se a casca para deixar os flocos de mesocarpo (uma parte branca e fibrosa que fica entre a amêndoa e a casca) secando ao sol. Depois da secagem, o mesocarpo é processado, triturado e transformado em farinha.
Arquivo
A produtora Maria Nazaré comercializa por R$ 30 o quilo da farinha de babaçu
Numa área de 2,4 hectares são colhidas mais de 18 toneladas de coco de babaçu. Nazaré comenta que desde 2016 trabalha com a comercialização da farinha que é consumida pela família e pela comunidade. A intenção é melhorar o processo e ampliar a produção. No local existem duas variedades de palmeira, a Rosa e a Branca. Segundo Nazaré, provavelmente no mês de março, a Associação das Mulheres estará em funcionamento com a finalidade de auxiliar na comercialização da farinha e do óleo.
A extensionista Social da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Conceição Santana Ribeiro, comenta que a extração do babaçu tem atraído as mulheres da comunidade, que podem aproveitar o mesocarpo para preparar alimentos como chocolate, mingau, biscoitos, bolos, pudins, cremes, cuscuz, massa para panqueca, salgados e outros. As mulheres estão sendo orientadas no aproveitamento do babaçu a utilizar técnicas de boas práticas na manipulação.
A farinha mais conhecida como pó do babaçu pode substituir o amido de milho para engrossar caldos, sopas e outros. O babaçu pode ser usado para fabricação de xaxim, estofados, embalagens e adubo orgânico, lenha e as amêndoas na alimentação e fabricação de cosméticos. Conforme Conceição, o produto pode ser um aliado da merenda escolar por ser rico em ferro, fibras e minerais. “A farinha é prática e muito versátil na cozinha”,
enfatiza.
Foto por: Arquivo
Em 10 quilos de mesocarpo triturado são retirados cinco quilos de farinha de babaçu
Rosana Persona | Empaer
Numa área de 2,4 hectares são colhidas mais de 18 toneladas de coco de babaçu -
Agricultoras familiares da Comunidade Capa Mansa, localizada no município de Colniza (1.065 km a Nordeste de Cuiabá), estão realizando a extração do babaçu de forma manual para produção de farinha e óleo. A agricultora familiar Maria Nazaré Oliveira Almeida, proprietária do Sítio São Gabriel, produz mais de 50 quilos de farinha por mês com a extração do mesocarpo do babaçu e comercializa por R$ 30,00 o quilo. Também vende o óleo com a extração da amêndoa por R$ 120,00 o litro, garantindo mais uma fonte de renda.
A produtora, juntamente com a sua família, possui uma área de 24 hectares e tem como atividade econômica o cultivo de café e pecuária de corte. Ela conta que a palmeira do babaçu (Orbignya phalerata), planta nativa do cerrado, é retirada do seu quintal para produção da farinha e óleo. O processo leva pelo menos um dia para produzir cinco quilos de farinha de babaçu. “É difícil quebrar a amêndoa, mas já estou acostumada. Utilizo a minha própria técnica, e de 10 quilos de mesocarpo triturado retiro 5 quilos de farinha de babaçu”, explica.
Para produção da farinha, o coco babaçu é colhido na mata quando está recém caído de maduro de suas palmeiras, que crescem naturalmente nas florestas ou em meio às pastagens, sem receber agrotóxicos ou fertilizantes. Em seguida, retira-se a casca para deixar os flocos de mesocarpo (uma parte branca e fibrosa que fica entre a amêndoa e a casca) secando ao sol. Depois da secagem, o mesocarpo é processado, triturado e transformado em farinha.
Arquivo
A produtora Maria Nazaré comercializa por R$ 30 o quilo da farinha de babaçu
Numa área de 2,4 hectares são colhidas mais de 18 toneladas de coco de babaçu. Nazaré comenta que desde 2016 trabalha com a comercialização da farinha que é consumida pela família e pela comunidade. A intenção é melhorar o processo e ampliar a produção. No local existem duas variedades de palmeira, a Rosa e a Branca. Segundo Nazaré, provavelmente no mês de março, a Associação das Mulheres estará em funcionamento com a finalidade de auxiliar na comercialização da farinha e do óleo.
A extensionista Social da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Conceição Santana Ribeiro, comenta que a extração do babaçu tem atraído as mulheres da comunidade, que podem aproveitar o mesocarpo para preparar alimentos como chocolate, mingau, biscoitos, bolos, pudins, cremes, cuscuz, massa para panqueca, salgados e outros. As mulheres estão sendo orientadas no aproveitamento do babaçu a utilizar técnicas de boas práticas na manipulação.
A farinha mais conhecida como pó do babaçu pode substituir o amido de milho para engrossar caldos, sopas e outros. O babaçu pode ser usado para fabricação de xaxim, estofados, embalagens e adubo orgânico, lenha e as amêndoas na alimentação e fabricação de cosméticos. Conforme Conceição, o produto pode ser um aliado da merenda escolar por ser rico em ferro, fibras e minerais. “A farinha é prática e muito versátil na cozinha”,
enfatiza.
A QUEM INTERESSA INVIABILIZAR A PRESENÇA DO IBAMA, ICMBIO E FUNAI NA AMAZÔNIA?
A violência contra ambientalistas, populações indígenas, ribeirinhos e servidores públicos vem se intensificando de forma assustadora.
As ameaças e ataques são dirigidos a todos que, de uma forma ou de outra, atuam no combate à grilagem, aos desmatamentos ilegais, à biopirataria, ao genocídio de comunidades indígenas.
Confira a nota na íntegra.
Pão do Dia - Aleluiah Apps
"Então os que estavam reunidos lhe perguntaram: "Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?" Ele lhes respondeu: "Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade"." (Atos 1:6-7)
Sinais nos influenciam em tudo o que fazemos.
Quando você está dirigindo e vê um sinal vermelho, você para.
Para alguns, no entanto, esse sinal significa simplesmente "diminua um pouco." Quando você vê um sinal que "20 km/h", você deve desacelerar.
Mas, para muitos, este sinal não significa absolutamente nada.
Quando você está em uma estrada nos EUA e vê o sinal "Disneylândia," isso significa: "Gaste dinheiro." O famoso sinal "Las Vegas" significa "Perca dinheiro".
Sinais têm significado.
Embora não possamos dizer o ano, nem o mês, muito menos o dia do retorno de Jesus Cristo, podemos ver sinais dos tempos nos dizendo que sua volta tem ficado cada vez mais próxima.
Quais são esses sinais?
Nós os lemos nas manchetes todos os dias, ou os ouvimos nas notícias ou os vemos na TV.
Não sou profeta.
Eu simplesmente leio a Bíblia.
E os sinais dos tempos estão claramente registrados nas Escrituras.
O Antigo Testamento contém centenas de profecias sobre a vinda do Messias à terra.
Através destas profecias, sabemos que Jesus foi o Messias, pois Ele cumpriu cada uma delas.
Ele cumpriu todas as profecias do Antigo Testamento que apontavam para Ele.
Assim, quando olhamos para profecias sobre o nosso futuro, também sabemos que elas serão cumpridas exatamente como Deus disse, porque há cinco vezes mais profecias sobre o Seu retorno à Terra pela segunda vez do que sobre a Sua primeira vinda.
O retorno de Cristo é algo que a Bíblia realmente enfatiza.
Deus quer que conheçamos as profecias bíblicas, porque 30% das Escrituras sãop dedicados a elas.
É importante estudar profecias bíblicas, porque elas nos ensinam sobre o nosso futuro.
E elas também nos asseguram que Deus sempre cumpre as Suas promessas.
18 de fevereiro de 2020
Uma nova visão de turismo está surgindo no Brasil, escreve Guilherme Paulus
Potencial do país foi mal aproveitado
Embratur nasce de 1 novo esforço
Sistema S se beneficia ao investir
Brasil tem que divulgar patrimônio
O ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) no Rio: governo federal faz esforço inédito para avançar o setor turístico, segundo Guilherme PaulusRoberto Castro/Ministério do Turismo - 4.fev.2018
Podemos afirmar, hoje, que o turismo está entre as pautas prioritárias do Governo Federal; e não podemos ter dúvidas de que essa indústria é uma catalizadora de recursos, de geração de emprego e renda, de fomento aos negócios, de atração de investimentos. E o nosso país –como poucos no mundo– dispõe de uma ampla variedade de atrativos; da cultura à gastronomia, à arte, ao ecoturismo e à aventura, sem contar as suas praias deslumbrantes, os ecossistemas variados, os parques nacionais e os patrimônios históricos.
Mas esse potencial imensurável, por consequentes trocas de gestão pública, questões de investimento ou mesmo de um plano estratégico para posicionar o Brasil como um dos principais competidores do turismo internacional, foi prejudicado ao longo dos anos.
Neste governo, vemos o resultado do esforço do presidente Jair Bolsonaro, do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e do presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, para ampliar a presença do Brasil em importantes eventos internacionais. Como membro do Conselho Nacional do Turismo, por indicação do próprio Governo Federal, acompanho a evolução deste importante instrumento de divulgação do nosso país mundo afora.
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A nova Embratur (encarregada da promoção turística do país no exterior) nasce justamente de um esforço dessa nova formação no Governo Federal, que encontrou mecanismos legais para o seu fortalecimento ao transformá-la numa agência com mais recursos e mais capacidade de relacionamento com a iniciativa privada. É um novo turismo brasileiro, uma nova visão, que busca justamente posicionar o Brasil como uma potência turística. É uma das maiores conquistas do setor de todos os tempos, sem a menor dúvida.
E como não consigo acreditar que possa haver má intenção contra o nosso país, quero crer que existe muita desinformação em torno desse ponto de transição e principalmente do que vem se falando sobre ele. Um exemplo importante é a alegação de que a MP colocará em risco investimentos e verba do Sebrae.
Se o orçamento que será destinado à nova Embratur pode significar um grande salto para o setor de viagens nacional, para o Sistema S ele representa apenas 15%. Recurso que será usado para fortalecer a promoção de uma indústria que movimenta 52 segmentos, gera empregos e divisas. Uma indústria na qual, segundo estudos da FGV, cada real investido traz 20 em retorno. E onde 1 em cada 5 empregos são criados no mundo.
Ainda, é fundamental observar que a grande maioria das empresas deste setor é formada por pequenos e médios negócios que, hoje, atuam muito abaixo do seu potencial. Com mais turistas, mais recursos gastos no Brasil, teremos uma economia mais aquecida, com restaurantes e atrações cheios, hotéis funcionando no limite da sua ocupação, mais taxistas, mais guias, mais artesãos, enfim, mais profissionais autônomos e empresas se beneficiando da prosperidade que chega ao país com o turista. E quem inevitavelmente se beneficia desta cadeia saudável? O Sebrae, o Sistema S, que estarão sendo investidores desta indústria tão valiosa para todos nós.
O turismo brasileiro sairá de um orçamento irrelevante de cerca de US$ 8 milhões (em 2019) para um de US$ 120 milhões. Isso significa uma mudança inédita na história da nossa indústria. Há uma disputa internacional intensa, os destinos são cada vez mais competitivos, investem cada vez mais; o México, por exemplo, investe US$ 400 milhões e recebe 6 vezes mais turistas internacionais que nós. Pela primeira vez, o Brasil vai disputar essa corrida com condições mais justas.
Recentemente soubemos, pela opinião pública, de um plano de ações de promoção do Brasil no exterior feito pela Embratur. Trata-se de um primeiro grande passo para sairmos de anos de letargia para melhorar a forma como o Brasil se posiciona internacionalmente. E como se faz isso? Como os gigantes fazem: atuando em todas as mídias, buscando investimentos e parcerias com grandes marcas da iniciativa privada, relacionando o país aos ícones do entretenimento, da cultura pop, mostrando ao planeta que o momento do Brasil chegou. Esses projetos são um exercício que visa à internacionalização do nosso país; torná-lo mainstream, levá-lo ao epicentro do entretenimento global.
Ao propor atividades como um blockbuster norte-americano, com elenco renomado, uma animação da Disney ou uma apresentação musical na Broadway, só para dar um exemplo, busca-se colocar o Brasil no imaginário do consumidor internacional que tem, na indústria do entretenimento, um mecanismo de decisão de compra. Esse tipo de divulgação levará cultura, música, arte, gastronomia, recursos naturais do Brasil a uma audiência qualificada que terá ainda mais estímulos para consumir o nosso turismo.
Recentemente, o empresário Álvaro Garnero tocou exatamente nesse assunto. Há décadas, o turismo e a indústria audiovisual trabalham juntos, posicionando destinos no centro do imaginário do consumo global. São inúmeros exemplos, do Marrocos de Casablanca, à Tunísia de Guerra nas Estrelas, à Tailândia de Leonardo de Caprio, à Croácia de Game of Thrones. Países, cidades, lugares às vezes obscuros e que se tornaram fenômenos, com milhares, milhões de visitantes todos os anos. Muitas pessoas viajam em busca desses lugares de fantasia que marcaram para sempre as suas vidas. O Brasil só precisa aprender a usar isso em seu benefício. E capitalizar ainda mais em cima das centenas de milhares de locações cinematográficas que existem por aqui.
E, o que é melhor: sem recursos públicos. Projetos ambiciosos como esses não serão custeados diretamente pela Embratur, que atuará na inteligência em promoção turística, elaborando e selecionando ações relevantes a serem executadas pela iniciativa privada.
Mais que isso, não me parece que o plano da Embratur se restrinja apenas a essas ideias ou a outras já conhecidas pela opinião pública. Não se trata de um tipo de roteiro ou uma religião específica, mas todos os roteiros, todas as religiões, todos os elementos relevantes do nosso turismo. O que se quer é dar notoriedade a todo esse patrimônio que só o Brasil tem.
Ano passado, o Governo Federal promoveu a isenção do visto para turistas dos EUA, Japão, Canadá e Austrália. E números recentes da Polícia Federal mostram que, apenas após 6 meses da medida, já há um aumento na procura –sobretudo de norte-americanos, 2º mercado que mais envia visitantes para o Brasil (quase 15% de ampliação, se comparado ao mesmo período do ano passado). Levando em consideração o perfil de gasto desses turistas, temos aí um incremento de R$ 450 milhões na nossa economia (segundo dados do Ministério do Turismo).
Mas o turismo no país, na contramão de tantos atributos positivos, está estagnado. Quase 7 milhões de visitantes veem ao Brasil todos os anos, número inferior ao atingido por monumentos e museus em outros destinos. É o papel do governo dar estímulo e estruturar novas políticas, para que ações arrojadas e investimentos estratégicos possam ampliar esses números. Só assim o Brasil terá condições de se tornar uma potência turística. E o melhor de tudo: todos sairão ganhando.
Gostou?
Autores
Guilherme Paulus, 70 anos, é o principal empresário do Turismo no Brasil. Fundador da CVC, uma das maiores operadoras de viagens no mundo, e do Grupo GJP, que controla 10 hotéis próprios no país, o empresário comanda ainda a GJP Construtora e Incorporadora, responsável por condomínios de alto padrão e hotéis. Também é membro da Câmara Temática de Marketing do Ministério do Turismo, por indicação da Presidência da República, membro do Conselho Nacional de Turismo e 1º vice-presidente do Conselho de Administração do São Paulo Convention & Visitors Bureau.
nota do editor: os textos, fotos, vídeos, tabelas e outros materiais iconográficos publicados no espaço “opinião” não refletem necessariamente o pensamento do Poder360, sendo de total responsabilidade do(s) autor(es) as informações, juízos de valor e conceitos divulgados.
17 de fevereiro de 2020
Embrapa desenvolve mandioca que produz 51% mais amido
Além disso, a variedade chegou a ultrapassar a produção de 60 toneladas por hectare nos experimentos
Por Canal Rural
Por Canal Rural

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a variedade é adaptada ao plantio direto. Foto: Embrapa
Uma nova variedade de mandioca é capaz de produzir, já no primeiro ciclo, 45% a mais de raízes e 51% a mais de amido. Esse é o desempenho registrado nos experimentos da BRS 420 comparando às cultivares usadas no Centro-Sul do país, região para a qual a nova raiz foi desenvolvida.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que criou a tecnologia, a variedade é adaptada ao plantio direto, prática em expansão na região, que confere estabilidade produtiva e conservação ambiental. A região Centro-Sul concentra 80% da produção brasileira de fécula de mandioca, o amido extraído da raiz.
“A variedade apresenta excelente comportamento produtivo tanto em colheitas precoces, de dez a 12 meses após o plantio, quanto tardias, até 24 meses, o que assegura flexibilidade de colheita e amplia a janela de comercialização,” informa o pesquisador Marco Antonio Rangel, que atua no campo avançado da Embrapa Mandioca e Fruticultura, na Bahia.
“Quando a gente fala que é precoce, pode parecer que só produz no primeiro ciclo, mas não. No segundo, ela é também muito produtiva. Em um ano como este, por exemplo, em que os preços estão de razoáveis a bons, o produtor já tem opção de colheita no primeiro ciclo. E em um ano em que o preço não estiver tão bom, o produtor pode optar por colher depois”, ressalta Rangel.
“Com essa nova variedade, os produtores estão obtendo um parâmetro de produção superior, o que faz crescer o padrão de exigência deles. Isso é extremamente positivo e, ao mesmo tempo, aumenta a demanda para desenvolvermos materiais cada vez melhores. Por outro lado, eles também se conscientizam de que é necessário um cuidado maior de suas lavouras para que as novas variedades se expressem em toda a sua plenitude”, avalia o cientista.
Segundo ele, a BRS 420 chegou a ultrapassar a produção de 60 toneladas por hectare, nos experimentos. Em pequenas áreas de produtores, ela tem superado 50 toneladas por hectare no primeiro ciclo.
“Hoje, infelizmente, temos visto na região as variedades locais ficarem no primeiro ciclo em torno de 20 toneladas e, no segundo, nem isso”, conta.
Adaptada ao plantio direto e à mecanização
Na maioria dos ambientes de experimentação, os pesquisadores utilizaram o sistema de plantio direto (SPD) sobre pastagens ou restos de culturas anuais. Também chamado de plantio mínimo ou reduzido, o SPD preconiza o não revolvimento do solo e é utilizado em grandes culturas de grãos, como milho, soja e trigo.
“Oitenta por cento dos ambientes em que a variedade está sendo trabalhada são de plantio direto. A BRS 420 é muito adaptada a esse sistema. Responde bem em qualquer espécie de palhada, em vários ambientes no Paraná e Mato Grosso do Sul, e também em São Paulo está indo bem, embora ainda não esteja recomendada para lá. É um material estável, seguro, precoce e produtivo”, pontua Rangel.
Trata-se também de uma variedade muito adaptada à mecanização. O pesquisador relata que foi feito um trabalho com um protótipo de máquina colhedora e, dos materiais testados, foi o que apresentou melhor rendimento de colheita, com perdas bem inferiores à colheita manual. “Por isso, no momento em que a colhedora de raízes se transformar em uma realidade, a cultivar já indica potencial forte de adaptação a essa máquina”, avalia.
Outra característica é a rápida cobertura do solo, o que ajuda no manejo das ervas daninhas. Por ser um material precoce, a BRS 420 tem um crescimento muito rápido e vigoroso, reduzindo consideravelmente a necessidade de capina, de acordo com o especialista. “Tendo um bom ajuste ambiental, o produtor pode conseguir fechar o ciclo sem necessidade de capina. É uma variedade que contribui de maneira muito relevante para o manejo integrado das plantas daninhas da mandioca”, afirma.
Alto teor de amido e resistência a doenças
Testes realizados em fecularias revelaram elevada aptidão da variedade para uso industrial, uma vez que suas raízes apresentam fácil descascamento e amido de alta qualidade. Os experimentos apontaram superioridade da BRS 420 em comparação às principais cultivares atualmente utilizadas na região no que se refere também à produtividade de amido: 51,5% a mais no primeiro ciclo e 46,6% no segundo. Outra característica importante é a facilidade de arranquio, em função da disposição horizontal de suas raízes.
Em relação às principais doenças da cultura, a BRS 420 apresenta boa resistência à bacteriose, superalongamento e antracnose. “Apresenta, por vezes, poucos sintomas, mas que não chegam a causar danos”, explica Rangel. Sobre a podridão radicular, um problema na região, o cientista diz que também não foram registradas situações de perdas significativas. “Logicamente, não recomendamos que seja colocada em áreas que ficam saturadas de umidade por muito tempo. Mas é um material seguro, em comparação a outros da região, por exemplo, a variedade Baianinha, que apodrece bastante.”
O que dizem os produtores
Parceiro no trabalho de avaliação dos materiais desde 2016, o produtor Victor Vendramin, de Paranavaí (PR), atesta o bom desempenho da BRS 420. “Já no primeiro ciclo, o desempenho é bem melhor comparado com as variedades tradicionais em termos de produtividade e expressão de acúmulo de amido por hectare. E tanto a BRS CS01 quanto a BRS 420 são variedades que classificamos aqui como modernas, já com aptidão para o plantio direto. As tradicionais reduzem de 15% a 20% sua produtividade em ambiente de plantio direto”, conta Vendramin, que afirma já ter 50% de sua área em SPD.
Segundo ele, a maior parte das variedades locais entrega normalmente cerca de 18 toneladas por hectare, até 12 meses após o plantio. “Essas variedades da Embrapa produzem, em média, 29 toneladas por hectare. Em algumas áreas, a gente já viu obter 37 toneladas por hectare. Vimos, portanto, pelo menos, 50% a mais de produção em relação às tradicionais”, relata o produtor.
No que se refere às doenças e pragas, Vendramin confirma que a BRS 420 tem mostrado maior resistência. “Quando plantamos mais de uma variedade, percebemos que a mosca branca, por exemplo, que foi um problema sério em 2019, tem preferência por outras variedades em relação às da Embrapa. A população chega a ser um terço da que ataca as outras variedades”, salienta.
Ele conta também que a BRS 420 tem maior resistência à podridão radicular. “O bacana é que, ainda que exista incidência de podridão, não apodrece o pé inteiro. E a produtividade, mesmo tendo uma raiz podre, é maior do que as outras. Isso é legal, porque, ainda que aconteça, a capacidade de produção dela compensa o problema.”
Onde encontrar?
Os produtores rurais que tiverem interesse na variedade devem acessar este link para obter mais informações.
Conheça alternativas de culturas para aumentar seu lucro e produtividade
A Emater do Rio Grande do Sul apresentou, durante a Expoagro Cotricampo, opções rentáveis para produtores investirem
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Por Canal Rural
Alternativas para aumentar o lucro dos produtores rurais foram apresentadas pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS), durante a Expoagro Cotricampo, realizada em Campo Novo (RS), até sábado, 15.
O feno de alfafa, por exemplo, tem um excelente custo-benefício e aumenta a produtividade da pecuária leiteira, de acordo com especialistas. O cultivo é indicado para fazendas com produção diária acima de 25 litros de leite por vaca.
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Quando comparado aos capins convencionais, o feno de alfafa tem teor de proteína 30% maior, quatro vezes mais fósforo e o dobro de cálcio. “Um quilo de feno substitui um quilo de ração. Se for produção própria, dá para afirmar que o custo fica em R$ 0,50/R$ 0,60 por quilo, enquanto a ração fica em torno de R$ 1/R$ 1,14 por quilo. Então há vantagem econômica, além de ser mais saudável para o animal”, diz o extensionista rural João Schommer.
Segundo a Emater, o cultivo de melancia sugar baby é outra alternativa rentável. Resistente à alta temperatura, essa variedade produz 40 toneladas por hectare. Considerando o valor de venda a R$ 1,50 por quilo, o lucro é de R$ 50 mil por hectare.
“Essa variedade se diferencia das outras por ser menor, possuir menos sementes e um pouco mais de polpa em relação a outras. Seu ciclo é mais precoce, então abrange um nicho de mercado mais diferenciado”, comenta o extensionista rural Ademir Wagner.
A empresa de assistência técnica também o cultivo de mandioca, que pode render 22 toneladas — e R$ 10 mil — por hectare. O produtor pode vender para compradores diversos, segundo o extensionista Erni Breitenbach. “A mandioca é uma cultura versátil, fácil de produzir na propriedade e para cada processamento, ela terá alguma agregação. Se encaminhada para a indústria de panificados, por exemplo, pode agregar em até 300% o valor do produto”, comenta.
Record é condenada a pagar dois milhões de reais por pintar de branco arte rupestre em Diamantina Emissora cobriu com tinta grafismos pré-históricos em área que foi de cenário da série ‘Rei Davi’
São Paulo -
Imagem mostra a sobreposição de camada branca ao grafismo rupestre em Diamantina.Divulgação MPMG
A arte pré-histórica preservada durante séculos em uma parede na cidade de Diamantina, em Minas Gerais, já não existe mais. Foi apagada —ou melhor, pintada de branco— para compor o cenário da minissérie bíblica Rei Davi, da Record. Quase dez anos depois da gravação de uma das minisséries que se tornaram um filão de sucesso na teledramaturgia e o segredo da emissora para alavancar a audiência, a emissora foi condenada em segunda instância a pagar dois milhões de reais por ter coberto com tinta a parede com arte rupestre.
O cenário natural da Serra do Pasmar, no Alto Jequitinhonha, à primeira vista, parecia ideal para as gravações. A rede de televisão investiu cerca de 30 milhões de reais na minissérie, inclusive com gravações nas áreas desérticas de Cache Creek e Kamloops, no Canadá. No Brasil, no entanto, a equipe optou por modificar a paisagem. Um relatório de análises químicas no sítio arqueológico mostrou a presença de tinta branca vinílica na área de patrimônio cultural utilizada para gravação.
Mais informações
Na sua defesa apresentada em Juízo, a Record nega que seja possível relacionar a tinta que existe no local à sua presença, uma vez que a prova pericial foi realizada dezenove meses após o encerramento das gravações de Rei Davi. Além disso, a empresa de comunicação afirmou que a gravação da minissérie gerou benefícios ao município de Diamantina, tais como o acréscimo no turismo e projeção nacional e que, por isso, não deveria pagar indenização por danos sociais. Destacou ainda que não havia registro de que o local utilizado para as gravações era sítio arqueológico ou área de preservação. Procurada, a Record não respondeu às perguntas enviadas pela reportagem.
O centro histórico de Diamantina, uma cidade colonial encravada em meio a montanhas, é reconhecido pela Unesco como Patrimônio da Humanidade por manter preservada a memória dos garimpeiros de diamantes do século XVIII que exploraram a região. Mas pesquisas realizadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) apontam que Diamantina e os municípios de entorno têm uma história muito mais antiga a ser explorada.
A Serra do Pasmar foi considerada de alto potencial arqueológico segundo trabalhos do professor Andrei Isnardis, da UFMG, realizados a partir de 2009. Escavações encontraram pinturas rupestres e vestígios líticos (local de retirada de ferramentas de pedras) dos grupos pré-históricos que habitaram a região há até 11.000 anos. Indícios mostram que a área pintada pela Record tem registros arqueológicos de até 4.000 anos, antes do início da invasão colonial. “Em toda região, temos cerca de 220 sítios arqueológicos registrados”, afirma o pesquisador.
Andrei Isnardis
Isnardis explica que comparada com outras áreas de Minas Gerais, a região de Diamantina é bastante preservada. “A população local intervém menos. Muitos sempre viveram como coletores e utilizam os abrigos rochosos [onde estão localizadas as pinturas rupestres], mas não são frequentes rabiscos”, afirma. Quando muito, são encontradas fuligens de fogueiras realizadas nas proximidades das pinturas. “O caso da Record é diferente, fruto de um profundo desconhecimento do valor das pinturas rupestres e do patrimônio arqueológico”, afirma.
Esse desconhecimento se reflete, inclusive, no impasse entre os desembargadores de segunda instância quanto ao preço a ser pago por quem destrói um patrimônio arqueológico. Na decisão em primeira instância, o juiz Tiago Ferreira Barbosa condenou a Record à recuperação dos danos ambientais, ao custeio de prova pericial realizada, ao pagamento de indenização a título de compensação ambiental no valor de um milhão de reais e à indenização por danos morais coletivos também no valor de um milhão de reais, pelos danos ao patrimônio cultural dos municípios de Gouveia e Diamantina. Também condenou a proprietária da área, Maria Geralda de Almeida, por permitir o acesso ao local sem assegurar a reparação da área degradada.
Como a Record recorreu, ficou para os desembargadores debaterem o mérito da questão. E o valor a ser pago como reparação de um crime que raramente é objeto de queixa foi tema de controvérsia. Para uma desembargadora, por exemplo, 400.000 reais já seriam suficientes para sanar o malfeito. Mas foi o voto do relator, o desembargador Paulo Balbino, que prevaleceu, e com ele grande parte da sentença determinada na primeira instância, inclusive os dois milhões de reais. A empresa de comunicação ainda pode recorrer.
Se é possível colocar um preço no que foi perdido? “É um exercício que não sou capaz de fazer… porque não tem preço. Estamos falando de outro tipo de valor. Um valor histórico, cultural, antropológico, humano, de pessoas que tinham um outro modo de vida. A pintura rupestre é o vestígio mais visível de outros povos. É inestimável”, lamenta Isnardis.
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