15 de dezembro de 2025

Extremos Climáticos Causados pelas Mudanças Climáticas.

Os extremos climáticos e as mudanças climáticas estão profundamente conectados. Mas o que são extremos climáticos? Eles são eventos climáticos intensos e fora do padrão comum para uma determinada região, como: Ondas de calor (temperaturas muito altas por vários dias); Frio extremoSecas prolongadasChuvas intensas e inundaçõesFuracões, ciclones, tornados e; Nevascas intensas.

Esses eventos sempre existiram, mas a frequência, duração e intensidade deles estão aumentando devido às mudanças climáticas. A comunidade científica tem demonstrado que a frequência e intensidade desses eventos estão diretamente relacionadas ao aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), resultante da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) e outras atividades humanas. 

Eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas, inundações e tempestades, estão se tornando mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. Essas mudanças são causadas principalmente pela emissão de gases de efeito estufa, resultado da atividade humana, como a queima de combustíveis fósseis. Os eventos extremos, por sua vez, podem causar deslocamentos populacionais, danos à infraestrutura, perdas econômicas e impactos na saúde humana e no meio ambiente

Mas como as mudanças climáticas causam extremos climáticos? 1. Mudança em correntes de ar → pode causar ondas de calor ou frio mais persistentes; 2. Mais evaporação → aumenta o risco de secas em algumas regiões; 3. Mais vapor de água na atmosfera → mais chuvas intensas e inundações; 4. Oceano mais quente → intensifica furacões e tempestades.

Mas quais os impactos dos extremos climáticos?

  • Na biodiversidade: extinção de espécies e colapso de ecossistemas.
  • Na saúde: mais mortes por calor, doenças respiratórias, e surtos de doenças.
  • Na agricultura: perda de colheitas por secas ou enchentes.
  • Na economia: danos a infraestruturas, aumento do custo de vida.

E o que podemos fazer? 1. Redução de emissões de gases de efeito estufa; 2. Uso de energia limpa (solar, eólica, etc.); 3. Reflorestamento; 4. Adaptação das cidades e da agricultura aos novos padrões climáticos; 5. Educação e conscientização ambiental.

Vale ressaltar que o ano de 2023 foi o mais quente na história do planeta. Eventos extremos como as inundações no Rio Grande do Sul em 2024 demonstram o poder destrutivo dos eventos climáticos extremos, com 5858 pessoas desalojadas e 1071 em abrigos.

Segundo a CNN Brasil, a cidade de Jaguari, na região central do estado, segue em situação de calamidade pública.

É crucial que haja ações de adaptação e mitigação para minimizar os impactos das mudanças climáticas e dos eventos extremos. A colaboração entre governos, setor privado, comunidades e instituições de pesquisa é fundamental para fortalecer a capacidade de resposta aos eventos climáticos

Eduardo Cairo Chiletto

A Organização das Nações Unidas (ONU) e as Mudanças Climáticas.


A Organização das Nações Unidas (ONU) tem um papel central no combate às mudanças climáticas, através da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) e de outras iniciativas.

Vale ressaltar que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) que é o principal fórum internacional intergovernamental para negociar a resposta global à mudança do clima, a ONU busca promover a cooperação internacional para limitar o aumento da temperatura global, reduzir emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas. 

Outras ações da ONU:

  • Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC): Fornece avaliações científicas sobre as mudanças climáticas, identificando áreas de consenso e necessidade de mais pesquisas. 
  • Conferências das Partes (COPs): As COPs são reuniões anuais onde os países membros da UNFCCC negociam e concordam em ações para combater as mudanças climáticas. 
  • Agenda 2030: A Agenda 2030, com seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), inclui metas para o combate às mudanças climáticas, como reforçar a resiliência aos riscos climáticos e integrar medidas de mudança do clima nas políticas nacionais. 
  • Acordo de Paris: O Acordo de Paris é um acordo internacional que estabelece metas para limitar o aumento da temperatura global e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. 
  • Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudanças Climáticas: Esta iniciativa, formalizada no G20, busca fortalecer a informação sobre mudanças climáticas e combater a desinformação. 
  • Relatórios da ONU: A ONU publica relatórios que avaliam o progresso no combate às mudanças climáticas e fornecem informações científicas para embasar políticas e ações

Ou seja, a ONU promove diversas ações e iniciativas para combater as mudanças climáticas, como a redução de emissões, a transição para energias renováveis, a conservação de ecossistemas e o desenvolvimento de tecnologias limpas

Dentre as principais preocupações da ONU estão:

  • Aumento da temperatura global: A ONU alerta que o aumento da temperatura global está tendo um impacto significativo em todo o planeta, causando eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade e ameaçando a segurança humana. 
  • Insuficiência das ações atuais: A ONU destaca que os planos nacionais de ação climática são insuficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, conforme acordado no Acordo de Paris
  • Urgência da ação: A ONU enfatiza a necessidade de ações urgentes e ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas. 

A ONU enfatiza a necessidade de ações urgentes e ambiciosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se aos impactos das mudanças climáticas. Ou seja, a ONU desempenha um papel crucial na coordenação e promoção da ação global para enfrentar as mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável. 

Segundo a ONU Brasil, as ações climáticas atuais são insuficientes para limitar aumento da temperatura global. Divulgado antes da COP28, relatório da ONU sobre mudança climática conclui que os planos nacionais de ação climática continuam insuficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius. 

Mesmo com o aumento dos esforços de alguns países, o relatório divulgado mostra que ações contundentes são necessárias agora para reduzir a trajetória das emissões mundiais e evitar os piores impactos da mudança climática. O relatório mostra que os governos, juntos, estão dando passos tímidos para evitar a crise climática. O relatório tem como objetivo informar a próxima rodada de planos de ação climática previstos pelo Acordo de Paris (conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou “NDCs”), que serão apresentados até 2025. 

As evidências científicas mais recentes compiladas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que as emissões de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas em 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019. Isso é fundamental para limitar o aumento da temperatura a 1,5 graus Celsius até o final deste século e evitar os piores impactos da mudança climática, inclusive secas, ondas de calor e chuvas mais frequentes e severas.

Segundo as Nações Unidas, seguem algumas Causas e Efeitos das Mudanças Climáticas:

Causas: As emissões de gases de efeito estufa recobrem a Terra, retendo o calor do sol. Isso leva ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O mundo agora está aquecendo mais rapidamente do que em qualquer outro momento registrado na história.

Desmatamento Florestal: O desmatamento de florestas para criar  fazendas ou pastos, ou por outros motivos, gera emissões. Isso acontece porque, ao serem cortadas, as árvores liberam o carbono que estavam armazenando. Cerca de 12 milhões de hectares de florestas são destruídos por ano. Como as florestas absorvem o dióxido de carbono, a destruição delas também limita a capacidade da natureza em manter as emissões fora da atmosfera. O desmatamento, assim como a agricultura e outras mudanças no uso da terra, é responsável por cerca de um quarto das emissões globais de gases do efeito estufa

Uso de Transporte: A maioria dos carros, caminhões, navios e aviões funcionam com combustíveis fósseis. Isso faz com que o transporte seja um dos grandes responsáveis pelos gases de efeito estufa, especialmente emissões de dióxido de carbono. Os veículos rodoviários representam a maior parte, devido à combustão de produtos derivados de petróleo, como a gasolina, em motores de combustão interna. No entanto, as emissões de navios e aviões continuam a crescer. O transporte é responsável por quase um quarto das emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia. E as tendências apontam para um aumento significativo no uso de energia para o transporte nos próximos anos.

Excesso de Consumo: Sua casa e seu uso de energia, a forma como você se locomove, o que você come e quanto lixo você produz contribuem para as emissões de gases de efeito estufa. Além, é claro, do consumo de produtos como roupas, eletrônicos e plásticos. Uma grande parte das emissões globais de gases do efeito estufa está vinculada a residências particulares. Nossos estilos de vida têm um profundo impacto no nosso planeta. Os mais ricos têm a maior responsabilidade: a parcela 1% mais rica da população global combinada responde por mais emissões de gases do efeito estufa do que os 50% mais pobres.

Efeitos: O aumento das temperaturas ao longo do tempo está mudando os padrões climáticos e perturbando o equilíbrio da natureza. Isso representa muitos riscos para os seres humanos e todas as outras formas de vida na terra.

Tempestades mais Severas: Tempestades destrutivas têm se tornado mais intensas e frequentes em muitas regiões. Conforme as temperaturas aumentam, mais umidade evapora, agravando  chuvas e inundações extremas e causando tempestades mais destrutivas. A frequência e a dimensão das tempestades tropicais também são afetadas pelo aquecimento do oceano. Ciclones, furacões e tufões se alimentam da água quente na superfície do oceano. Com frequência, essas tempestades destroem casas e comunidades, causando mortes e enormes perdas econômicas.

Aumento da Seca: As mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água, tornando-a mais escassa em mais regiões. O aquecimento global agrava  os períodos de seca em regiões onde a falta de água já é  comum e leva a um risco maior de secas agrícolas, afetando plantações, e secas ecológicas, aumentando a vulnerabilidade dos ecossistemas. Os períodos de seca também podem causar destrutivas tempestades de areia e poeira, que podem mover  bilhões de toneladas de areia entre continentes. Os desertos estão crescendo, reduzindo a área cultivável. Muitas pessoas agora enfrentam a ameaça de não ter água suficiente regularmente.  

Perda de Espécies: As mudanças climáticas representam riscos para a sobrevivência de espécies na terra e no oceano. Esses riscos aumentam com a elevação das temperaturas. Agravado pelas mudanças climáticas, o mundo está perdendo espécies a uma taxa 1.000 vezes maior do que em qualquer outro momento na história da humanidade. Um milhão de espécies estão em risco de extinção nas próximas décadas. Incêndios florestais, clima extremo, além de doenças e pragas invasoras estão entre as várias ameaças relacionadas às mudanças climáticas.

Mais Riscos para a Saúde: As mudanças climáticas são a maior ameaça à saúde que a humanidade enfrenta. Os impactos climáticos já estão prejudicando a saúde, com poluição do ar, doenças, eventos climáticos extremos, deslocamento forçado, pressões sobre a saúde mental e aumento da fome e subnutrição em locais onde as pessoas não conseguem cultivar ou encontrar alimentos suficientes. A cada ano, fatores ambientais tiram a vida de cerca de 13 milhões de pessoas. A mudança dos padrões climáticos está expandindo o número de doenças, e os eventos climáticos extremos aumentam as mortes e dificultam a manutenção dos sistemas de saúde. 

Pobreza e Deslocamento: As mudanças climáticas aumentam os fatores que levam as pessoas à pobreza e as mantêm nessa situação. Inundações podem assolar favelas urbanas, destruindo casas e meios de subsistência. O calor pode dificultar o trabalho ao ar livre. A escassez de água pode afetar a agricultura. Na última década (2010–2019), eventos relacionados ao clima provocaram o deslocamento estimado de, em média, 23,1 milhões de pessoas por ano, deixando muitos mais vulneráveis à pobreza.

Segundo a ONU Brasil: O mundo mudou muito desde a fundação da ONU, erguida sobre os escombros da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Mas seu propósito é mais relevante do que nunca. A união dos povos e dos países em defesa da paz, do Desenvolvimento Sustentado, dos Direitos Humanos e da dignidade humana é essencial para a construção de um mundo mais justo e próspero.

Além disso, nenhum país do mundo pode lidar sozinho com desafios globais, em especial as Mudanças Climáticas. Países grandes e pequenos precisam da cooperação internacional para enfrentar desafios globais.

Em 1945 quando a ONU foi criada, éramos 51 Estados Membros, 2,3 bilhões de pessoas na terra e nenhum satélite artificial orbitava a terra. Hoje a ONU conta com 193 Estados Membros e a terra com 8 bilhões de habitantes. E o escritório da Nações Unidas para assuntos do espaço sideral calcula que há 13.700 objetos em órbita ao redor da terra.

E o mundo continua mudando. Até o final do século a população mundial deve estabilizar em 14,4 bilhões de pessoas. Sendo que 38% da população global estará no continente africano. Desta forma, de olho no futuro a ONU continua adaptando sua atuacão para enfrentar desafios globais, como as mudanças climáticas, desigualdades crescentes e crise humanitária.

Segundo Maher Nasser, diretor da divisão de promoção do departamento de comunicação global das Nações Unidas: “Com o maior número de membros de qualquer organização intergovernamental e a igualdade soberana entre seus Estados-Membros, as Nações Unidas continuam sendo a criação política mais bem sucedida da história recente“.

Um mundo construído com base na liberdade, dignidade e justiça para todas as pessoas não só é possível, como é nossa responsabilidade comum (Antônio Guterres – Secretário Geral da ONU)

Aproveito a oportunidade para parabenizar publicamente a Organização das Nações Unidas (ONU), pelo empenho e dedicação. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto

A Arte de Viver da Fé e as Mudanças Climáticas.


A “arte de viver da fé” pode inspirar estilos de vida mais simples, sustentáveis e compassivos — uma resposta profunda e humana ao problema climático.

Inclusive ela pode se traduzir em uma poderosa motivação para a ação climática, oferecendo uma estrutura ética e moral que incentiva o cuidado e a responsabilidade com a criação e o planeta. As mudanças climáticas, por sua vez, desafiam as comunidades de fé a aplicar seus princípios em um contexto de crise global, promovendo a sustentabilidade e a justiça social

As mudanças climáticas são uma das maiores crises do nosso tempo. Elas afetam não apenas o meio ambiente, mas também nossa economia, nossa saúde e até nossa visão de futuro. Diante disso, muitas pessoas buscam apoio emocional, sentido e esperança na  — seja religiosa, espiritual ou mesmo filosófica.

Importante ressaltar que muitas tradições religiosas defendem a ideia de que os seres humanos têm a responsabilidade de serem “guardiões” ou “zeladores” da Terra. Essa visão implica: 

  • Responsabilidade com a Criação: A crença em um criador perfeito impele os fiéis a cuidar de Suas obras, o que inclui a natureza e seus ecossistemas.
  • Ética e Valores: A fé pode instilar valores de altruísmo, moderação e consumo consciente, que são cruciais para combater as causas humanas das mudanças climáticas, como por exemplo, o consumo excessivo.
  • Esperança e Resiliência: Em face de uma crise avassaladora, a fé oferece esperança e um senso de propósito, evitando o desespero e motivando ações significativas a longo prazo. 

Vale destacar que documentos importantes, como a encíclica Laudato Si’ do saudoso Papa Francisco, como já publicado no meu BLOG – Laudato Si’ – Encíclica do Saudoso Papa Francisco e as Mudanças Climáticas – destacam a ligação entre a degradação ambiental e a injustiça social, enfatizando que os mais pobres são os mais afetados e apelando por ações que protejam os vulneráveis. 

A fé não nega a realidade, mas oferece força para enfrentá-la. Viver da fé significa confiar em algo maior que o medo ou a incerteza. Em um contexto de desastres naturais, aumento das temperaturas e perda de biodiversidade, a fé pode:

  • Motivar ações positivas, ao invés de paralisia emocional.
  • Sustentar a esperança quando os dados parecem negativos.
  • Combater a sensação de impotência.

Desta forma, preservar o planeta deixa de ser apenas uma questão científica e passa a ser um ato de fé, de ética e de amor ao próximo. Muitas tradições religiosas e espirituais — cristianismo, islamismo, tradições indígenas, budismo, entre outras — falam sobre:

  • Responsabilidade moral para com as gerações futuras.
  • Cuidado com a criação,
  • Harmonia com a natureza,

Vale aqui ressaltar a musica Alagados – Canção de Os Paralamas do Sucesso (1986): https://www.youtube.com/watch?v=YKc9dW1WYws

“… Todo dia
O sol da manhã vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia

E a cidade
Que tem braços abertos num cartão postal
Com os punhos fechados da vida real
Lhe nega oportunidades
Mostra a face dura do mal…”

“… Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé…”

Em suma, a “arte de viver da fé” fornece a motivação espiritual e a estrutura ética necessárias para que indivíduos e comunidades se mobilizem ativamente e de forma responsável na mitigação e adaptação às mudanças climáticas, transformando a espiritualidade em ação prática pelo bem do planeta e das futuras gerações. 

As Mudanças Climáticas são uma oportunidade de transformação interior e ela, a crise ambiental, nos convida a refletir sobre: consumo, apego, excesso, relação com o tempo e com o planeta e, senso de comunidade.

Conclusão: a realidade das mudanças climáticas pode aprofundar a fé, tornando-a mais concreta, ética e conectada com o mundo. A fé pode:

  • oferecer esperança em tempos de crise,
  • inspirar responsabilidade ecológica,
  • fortalecer a solidariedade entre pessoas e povos,
  • guiar escolhas mais sustentáveis.

E como já publicado por mim no meu blog (Oração e Mudanças Climáticas.), vale destacar a letra da música Deus Proverá (https://www.youtube.com/watch?v=Y8kUeMduPZM) cantada pela minha irmázinha Maria Claudia Cairo Chiletto. Conhecida como @cantoraclaudiacairo pela Arquidiocese do Rio de Janeiro.

“…Não, não pense que o céu está vazio
Acolha o silêncio de Deus
Tenha fé, espere no Senhor
No tempo e na hora certa ele agirá

Deus provê, Deus proverá
A sua misericórdia não faltará

Deus provê, Deus proverá
A sua misericórdia não faltará, não faltará
.”

Aconselho a assistir o clipe da música Deus Proverá que é no Sítio Roberto Burle Marx no Rio de Janeiro (Patrimônio Mundial da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. O sítio é uma unidade especial do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O nome da capela é Santo Antônio da Bica. Acesse para assistir a música e ver o sítio: https://www.youtube.com/watch?v=Y8kUeMduPZM.

E volto a dizer, como mencionado no post O Amor e as Mudanças Climáticas. Como me ensinaram meus amados e falecidos pais (Carlos Ricardo Chiletto e Yara Cairo Chiletto): “Palavras o vento as leva. Ação leva ao coração“. Desta forma, é crucial que a humanidade tenha fé e aja urgentemente em relação às mudanças climáticas. As consequências do aquecimento global já são visíveis e podem se intensificar se não houver AÇÕES concretas para mitigar o problema.

Eduardo Cairo Chiletto

PL da Devastação e Mudanças Climáticas.

O “PL da Devastação” é o Projeto de Lei 2159/2021, que trata da reforma do licenciamento ambiental no Brasil. A proposta foi aprovada pelo Congresso em 17 de julho de 2025, com 267 votos a favor e 116 contra.

O “PL da Devastação” flexibiliza o licenciamento ambiental no Brasil, e as suas possíveis consequências para as mudanças climáticas. O PL altera o processo de licenciamento ambiental, simplificando-o e permitindo que algumas atividades sejam aprovadas por meio de autodeclaração, sem análise técnica prévia.

Além disso, flexibiliza o licenciamento, criando a Licença por Adesão e Compromisso (LAC), que permite a obtenção de uma licença automática preenchendo um formulário online. O projeto facilita a dispensa de licenças para certas atividades, como agricultura, pecuária e manutenção de infraestruturas existentes.

Muitos dos pontos alterados pelo PL da Devastação são vistos como graves retrocessos ambientais — com impactos diretos sobre o clima, ecossistemas e populações vulneráveis. Entre os riscos apontados:

  • Desmatamento e destruição de biomas: com regras mais frouxas, há risco real de desmatamento em grande escala — inclusive em áreas protegidas, reservas, terra indígena e quilombola — o que reduz cobertura florestal, ameaça biodiversidade e libera grandes volumes de carbono.
  • Agravamento da crise climática: a perda de florestas e mata ciliar e a degradação ambiental enfraquecem mecanismos naturais de regulação do clima, alteram regimes de chuvas, aumentam secas, enchentes, deslizamentos e outros eventos extremos — ou seja, intensificam os efeitos das mudanças climáticas.
  • Comprometimento das metas ambientais nacionais e internacionais: o Brasil já assumiu compromissos de combate ao desmatamento e à crise climática — o enfraquecimento do licenciamento ambiental ameaça a capacidade de cumprir essas metas.
  • Prejuízo a povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais: ao excluir áreas sem regularização fundiária e retirar salvaguardas, o PL coloca em risco direitos territoriais dessas populações, aumentando vulnerabilidades sociais e ambientais.
  • Impactos sobre recursos naturais vitais: florestas e biomas protegem água, solo, biodiversidade e serviços ecossistêmicos — com o enfraquecimento da proteção, há risco à segurança hídrica, qualidade do solo, fauna, flora e saúde pública.

Vale aqui ressaltar que o Brasil é detentor de biomas fundamentais (Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica) — o enfraquecimento da proteção ambiental coloca em risco não apenas essas áreas, mas a estabilidade climática, hídrica e ecológica de todo o território.

E regiões como o Centro-Oeste, com forte presença de agricultura, pecuária e floresta, podem sofrer com secas, mudanças nos regimes de chuva, perda de biodiversidade e aceleração da degradação ambiental, como aprendi no meu mestrado em Física Ambiental na UFMT, com a professora orientadora Dra. Gilda Tomasini Maitelli ( https://pgfa.ufmt.br/index.php/br/utilidades/arquivos/banco-de-disserta%C3%A7%C3%B5es/63-eduardo-cairo-chiletto ). A decisão legislativa também impacta compromissos internacionais do Brasil (como os firmados em conferências climáticas), o que pode afetar acordos, comércio agrícola e financiamento climático.

A restauração do desmatamento e da degradação ambiental pode agravar crises climáticas, aumentar desastres naturais e piorar a qualidade de vida — especialmente de comunidades vulneráveis, indígenas, ribeirinhas e tradicionais.

Vale aqui ressaltar mais uma vez os impactos nas mudanças climáticas:

  • Agravamento de danos ambientais: A flexibilização do licenciamento pode levar a um aumento de desmatamento e outras atividades que causam emissões de gases de efeito estufa, impactando o clima.
  • Desmatamento: O PL permite a supressão de áreas de mata nativa sem análise prévia dos órgãos ambientais, o que pode levar à destruição de áreas estratégicas do bioma, como a Mata Atlântica.
  • Insustentabilidade: Especialistas apontam que a flexibilização do licenciamento torna o Brasil um país insustentável em meio à crise climática global.
  • Conflito com outras leis: A flexibilização pode gerar conflito com outras leis ambientais, como a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC)

Conclusão: O PL da Devastação representa uma ruptura significativa com a legislação ambiental vigente no Brasil: ao facilitar licenças, reduzir fiscalização, dispensar estudos de impacto e enfraquecer salvaguardas para biomas e povos tradicionais, ele abre caminho para desmatamentos, degradação e aumento de emissões — justamente num contexto de crise climática global. Para quem se importa com meio ambiente, clima, biodiversidade e direitos sociais, trata-se de um retrocesso profundo.

Ou seja: Aprovado no Congresso, o texto original foi vetado em parte pelo Presidente da República, mas muitos vetos foram derrubados pelo Congresso, transformando-o em lei, o que gerou judicialização e insegurança jurídica, diz Instituto Socioambiental.

Eduardo Cairo Chiletto

Desmatamento, Destruição de Biomas e Mudanças Climáticas.

O desmatamento, a destruição de biomas e as mudanças climáticas estão interligados: o desmatamento libera gases de efeito estufa, intensifica as mudanças climáticas e destrói a biodiversidade. A perda de florestas reduz a capacidade do planeta de absorver dióxido de carbono e altera os ciclos de chuva e temperatura, levando a eventos climáticos extremos como secas e enchentes. 

Vale aqui destacar que o desmatamento é a remoção total ou parcial da cobertura vegetal nativa para fins como:

  • Agropecuária (principal causa no Brasil);
  • Mineração;
  • Expansão urbana;
  • Construção de estradas e infraestrutura;
  • Exploração ilegal de madeira.

Com consequências principais para:

  • Redução da biodiversidade.
  • Perda de serviços ecossistêmicos (ciclo da água, fertilidade do solo).
  • Emissão de grandes quantidades de CO₂ pela queima e decomposição da vegetação.
  • Desequilíbrio hídrico e maior risco de secas e enchentes.

Já a destruição ou degradação de biomas ocorre quando um ecossistema perde suas características essenciais devido a atividades humanas intensas. E segue os biomas brasileiros mais afetados:

  • Amazônia – desmatamento por pecuária, garimpo e grilagem.
  • Cerrado – avanço agrícola para soja e pecuária.
  • Mata Atlântica – urbanização e monoculturas.
  • Pantanal – queimadas e hidrelétricas.
  • Caatinga – desmatamento para lenha e desertificação.

Com sérios impactos na: 1. Extinção de espécies; 2. Fragmentação de habitats; 3. Perda de culturas tradicionais e modos de vida de povos originários e; 4. Redução da capacidade natural do planeta de capturar carbono.

E consequências globais: 1. Aumento da temperatura do planeta; 2. Redução da disponibilidade de água doce; 3. Perda de produtividade agrícola; 4. Crises humanitárias e conflitos por recursos e; 5. Risco crescente de pandemias devido ao contato humano com áreas selvagens devastadas.

Com esses impactos específicos:

  • Brasil: O desmatamento é o principal setor emissor de gases do efeito estufa no Brasil, superando transporte e indústria. A Amazônia, por exemplo, funciona como um “ar condicionado mundial”, e sua degradação impacta os regimes de chuva em diversas regiões do país.
  • Outros riscos: A destruição de habitats pode aproximar a vida selvagem e humana, aumentando o risco de doenças zoonóticas, como Ebola.
  • Saúde humana: O desmatamento e o aumento da temperatura tornam o trabalho em áreas abertas mais perigoso, devido à exposição a temperaturas elevadas, pesticidas e maior absorção de químicos pelo corpo. 

Algumas soluções possíveis:

Governamentais:

  • Fiscalização ambiental eficaz;
  • Áreas protegidas;
  • Políticas de incentivo à preservação;
  • Rastreabilidade de cadeias produtivas (carne, soja, madeira).

Tecnológicas:

  • Monitoramento via satélite;
  • Reflorestamento e restauração ecológica;
  • Agricultura de baixo carbono.

Individuais:

  • Consumo consciente;
  • Apoio a produtos certificados;
  • Pressão política por ações ambientais.

E volto a dizer: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto