Consórcio Complexo Nascentes do Pantanal tem como objetivo o desenvolvimento econômico, social e ambiental da região
PUBLICADO EM 11/01/2023 ÀS 14H01 POR VIVIANE PETROLI E OLMIR CIVIDINI, DO CANAL RURAL MATO GROSSO
Municípios do Pantanal mato-grossense vem ampliando o mercado para a pequena agroindústria. Através do selo do Consórcio Complexo Nascentes do Pantanal, os produtores, além de sair da informalidade, estão vendo a sua produção aumentar e seus produtos serem comercializados em outras regiões do país.
O consórcio é formado por 14 municípios: Araputanga, Cáceres, Curvelândia, Figueirópolis D’Oeste, Glória D’Oeste, Indiavaí, Jauru, Lambari D’Oeste, Mirassol D’Oeste, Porto Esperidião, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Salto do Céu e São José dos Quatro Marcos.
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E é em Cáceres, o começo do Pantanal, por ficar na região mais alta da planície pantaneira, que está o apiário da família de Clednei Tubino da Silva, cuja história é contada nesta quarta-feira (11) no MT Sustentável.
Clednei é comerciante e herdou do pai o ofício de apicultor. A atividade de produção de mel na vida da família começou em 1964, segundo dona Carmelina Maria da Silva, 80 anos, chamada carinhosamente na região de dona Carmem.
Ela e o marido criaram os três filhos com a produção de mel. Segundo dona Carmem, todos os dias o marido ia no mato atrás das abelhas para colher o mele arrimar as colmeias.
Selo permite ampliação de mercado
Dona Carmem conta que o mel era colocado em vidros reaproveitados e a venda era feita na chácara da família, localizada nos arredores de Cáceres. Quando necessário, o marido saia para vender de porta em porta. Um trabalho informal, que seguiu até dona Carmem ficar viúva e algum tempo depois foi assumido pelo filho caçula, Clednei.
O apiário saiu da informalidade e conquistou um selo que permite ampliar o mercado. É o selo do Consórcio Nascentes do Pantanal, cujo objetivo é o desenvolvimento econômico, social, ambiental e turístico da região. Bases indispensáveis para a sustentabilidade.
Contudo, para gravar o selo nos rótulos dos produtos foram necessárias adequações. O Clednei criou até um manual de boas práticas para apicultura, que aborda desde cuidados com o meio ambiente até uma série de protocolos para o processamento e comercialização do mel.
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“Eu tive que começar do zero, pegar uma planta do início ao fim. Adequar a cada coisa. Então, isso é realmente um investimento e esse investimento ele não se paga assim rápido, porque a pessoa fala assim eu vou investir em si ela não ano que vem já está tudo pago não é um é longo prazo”, comenta Clednei.
Conforme o apicultor, no primeiro ano foram coletados mil quilos, no segundo passou para dois mil quilos, o terceiro ano para três mil quilos e em 2022 batendo a meta de aproximadamente quatro mil quilos de mel. “Então, essa evolução a gente viu que está valendo a pena”.
Consórcio faz parte de projeto inserido no Mapa
E quem acompanhou todo o trabalho de Clednei foi a médica veterinária da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Laura Peixoto de Arruda, uma das instituições parceiras do consórcio.
“Nós da Empaer fazemos esse trabalho de auxiliar o produtor rural na produção com todas as formas, para que a sua família tenha condições de permanecer no campo e ter uma produtividade satisfatória com viés ambiental também”.
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De acordo com a médica veterinária da Empaer, o Consórcio Complexo Nascentes do Pantanal faz parte do projeto ConSIM, que tem como objetivo orientar tecnicamente os consórcios públicos de municípios que buscam desenvolver seus serviços de inspeção de produtos de origem animal, visando a inclusão no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Conseguindo essa equivalência aos produtos, as pequenas agroindústrias familiares da região vão poder comercializar. Abrir esse mercado dos produtos, não só a nível de território do consórcio dentro dos 14 municípios, mas a gente espera que seja a nível federal”.
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