By REDAÇÃO
Texto: Guilherme Soares Dias/Foto: Heitor Salatiel
O turismo étnico é uma vertente do turismo cultural e valoriza o patrimônio material e imaterial de um determinado grupo étnico. No caso do turismo étnico-afro o foco é a população negra e sua identidade, por isso, é também chamado de afroturismo. Apesar do objetivo ser conhecer, viver e reviver mais da cultura e história negra, pode ser praticado por qualquer pessoa.
O Sebrae fez estudo sobre o crescimento do setor no Brasil em que ressalta que “a cultura afro é uma das bases das tradições brasileiras, presente na maioria dos atrativos e destinos turísticos do país, como igrejas construídas pelas pessoas escravizadas, museus, centros culturais”.
É interessante perceber que Palmares (AL), que representa um dos maiores símbolos de resistência da época da escravização não faz parte do imaginário da população brasileira como destino desejado. Mas empresas, entidades e profissionais ligados ao afroturismo crescem em todo país e tentam mudar essa realidade. Entre as iniciativas, estão a Diaspora.Black, market place que vende experiências ligadas à cultura negra e hospedagens na casa de pessoas negras; Brafrika Viagens, agência de turismo afrocentrada, que comercializa viagens para destinos como Ouro Preto, Salvador e Rio de Janeiro; Black Bird Viagem, que desenvolve experiências como a Caminhada São Paulo Negra e a Suburbana Tour, em Salvador; Sou + Carioca, com tours no Rio; Black Travellers, que recebe turistas negros em cidades como Rio e Salvador; Rota da Liberdade, com passeios para quilombos do interior paulista.
As cidades de São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro são os destinos nacionais que concentram a maior parte das experiências. Mas há possibilidades de praticar o afroturismo em todos os estados brasileiros. Em Curitiba, por exemplo, há a Linha Preta, que leva os turistas para conhecer a história negra da cidade. Há ainda iniciativas como a Aua Turismo faz a rota negra em Piracicaba, a Alagoas Cultural, que realiza a Andança Negra por Maceió, além de visitas a Palmares, entre outras. Há ainda agências focadas no intercâmbio (estudo de inglês, francês, entre outras experiências) em países da África e da diáspora, como é o caso da Bernatur e da Go Diáspora.
O afroturismo pretende levar as pessoas vivenciarem mais a cultura negra por meio da história, gastronomia, religião, museus, vivências, negócios, visitas a comunidades e quilombos, música. Esse turismo mais calcado na experiência, na história e em vivenciar uma cultura pouco divulgada pelo turismo mais comercial é uma tendência no mundo todo e terá ainda mais espaço no mundo pós-pandemia, que vai buscar fugir de monumentos turísticos abarrotados.
Nos Estados Unidos, o #blacktravelmovement leva os afro-americanos para experiências em países africanos ou da diáspora negra e movimenta bilhões de dólares todos os anos. Por lá, entre as empresas que realizam viagens afrocentradas estão: Nomadness, Travel Noire e Black e Abroad. A expectativa é que esse movimento seja crescente por aqui nos próximos anos e que todos possam conhecer mais da história da população negra, que é maioria da população brasileira.
FONTE: https://guianegro.com.br/turismo-etnico-ou-afroturismo-o-que-e-onde-ocorre-e-como-pratica-lo/
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