Variedades possuem alta produtividade, acima de 30 toneladas por hectare, são precoces, com colheita que começa a partir dos 8 meses de plantio, e valor nutritivo com alto teor de vitamina A, Ferro e Zinco.
Rosana Persona | Empaer | MT
Cultivar de mesa de polpa amarela pode alcançar 70 toneladas por hectare - Foto por: João de Melo | Empaer
A | A
Produtores rurais do município de Campo Verde (131 km ao Sul de Cuiabá) receberam da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) materiais genéticos de mandioca biofortificados para plantio e multiplicação. O engenheiro agrônomo da Empaer, Kenio Batista Nogueira, explica que os materiais são de alta produtividade, acima de 30 toneladas por hectare, são precoces, com colheita que começa a partir dos oito meses de plantio, e valor nutritivo com alto teor de vitamina A, Ferro e Zinco.
De acordo com Kenio, foram entregues aos produtores três materiais genéticos: BRS 399, cultivar de mesa de polpa amarela, resistente a bacteriose e superalongamento, reduzido tempo para cocção, boas qualidades culinárias, podendo alcançar até 70 toneladas por hectare; BRS 396, cultivar de mesa de polpa amarela com alto teor de betacaroteno - precursor da vitamina A, reduzido tempo para cocção, boas qualidades culinárias, facilidade de colheita em função da disposição horizontal da maioria das raízes, o que favorece o arranquio e despenca; BGMC 753, cor de polpa creme quando crua e amarela após cozimento, arquitetura favorável aos tratos culturais, reduzido tempo para cocção e boas qualidades culinárias.
É com curiosidade e expectativa que o produtor de mandioca Eleondes Severo dos Santos, do Assentamento Rural Dom Ozório Stofell, aguardava as manivas, que são as ramas da mandioca ou parte das ramas destinadas para o plantio. Ele foi um dos contemplados pelo projeto para multiplicação das variedades. Segundo Eleondes, para os agricultores familiares o cultivo da mandioca sempre foi um bom negócio, e com o produto enriquecido com a colheita em menos tempo ficou melhor ainda. “Minha expectativa é ter lucro, tenho experiência com a mandioca tradicional, que tem boa saída. Esses materiais novos serão ainda mais promissores”.
As produtoras Marluce Alves de Oliveira, do Assentamento 14 de Agosto, e Marly de Souza, da Agrovila João Ponce de Arruda, também receberam as manivas e farão a multiplicação dos materiais de mandioca biofortificados. A produtora Marluce, proprietária do Sítio Esperança, possui uma área total de 18 hectares, cultiva mandioca em três hectares.
O produto é comercializado nas feiras e mercados do município. Acostumada com o cultivo do tubérculo, a produtora consegue uma produtividade de 15 toneladas por hectares. Com o cultivo da mandioca biofortificada, a produtora Marluce pretende dobrar a produtividade e entregar para a merenda escolar. “Produzo no sítio mandioca, quiabo, abóbora e banana. O produto mais vendido é a mandioca, e espero produzir produtos nutritivos e saborosos”.
A engenheira agrônoma da Empaer, Ana Carla Vidotti, comenta que nesta primeira fase foram distribuídas manivas para três produtores rurais, sendo que aproximadamente dez produtores estão na lista de espera aguardando as ramas para multiplicação das variedades. O trabalho é realizado pela Empaer em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e produtores rurais.
Os materiais genéticos são oriundos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cerrados) e Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e foram encaminhados para o município de Campo Verde pela pesquisadora da Empaer, Dolorice Moreti, responsável pela validação de tecnologias com a cultura da mandioca nos campos experimentais da Empaer de Cáceres, Acorizal e Tangará da Serra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário