23 de dezembro de 2018

Plano de Visitação é estimulo para ampliar atrativos turísticos


Intenção é contribuir na estruturação da atividade turística enquanto uma alternativa de geração de renda para as comunidades

Ilustrativa

comunidade indígena de Umatina quer abrir aldeia para turismo

DA REDAÇÃO

A comunidade indígena de Umatina, por meio da Fundação Nacional do Índio (Funai), entrou em contato com a Secretaria Adjunta de Turismo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) interessada em inserir atividades turísticas em sua Terra Indígena (TI). 

 

Como explica o superintendente de Políticas para o Turismo da Sedec, Robson Quintino, com a Instrução Normativa (IN) n°3 /2015 da Fundação Nacional do Índio (Funai) que estabelece normas e diretrizes para as atividades de visitação com fins turísticos em Terras Indígenas, ficou mais fácil para os grupos consolidarem seus objetivos. No entanto, ele ressalta que a missão continua complexa.

 

“Não é simplesmente querer e abrir as portas da Terra Indígena para os visitantes, é necessário comprometimento, responsabilidades bem definidas e um plano muito bem montado que leve em consideração diversos critérios, como preservação ambiental, infraestrutura, capacitação técnica para atendimento e serviços, dentre outros”, pontuou.

 

O gestor lembra que o turismo vem sendo explorado em várias regiões do Brasil de forma irregular em Terras Indígenas, mas que, após a regulamentação da Funai, a intenção é contribuir na estruturação da atividade enquanto uma alternativa de geração de renda para as comunidades “que seja, ao mesmo tempo, um instrumento de conservação ambiental e de valorização cultural”, ressalta.

 

A IN permite que os indígenas apresentem propostas de Planos de Visitação (prerrogativa apenas das comunidades indígenas), que podem contar com parceiros públicos e/ou privados para agendamento e venda de pacotes, seguindo as diretrizes normativas.

 

Início dos trabalhos

 

Diversas entidades, além do Estado e da prefeitura de Barra do Bugres participaram das reuniões e capacitações técnicas, inclusive, realizando atividades ‘in loco’, como a Funai/MT, o IFMT, a UFMT, o Sebrae, dentre outras.

 

O resultado final das ações está detalhado no ‘Plano de Visitação Turística Terra Indígena Umutina’, um documento com diversos apontamentos e diretrizes para que o novo atrativo de etnoturismo seja formatado em Mato Grosso.

 

Para o secretário adjunto de Turismo da Sedec, Jaime Okamura, Mato Grosso tem muito potencial para exercer atividades de etnoturismo pois só fica atrás do Amazonas em questão de áreas indígenas no Brasil. “Apesar de termos diversos povos indígenas em nosso território, ainda estamos engatinhando nesse sentido. Entretanto, com o case da etnia Parecis outras comunidades indígenas estão percebendo que também podem criar novas alternativas de desenvolvimento, com o turismo, por exemplo”, observou.

 

A coordenadora de Estruturação e Qualificação do Turismo da Sedec, Bruna Fava que também participou das atividades técnicas reforça a ideia de que com o etnoturismo em ascensão no país, cada vez mais, Quilombolas e indígenas percebem que o turismo pode ser uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento local. “O empoderamento desses grupos e a apropriação do espaço enquanto provisão de emprego e renda para seus conterrâneos é o principal apelo para a implantação da atividade, que precisa ser pensada de forma sustentável e que atinja a todos”, comenta.

 

O referencial para o ‘Plano de Visitação Turística Terra Indígena Umatina’ será entregue à Sedec para que a próxima gestão possa dar continuidade ao projeto.

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