24 de novembro de 2018

Conselho Nacional de Turismo critica possível extinção de Ministério


Conselho Nacional de Turismo critica possível extinção de Ministério

Entidades ligadas ao setor justificam permanência da pasta como essencial para a criação de novas vagas de emprego, aumento da renda e investimentos em infraestrutura no País


 



 

Diante da possibilidade de fusão dos ministérios do Turismo e das Cidades em uma só pasta, o Conselho Nacional de Turismo se reuniu em Florianópolis, nesta terça-feira (20), onde foi criada e enviada uma carta destinada ao presidente eleito Jair Bolsonaro alertando para os prejuízos que o Brasil teria caso a decisão se concretize.


Segundo o documento, o Ministério do Turismo tem grande importância econômica. Representantes de entidades empresariais e trabalhistas ligadas à área afirmam que extinguir ou fundir a pasta ministerial é um retrocesso, pois “deixa em segundo plano um setor que foi responsável pela criação de um em cada cinco empregos gerados no mundo na última década e que representa hoje 10,4% do PIB global”.


 



 

Para Moacyr Auersvald, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (CONTRATUH), enidade sindical que representa trabalhadores do turismo em todo o território nacional, o Brasil perde ao deixar de voltar seus olhos para uma fonte de renda que traz desenvolvimento para todas as regiões. “Temos o maior potencial turístico do mundo, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. São oito mil quilômetros de litoral, rios, florestas, fauna e cultura diversificada, para todos os gostos. Somos dezenas de países em um só, mas precisamos de mais apoio governamental e infraestrutura. E essa decisão de fundir ministérios vem na contramão disso”, avalia.


“É um setor democrático, que emprega e gera renda desde o recepcionista, passando pela camareira, o garçom do restaurante, artesão, centros culturais e o empresariado. Além de se fazer necessário, com o crescimento do turismo, um investimento natural em infraestrutura privada e pública. Toda a população ganha com isso. É o futuro de muitas nações, como exemplo de Dubai, nos Emirados Árabes”, completa.


Turismo e geração de renda


Desde a criação do Ministério do Turismo, segundo dados do próprio órgão, o setor registrou um salto na movimentação econômica de US$ 24,3 bilhões, em 2003, para US$ 163 bilhões, em 2017. No mesmo período, o número de visitantes estrangeiros no Brasil subiu de 4,13 milhões anuais, para os atuais 6,6 milhões, com perspectiva de alcançar ao final deste ano a histórica marca de 7 milhões de visitantes. O número de viagens domésticas também cresceu, passando de 138,7 milhões para mais de 200 milhões atualmente.


A carta também ressalta que Jair Bolsonaro, por diversas vezes, enfatizou a importância do turismo como vetor do desenvolvimento econômico, geração de emprego e ferramenta de preservação do meio ambiente. “Chegou a hora de transformar unanimidade retórica em atitude. Manter o Ministério do Turismo é, antes de mais nada, ter uma atitude patriótica, de exaltação do país que é número um do mundo em atrativos naturais e tem tudo para se posicionar como nova potência do planeta no setor de viagens”, diz o documento.


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