2 de outubro de 2019

Governo vai editar MP para regularizar terras por autodeclaração, diz Nabhan Garcia



Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo deve editar nos próximos dias uma medida provisória para facilitar a regularização fundiária no país, com a determinação de que a definição de propriedade seja feita através da autodeclaração, disse nesta terça-feira o secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia.

Ao ser questionado se a saída do atual presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), general João Carlos Jesus Corrêa, iria facilitar o andamento da MP, Nabhan confirmou.

"Evidente que sim, porque tem o respaldo do Congresso Nacional. Eu recebo todos os dias cobranças do Parlamento", afirmou o secretário.

A MP planejada pelo secretário prevê que os proprietários, ocupantes, assentados possam apenas declarar a posse e apresentar um georreferenciamento da suposta propriedade e receber o título. Caberá ao governo fiscalizar as informações dadas pelo proprietário.

"Vamos fazer por autodeclaração. Olha, nós cidadãos aqui, todos, como é que a gente faz o Imposto de Renda? É uma coisa seriíssima. É autodeclarável. Como a gente faz o imposto territorial rural? É autodeclarável. Então, para que criar dificuldade se nós temos condições de, hoje, com a tecnologia que existe por georreferenciamento, fazer autodeclarável?”, defendeu.

O governo calcula em 800 mil as propriedades rurais sem título definitivo no país. A meta do secretário --anunciada como promessa do governo no início do ano-- é de regularizar 750 mil ainda este ano, se a MP for aprovada. No entanto, o texto ainda não chegou à Secretaria de Assuntos Jurídicos (SAJ), onde precisa passar antes de ser assinada pelo presidente.

"O Brasil não pode conviver com essa história de acampado, assentado, posseiro, ocupante. O governo tem uma obrigação. É uma promessa, aliás, do governo de promover a regularização fundiária", afirmou.

Um dos principais embates entre Nabhan e o presidente da Incra que levou à queda de toda a diretoria do órgão foi justamente a regularização fundiária. De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, o secretário e o presidente divergiam sobre os processos de distribuição de títulos, especialmente na região Amazônica.

Desde que assumiu, o general passou a fazer uma devassa na questão das distribuições de títulos e de assentamentos e o ritmo baixou a quase zero.

"Eu simplesmente passei algumas informações ao presidente (Bolsonaro) porque estou sendo cobrando constantemente. Em todas as audiências públicas que efetivamos eu venho sendo muito cobrado na questão da entrega de títulos. Lamentavelmente a regularização fundiária deu uma travada e são informações que eu preciso passar ao presidente", disse Nabhan.

"A regularização parou, travou, e eu fico recebendo as reclamações. Mas eu não estou aqui para pedir a cabeça de ninguém, isso é uma decisão da ministra Tereza Cristina e do presidente."


O governo até agora não anunciou oficialmente a demissão de Côrrea e dos diretores ligados ao general, acertada na tarde de segunda em uma reunião entre o presidente Jair Bolsonaro, Nabhan e a ministra da Agricultura. Nesta terça, ao ser perguntada sobre as mudanças no Incra, a ministra respondeu: "Que mudanças?"

No entanto, de acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, Tereza recebeu Corrêa cedo na manhã desta terça para informá-lo da demissão, mas não quis ainda que a demissão seja anunciada. Por enquanto não circulam nomes de possíveis substitutos. Mesmo sem confirmar oficialmente a mudança, Nabhan afirmou que o novo nome será "100% técnico".

"O perfil tem que ser 100% técnico, o Incra é uma autarquia que tem de funcionar de forma técnica", afirmou.

AGRICULTURA FAMILIAR - PNUD lança edital para contratação de oficinas do SEIAF

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) publicou na última semana, o edital para contratação de pessoa jurídica, que realizará as cinco oficinas pilotos do Sistema Estadual Integrado da Agricultura Familiar (SEIAF). 

O Sistema é uma iniciativa inovadora do Governo do Estado de Mato Grosso, desenvolvida pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRS), sob a coordenação da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf). 

O projeto de construção do SEIAF conta com o apoio financeiro da Parceria para Ação pela Economia Verde (PAGE), sendo o sistema um dos instrumentos para a implementação da Política e do Plano Estadual da Agricultura Familiar. 

O SEIAF pretende gerir e integrar as iniciativas voltadas para a consolidação do segmento formado pelos Agricultores Familiares, Povos e Comunidades Tradicionais. 

Confira o edital pode ser acessado pelo link https://vendor.un.org.br/processes

Oficina de processamento artesanal do leite capacita produtoras rurais em Água Boa


Rosana Persona | Empaer 

Durante a oficina foi utilizado 160 litros de leite. - Foto por: Extensionista | Empaer

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Agricultoras familiares da Comunidade Buritizal, do Assentamento Jaraguá, localizado no município de Água Boa (730 km a Leste de Cuiabá), participaram da oficina de processamento artesanal do leite entre os dias 24 a 26 de setembro. O evento foi uma solicitação das mulheres feirantes e que também comercializam seus produtos em domicílio. A Oficina foi ministrada pela extensionista social da Empaer, Tânia Michiko Vieira, que abordou boas práticas, conservação dos produtos, rotulagem, composição nutricional dos alimentos e outros.

O objetivo foi capacitar as agricultoras familiares no aproveitamento artesanal do leite e na fabricação de queijo tipo mussarela, minas frescal, meia cura, requeijão tipo mineiro, doce  de leite pastoso, doce de leite de corte, iogurte,  requeijão cremoso e aproveitamento do soro dos queijos na confecção dos sub produtos como o todinho e a ricota.

Durante a oficina, a médica veterinária da Empaer, Jaqueline Possamai, orientou as participantes sobre a importância em adotar as boas práticas, tais como higiene das instalações e do animal, dos equipamentos e do ordenhador, utilização do pré-dipping e pós-dipping e correto armazenamento do leite cru. Ela destaca que seguindo estes procedimentos, o leite vai manter a qualidade e características desejáveis para a confecção dos produtos e subprodutos.

Os produtores rurais Carlos Calisto, Marcos da Cunha Miranda e João Carlos Ruiz repassaram 160 litros de leite para a realização da oficina.

 

Empaer promoveu curso no PA Jaraguá

Escrito por Inácio Roberto.

ÁGUA BOA – A Empaer ministrou oficina de processamento artesanal do leite, no período de 24 a 26 de setembro na comunidade do Buritizal do assentamento Jaraguá. O treinamento atendeu às solicitações das agricultoras assentadas, que são feirantes e também comercializam a produção em domicílios da cidade. A aquisição dos ingredientes e materiais ocorreu em parceria entre as participantes e Empaer.

O treinamento foi ministrado pela Extensionista Social da Empaer, Tânia Michiko Vieira, que orientou sobre higiene pessoal na manipulação, fabricação dos alimentos, higienização dos equipamentos e do ambiente de trabalho. Embalagens e conservação dos produto, rotulagens e composição nutricional dos alimentos.

A Oficina teve como objetivo capacitar as agricultoras no aproveitamento artesanal do leite para a fabricação de diversos tipos de queijos, como queijo tipo mussarela, minas frescal, meia cura, requeijão tipo mineiro, doce leite pastoso, doce de leite tipo corte, iogurte, requeijão cremoso, aproveitamento do soro dos queijos para todinho e ricota. A Médica Veterinária da Empaer, Jaqueline Possamai repassou orientações sobre os fatores que influenciam na qualidade do leite.

“Falou das boas práticas agropecuárias na cadeia produtiva do leite, tais como: higiene das instalações e do animal, dos equipamentos e do ordenhador, na utilização do pré-dipping e pós-dipping, no correto armazenamento do leite cru, e com isso podendo obter e manter as característica desejáveis do leite para a confecção dos produtos e sub produtos. Agradecemos a todos as agricultoras que participaram da oficina, a aos produtores do assentamento Carlos Calisto e Marcos da Cunha Miranda e João Carlos Ruiz pela doação do Leite”. (Ascom/Inácio Roberto)

 

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O Monumento Natural Estadual Morro de Santo Antônio, localizado no município de Santo Antônio do Leverger, foi criado pela Lei Estadual N8.504 de 09/06/2006.

Monumento Natural Morro de Santo Antônio.

O Monumento Natural é uma categoria de Unidade de Conservação que pertence ao grupo de Proteção Integral cujo objetivo básico a preservação de sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica, podendo ser constituídos por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local, pelos devidos proprietários. 

A região, de grande beleza cênica, tem como um de seus atrativos, a bela fitofisionomia savânica, encontrando-se no bioma Pantanal.
(Fonte: Banco de Dados ISA, abril 2010).

A coordenadoria de Unidade de Conservação alerta as comunidades que os visitantes precisam estar cientes das restrições legais em relação ao Morro de Santo Antônio, como, não sendo permitida a abertura de novas trilhas; matar, perseguir ou caçar animais; cortar ou coletar a vegetação; utilização de fogo ou artefatos explosivos; poluição sonora; extração de minerais, e todo e qualquer lixo gerado deve ser coletado, entre outras, pois trata-se de uma unidade de conservação ambiental .

(Fonte: www.24horasnews.com.br. Acesso em: 12/04/2010).
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Subida de morro deve ter autorização da Sema


Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) orienta sobre a necessidade de autorização da Coordenadoria de Unidade de Conservação (Cuco) para atividades e visitação no Morro de Santo Antônio (27 Km de Cuiabá), localizado no município de Santo Antônio do Leverger. 

A solicitação para subir o Monumento Natural Morro de Santo Antônio sempre existiu, porém muitos visitantes faziam essa subida sem comunicar o órgão responsável. 

Sendo assim, a Cuco alerta a todos que desejam realizar a subida, que façam um requerimento por escrito na Sema, através de protocolo.

Essa solicitação serve tanto para pessoas que desejam subir sozinhas, quanto para grupos de excursão, podendo haver autuação, caso a atividade seja feita de forma irregular, já que a Unidade de Conservação exige autorização para entrada no monumento.

A Sema orienta ainda que a subida seja realizada com acompanhamento do Gerente Regional do Morro, com o objetivo de evitar acidentes ou depredação. 

Geotecnologias na análise das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antonio (Morrinho) em Santo Antonio do Leverger-MT


Vinicius de Castro Miranda¹ Vanderley Severino dos Santos¹ 

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso - IFMT Av. Zulmira Canavarros, 95 – CEP: 78005-200 - Cuiabá - MT, Brasil Viniciuscm86@gmail.com


Resumo. Caminhar por trilhas ecológicas é uma das opções de turismo em crescimento, é a recreação mais comumente oferecida e utilizada por visitantes em áreas naturais, neste sentido, o planejamento turístico desses locais torna-se uma necessidade. As geotecnologias podem proporcionar ao planejamento turístico maior flexibilidade na manipulação dos dados e, assim, facilitar a proposição de melhorias que possam ser aplicadas em locais de turismo. Desta forma, com a intenção de contribuir com informações e dados que auxiliem no desenvolvimento do turismo na comunidade Morrinho em Santo Antônio do Leverger-MT e utilizando-se de técnicas de geoprocessamento, este trabalho teve como objetivo caracterizar a área, traçar e analisar as condições das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antônio. Os resultados mostraram que cada trilha analisada tem aproximadamente 2 km de caminhada (ida e volta) com trechos de acentuado declive. Os resultados também mostram que o Morrinho é um dos locais mais altos da região, com 449 metros de altitude e, do seu topo tem-se uma vista fantástica, que possibilita observar praticamente toda região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá. 

Palavras-chave: Pantanal,Qgis, ecoturismo, Educação Ambiental.



Abstract. Walking along ecological trails is one of the growing tourism options, and the recreation is more commonly offered and used by visitors in natural areas, in this sense, the tourist planning of these places becomes a necessity. Geotechnologies can provide tourism planning with greater flexibility in data manipulation and, thus, make it possible to propose improvements that can be applied to tourism sites. In this way, with the intention of contributing information and data that help in the development of tourism in the Morrinho community in Santo Antônio do Leverger-MT and using geoprocessing techniques, this work aimed to characterize the area, conditions of the tracks of the Morro de Santo Antônio Natural Monument. The results showed that each track analyzed has approximately 2 km of walk (round trip) with stretches of marked slope. The results also show that Morrinho is one of the highest places in the region, with 449 meters of altitude and, from its top has a fantastic view, that allows to observe practically all the Metropolitan region of the Vale do Rio Cuiabá. 

Keywords: Pantanal, Qgis, ecotourism, Environmental Education. 


1. Introdução 

Nas Áreas de Proteção Ambiental (APA), ainda há incoerências entre o que é estabelecido pela legislação ambiental para atividades e uso e, o que realmente é observadorotineiramentenestas áreas, em especial as trilhas eco-turísticas, uma das atividades de interação com o ambiente das mais procuradas na atualidade. As trilhas são fundamentais para promover o estimulodo público a refletir sobre a importância da conservação ambiental. 

De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, Monumento Natural é uma categoria de Unidade de Conservação que pertence ao grupo de Proteção Integral, cujo objetivo básico, é a preservação de sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica (Brasil, 2000).Os Monumentos Naturais podem ser constituídos por áreas particulares, desde que, seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local, pelos devidos proprietários. 

O Monumento Natural Estadual, denominado Morro de Santo Antônio, está localizado no município de Santo Antônio do Leverger, foi criado pela Lei Estadual Nº 8.504 de 09/06/2006. Atualmente vemcrescendo o número de visitantes no local, interessados em atividades de educação ambiental, trilhas de aventura, parapente, entre outras. 

Um fator limitante para a difusão dessas atividades no Morro de Santo Antônio pode ser a falta de informações e a subutilização dos recursos financeiros destinados a desenvolver o turismo no Estado. Até o presente momento não se tem conhecimento de trabalhos que possam orientar as visitas ao local. Essa suposta falta de informações reduz seu potencial turístico, provocandoo esquecimento do monumento perante os guias turísticos que não o recomendam para visitação. Segundo Eisenlohr et al. (2013) apesar de importantes para a conservação de ecossistemas, ainda é difícil encontrar registros sobre os impactos ecológicos do uso público das trilhas em áreas naturais no Brasil. 

O Morro de Santo Antônio dispõe de vista privilegiada do Rio Cuiabá e da Região Metropolitana, do alto do morro é possível observara divisão entre os municípios de Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande, Cuiabá e Santo Antônio do Leverger. É um local de fácil acesso e,sua posição é ideal para se ter uma vista panorâmica da área metropolitana e contemplar a natureza. 

O Morro de Santo Antônio teve sua importância histórica no período da guerra do Paraguai, quando foi utilizado como ponto de observação, nele foi construída uma pira para sinalizar, para Cuiabá, caso viesse a ocorrer alguma invasão de tropas Paraguaia. 

Visitas ao local ainda são poucas, sendo apenas visitado, em sua maioria, por jovens, em busca de aventura, lazer e ritos religiosos. Por outro lado, a comunidade ainda não enxerga o local como forma de geração de renda, assim, trata-se de uma área turística subutilizada. 

2. Objetivo 

Com a intenção de contribuir com informações e dados que auxiliem no desenvolvimento do turismo na comunidade Morrinho em Santo Antônio do Leverger-MT e utilizando-se de técnicas de geoprocessamento, este trabalho teve como objetivo caracterizar a área, traçar e analisar as condições das trilhas do Monumento Natural Morro de Santo Antônio. 

3. Material e Métodos 

O Monumento Natural Estadual “Morro de Santo Antônio”, é constituído por áreas públicas e particulares, está localizado no município de Santo Antônio do Leverger,no Centro-Sul do Estado de Mato Grosso, Brasil(Figura 1). Apresenta uma área 2,58 km², está a uma distância aproximada de 17 km da região central de Cuiabá. 

A região onde se localiza o Morro de Santo Antônio está ligada pelos Rios Cuiabá e 

Paraguai a Grande Bacia do Prata. 

O clima do município é tropical quente e sub-úmido, com um período de seca e outro chuvoso. A precipitação média anual é de aproximadamente 1.500 mm, com intensidade máxima em dezembro, janeiro e fevereiro. A Temperatura média anual é de 24º C, com registros de máxima de 42º C e, mínima de 0º C. 

Os solos do local são do tipo Litólicosálicos. Sua geologia pertence ao Grupo Cuiabá, pre- cambriando superior. A vegetação local é composta de Savana Arbórea aberta com floresta de galeria. 

Na execução deste trabalho foi utilizado técnicas de geoprocessamento, para adquirir, 

armazenar, recuperar, transformar e gerar informações espaciais. O método utilizado também se fundamentou na interpretação de imagens de satélite e modelos numéricos do terreno, para o reconhecimento e caracterização ambiental do Morro de Santo Antônio. 

O DEM TOPODATA (Banco de dados Geomorfométrico do Brasil) foi utilizado para obter o perfil topográfico aplicando a ferramenta profile tools do QGIS, bem como, o MNT de declividade também obtido no QGIS com a ferramenta disponível no menu raster/análise/MDE (modelos do terreno). 

Neste trabalho, além do software livre QGIS 2.18, utilizou-se também o SAS.planet e Google Earth Pro para visualizar as imagens da área que foram usadas como base para digitalizar as trilhas e auxiliarem no reconhecimento da área. 

O sistema de referencia adotado foi o SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas). 


4. Resultados e Discussão 

O Monumento Natural Estadual Morro de Santo Antônio é uma categoria de Unidade de Conservação que pertence ao grupo de Proteção Integral.No local, alterações ambientais observadas ainda são de baixa magnitude, porém, dependendo da velocidade e proporção que ocorram pode romper o equilíbrio do sistema. 

A região, onde se encontra o morro é de grande beleza cênica, entre seus principais atrativos estáo fato do mesmo se encontrar na faixa de planalto adjacentes do biomaPantanal,possibilitando visualizar a exuberante fitofisionomia savânica, o rio Cuiabá e as áreas urbanas de Cuiabá, Santo Antonio e Várzea Grande. 

O Morro de Santo Antonio é um morro-testemunho, este tipo de morro é caracterizado como feições geomorfológicas que se destacam no local, por, apresentar uma grande diferença de elevação em relação ao relevo de entorno e foi mantido por pertencer a uma camada mais resistente. 

O acesso ao morro é feito pela rodovia Palmiro Paes de Barros (MT-040), sentido Cuiabá a Santo Antônio do Leverger (Figura 2). Há duas estradas vicinais, a primeira inicia no Km 15 da MT 040, com percurso de 3,87km, sendo mais próxima de Cuiabá, e a segunda estrada vicinal esta mais próxima do Município de Santo Antônio do Leverger, fornece um percurso de 3km. 

No inícioda trilha, há uma área improvisada para estacionamento de veículos. Nesse local há uma casa que poderia ser aproveitado para atendimento ao público e também comércio de souvenirs. 

De acordo com informações obtidas na coordenadoria de Unidade de Conservação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), a comunidade e os visitantes precisam estar cientes das restrições legais em relação às visitas ao Morro de Santo Antônio, no local, não é permitida a abertura de novas trilhas; matar, perseguir ou caçar animais; cortar ou coletar a vegetação; utilização de fogo ou artefatos explosivos; poluição sonora; extração de minerais e, todo e qualquer lixo gerado deve ser coletado, pois, se trata de uma unidade de conservação ambiental. Porém, não há no local nenhuma placa com tais orientações para os visitantes. Assim sendo, se as Trilhas se justificam como um instrumento para a Educação Ambientaltorna-se então, imprescindível que ao longo delas, ou em seu início, seja informado aos visitantes como se comportarem nesses ambientes. 

Costa (2012) analisou uma trilha e visando instruir os usuários de trilhas sobre boas práticas, para sua segurança e conservação ambiental, sugeriu a instalação de placas com informações sobre o percurso, tais como: Croqui, extensão, formato, grau de dificuldade, duração e a indicação da necessidade de guia. 

As trilhas são um meio de deslocamento que permite o contato e interação com a natureza. No Morro de Santo Antonio a trilha principal começa com uma subida em direção Leste-Oeste com pouca declividade, mas, vai aumentando de forma gradual,conformefoi constatado em visitas ao local eindicadono perfil topográfico construído com o pluginProfileTools do QGIS (Figura3). Segundo Silva et al. (2012) buscando contribuições para a gestão das trilhas turísticas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - GO destacam que a análise da qualidade cênica com uso de geotecnologias reduz a subjetividade nas avaliações de impacto visual no planejamento de trilhas para a visitação turística. 

Na Figura 3, observa-se que, nos primeiros 150 metros há uma pequena variação de altitude (25 metros), a declividade é suave, porém, no fim deste trecho a declividade é próxima de 10%, mesmo assim, a subida ainda é sem muito esforço. Ao se aproximar dos 200 metros do início da trilha ocorre uma mudança de direção para o sentido Sul. 

Nos 300 metros seguintes a altitude vai de 233 m até 288 m, observa-se um aumento expressivo da declividade, estimada em torno de 10% para 40%. Neste trecho é necessário buscar apoios para facilitar à subida, pois,em decorrência do uso,há uma formação de escadaria pelasraízes expostas,assim,o trilheiro deve observar bem e, com critérios, escolhero melhor local para pisar e se apoiar, pois, neste ponto o estado da trilha pode colocar em risco a segurança dos usuários. Costa (2012) com o objetivo de analisar uma trilha ecológica diagnosticou que a mesma estava em bom estado de conservação e era segura para os visitantes, entretanto, sugere a necessidade de abrir uma segunda trilha para servir como saída de emergência. 

O momento mais difícil da subida pela trilha principal ocorreentre 400ma 520 m do início do percurso, adeclividadeatinge 49%, mais adiante, no trecho de600m até 850m ocorre outro aumento expressivo de declividade,neste ponto é verificado a maior inclinação na trilha (61 %). Ao atingir 800m do início há uma nova mudança de direção da trilha, agora ela se volta para sentido oeste. 


No trecho final da trilha, de 850m até 1006m a subida é mais leve, exigido menos esforço do trilheiro, ao final a altitude atinge449 m.Em todo o seu percurso esta trilha oferece pontos de parada que permitem a observação da paisagem e interação com a natureza. Segundo Souza e Matos (2008) por meio das trilhas o visitante observa aspectos diferentes de fisionomias e paisagens, que proporcionam contato com atrativos e ambientes distintos. 

Existe uma segunda trilha, de acesso ao topodo morro, quase paralela a trilha principal, fazendo encontro com esta a 80 metros do topo do morro. A distância entre elas varia entre 50 metros no ponto mais próximo e a 150metros no ponto que estão mais afastadas.A trilha secundária tempercurso de 1088 metros. 

A principal diferença entre as duas trilhas consiste no aumento gradativo da declividade e sentido linear apresentado pela trilha segundaria (Figura 4). Desta forma,a segunda trilha apresenta maior facilidade para subida, pois, permite adaptar-se ao aumento da declividade ao longo trecho, porém,ela não é muito utilizadapor apresentar alguns trechos de mata densa e não ter local para estacionamento de veículos no seu ponto inicial.Outro ponto importante para se destacar é a paisagem, a trilha secundária apresenta poucos pontos de observação, enquanto a trilha principal possui locais mais apropriados para observação da paisagem. 


O uso de geotecnologias e visitas de campo permitiu caracterizar as duas trilhas que dão acesso ao topo do Morro de Santo Antônio, assim, constatou-se, que da mesma maneira outras trilhas localizadas na área do Pantanal possam ser analisadas aplicando este mesmo método. Fetter et al. (2012) a partir de um estudo de caso, semelhante a este, demonstrou as vantagens do uso de geotecnologias na avaliação da geometria e localização de trilhas em Unidades de Conservação da Natureza. 


5. Conclusões e Sugestões 

A trilha principal apesar de não ter muitos obstáculos o percurso é bem cansativo devido à inclinação que ocorre ao longo da subida. O Morrinho é um dos picos mais altos da região, com 449 metros de altitude e proporciona uma vista fantástica que possibilita observar a região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá (Nossa Senhora do Livramento, Várzea Grande, Cuiabá e Santo Antônio do Leverger), juntamente com o belíssimo percurso do Rio Cuiabá e interagir com a natureza. 

Cada trilha apresenta aproximadamente 2 km de caminhada (ida e volta),exigindodo participante bom preparo físico, pois a caminhada é longa e íngreme em alguns pontos. Durante a descida deve se redobrar a atenção em decorrência do cansaço. O tempo estimado para subida varia em torno de 1 hora e meia. O cenário observado é muito gratificante, passando por formações rochosas, pequenos pontos de mirantes, também se ouve oscantos dos pássaros e se observa lindas flores do Cerrado.Esta caminhada oferece uma rara e completa oportunidade de contemplação da beleza da nossa região. 

Recomenda-se ao visitar o local, levar protetor solar, água, repelente, frutas eou lanches leves e saco plástico para recolher o seu lixo.Deve-se também utilizar roupas leves, calçados adequados para caminhadas (resistentes e confortáveis) e chapéu ou boné. Considere também os riscos desse tipo de passeio e os devidos cuidados com a saúde. 

Não é cobrada nenhuma taxa de entrada no Morro de Santo Antônio, no momento das visitas, o local encontrava-se abandonado pelo órgão ambiental responsável. O que pode colocar em risco a fauna e a flora local. 



6. Referencias 

Brasil. Casa Civil. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o Art. 225 § 1o, Incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 jul. 2000. 

Costa, B.C., Análise de trilha e sugestões de boas praticas. Revista. Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v(7), nº 7, p. 1461-1478, MAR-AGO, 2012. 

Eisenlohr, P.V. ; Meyer, L. ; Miranda, P. L. S. ; Rezende, V.L. ; Sarmento, C. D. ; Mota, T. J. R. C. ; Garcia, L. 

C. ; Melo, M.M.R.F. . Trilhas e seu papel ecológico: o que temos aprendido e quais as perspectivas para a 

restauração de ecossistemas. Hoehnea (São Paulo), p. 407 – 418, 2013. 

Fetter, R.; Henke-Oliveira, C.; Saito, C. H. Técnicas de viewshed para planejamento de trilhas de visitação em 

Unidades de Conservação da Natureza. Revista Brasileira de Biociências, v. 10, n. 1, p. 94, 2012. 

Silva, R.G.P.; Oliveira, C. H.; Saito, C.H.. Análise cênica e diversidade visual de paisagens: contribuições para a gestão das trilhas turísticas no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros - GO. Sustentabilidade em Debate, Brasília, v. 3, n. 2, p. 71-92, 2012. Disponível em: 


Souza, P.C.; Martos, H.L. Estudo do uso público e análise ambiental das trilhas em uma unidade de conservação de uso sustentável: Floresta Nacional de Ipanema, Iperó - SP. Revista Árvore, Viçosa, v. 32, n. 1, p. 91- 100, Fev. 2008.