1 de fevereiro de 2019

Os peixes: uma sensibilidade fora do alcance do pescador




Por Joan Dunayer / Traduzido do inglês por David Olivier

Tradução: Juliana Marques

Este artigo apareceu na revista americana Animal’s Agenda (número de julho-agosto 1991), que deu-nos amavelmente a autorização para esta tradução.

Para certos nomes de peixes, não foi encontrado o equivalente em francês. Eles são, segundo o caso, deixados em inglês, ou traduzidos literalmente com o nome em inglês entre aspas.

Blackie, peixe vermelho da variedade kinguio, nadava com muita dificuldade devido a uma grave deformação. Big Red, peixe vermelho maior, notou sua angústia. Desde o instante em que Blackie foi colocado em seu aquário na loja de animais, Big Red começou a notá-lo. “Big Red supervisiona sem descanso seu amigo doente, levanta-o suavemente nas suas costas grandes e passeia com ele pelo aquário”, conta um jornal sul-africano em 1985. Cada vez que a comida é colocada na superfície da água, Big Red carrega Blackie para que eles possam comer juntos. Faz um ano que Big Red demonstra sua “compaixão”, segundo o proprietário da loja.

Por outro lado, os seres humanos demonstram ter bem menos compaixão para com os peixes. Trágica e ironicamente, os humanos não reconhecem a sensibilidade dos peixes, a qual, sob várias perspectivas, pode chegar a ultrapassar a dos humanos.

O mundo perceptível dos peixes

As orelhas internas dos peixes percebem todo o mundo aquático que os humanos não podem perceber sem ajuda de hidrofones. Como não possuem cordas vocais, os peixes “falam”comprimindo suas vesículas nadadoras, fazendo ranger seus dentes faríngeos. Ao esfregarem suas espinhas umas nas outras, eles produzem sons que podem variar de zumbidos e de barulhos a ganidos e soluços. Segundo descobertas de especialistas de biologia marinha, a “vocalização” dos peixes comunica estados como paquerar, dar sinal de alarme ou mostrar submissão, ao mesmo tempo em que comunicam a espécie, o tamanho e a identidade individual do “locutor”. O satinfin shiner macho, por exemplo, ronrona quando faz a corte e emite batidas surdas quando defende seu território. A linha lateral, órgão sensitivo que a maioria dos peixes possui de cada lado do corpo, forma uma série de filamentos sensíveis alinhados da cabeça ao rabo, detectando também as vibrações. Enquanto o peixe nada, este órgão sinaliza para o peixe os objetos próximos graças às vibrações que envia, autorizando assim a navegação e a localização precisa das presas no escuro. 

A sensibilidade dos peixes à luz é maior que a nossa. Muitos peixes das profundezas vêem na penumbra onde um gato não vê nada. As espécies de água pouco profundas têm uma visão em dois níveis ao nascer do sol; os cones da retina, sensíveis à cor, avançam e os bastonetes, sensíveis à luz fraca, retraem-se em profundidade; enquanto, ao por do sol, o processo se inverte. Durante a transição, numerosos peixes se beneficiam da percepção da luz ultravioleta, que é suficiente para lhes indicar a silhueta dos insetos na superfície da água. Uma luz viva repentina, vinda, por exemplo, de uma lanterna, surpreende e desorienta um peixe que tem visão adaptada para a noite. Isso pode provocar sua fuga, sua imobilidade ou mesmo sua submersão. A luz pode também destruir os bastonetes.

Na maioria dos peixes, as papilas gustativas se localizam não somente na boca e na garganta, mas também nos lábios e no focinho. Muitas das espécies que se alimentam no fundo têm receptores gustativos também na extensão das suas nadadeiras pélvicas ou nas barbatanas de seus queixos, que servem como línguas externas. Os peixes-gatos podem provar o alimento a certa distância graças a milhares de receptores gustativos.

Que sensibilidade os peixes têm ao odor? Os salmões podem percorrer milhares de quilômetros ao longo de suas migrações e, muitos anos mais tarde, reconhecer o odor do curso da água de origem. As enguias americanas detectam o álcool a uma concentração de uma fração de bilhão de gota em 90 m3 de água (o conteúdo de uma grande piscina). Através deste único odor, certos peixes podem determinar a espécie, o gênero, a receptividade sexual, ou a identidade individual de outro peixe.

Os peixes reagem fortemente ao fato de serem tocados. No momento de paquerar, eles freqüentemente se esfregam de maneira delicada uns nos outros. Os registros efetuados pelo Narragansett Marine Laboratory revelaram que o robin dos mares [sea robin] ronrona quando é acariciado. Ricardo Mandojana, fotógrafo submarino, ganha a amizade de um peixe-judeu inicialmente desconfiado coçando levemente a sua face. Com o passar dos meses, o peixe, aparentemente impaciente por ser acariciado, vem ao encontro do mergulhador durante seus passeios.

Numerosas espécies de peixes têm centenas de receptores elétricos na pele, o que lhes permite detectar a forma do campo que eles mesmos produzem. Um objeto menos condutor que a água, como uma rocha, forma uma sombra no campo; um objeto mais condutor, como uma presa, aparece como um ponto brilhante. A imagem elétrica que o peixe percebe indica o local, o tamanho, a velocidade e a direção do movimento do objeto. Um peixe elétrico pode também “ler”a carga produzida por um outro, a qual depende do tamanho, da espécie, da identidade individual e das intenções (que podem ser, por exemplo, o desafio ou a procura de um parceiro sexual) daquele que o produz. O peixe-faca listado macho afirma seu domínio por meio de uma série de impulsos rápidos; seu rival potencial se submete parando de “falar”.

Produzindo ou não o mesmo sinal elétrico, numerosos peixes são sensíveis ao campo elétrico que produz todo ser vivo e podem, assim, detectar uma presa escondida na areia ou no cascalho. Theodore Bullock, especialista dos sistemas nervosos, notou que certos tubarões podem perceber um campo elétrico equivalente ao que produz uma pilha de 1,5V a 1500 km.

A capacidade que eles têm de sofrer

De acordo com outras sensibilidades, não há duvida sobre a capacidade dos peixes de sentir stress e dor. Quando são perseguidos, capturados, ou ameaçados de todas as maneiras, eles reagem como os humanos face ao stress pelo aumento da sua freqüência cardíaca, do seu ritmo respiratório e por uma descarga hormonal de adrenalina. O prolongamento de condições adversas, como grande confusão ou a poluição, ameaça lhes fazer sofrer de deficiência imunitária e de lesões orgânicas internas. Tanto pela bioquímica como pela estrutura, seu sistema nervoso central se parece intimamente com o nosso. Nos vertebrados, as terminações nervosas livres registram a dor; os peixes a possuem em abundância. Seu sistema nervoso produz também as encefalinas e as endorfinas, substâncias análogas aos opiáceos que possuem um papel contra a dor nos humanos. Quando estão machucados, os peixes se contorcem, ofegam, e exibem outros sinais de dor.

Fica lógico que os peixes sentem medo, e este tem uma função na aquisição do comportamento de fuga. Se um vairão for atacado uma vez por um brochet, ou se vir outro ser atacado, o odor de um brochet é suficiente para fazê-lo fugir. Os peixes que foram atacados por jovens brochets fogem assim que escutam o rangido de dentes desses últimos. O pesquisador R.O. Anderson mostrou que os Percas de boca grande aprendem a evitar rapidamente os anzóis simplesmente ao verem outros serem capturados. Centenas, talvez milhares de experiências foram feitas durante as quais os peixes foram levados a cumprir tarefas dentro do objetivo de evitar choques elétricos.

Numerosos cientistas reconheceram ter induzido os peixes ao medo. Entre as “observações do comportamento motivado pelo medo nos peixes vermelhos” feitos pelo psiquiatra Quentin Regestein, encontrou-se: “Um peixe assustado pode se enlaçar avançando ou fugir ou se agitar no mesmo lugar, ou ficar simplesmente mole se ele não suporta a situação”.

Os peixes gritam tanto de dor quanto de medo. Segundo Michael Fine, biólogo marinho, a maior parte dos peixes que produz sons “vocalizam” quando tocados, quando pegos, ou quando perseguidos. Numa série de experiências, William Tavolga fez murmurar peixes-sapos infligindo-lhes choques elétricos. Começaram também a murmurar logo que viam eletrodos.

Os peixes “animais de estimação”

Mesmo quando não há a crueldade da experimentação animal, a captura dos peixes negligencia as suas necessidades mais fundamentais. Nervosos e frágeis, eles estão mal adaptados a uma vida reclusa em aquário. Todavia, só nos Estados Unidos, centenas de milhões de peixes estão aprisionados.

Os peixes são mais sensíveis à temperatura do que qualquer outro animal de sangue quente. Uma variação brusca de apenas alguns graus pode matar um peixe vermelho. No entanto, alguns são colocados em pequenos reservatórios onde a temperatura pode variar rapidamente.

Os peixes de aquário não possuem nenhuma possibilidade de escapar das substancias tóxicas que penetram em sua água. Numerosos poluentes domésticos podem lhes prejudicar, entre eles a fumaça do cigarro, os vapores de pintura e as gotas de vaporizadores. Dentro de um bocal ou reservatório, o amoníaco que eles mesmos excretam pode se acumular e chegar a um nível tóxico. O próprio cloro em pequena quantidade pode, como o amoníaco, induzir a dificuldades respiratórias e espasmos nervosos. O nível de cloro da água da torneira pode facilmente ser fatal.

Os peixes de aquário são bombardeados em permanência por cenas e barulhos dos humanos. O simples fato de acender a luz num quarto escuro pode assustá-los ao ponto de lançarem-se contra o vidro, e se matarem. As vibrações vindas da televisão, do radio, ou de uma porta que bate podem também os assustar e machucar. Em You and Your Aquarium, Dick Mills previne que “qualquer choque ou batida no vidro do aquário pode facilmente chocar ou estressar os peixes”. Um pesquisador, H.H.Reichenbach- Klinke, descobriu que peixes freqüentemente expostos a musica forte desenvolvem lesões mortais do fígado.

Os peixes de aquário são deixados à mercê da agressão artificial, mas são privados da natural. Eles não têm necessidade de atividades como a procura de alimento através da vida diversificada dos recifes de corais. Ao contrário, eles percorrem as mesmas dezenas e centenas de litros, e aceitam passivamente dia após dia a mesma comida comprada pronta. Segundo Mills, os peixes de aquário sofrem seguidamente de tédio.

Os peixes vermelhos e outros peixes sociais necessitam da companhia de membros de sua espécie, sem a qual, comenta ainda Mills, “podem perecer”. Quando perdem um companheiro, observamos nos peixes sociais os sinais de depressão, tal como letargia, palidez ou nadadeiras moles. O zoólogo George Romanes comenta em Animal Intelligence o seguinte incidente: quando um proprietário de aquário se desfez de um dos seus dois ruff, o que ficou parou de comer durante três semanas até o dia em que trouxeram seu companheiro.

O mal que os aquarófilos infligem aos peixes ultrapassa amplamente o aquário. Inúmeros são os peixes que morrem antes de chegarem ao varejista, durante o transporte desde o local de captura, ou desde a “fazenda de peixes” (onde nascem atualmente 80% dos peixes ditos “ornamentais” dos Estados Unidos). Somente a captura mata ou machuca milhões. Eles são imobilizados com o auxilio de anestésicos, de dinamite ou de cianeto, depois capturados com a mão ou redes. William McLarney, biólogo de pesca, observou uma captura com bomba de cianeto:

Uma dúzia de peixes-esquilos vermelhos rapidamente foge em bando do seu habitat de coral a 8 metros de profundidade e se lança, sufocando e trepidando, até a superfície. Seu impulso os leva a até trinta centímetros acima da superfície, de onde caem com pequenos ruídos secos, e ao final bóiam, cansados, girando fracos em círculos. Sobre eles, um Mero de três libras tosse violentamente, as brânquias ardendo. Ele tenta nadar mas é derrubado, depois bóia sem ruído como uma bóia sinistra.

Nesse meio tempo, no fundo, peixes mais “comuns” para interessarem aos clientes “entram em convulsão ou escorregam sem movimento”.

A pesca comercial

A pesca comercial também dizima os peixes, matando milhares a cada ano. Em geral, para eles, a morte não é rápida nem indolor.

Na pesca de arrastão, o barco fecha, com uma rede, um círculo em torno de um cardume, depois iça, suspende o cardume e o joga dentro da salmoura líquida que é mantida a O grau Celsius. Aqueles que não morrem esmagados ou estrangulados são vitimas do choque térmico. Este método, empregado por pescadores que caçam os atuns de nadadeiras amarelas, provoca uma tempestade de protestos a favor dos golfinhos que nadam por baixo dos atuns e se enroscam nas redes com eles. Mas poucas vozes se elevam contra a morte dos próprios atuns. E os atuns são também animais sensíveis às vibrações, portanto é claro que eles também ficam aterrorizados e feridos pelos barcos motorizados e pelas explosões submarinas que levam os golfinhos a se agruparem em um lugar. A onda de pressão de uma detonação submarina pode romper a vesícula nadadora de um peixe.

Na pesca com rede, um barco se movimenta carregando atrás dele, na água, uma enorme rede. Todos os peixes que entram são empurrados pelo movimento de tração em direção à sua extremidade que possui a forma de um saco rendado. Durante uma ou mesmo quatro horas, os peixes capturados são puxados e pressionados uns contra os outros, juntamente com outros fragmentos e seixos que a rede colhe do fundo. Em Distant Water: The fate of the North Atlantic Fisherman, William Warner fala de uma captura: “o atrito dos peixes uns contra os outros devido à agitação e a compressão prolongada da rede lhes enfraquece as escamas incisivas”. “A fricção, de fato, deixa-os em carne viva”.

A descompressão à qual são submetidos torna-se insuportável quando são forçados a subir depois de certa profundidade. A queda da pressão provoca uma dilatação do gás encapsulado em sua vesícula nadadora, que não pode ser compensada rapidamente pela absorção da circulação sanguínea. Em seguida, a pressão interna faz com que a vesícula nadadora arrebente, ou os olhos saiam da órbita, ou o esôfago e estomago saiam pela boca. “Muitos dentre eles têm buracos onde deveriam estar os olhos”, comenta Warner numa de suas observações sobre um barco pesqueiro. Em outro momento, ele nota que, dentro da rede, há “uma grande espuma de bolhas… provindas de milhares de vesículas nadadoras rompidas”1“.

Os peixes relativamente pequenos, tais com as solhas espinhosas, são comumente esparramados sobre a pilha de gelo; a maioria morre sufocada ou esmagada pelas camadas seguintes de outros peixes. Os peixes maiores tais como os hadoques ou bacalhaus têm suas vísceras arrancadas imediatamente. William MacLeish descreve o método de triagem que ele viu ser praticado: a equipe de pescadores esfacela os peixes com bastões afiados, “jogando de um lado os bacalhaus, de outro lado os hadoques, lá ainda os rabos-amarelos” [Yellowtail] . Em seguida, os peixes não desejados (“lixo”), que representam muitas vezes a maioria da captura, são jogados sobre a margem, muitas vezes com um tridente (ancinho).

Somente numa tarde, os pescadores podem jogar no mar até 60000 km de redes; dentro das águas profundas do Pacifico, usam-se sobretudo redes móveis, mas pode-se também usar redes amarradas dentro das águas costeiras. Trata-se geralmente de redes de plástico que possuem bóias em uma de suas pontas e pesos na outra ponta. Essas bóias balançam como cortinas na superfície, geralmente até uma profundidade de 10 m. Além de provocarem a morte não intencional de mais de um milhão de mamíferos, de tartarugas e aves a cada ano, estas redes infligem um sofrimento enorme aos peixes.

Eles não vêem as redes e nadam diretamente para elas. Se são muito grandes para atravessá-las, os peixes geralmente ficam com a cabeça presa numa das malhas. Eles tentam então recuar, mas a malha lhes prende pelos opérculos das brânquias ou pelas nadadeiras. Muitos destes peixes vão então morrer sufocados. Outros lutam desesperadamente nas malhas cortantes e seguidamente sangram e morrem vazios de seu sangue, quer consigam ou não se libertar. Muitos dos pescadores não retiram as redes todos os dias,e a morte pode levar dias. Em Sports Illustrated (16 de maio 1988), o jornalista Clive Gammom descreve os bacalhaus pegos depois de dois dias. Muitos dentre eles estavam “sem olhos, sem nadadeiras, sem escamas”; numerosos outros foram devorados pelas pulgas do mar. Os peixes imobilizados são uma presa sem defesa (os predadores que eles atraem ficam seguidamente presos também às redes). Quando uma rede é erguida, os peixes são extraídos com gancho.

Certos pescadores comerciais pegam ainda os peixes maiores e preciosos (os peixes-espadas, os atuns e tubarões) com arpão, ou com anzóis individualmente. Mas comumente eles os prendem por longas linhas flutuantes. Este método, igualmente empregado para os peixes menores, consiste em desenrolar uma grande quantidade de fio (até 50 km) contendo centenas ou milhares de anzóis munidos de iscas.

A pesca de lazer

Em torno de 40 milhões de habitantes dos Estados Unidos – 16% – maltratam os peixes por “esporte”. Muitos adeptos da pesca de lazer afirmam que as vitimas não sofrem. Todos os dados conhecidos indicam o contrário.

O pesquisador John Verheijen e seus colaboradores estudaram a reação das carpas ao anzol num fio. Assim que são presas, as carpas agitam a cabeça, cospem como se tentassem cuspir a comida, pulam pra frente e mergulham. Obtemos a mesma reação inicial administrando-lhes choques elétricos dentro da boca. Quando são presas e mantidas numa linha estendida durante o período de alguns minutos, elas cospem o gás de sua vesícula nadadora; assim que a linha é solta, elas entram na água. Fazem exatamente o mesmo quando submetidas a um choque elétrico intenso e prolongado. De uma maneira incrível, elas reagem do mesmo modo quando as assustamos lhes prendendo num espaço reduzido ou lhes fazendo sentir o cheiro de um membro ferido de sua espécie. Os pesquisadores concluíram que o anzol suspenso num fio provoca certa combinação de terror e de dor.

Durante a luta do peixe preso ao anzol, seu glicogênio muscular (forma de estoque de glicose) é consumido e exterminado, assim como o acido láctico se acumula rapidamente em seu sangue. Em alguns minutos, a metade das reservas de glicogênio de uma truta arco-íris é desgastada pelo esforço violento que ela fornece. No número de maio de 1990 do Field and Stream, o cronista Bob Stearns reconhece que o acido láctico pode “imobilizar” um peixe “de modo bem mais rápido e intenso que as câimbras e outras dores musculares que nós, humanos, sentimos quando exercitamos demais os músculos”. Quanto mais o peixe luta, maior é a acumulação de acido láctico. Porém, os pescadores sentem prazer em “trabalhar” duro durante a pesca. No numero de julho de 1990, Stearns exalta uma “pequena esposa de pescador” que pesca um peixe espada durante mais ou menos cinco horas: “Cada vez que o peixe ficava lento, ela aproveitava a ocasião: puxando-lhe, pressionando e forçando-o a gastar suas próprias reservas de energia, não lhe dando um único instante de descanso”. Antes de ser tirado da água, muitos peixes morrem de cansaço. 

Para muito outros, o pior dos sofrimentos ainda está por vir. Tipicamente, o pescador puxa os peixes médios e grandes para dentro do barco fisgando-os com a ajuda de um arpão. Às vezes eles são esfolados vivos. Muitos pescadores têm o habito de fisgar as presas ainda vivas numa corda ou uma rede que eles deixam por horas na água. Uma corda é fincada em cada peixe, geralmente pela boca e saindo por uma abertura das brânquias. Uma rede, munida de fechos que parecem enormes alfinetes, serve para emparelhar os peixes, geralmente através da mandíbula. A maioria dos peixes da pesca de lazer morre sufocada. Mesmo fora da água a morte pode ser lenta. Na edição de outubro de 1980 de Field and Stream, Ken Schulz descreve uma Perca depois de uma hora fora da água: ela tinha as nadadeiras e brânquias vermelhas e “continuava a sufocar”.

A pesca em que o pescador libera a presa inflige, no mínimo, terror, dor e uma incapacidade temporária ou seguida, permanente ou fatal. O editor adjunto de Field and Stream, Jim Bashline, admite em um artigo do número de maio de 1990 que é freqüente ver o peixe “se debater violentamente quando o pescador puxa o anzol, que ele foge e bate brutalmente no fundo do barco ou do solo rochoso”. As quedas, a manipulação dos fios ou a mão e outras agressões ainda machucam a pele superficial delicada e transparente do peixe. Esta camada mucosa externa o protege contra infecções e protege os tecidos subjacentes contra a entrada ou saída excessiva de água; todas as condições que podem ser fatais. Experiências que também foram feitas confirmam que os peixes podem morrer de envenenamento por causa do próprio ácido lático, e isso muitas horas depois de estarem exaustos, e terem ficado muito tempo completamente paralisados. O próprio anzol é sempre uma fonte de machucados. O peixe que tem a boca gravemente dilacerada pode ficar incapaz de se alimentar. Muitos peixes são ainda soltos com o anzol preso nas brânquias ou nos órgãos internos, no caso de o terem engolido.

A pesca constitui também uma tortura infligida a aqueles que são empregados como isca. Os pequenos peixes, como os Vairões (ou Tanictis) utilizados com este fim, são geralmente presos pelas costas, lábios, ou mesmo pelos olhos. Já que as feridas tendem a atrair as espécies predatórias que são procuradas, certos pescadores infligem ainda outras às suas iscas, cortando as nadadeiras ou quebrando-lhes as costas.

A administração dos peixes para a pesca de lazer

A fim de assegurar a estabilidade do número de presas, os criadores de alevinos nos Estados Unidos soltam, por ano, nos estuários das águas centenas de milhões de peixes, principalmente salmões e trutas. Ted Williams, que se descreve ele mesmo “um antigo cão de guarda dos administradores”, qualificou as criações de peixes de “lixos genéticos”. Num artigo publicado em setembro de 1987 no Audubon, ele escreve: “Depois de anos de reprodução consangüínea, as trutas dos criadores tendem a ser deformadas. Os opérculos branquiais não fecham mais, as mandíbulas são tortas, as caudas são esmagadas”. Certas más mutações são cultivadas intencionalmente; assim, a agência governamental de gestão da fauna selvagem do Estado de Utah tem produzido massivamente albinos, sensíveis à luz, para servirem de presas fáceis de serem capturadas.

Williams deplora as condições de criação de trutas dos criadores e fala de “tanques de concreto infectos e superlotados, que eliminam as escamas e as nadadeiras dos peixes”. Ele adiciona que os peixes são despreparados para a vida selvagem. Mesmo se as trutas fogem quando sentem um movimento acima delas, as que vêm dos criadouros ficam lá, esperando para serem alimentadas (os pescadores não reclamam). Williams, ele mesmo apaixonado pela pesca de linha, abre a barriga de uma truta de um criadouro, e encontra numerosos tocos de cigarro que o peixe, habituado a comer granulados, tinha engolido.

Mark Sosin, adepto da pesca de lazer e John Clarke, biólogo de pesca, escreveram um livro para os pescadores de linha, Through the Fish’s Eye: An Angler’s Guide to Gamefish Behaviour (“Através do olho do peixe: um guia sobre o comportamento dos peixes”) , no qual eles ingenuamente definem como objetivo da administração da criação dos peixes: “fornecer o melhor peixe para o prazer do pescador”. Com o objetivo de reduzir a população dos pequenos peixes que não lhes interessam e aumentar a claridade da água, os administradores esvaziam parcialmente com freqüência certos lagos e tanques, deixando assim as espécies não desejadas sofrer da falta de alimento, da falta da cobertura de água, de espaço para evitar os predadores. Friamente, Sosin e Clarke aconselham: “Quando um lago ou tanque fica fortemente povoado de espécies não desejados, a melhor solução pode ser aniquilar todos os peixes e recomeçar de novo. Podemos geralmente secar o lago, ou envenenar todos os peixes (…) Uma vez todos os peixes mortos, a bacia pode ser cheia de novo e povoada segundo a combinação desejada de espécies predatórias e presas”. A combinação desejada é, deve-se compreender, aquela que desejam os pescadores de linha e “administradores da fauna” cujos salários vêm em grande parte das licenças de pesca.

A maioria dos humanos sente pouca simpatia pelos peixes. Porque os enxergam como uma massa, ou como idênticos através de espécie, as pessoas negligenciam facilmente os peixes como indivíduos. Porque o mundo deles é um mundo aquático cujos meios de comunicação escapam aos nossos sentidos, porque sua aparência física difere tanto da nossa… Por todas essas razões, muitos humanos não lhes reconhecem a sensibilidade. O resultado é que o mau trato destes animais é socialmente aceitável. À medida que o número de pessoas conscientes acreditar na sensibilidade dos peixes, estes começarão a receber a compaixão e o respeito que merecem.

No domínio dos sentimentos, Big Red tem muito a nos ensinar.

Nota

1 “Os peixes que são largamente consumidos- atuns, arengues e bacalhaus pequenos- são todos pescados entre a superfície e em torno de 800metros de profundidade. Mas a concorrência e a raridade de bancos obrigam os barcos pesqueiros a mergulharem os fios cada vez mais profundamente. Resultado: os peixes que até agora desconhecíamos chegam ao mercado. Como o Peixe rato (ou Peixe prego), que vive a mais de 1400 metros de profundidade.

“Para responder às necessidades dos novos pescadores, uma sonda acaba de ser colocada por Micrel, uma sociedade da Bretanha, em colaboração com o Ifremer (Instituto francês de pesquisa e exploração do mar)”.

Libération, 16 de outubro de 1991; NdT.

Texto publicado nos Cahiers antispécistes n° 1 (outubro 1991)

Joan Dunayer

Escritora, editora e defensora dos direitos dos animais. Graduada de Princeton University, tem mestrados em literatura inglesa, educação inglesa e psicologia. Seus artigos e ensaios apareceram em revistas, jornais, livros universitários e antologias. Ela é a autora de Speciesism and Animal Equality.

Turismo – problema ou solução?


cm.turismoatarde@gmail.com | Foto: 

Ilha Skopelos, Grécia

Começa o ano de 2019. Novo Governo, velhos problemas. Afinal, é o turismo problema ou solução? Se for encarado como solução, muito tem que ser feito para incrementar uma das atividades que mais cresce no mundo atual, e que traz recursos, fazendo girar a economia, especialmente no ramo de serviços.

Hoje o turismo é uma atividade segmentada, focada no atendimento cada vez mais especializado no que o cliente busca. Não é apenas o ato de viajar para curtir um determinado local, é viajar para se obter uma experiência única, especial, verdadeira.

Assim entre os maiores segmentos desse mercado, por afluência de turistas, temos o turismo de lazer; de negócios ou compras; de eventos (congressos, convenções, feiras, encontros e similares); terceira idade ou melhor idade; desportivo; ecológico; rural; de aventura; religioso; conhecimento; cultural; científico; gastronômico; estudantil; familiar e de amigos; de saúde ou médico-terapêutico. Fora outros que estão sendo criados neste momento, para atender determinada faixa de pessoas ou clientes.

A segmentação traz enorme vantagem, como economia de escala para as empresas turísticas, aumento da concorrência no mercado, criação de políticas de preços e de propaganda especializada, e promoção de maior número de pesquisas científicas, o que reflete em melhoria na oferta de empregos, maior arrecadação e, em consequência, melhor atendimento das necessidades em educação, saúde e segurança, que são os campos onde o Estado realmente não pode faltar.

Embora o Brasil possua um potencial espetacular em termos de belezas naturais, biodiversidade, clima e território, o turismo ainda é muito incipiente em nosso país. Se buscarmos a base de dados do anuário estatístico do Ministério do Turismo, de 2018, que compila os números de 2017, veremos assustados que embora tenha melhorado em relação ao ano de 2016, pois saltamos de 6 milhões e 546 mil turistas para 6 milhões e 588 mil (nossa, como cresceu!!!), o afluxo de turistas estrangeiros é ridículo se comparado a outro destinos no mundo, como por exemplo a Europa, que atraiu em 2015, cerca de 608 milhões de pessoas.

O investimento em infraestrutura e na educação voltada para o atendimento desse mercado de trabalho, poderia gerar resultados permanentes e bastante promissores, como por exemplo, a República Dominicana, um país que divide a mesma ilha onde se situa com o Haiti, o mais pobre país das Américas, e é o mais rico do Caribe, oferecendo basicamente o turismo como fonte de renda para a sua população, e obtendo bastante sucesso até o momento.

Ao compararmos aquela pequena ilha caribenha a uma parcela do litoral brasileiro, por exemplo ao Estado possuidor do maior litoral entre os demais Estados da Federação, a Bahia e seus 1100 km de praias, vemos que as praias baianas nada ficam a dever em relação às dominicanas, pelo contrário, as daqui nunca fecham por conta de furacões, que assolam aquela parte do mundo durante um período do ano.

Eis o porquê de se entender o ramo de serviços como alternativa bastante razoável a outros setores mais tradicionais, como o de commodities ou até mesmo o industrial, que vicejam na maré dos mercados, ora em crise, ora em alta. Além é claro, de considerarmos, o constante crescimento da automação da indústria e da agropecuária, implicando no aproveitamento da mão-de-obra ociosa, oriunda da substituição do ser humano por máquinas. Nesse ponto o turismo e o setor de serviços, surge como alternativa viável e lógica, necessitando também de uma mudança de paradigmas em relação ao trabalho e como encaramos o trabalhar quando outros descansam.

A implantação de um resort ou outro empreendimento turístico qualquer, por exemplo, implica na contratação de centenas de funcionários para o atendimento das diversas demandas existentes, como recepção, recreação, atendimento a portadores de necessidades especiais, informática, lavanderia, cozinha, arrumação, jardinagem, manutenção predial, motoristas, fora toda a parte logística que funciona ao redor do empreendimento para suprir as demandas em alimentação, vestuário, material de limpeza e construção etc e nem consideramos aqueles outros empreendimentos que podem se beneficiar da chegada de turistas à região, como restaurantes, lojas de souvenires, bares, cafés, artesanato etc.

Em suma, o turismo em um país como o nosso talvez seja a verdadeira solução para o atendimento das necessidades crescentes da sociedade, por mais e melhores empregos e oportunidades de crescimento profissional. Seria bom se voltássemos nossas atenções para este setor, ainda pouco explorado nesse continente chamado Brasil.

O turismo é um problema ou solução?

Confira a coluna de Carlos Morais sobre turismo.

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SERVIÇOS | FOTO: CARLOS MORAIS

O turismo é um problema ou solução?



EUA preparam ação coletiva contra a Vale 



Depois do caso da Petrobras, que pagou R$ 10 bilhões a acionistas norte-americanos antes mesmo que o processo apresentado contra a estatal fosse concluído, será a vez da Vale; dois escritórios de advocacia dos EUA anunciaram que pretendem entrar com ações coletivas contra a empresa na Justiça do país após as perdas causadas aos investidores pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho (MG)

28 de Janeiro de 2019 às 19:30 // Inscreva-se na TV 247 

247 - Depois do caso da Petrobras, que pagou R$ 10 bilhões a acionistas norte-americanos antes mesmo que o processo apresentado contra a estatal fosse concluído, será a vez da Vale. Dois escritórios de advocacia dos EUA anunciaram que pretendem entrar com ações coletivas contra a empresa na Justiça do país após as perdas causadas aos investidores pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho (MG).

"A Rosen Law está preparando uma ação coletiva para recuperar as perdas sofridas pelos investidores da Vale", afirma comunicado dos advogados enviado a investidores, segundo reportagem do Estado de S.Paulo. O escritório afirma estar investigando se a mineradora brasileira pode ter "emitido ao público informações de negócios materialmente falsas".

O escritório Tha Schall afirma estar investigando se a Vale soltou "informações falsas e enganosas" aos investidores, que omitiam os riscos com a barragem e, por isso, burlam as regras do mercado acionário dos EUA.

Vale desaba 24,5% e perde mais de R$70 bi em valor de mercado após tragédia em MG

SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Vale fecharam em queda de mais de 20 por cento nesta segunda-feira, pior desempenho diário da sua história e equivalente uma perda de 72,8 bilhões de reais em valor de mercado, após a tragédia com o rompimento de uma barragem de mineração da companhia em Brumadinho (MG), que deixou até o momento 60 pessoas mortas e quase 300 desaparecidas.

Os papéis da mineradora fecharam em queda de 24,52 por cento, a 42,38 reais, derrubando o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, que fechou em baixa de 2,29 por cento. O volume de ações negociado foi o maior desde a estreia da Vale na bolsa. Em termos financeiros, foi o maior giro do pregão desta segunda-feira, totalizando 8,15 bilhões de reais.

Os primeiros relatórios de analistas do setor de mineração recomendaram cautela com as ações dado o horizonte nebuloso à frente em razão de potenciais desdobramentos da desastre, que aconteceu pouco mais de três anos depois que uma barragem da Samarco - uma joint venture da Vale com a BHP - rompeu em Mariana (MG), levando a 19 mortes e poluindo o rio Doce.

Os analistas Leonardo Correa e Gerard Roure, do BTG Pactual, afirmaram terem sido "verdadeiramente surpreendidos" com o evento, citando que, desde o acidente com a Samarco, a Vale investiu em uma série de medidas para inspecionar e garantir que as operações existentes fossem seguras.

Desde o rompimento da barragem de Brumadinho na sexta-feira, a Vale já teve contra si a decretação de quatro bloqueios judiciais e a aplicação de outras duas sanções por órgãos administrativos no valor total de 12,1 bilhões de reais, segundo levantamento feito pela Reuters nesta segunda-feira.

A mineradora também suspendeu sua política de remuneração aos acionistas, o que na prática significa o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio.

Por Paula Arend Laier

TCU determina que Presidência da República fortaleça o Incra e faça concurso público


A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de hoje (31/01/2019), na Edição 22, Seção 1, Página, 51. O material está contido na Ata nº 50, de 12 de dezembro de 2018, nos itens 9.2.2, 9.4 e 9.8.1

Em sessão extraordinária do plenário, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou, entre outras decisões, que a Presidência de República/Casa Civil apresente, em 90 dias, plano de ação com metas de implementação de estratégia e ações no sentido de:

– dotar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) das condições adequadas de prestar assistência técnica e extensão rural a seu público-alvo;

– não se omitam diante de quaisquer propostas de consolidação de assentamentos, apresentando avaliação dos investimentos e condições necessários para garantir a sustentabilidade econômica do assentamento e a vida digna aos assentados;

– reforce o apoio do governo federal à estruturação do Incra de forma a reforçar a oferta de assistência técnica contínua e aestimular a realização de novos concursos para o órgão

A decisão está publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 31/01/2019 – na Edição: 22, Seção 1, Página, 51. O material está contido na ATA Nº 50, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2018, especificamente nos itens: 9.2.2 , 9.4, 9.8.1.

(…)

9.1. Determinar à Casa Civil da Presidência da República que, em articulação com o Grupo Gestor do Plano Progredir (GGPP), com fulcro no Decreto nº 8.889/2016, art. 1º, inciso I, do Anexo I, e Decreto nº 9.160/2017, art. 5º, inciso 1º, coordene e apresente, em 90 dias, plano de ação com metas de implementação, seus responsáveis e estratégia de intercâmbio das ações entre o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o Ministério do Trabalho (MTb) e o Ministério da Educação (MEC), tratando no mínimo de questões, como:

(…)

9.2.2. adote, em 120 dias, medidas necessárias para rever o entendimento que impossibilita Sead e Anater de atenderem agricultores assentados da reforma agrária ou dote o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) das condições adequadas de prestar assistência técnica e extensão rural a seu público-alvo (§ 141);

(…)

9.4. Determinar ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), enquanto estiverem vigentes os §§ 6º e 7º do art. 17 da Lei 8.629/1993, e com base nesse mesmo § 6º e até que seja analisada a avaliação solicitada no item (2.c) deste relatório à Casa Civil, que não se omita diante de quaisquer propostas de consolidação de assentamentos, apresentando avaliação dos investimentos e condições necessários para garantir a sustentabilidade econômica do assentamento e a vida digna aos assentados, independente de transcorridos os períodos previstos pelos citados parágrafos, desde a criação do assentamento (§ 163)

(…)

9.8. Recomendar à Casa Civil da Presidência da República que:

9.8.1. reforce o apoio do Governo Federal à estruturação do Incra e das Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emateres) e entidades estaduais similares, de forma a reforçar a oferta de Ater contínua e a estimular a realização de novos concursos por esses órgãos para a contratação de técnicos extensionistas, tendo em vista a natureza contínua e relevante dos serviços prestados (§ 251);

http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/61357555/do1-2019-01-31-ata-n-50-de-12-de-dezembro-de-2018-61357227

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DEU NO ESTADÃO União suspeita que Estados maquiaram dados para decretar calamidade financeira



Tesouro avisa que cobrará contabilidade detalhada de todos poderes


ESTADÃO


 


Estados em crise e que decretaram calamidade financeira estão entre os que apresentam as maiores disparidades entre os dados declarados ao Tesouro Nacional e as informações levantadas pela própria União, um indício forte da maquiagem nas contas avalizada pelos próprios Tribunais de Contas dos Estados (TCEs). Dos cinco Estados com maior disparidade, três - Minas, Rio e Goiás - já decretaram calamidade financeira. Mato Grosso e Roraima também decretaram calamidade.

Para tentar interromper essa prática, o Tesouro passará a cobrar uma contabilidade minuciosa das despesas de todos os poderes, incluindo auxílios, bônus e outras vantagens pagas aos servidores - um nível de detalhe inédito. Na contabilidade de alguns Estados, esses "penduricalhos" não entram na conta de gastos com salários, maquiando, portanto, uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que determina desembolso máximo de 60% da receita com esses pagamentos.

Com a chamada "Matriz de Saldos Contábeis", Estados e municípios deixam de repassar dados meramente declaratórios sobre seus gastos. Eles são agora obrigados a enviar informações de sua própria contabilidade, o que dará ao Tesouro ferramentas para fazer diversas análises sobre os gastos e expor as divergências.

O sistema já está em funcionamento desde 2018, mas neste ano a cobrança será mais rigorosa, incluindo um "ranking" dos governadores e prefeitos que dão mais transparência a seus gastos nessa plataforma. O projeto é considerado um aliado essencial na tentativa de dialogar com os TCEs para rever interpretações da LRF que permitiram o aumento dos gastos com pessoal e estão por trás da crise financeira que já levou sete Estados à calamidade financeira.

Como já mostrou o Estadão/Broadcast, os Tribunais de Contas negociam o fim das maquiagens que retardaram o diagnóstico da real situação fiscal dos Estados, a partir de um acordo com Tesouro, a Atricon (associação dos membros dos tribunais) e o Instituto Rui Barbosa (a escola de contas das cortes). A primeira reunião ocorre nos dias 6 e 7 de fevereiro em Brasília, com participação de 21 dos 33 tribunais. 

O Tesouro comparou os dados extraídos a partir da contabilidade dos Estados e os declarados pelos próprios governos estaduais em um relatório do 4.º bimestre de 2018. No caso do Rio, apenas 9,4% das quase 1,4 mil informações bateram nos dois critérios. Mesmo com um desconto de arredondamento do Tesouro, esse índice fica em 45% - ou seja, mais da metade das informações ainda tem discrepâncias.

Em Minas, que esbarra justamente na contabilidade para conseguir aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, programa de ajuda financeira aos Estados, apenas 18,9% dos dados batem, mesmo já retirando diferenças de arredondamento. Em Goiás, o índice é de 32,87%. Procurados, o Rio informou que, a partir deste ano, vai enviar os dados com base na Matriz de Saldos Contábeis. Minas e Goiás não retornaram os pedidos da reportagem. 

Com o novo mecanismo, segundo a subsecretária de Contabilidade Pública do Tesouro Nacional, Gildenora Milhomem, a constatação de que não só os Estados e municípios, mas também os Tribunais de Contas ficarão expostos tem sido um incentivo adicional para que os conselheiros aceitem abrir o diálogo. "Os tribunais, ao longo de muitos anos, foram omissos e até permissivos para que se chegasse a essa situação de déficit fiscal nos Estados."

Ela lembra que o Rio Grande do Sul, outro em calamidade financeira, também esbarra na contabilidade para aderir ao programa de socorro federal. Ao seguir as resoluções do TCE-RS, o governo gaúcho acaba descumprindo a LRF. O TCE-RS informou ter criado em agosto de 2018 um grupo interno para reavaliar suas normas. "Esse grupo deve concluir seus trabalhos em maio de 2019", diz o Tribunal. 

31 de janeiro de 2019

O novo momento do turismo brasileiro


Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) desembarcou semana passada em Madri, na Espanha, para divulgar o potencial turístico nacional para os mercados estratégicos durante a Fitur, importante feira do segmento. A missão faz parte da tradicional Agenda de Promoção Comercial do Turismo Brasileiro no Exterior. A diferença desta participação do instituto em relação às anteriores está na forma que o mundo passa a olhar para o nosso país. O Brasil vive um novo momento. Um momento de abertura internacional que pode proporcionar grandes resultados econômicos ancorados ao setor de turismo.

Após a posse do presidente Jair Bolsonaro, o turismopassou, oficialmente, a ser tratado como prioridade e como um vetor econômico. Em sua primeira missão oficial no exterior, em Davos, na Suíça, durante a reunião do Fórum Econômico Mundial, o mandatário comprovou essa nova realidade. Em sua fala, o presidente colocou o turismo sob o holofote, como parte central da agenda estratégica do governo.

Hoje, o país ocupa a 106ª posição, entre 136 países analisados no quesito "priorização do turismo". A nova percepção sobre a importância do turismo na economia reduzirá esta lacuna. A manutenção do Ministério do Turismo, em meio à grande reforma ministerial, foi outra clara demonstração de que, a partir de agora, o turismo terá lugar de destaque na política desenvolvimentista do país.

O ministro Marcelo Álvaro Antônio, o qual representei na missão em Madri, demonstrou sensibilidade ao ouvir os pleitos do trade nacional e apoiar propostas e reformas que, se combinadas, podem ser determinantes para que o Brasil mude de patamar no cenário internacional.  Entre elas, destaca-se a modernização da Embratur, com a transformação da autarquia em uma agência de promoção turística hábil e flexível, com orçamento mais robusto e mais próxima à iniciativa privada. Esta evolução possibilitará o reposicionamento do país como destino turístico no exterior e fortalecerá a presença e a imagem nacional neste mercado cada vez mais competitivo.

A presença do Brasil, como destino turístico na Espanha, serviu para apresentar oportunidades de negócios para os principais players globais do setor. Além de conhecer as novidades da Embratur e os inúmeros produtos e atrativos turísticos nacionais, os investidores puderam ter acesso as reformas e ações propostas pelo governo brasileiro e entender que, de fato, chegou a hora de potencializar os negócios com o Brasil.

Apresentar este novo momento do Brasil na Espanha é oportuno, pois historicamente o país investe em diversos segmentos brasileiros. Nos anos 1990 e durante a grande crise econômica, em 2011, grandes empresas escolheram o Brasil para aportar recursos e gerar resultados financeiros. A aposta no Brasil deve voltar para a mesa. Além disso, o país ibérico se reinventou por meio do turismo. Um bom exemplo a ser seguido pelo Brasil, que atravessa uma fase de retomada e é vocacionado para o setor.

Durante a Feira de Turismo (Fitur), lançamos mais um produto digital da Embratur - O Visit Academy - plataforma de capacitação on-line para agentes e operadores internacionais. O treinamento visa certificar agentes "especialistas em Brasil" que poderão realizar as mais acertadas indicações de roteiros e destinos. O novo produto reforça a nova atuação do instituto, mais moderna e conectada aos avanços tecnológicos que remodelaram o mercado e a comercialização de viagens em todo o mundo.

Esse alinhamento com as melhores práticas mundiais é fundamental para potencializar os números. A modernização da atuação no exterior, combinada, com esse processo de abertura internacional do país, que está no cerne do governo do presidente Bolsonaro, geram boas perspectivas. Esta política é positiva para diversos setores econômicos, entre eles, o turismo. Para que o novo momento reflita resultados práticos, o enfrentamento aos entraves será incisivo.

A segurança jurídica, a melhoria do ambiente de negócios e a desburocratização de processos são itens prioritários para o setor de viagens. Medidas como a abertura total das companhias aéreas ao capital estrangeiro; o fortalecimento da promoção internacional; a criação de áreas especiais de interesse turístico com isenções tributárias e a isenção de vistos para países estratégicos já estão sendo tomadas. São ações que, entre outros fatores, visam a reduzir o Custo Brasil, gargalo que trava o desenvolvimento do turismo internacional no país. A internacionalização do Brasil e o turismo como um dos protagonistas econômicos promovem uma mudança de eixo positiva. O novo momento do turismo brasileiro se deve à superação de uma das principais barreiras do setor - a falta de vontade política. Este novo momento será decisivo para o impulso do turismo e a definitiva retomada econômica brasileira.

Autora TETÉ BEZERRA Presidente da Embratur


30 de janeiro de 2019

Ministério do Turismo elege Mato Grosso do Sul o estado mais hospitaleiro do Brasil

Pesquisa separou os 5 estados mais hospitaleiros segundo turistas estrangeiros

VARIEDADES

Carlos Yukio 

Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo MidiamaxFoto: Marcos Ermínio/Jornal Midiamax


O Mato Grosso do Sul foi eleito na última terça-feira (29), no Dia da Hospitalidade, como o estado mais hospitaleiro de todo o Brasil, segundo pesquisa do Ministério do Turismo avaliada por turistas internacionais. O MS foi o campeão entre os cinco estados mais votados, com 99,6% dos votos. Ainda compõe a lista o Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco.


“Este alto índice coloca a hospitalidade do brasileiro como um ativo da maior importância para o turismo nacional, uma vantagem competitiva que contribui para o esforço do MTur de aumentar o fluxo e atrair novos turistas para os nossos destinos”, comentou, por meio da assessoria, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

Entre os 19 itens que influenciam a percepção do turista pesquisados e avaliados pelo Ministério do Turismo, como alojamentos, gastronomia, restaurantes e aeroportos, a hospitalidade é apontada com o principal fator para que os avaliadores tenham uma experiência turística agradável.

Grande Cuiabá tem barragem classificada como de alto risco; em MT são 14


Da Redação - Fabiana Mendes

Foto: Imagem Ilustrativa/Google


Imagem ilustrativa

Mato Grosso possui 31 barragens de mineração, sendo que 14 delas têm potencial de médio risco e uma delas é classificada como de alto risco. Os dados constam no relatório mais recente publicado em janeiro deste ano, pela Agência Nacional de Mineração (ANM), sobre situações das barragens de minério em todo país. 

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Sema aponta danos ambientais na região onde houve rompimento de barragem; veja fotos

A situação chama atenção, já que no último dia 25 uma barragem da Vale (que não era considerada de alto risco), localizada na zona rural de Brumadinho (MG), que se rompeu e causou 60 mortes até o momento e deixou outras 300 pessoas desaparecidas. 

A barragem BR Ismael está localizada em Poconé (a 102 quilômetros de Cuiabá), e tem como proprietário Ismael Ledovino de Arruda. Ela está classificada em situação de alto risco e possui 450 mil m³ e 14 m², que comportam areia. Além disso, possui dano médio de risco associado. No mesmo município, outras barragens possuem médio risco de dano potencial.  
 
Em Nossa Senhora do Livramento (a 39 km de Cuiabá), uma barragem chamada Bacia de Rejeitos, que pertence a Reginaldo Luiz de Almeida Ferreira e tem 625 mil m³ de rocha aurífera é classificada como risco médio, mas com dano potencial considerado baixo.

Em Pontes e Lacerda (a 443 quilômetros de Cuiabá), a barragem EPP, de propriedade da empresa Mineração Apoena S.A, tem um volume de 4.324.936,11 milhões de m³ de rocha aurífera. Ela possui baixo risco, mas alto risco de dano.
 
Em Cuiabá, a barragem Casa de Pedra, que pertence a Maney Mineração Casa da Pedra possui volume de pouco mais de 15 milhões de m³ de minério de ouro primário. A categoria de risco é baixa, no entanto, o dano potencial é considerado alto.
 
A ANM estabeleceu que cabe ao órgão fiscalizador criar e manter cadastro das barragens sob sua jurisdição, com identificação dos empreendedores, para fins de incorporação ao Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), assim como exigir do empreendedor o cadastramento e a atualização das informações relativas às barragens de sua responsabilidade.
 
Ao Olhar Direto, a Secretaria do Estado e Meio Ambiente (Sema) disse que em novembro do ano passado, das barragens que foram vistoriadas, todas necessitavam de algum tipo de manutenção, porém nenhuma apresentou risco de rompimento.

Rejeitos de usina
 
Conhecido como um dos principais pontos turísticos mato-grossenses, o Rio Tenente Amaral, em Jaciara (a 143 quilômetros de Cuiabá), sofreu com água escura e mau-cheiro, em julho do ano passado, em decorrência de um erro operacional de uma usina, que soltou resíduos de cana-de-açúcar no rio. A poluição causou a morte de peixes e também impediu a entrada de banhistas. 
 
De acordo com o município, uma equipe do Meio Ambiente constatou que houve um erro operacional de uma usina, em uma das lagoas de contenção da vinhaça (resíduo originário da cana-de-açúcar).

A mesma foi rompida durante o trabalho de  manutenção e adequação, onde o braço hidráulico da máquina retroescavadeira fez com que rompesse uma das paredes laterais da represa, ocasionando o escoamento de efluentes da vinhaça em direção ao rio. Uma equipe de manutenção realizou a finalização da recuperação total da lagoa de contenção dos resíduos de vinhaça, onde houve a poluição.
 
O órgão Ambiental Municipal tomou as providências cabíveis conforme legislação vigente e emitiu o auto de infração ambiental.

 

Suposto vazamento em barragem atinge rio na Grande Cuiabá; água apresenta ‘coloração estranha’


Foto: Reprodução


Um suposto vazamento em uma barragem, da região de Poconé (102 quilômetros de Cuiabá), estaria atingindo o rio Bento Gomes e deixando-o com uma ‘coloração estranha’. A denúncia partiu de moradores da região, no dia 22 de janeiro deste ano. Análises preliminares não apontaram problemas nas mineradoras, mas um estudo aprofundado ainda será realizado, com auxílio de profissionais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

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Segundo a denúncia, por quilômetros as águas do rio aparentavam estar dominadas por cor de lama ou loléia (termo como é conhecido na região), possivelmente, oriunda de alguma empresa de mineração localizada em suas proximidades.
 
Na última quarta-feira (23), a equipe da Secretaria de Meio Ambiente esteve realizando um sobrevoo por toda extensão do rio, onde foi constatada, de fato, a alteração de sua coloração, porém, não foi possível detectar, visualmente, a origem do ponto de descarga do material causador dessa anormalidade.
 
O município solicitou junto às equipes fiscalizadoras da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT) que realizassem vistorias “in loco” nos empreendimentos minerários que se encontram instalados nas proximidades do rio Bento Gomes e, além disso, solicitou da empresa Águas de Poconé um laudo apresentando os resultados das análises brutas realizadas nas águas captadas do rio pelos últimos dias e também entrou em contato com uma especialista do Instituto Nacional de Áreas Úmidas (INAU).
 
Já na manhã de sexta-feira (25), fiscais da Sema, acompanhados por membros das secretarias municipais de Meio Ambiente das cidades de Poconé e Nossa Senhora do Livramento iniciaram as vistorias nas empresas mineradoras instaladas nas proximidades do rio Bento Gomes.
 
Durante as investigações, não foi possível constatar nenhuma anormalidade que justificasse os efeitos provocados nas águas do rio e, devido a isso, os trabalhos terão continuidade.
 
Na segunda-feira (28), a equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Poconé se reuniu com profissionais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e do Instituto Nacional de Áreas Úmidas (INAU) para discutir as metodologias a serem empregadas para uma coleta mais adequada de amostras que possam constatar as anormalidades visando o tratamento das águas, bem como, detectar e punir os causadores do possível crime ambiental.

O vice-presidente da Associação de Defesa do Pantanal (Adepan), André Turony, disse ao Olhar Direto que o caso necessita de atenção das autoridades. "Verificamos, durante um sobrevoo, que existia uma mancha muito grande no rio. Não conseguiram localizar, de forma aérea, de onde vinha o vazamento. Por isto nós estamos cobrando uma inspeção profunda".

"Este rio é responsável por irrigar toda esta região do Pantanal, é nosso principal rio, tirando o Cuiabá. Tem muito lugar sujo. Existem três garimpos nesta região e essa água, se estiver vindo de lá, estará com muitos rejeitos, isso assoreia o rio, contamina, é algo que pode acabar com nosso Pantanal", acrescentou André Turony.
 
O Rio Bento Gomes nasce na região do Morro Grande, nas encostas da Serra Descida do Buriti, no município de Nossa Senhora do Livramento, e percorre grande parte de seu território na cidade de Poconé até jogar suas águas oxigenadas por ribeirões e corixos no Pantanal de Mato Grosso.

Barragem de alto risco

Mato Grosso possui 31 barragens de mineração, sendo que 14 delas têm potencial de médio risco e uma delas é classificada como de alto risco. Os dados constam no relatório mais recente publicado em janeiro deste ano, pela Agência Nacional de Mineração (ANM), sobre situações das barragens de minério em todo país. 

A barragem BR Ismael está localizada em Poconé (a 102 quilômetros de Cuiabá), e tem como proprietário Ismael Ledovino de Arruda. Ela está classificada em situação de alto risco e possui 450 mil m³ e 14 m², que comportam areia. Além disso, possui dano médio de risco associado. No mesmo município, outras barragens possuem médio risco de dano potencial.  

Rejeitos de usina
 
Conhecido como um dos principais pontos turísticos mato-grossenses, o Rio Tenente Amaral, em Jaciara (a 143 quilômetros de Cuiabá), sofreu com água escura e mau-cheiro, em julho do ano passado, em decorrência de um erro operacional de uma usina, que soltou resíduos de cana-de-açúcar no rio. A poluição causou a morte de peixes e também impediu a entrada de banhistas. 
 
De acordo com o município, uma equipe do Meio Ambiente constatou que houve um erro operacional de uma usina, em uma das lagoas de contenção da vinhaça (resíduo originário da cana-de-açúcar).

A mesma foi rompida durante o trabalho de  manutenção e adequação, onde o braço hidráulico da máquina retroescavadeira fez com que rompesse uma das paredes laterais da represa, ocasionando o escoamento de efluentes da vinhaça em direção ao rio. Uma equipe de manutenção realizou a finalização da recuperação total da lagoa de contenção dos resíduos de vinhaça, onde houve a poluição.
 
O órgão Ambiental Municipal tomou as providências cabíveis conforme legislação vigente e emitiu o auto de infração ambiental.

Prefeitura reúne com moradores para formação de associação de pequenos produtores em comunidade rural de Poconé

Prefeitura de Poconé


FORTALECIMENTO


Autor: Jonathan Cruz

Fonte: Assessoria de Comunicação

No ultimo domingo (27/01), a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural, realizou a 2ª reunião com a participação de dezenas de produtores rurais e demais moradores da comunidade quilombola "Morro Cortado", localizada na zona rural do município de Poconé (104 km de Cuiabá).

O objetivo foi discutir  a formação da *Associação dos Pequenos Produtores* da localidade, o que proporcionará melhorias nas atividades agrícolas e econômicas trabalhadores rurais, ampliando a sua inserção no mercado com melhores condições de produção e comercialização de seus produtos. 

Para os pequenos produtores, a formação da associação, trará um mecanismo que  garantirá um melhor desempenho para competir no mercado.

Uma das vantagens também será tornar possível a aquisição de insumos e equipamentos com menores preços e melhores prazos de pagamento, como também o uso coletivo de veículos e ferramentas para o plantio e transporte da produção, garantindo assim, uma grande melhoria para os pequenos produtores rurais da região.