8 de dezembro de 2020

De Valdizar Andrade - UMA DATA ESPECIAL


Mesmo que a vida me pregue uma peça, tente me fazer esquecer a minha história, esquecer meus momentos de glória, nada disso tem sentido pois tudo será lembrado. É o passado que eu tenho como luz, mesmo com as coisas pesadas que encontrei nas estradas pelas quais percorri. 
Muitos dias se passaram depois que deixei o sertão que carrego sempre no coração por toda minha existência, sofri pouca dor na carne e tive uma grande experiência. Vivi dias agitados sem ter muita paciência, a minha maior dor foi a da solidão, a dor da saudade que feriu a alma, mas a respiração me trouxe a calma e foi na vida a minha luz.
Aprendi que a vida pode nos proporcionar momentos e eternidades, que a nossa simplicidade sobrepõe os valores acumulados, a simplicidade é a coisa mais nobre que podemos carregar.

São 22.265 dias vividos com muito entusiasmo, vencendo um desafio a cada dia, carregando na minha mochila a responsabilidade de nunca desistir. Quanto mais desafiador for o momento, mais aumenta meu desejo de persistir, quando alguns não acreditam na minha vitória mais aumento a minha obrigação e responsabilidade de vencer. Só conheço dois tipos de pessoas, as que desistem e as que vencem.

São 61 anos vividos sempre pensando em como seria o amanhã, entendi que não basta o esforço físico para chegar aonde você deseja, aprendi que era necessário aprender coisas que na minha infância eu nem sabia que existiam. Foram minhas descobertas que me fizeram crescer, muitas vezes tive que aprender outras tive que esquecer para depois reaprender.  
Assim vivo bem feliz sem esquecer minhas raízes que seguram minha história, não deixei de ser matuto, mesmo sendo letrado ainda sou encantado pelas coisas do sertão, sou homem apaixonado pelas coisas que aprendi quando criança, minha casa de taipa, minha roça de algodão meu cavalo asa branca e minha vaca boa vista.
Eu pensei em ser artista quando ainda era criança mas perdi a esperança por saber que precisava ser modelo para alguém, ser o meu próprio modelo e incorporar meus segredos que o sertão me ensinou. Hoje, vivo na cidade mas posso afirmar que o sertão mora comigo, ele é meu grande amigo, ele é meu grande amor.
Minha gratidão a Deus por ter concedido o privilégio de chegar até aqui por ter me dado força para eu não desistir, por ter me feito valente no meio de tanta gente que não sabe aonde ir, por ter me feito bravo e me ensinado a viver quando muitos desistiram e quero continuar até onde Deus quiser que eu prossiga.

Obrigado, meu Deus, que os 122 me esperem.

Valdizar Andrade
Escritor/Coach/ especialista em desenvolvimento humano

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