5 de dezembro de 2020

Mato Grosso, Turismo e o Pós-Pandemia

João Eduardo Brito

Divulgação

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O ano de 2020 vai chegando ao fim, trazendo reflexões por tudo que ocorreu em âmbito global, não imaginado por nossa geração. A pandemia trouxe uma série de preocupações em vários setores, com ações tomadas à medida que havia necessidade, evidenciando que não estávamos preparados para o que vivenciamos.

Com o advento da vacina, o momento de planejamento para a retomada das atividades, seguindo os protocolos de segurança e saúde que estão vigentes, podem trazer novas perspectivas para Mato Grosso, em se tratando do setor de desenvolvimento local e regional.

Um dos setores que pode agregar de forma positiva nessa retomada para o Estado, é o turismo. Nos 141 municípios existentes, temos peculiaridades impares em cada um deles, presentes em segmentos como Turismo Rural, Ecoturismo, Espeleoturismo, Turismo Cultural, Turismo de Pesca, Turismo de Praia de Água Doce, Etnoturismo, Turismo de Eventos, Turismo Gastronômico, entre outros, demonstrando que essa potencialidade pode auxiliar para o fluxo de pessoas, bem como geração de emprego e renda com base local e regional.

 

Mas para isso, a gestão municipal precisa compreender que o turismo vai muito além de apenas receber visitantes. É preciso a construção de um planejamento turístico de modo estrategicamente configurado no contexto de diálogo entre o Poder Público, a Iniciativa Privada e a Comunidade Local, de modo perene e efetivo.

 

Desenvolver as potencialidades turísticas de uma localidade, e conseqüentemente de uma região depende desse planejamento, bem como da integração dos serviços e equipamentos de apoio e turísticos que compõe a estrutura do município, fundamental para a construção de um pensamento estratégico, pertinente com a realidade atual e sobre aquilo que se pretende em relação ao destino a médio e longo prazo.

 

Com o fim das eleições, realizadas nesse ano de 2020 no mês de novembro, é chegado o momento de prefeitos e vereadores eleitos compreenderem seu papel e importância junto às suas localidades e munícipes, que deram um voto de confiança na esperança de que possam trazer melhorias em prol do coletivo, de projetos que agreguem para o desenvolvimento.

Com isso, é vital embasar e atrelar ações de planejamento, gestão, promoção e incentivo à comercialização do turismo, valorizando as nuances existentes e permitindo que os visitantes tenham qualidade e excelência nos serviços contratados e nos atrativos visitados.

 

Um trabalho integrado, aonde não necessariamente o turismo venha a ser o carro chefe da localidade, tem muito a fortalecer a economia local, construindo projetos pontuais em parceria entre o poder público municipal e a iniciativa privada, para gerar emprego, renda, desenvolvimento com base local de modo sustentável, permitindo autonomia, integração e políticas de turismo participativas.

 

Pegando como exemplo a capital do Estado, Cuiabá, ela vai muito além de ser a sede administrativa de Mato Grosso. A Capital apresenta em seu processo de formação e evolução ao longo dos anos, traços de sua história, cultura, gastronomia, presentes em prédios de seu centro histórico, nas manifestações culturais de grupos de rasqueado, cururu e siriri, bem como na gastronomia de bares e restaurantes existentes, além do artesanato e a já conhecida hospitalidade.

 

Mais do que nunca, essa retomada gradativa da economia, da geração de emprego e renda e da retomada das viagens, vai necessitar de planejamento, gestão, integração e qualificação profissional para que os setores de turismo e cultura possam gradativamente se estruturar e se fortalecer, de modo perene, com políticas públicas sérias e continuadas, mobilizando esforços e trabalhando para estruturar o potencial de Cuiabá em desenvolvimento real, capaz de projetar novas perspectivas e transformar realidades, evidenciando o compromisso e forma de pertencer e caminhar junto com as comunidades para melhorar o local onde vivem.

 

É no município que a transformação e o desenvolvimento acontecem, com a participação das pessoas, projetando novas perspectivas e transformando realidades, melhorando o local onde vivem, de modo inclusivo e participativo, capaz de trazer o desenvolvimento endógeno nos municípios de Mato Grosso.  

João Eduardo Sá Costa Moreira Brito é cuiabano, mestre em Turismo (UnB). E-mail: joaoeduardobrito@hotmail.com

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