Vivemos em um mundo onde as transformações são constantes, tanto no campo como na cidade.
Esses espaços têm que se adaptar a essas mudanças, caso contrário, correm o risco de ficarem à margem dos processos de desenvolvimento.
Essas mudanças tendem a ser mais acentuadas no espaço rural, antes vistos como meros fornecedores de matéria-prima para a cidade.
Para Alantejano apud Marques (2002), o desenvolvimento do capitalismo e a “industrialização” da agricultura desencadeiam a urbanização do campo, que obrigam esse espaço a se adaptar às mudanças drásticas que ocorreram principalmente no século anterior.
Entre essas mudanças, o autor destaca o desenvolvimento de atividades não agrícolas, antes consideradas urbanas por excelência, como o turismo, comércio, prestação de serviços, entre outras.
Como consequência desse processo, Schneider (2006) cita duas alterações sociológicas importantes.
A primeira é o fato de os agricultores e suas famílias passarem a ser caracterizados pela pluriatividade, combinando ocupações em atividades agrícolas com outras não agrícolas.
Eles passam a não depender somente da agricultura e tendem a se tornar “sociologicamente parecidos com as
famílias urbanas”.
A segunda transformação se dá no nível de espaço social.
A comunidade onde vivem e trabalham
já não pode mais ser identificada com a atividade econômica que era predominante, no caso a agricultura.
Surge aí uma nova concepção de ruralidade, que tem cada vez menos ligação com as atividades tradicionais como a agricultura e a pecuária e onde as atividades não agrícolas são vistas como formas alternativas e/ou complementares de geração de renda dos produtores rurais no meio rural.
De acordo com Campanhola e Silva (2000),
A possibilidade de se incorporar alternativas econômicas ao meio rural tem sido a estratégia adotada por muitos países para manter o homem no campo, com a melhoria de sua qualidade de vida pelo aumento de sua renda, que passa a ser gerada com base em uma maior diversidade de atividades e funções. (CAMPANHOLA & SILVA, 2000, p.146).
Geraldo Donizeti Lúcio
Especialista em Turismo Rural
Agente Técnico da SEADTUR
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