4 de setembro de 2020

*AS QUEIMADAS NO BRASIL E NO MUNDO NESTE INÍCIO DE SETEMBRO*



Evaristo de Miranda, doutor em ecologia

Passou o mês de agosto, tradicionalmente recordista em números de queimadas (por ser o mais seco do ano). E o total de queimadas registradas pelo INPE, entre 1 de janeiro e 3 de setembro deste ano, no Brasil, cerca de 94.000, é o mesmo do ano passado. A variação é de zero por cento.

*No Brasil não houve aumento nas queimadas com relação ao ano passado*, ao contrário da Argentina, cujo aumento foi de 185% e do Paraguai, cujo aumento foi de 90%, segundo os dados do satélite de referência da NASA (Aqua M-T), totalizados pelo INPE.

Quando verificamos separadamente os biomas brasileiros, as situações são bem variadas. *Na Amazônia, houve redução 7% das queimadas em 2020 (45.065) em relação ao mesmo período do ano passado (48.722).* Na Caatinga também se observou uma redução, significativa, de 24% e no Cerrado a redução foi de 10%. Na Mata Atlântica não houve variação para mais ou para menos. Os números de 2020 e 2019 são comparáveis. Só houve aumento na Pampa, de 42%, e, sobretudo, no Pantanal, de 228%, dadas as condições climáticas infelizmente favoráveis à propagação do fogo.

Apesar do ruído atual sobre a situação ambiental da Amazônia, *NÃO HOUVE AUMENTO DE QUEIMADAS NO BRASIL EM 2020 EM RELAÇÃO A 2019. NEM NO TOTAL DO PAÍS, NEM NO TOTAL DO BIOMA AMAZÔNIA.*

Enquanto isso, as queimadas no mundo continuam seguindo o padrão, com concentrações de mais 70% do total dos focos de fogo mundiais localizados na África, como mostra a imagem dos satélites da NASA do dia de hoje. *E nem por isso a África é objeto de campanha internacional para salvar as florestas tropicais do Congo e Zaire, por exemplo*.

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