12 de novembro de 2017

Chico Bento, da Turma da Mônica, luta contra o desmatamento no Pantanal.


Folha de S.Paulo
AMBIENTE• PHILLIPPE
Chico Bento, da Turma da Mônica, foi ao Pantanal e não gostou do que viu. A parceria entre WWF-Brasil e Maurício de Sousa Produções resultou em uma história em quadrinhos que busca levar educação ambiental a crianças –para que, depois, repassem a preocupação aos adultos.
Júlio César Sampaio, coordenador do programa Cerrado Pantanal do WWF, diz que a região de nascente de rios que alimentam o bioma só tem 46% de cobertura vegetal. A degradação e o desmatamento estão ligados, em geral, a atividades agropecuárias. "Sem as águas do Pantanal, não há Pantanal."
Segundo dados do WWF e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o custo anual da devastação da região e da perda de serviços ambientais é de cerca de R$ 19 milhões.
"Precisamos entender qual a precificação desses recursos naturais que estamos perdendo", afirma Cassio Bernardino, pesquisador do WWF. "Esse prejuízo é partilhado por toda a sociedade e o benefício desse desmatamento vai ficar na mão de poucos."
MUDANÇA CLIMÁTICA
Ivan Bergier, pesquisador de mudanças climáticas da Embrapa, afirma que o aumento da temperatura na região tem causado precipitações mais concentradas –ou seja, muita chuva somente em determinados dias.
Isso é classificado pelo pesquisador como um evento extremo, que pode tornar mais frequentes os casos em que a água do rio "arrebenta" as margens, mudando a configuração do curso d'água –e assim possivelmente prejudicando moradores da região.
Segundo José Sabino, especialista em fauna do Pantanal, chuvas concentradas podem também atrapalhar a reprodução dos peixes (cerca de 300 espécies) do bioma, que podem ficar presos em trechos dos rios –com a elevação e redução rápidas do volume de água.

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