18 de janeiro de 2019

Crea critica proposta de extinção da Empaer e pede refundação de órgão


Presidente do conselho, João Valente, afirma que a Empaer está emperrada por dívidas decorrente de más gestões do Estado

DA REDAÇÃO

Equipe

 18/01/2019 17h12 | Atualizada em 18/01/2019 17h21

Reprodução/Internet


O presidente do Crea-MT (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso), engenheiro agrônomo João Pedro Valente, defende a manutenção de serviços da Empaer ( Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Extensão Rural), com a refundação da entidade. Ele afirma que a mudança de status jurídico possibilita a reoxigenação dos serviços que estão hoje emperrados por dívida.


“A dívida do passado está emperrando a Empaer há algum tempo. A refundação da empresa em forma de Instituto, com um novo CNPJ possibilitará que a Empaer volte a oferecer espaço de estágio para alunos da área agrícola, para os experimentos para a Embrapa, para capacitação continuada dos profissionais, além de oferecer uma agricultura familiar mais produtiva e eficiente a todas as propriedades que dependem da Empaer para produzir”, disse.

O conselheiro do Crea-MT, Carlos Luiz Milhomem disse que “ao invés da extinção é preciso buscar novas fontes de recursos para sustentar a estrutura que foi criada”; ambos participaram de audiência pública, nesta quinta-feira (17), sobre o futuro da Empaer. A empresa está na lista de extinção pelo governador Mauro Mendes.

João Pedro Valente completou sua fala relatando a importância da Empaer não somente para os pequenos produtores rurais, mas também para a sociedade e instituições como Universidades e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

“A Empaer é um importante local para formação de nossos profissionais. Ela oferece um campo de estágio onde os alunos conseguem ter o primeiro contato com a cultura acompanhado por alguém experiente. Eu mesmo fui estagiário da Empaer quando estudante do curso de técnico agrícola”.

Ele disse não ver sentido em fechar um órgão com tal importância por causa de problemas financeiros que podem ser resolvidos buscando soluções econômicas. “Acredito que o governo possa realizar uma auditoria na folha de pagamento e realizar a correção de valores, caso estejam errados. Pois esses funcionários públicos que estão sendo acusados de ter supersalários não os impuseram para eles mesmos. Ou houve uma ingerência política, e se for o caso deve ser corrigido, ou o salário foi conquistado legalmente, com progressão dentro da carreira, aí que seja buscada formas de honrá-lo”, concluiu.

A Empaer atende mais de 140 mil famílias e já reduziu cerca de 35% da folha salarial com adesões do Programa de Demissão Voluntária (PDV). A informação foi dada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Pública de Mato Grosso (Sinterp), Pedro Carlotto durante audiência pública.

Para o sindicato, mesmo com os altos salários, a solução não é extinguir a empresa. O presidente do Sinterp, Pedro Carlotto, afirmou que a Empaer já tomou medidas para a redução de gastos, como a adesão de mais de 100 servidores ao Plano de Demissão Voluntária lançado no ano passado. “Apenas com essa medida teremos uma redução de 35% na folha, que tem um gasto mensal de R$ 7,8 milhões”.

Outro ponto criticado pelo governador são as dívidas trabalhistas que a Empaer herdou da antiga Companhia de Armazéns e Silos do Estado (Casemat), por causa de uma fusão na década de 1990. Seriam mais de R$ 100 milhões, enquanto o patrimônio da Empaer é menor que esse valor, com R$ 24,3 milhões em prédios e R$ 40,8 milhões em centros de pesquisa.

“A Secretaria de Agricultura Familiar não consegue atender a demanda, por isso hoje a Empaer executa as políticas públicas de responsabilidade da Secretaria. Trabalhamos com os pequenos produtores, só em 2018 atendemos 52.815 famílias. Sem esse atendimento essas pessoas podem migrar para as cidades e trazer um impacto social ainda maior”, avalia o sindicalista.

Sobre os supersalários Pedro Carlotto explicou durante audiência que em 2011 foi autorizada uma equiparação salarial da Empaer com outras instituições afins. Isso trouxe o aumento de salários, mas só chega a esse valor quem tem capacitação e tempo de serviço.

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