18 de janeiro de 2019

Servidores efetivos da Seaf apoiam a NÃO extinção da Empaer


Por: Helena Corezomaé

 


A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou nesta sexta-feira (18) uma audiência para debater a proposta do governador Mauro Mendes (DEM) de extinguir a Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Extensão Rural (Empaer).

Vários servidores efetivos da Secretaria de Estado Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf) marcaram presença e reforçaram que também são contra a extinção da Empaer, projeto que já está tramitando na ALMT.  

“A agricultura familiar não sobrevive sem a Extensão e Pesquisa”, declararam os servidores que participaram da audiência.

A Empaer é uma empresa pública do Estado de Mato Grosso, vinculada à Seaf, que trabalha ao lado dos agricultores familiares, incentivando boas práticas rurais e difundindo novas tecnologias para gerar e garantir o desenvolvimento econômico, social e ambiental da família rural.

 

Contudo, o governador Mauro Mendes decidiu, após assumir a chefia do Executivo, extinguir a pasta, voltando atrás do que havia prometido, pois durante a campanha eleitoral chegou a gravar um vídeo prometendo reestruturar a Empaer.

De acordo com Mendes, um dos motivos que levou a extinção da Empaer é a folha salarial, que ultrapassa os R$ 8 milhões mensais. O governador chegou a declarar que encontrou um motorista da empresa recebendo R$ 15 mil e servidora de cafezinho com salário de R$ 13 mil e, por isso, determinou auditoria na folha salarial do Estado.

Porém, por meio de uma carta aberta a Empaer rebateu as declarações do chefe do Executivo e enfatizou a importância da instituição. Conforme a Empaer, a pasta não possui tabela salarial própria e por isso usa como base a do INDEA. Especificamente sobre os altos salários detectados, a carta aberta afirmou que só se chega ao topo da carreira após mais de 30 anos de serviço e mais de 500 horas de curso de formação.

A Empaer está presente em 135, dos 141 municípios do estado de Mato Grosso e nos últimos 3 anos realizou mais de 427 mil atendimentos para 57.096 agricultores, elaborou projetos de credito rural que liberaram 304,5 milhões de reais aos produtores rurais do estado.

A pasta também realizou 246 experimentos de pesquisas, montou 378 unidades de referência tecnológica, 132 unidades de validação, comercializou mais de 2 milhões de alevinos e realizou diversos outros serviços.  

Confira abaixo carta aberta em defesa da Empaer:  

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO    

Olá a todos,  

Venho aqui esclarecer algumas notícias que o Governador do estado de Mato Grosso, Mauro Mendes, está propagando na mídia pra justificar a proposta elaborada por ele e que se encontra na Assembleia Legislativa para votação sobre a extinção da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural - EMPAER.  

O discurso dele é sempre o mesmo, e quem não viu consegue encontrar isso facilmente na internet. Ele diz o seguinte, em tom de deboche: "Lá (Empaer) funcionaria de serviços gerais que serve cafezinho tá ganhando 13 mil; motorista, desses de golzinho ganhando 15 mil e; técnico agrícola ganhando 17 mil".  

Bom, vamos lá,  

1° - A EMPAER não possui tabela salarial própria, ela, assim como o INTERMAT, seguem a tabela do INDEA-MT, órgãos estes que recebem legalmente e merecidamente as remunerações previstas nesta tabela.  

2° - Recebem estes salários, profissionais que já estão no topo da carreira, e fizeram todas as progressões possíveis. Para se alcançar estes salários não é fácil e nem rápido, é necessário cumprir com o que determina o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS). Lá determina que as progressões são feitas a cada 3 ou 5 anos, dependendo do caso, sendo que para mudança de nível utiliza-se o tempo de serviço e para mudança de classe necessita-se de qualificação profissional (isso é bom pois incentiva o profissional a estar sempre atualizado e qualificado para melhor exercer suas funções e em contra partida o estado o remunera para isto). Na tabela existem 12 níveis e 4 classes e para alcançar o topo da carreira e receber estes salários de 13, 15 e 17 mil reais precisa-se, resumidamente, ter mais de 30 anos de serviço, mais de 500 horas de cursos e formação acima do que o cargo exige, ou seja, necessita-se ter nível superior, e quem é concursado para cargo de nível superior, necessita ter Mestrado e/ou Doutorado para poder ter acesso ao topo da carreira.  

3° - O que o governador não mostra: Empregados da EMPAER que muitas vezes trabalham mais de 12 horas por dia, utilizam seus veículos e equipamentos particulares para prestar atendimento, tiram dinheiro do bolso para custear as despesas necessárias para funcionamento dos escritórios, consertar veículos, consertar e comprar equipamentos para execução do trabalho, dar manutenção e formar os escritórios, fazem serviços além de suas obrigações, entre diversas outras dificuldades, tudo isso com o intuito de ajudar os produtores rurais do estado de Mato Grosso. Mesmo com todas essas dificuldades os empregados vêm desempenhando, na medida de suas possibilidades, os trabalhos que lhes é demandado.  

A EMPAER está presente em 135, dos 141 municípios do estado de Mato Grosso e nos últimos 3 anos realizou mais de 427 mil atendimentos para 57.096 agricultores; Elaborou projetos de credito rural que liberaram 304,5 milhões de reais aos produtores rurais do estado; Realizou 246 experimentos de pesquisas; Montou 378 unidades de referência tecnológica, 132 unidades de validação; Comercializou mais de 2 milhões de alevinos; Emitiu mais de 27 mil Declarações de Aptidão ao Pronaf (DAP); Realizou 36 encontros de mulheres rurais, alcançando um público de 16.840 mulheres; Realizou quase 100 mil analises de solo; entre diversos outros serviços.  

Convido toda população a conhecer a EMPAER, ir no escritório de sua cidade, acessar o site da empresa (http:www.empaer.mt.gov.br/) e verificar os trabalhos prestados e a importância desta instituição para o estado de Mato Grosso.  

Não vamos deixar esta importante instituição morrer, vamos lutar pela continuidade dos serviços da EMPAER. Os produtores rurais de Mato Grosso precisam dela. Lembrem-se, Mato grosso vive da agropecuária, investir neste setor é investir no estado, acabar com a empresa que presta serviços de políticas públicas essenciais, principalmente os pequenos, é ir contra o desenvolvimento do estado.    

#SomosTodosEmpaer!

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