12 de junho de 2014

Seleção chilena vai jogar em casa em Cuiabá


GUILHERME BLATT
Redação/Secom-MT

Martin Bernetti/AFP-FIFA
 
Jogadores do Chile se preparam para a estreia contra a Austrália

O dia 13 de junho de 2014 será um dia especial para Mato Grosso. Neste dia, Chile e Austrália farão a primeira partida da Copa do Mundo na Arena Pantanal. Nas arquibancadas, 42 mil torcedores presenciarão o momento histórico, com a entrada dos árbitros e dos 22 jogadores, a execução dos hinos nacionais, os cumprimentos e o anúncio das escalações. Quando o relógio apontar 18 horas, o juiz vai apitar, autorizando o pontapé inicial. 

Neste momento inesquecível, a seleção chilena vai jogar em casa. Por conta do sorteio realizado na Costa do Sauipe em 6 de dezembro de 2013, o nome do Chile aparece na frente do nome da Austrália, o que garante o direito de escolher o uniforme e define qual será o banco de reservas e o vestiário ocupado, assim como a ordem de execução do hino nacional. 

Fora isso, a seleção chilena também vai jogar em casa porque entre os oito países que jogarão na Arena Pantanal, o Chile é o que fica mais perto. Não que uma cordilheira dos Andes e os 3.600 quilômetros de distância que separam a capital chilena, Santiago, de Cuiabá sejam pouco. Mas, levando em conta que a maior parte dos outros países tem um oceano de distância, o Chile e suas seis horas de voo ficam aqui do lado. 


Martin Bernetti/AFP-FIFA
 
Treinador chileno, Jorge Sampaoli

Dentro de campo, nenhuma das oito seleções tem tantos nomes familiares ao torcedor brasileiro como a equipe chilena. Foram convocados para a Copa no Brasil o meia Jorge Valdívia, do Palmeiras, o lateral esquerdo Eugenio Mena, do Santos, e o meia Charles Aránguiz, do Internacional de Porta Alegre. Já o atacante Eduardo Vargas jogou pelo Grêmio em 2013. 

Essa identificação pode ajudar o Chile a ganhar a simpatia do torcedor brasileiro. Mas além disso, um grande número de chilenos virá ao Brasil para acompanhar La Roja, como a seleção é conhecida por conta de sua camisa vermelha. Uma carreata com quatro mil torcedores deixou o país, cruzou a Argentina e três estados brasileiros para acompanhar a estreia chilena na Arena Pantanal. Outros tantos também chegaram pelo céu e pela terra. 


Claudio Santana/AFP-FIFA
 
Atacante Aléxis Sánchez é o principal nome da equipe chilena

Nos últimos anos, a seleção chilena desenvolveu o jogo ofensivo como sua principal característica. Herança do treinador argentino Marcelo Bielsa, conhecido como el loco, que dirigiu o Chile entre 2007 e 2011. Os times de Bielsa costumam a jogar com três atacantes e são conhecidos pela intensidade da marcação no campo de ataque e pela constante movimentação. El Loco foi o responsável por garantir a classificação chilena à Copa de 2010, após 12 anos de ausência. Outro feito de Bielsa foi conquistar a primeira vitória chilena em mundiais após 48 anos. 

O atual treinador dos chilenos é o também argentino Jorge Sampaoli, um discípulo de Bielsa. Ele mantém a característica dos três atacantes e da marcação intensa. Sampaoli foi convidado a assumir a equipe depois de uma brilhante passagem pela Universidad do Chile, uma das principais equipes do país, onde conquistou o título da Copa Sul-Americana de 2011 com grandes atuações.

O argentino começou a treinar a equipe a partir da 11ª rodada das eliminatórias sul-americanas. Pegou a equipe fora da zona de classificação para a Copa e, com cinco vitórias em sete jogos, garantiu a vaga. 

O principal nome do time é o atacante Alexis Sánchez que atua no Barcelona. Aos 25 anos, ele vive a melhor fase de sua carreira e bateu o seu recorde pessoal de gols na última temporada. Outro destaque é o meia Arturo Vidal da italiana Juventus. Versátil, Vidal ataca e defende com a mesma qualidade, atua pelo meio e também pelos lados do campo. É o coração da equipe italiana e também da seleção chilena.
Martin Bernetti/AFP-FIFA
 
Torcida chilena está empolgada para a Copa do Mundo

A melhor participação da Roja em copas ocorreu em 1962, quando os chilenos foram os responsáveis pela organização do torneio. No ano em que o Brasil conquistou o bicampeonato, o Chile terminou na 3ª colocação, depois de perder para os brasileiros nas semifinais. Aliás, nas únicas três vezes em que os chilenos passaram da primeira fase, acabaram eliminados pelo Brasil. Nesta copa, o encontro pode acontecer novamente nas oitavas de final. 

A Copa de 62 ficou marcada pela superação do Chile. Dois anos antes do torneio, o país foi atingido pelo terremoto mais intenso da história e a competição quase teve que ser transferida para outro país. O presidente do Comitê Organizador, Carlos Dittborn Pinto, liderou o processo de reconstrução e ficou famoso pela frase “Porque no tenemos nada, queremos hacerlo todo” (Porque não temos nada, queremos fazer tudo). Três estádios foram construídos em tempo recorde e a Copa aconteceu. Infelizmente, Dittborn não pôde presenciar o êxito, morreu 32 dias antes do mundial vítima de uma pancreatite aguda. Em sua homenagem, um dos estádios da Copa, na cidade de Arica, recebeu o seu nome. 

Com 200 mil habitantes, Arica fica localizada no extremo norte do Chile, país que no mapa chama a atenção por ser comprido e estreito. Possui o segundo maior litoral da América do Sul, atrás apenas do Brasil, mas em alguns pontos chega a ter apenas 130 quilômetros entre o mar e a divisa com a Argentina. Arica também fica a “apenas” 2.109 quilômetros de Cuiabá. Logo ali. 

Guido Manuilo/Getty Images-FIFA

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