18 de maio de 2014

Mobilidade controlada Três das principais avenidas, juntas, irão receber mais da metade dos 88 radares e lombadas eletrônicas a serem instalados em Cuiabá


Na Capital serão 44 lombadas eletrônicas, 44 radares fixos, 55 detectores de avanço de sinais e 30 câmeras de monitoramento

Da Reportagem
DIARIO DE CUIABÁ

Juntas, as avenidas Miguel Sutil, Fernando Correa, Historiador Rubens de Mendonça, mais conhecida como CPA, e das Torres irão receber mais da metade dos 88 equipamentos de radares e lombadas eletrônicas a ser instalados, em Cuiabá. Apenas nestas quatro vias da cidade, está prevista a colocação de 46 destes dois tipos de equipamentos de controle e monitoramento eletrônicos.

Na última quarta-feira, a Prefeitura de Cuiabá realizou processo licitatório para escolha da empresa que vai instalar os dispositivos nas vias da cidade. O vencedor do certame foi o Consórcio CMT-Cuiabá Monitoramento de Trânsito que fará o serviço pelo montante de R$ 39 milhões.

De acordo com edital de licitação disponível no site da Prefeitura Municipal, apenas a Rubens de Mendonça deverá receber 12 lombadas, a mesma quantidade prevista para a Avenida das Torres. O restante está distribuído entre vias como a República do Líbano (4), Lava-Pés (4), Gonçalo Antunes de Barros (2), entre outras.

Já as avenidas Miguel Sutil (12) e Fernando Correa (10) deverão concentrar o maior número de radares, totalizando 22 equipamentos em ambas. Os demais estão previstos para a Archimedes Pereira Lima (Moinho) e Beira Rio (ambas com quatro cada), Dante de Oliveira (2), entre outras.

Dos 55 detectores de avanços semafóricos, nove estão previstos para ser colocados na Fernando Correa (incluindo a Avenida Brasília), oito na Tenente Coronel Duarte (Prainha) e quatro na Rubens de Mendonça e Miguel Sutil cada. A instalação deve começar em 30 dias caso nenhuma concorrente entre com recurso.

As avenidas foram escolhidas devido ao expressivo número de infrações e acidentes de trânsito. Apenas no ano passado, a capital registrou 39.549 acidentes de trânsito, dois quais 19.577 foram com vítimas. Em 2012, foram 7.894 acidentes.

São números como estes que a Prefeitura Municipal apresenta no edital como um dos argumentos para justificar a instalação dos equipamentos de fiscalização eletrônica, sistema considerado uma importante ferramenta para a redução dos índices de violência nas vias, sobretudo, devido ao excesso de velocidade e imprudência.

“Nas regiões onde há a instalação da fiscalização eletrônica os estudos mostram que há uma redução de até 60% no número de acidentes e, consequentemente, de vítimas, nas vias monitoradas”, informou o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans), Silvio Médici.

No país, segundo ele, as capitais ou municípios brasileiros com mais de 600 mil habitantes possuem radares ou lombadas eletrônicas instaladas. “Ano passado, o Brasil registrou 60 mil mortes em acidentes no trânsito e 300 mil pessoas ficaram lesionadas. É um genocídio sobre duas ou quatro rodas. Os países que resolveram a questão da violência no trânsito alcançaram este objetivo com forte investimento na educação e numa fiscalização rígida”, pontuou. Entre esses países, Médici cita os Estados Unidos (EUA) e o Japão.

Para o presidente da Abeetrans, o grande legado da fiscalização eletrônica é a educação. “As pessoas passam a respeitar os limites de velocidade e a cometer menos infração”, acredita. Sobre o fato de muitos classificarem projetos como estes como “indústria de multas”, Médici garante que hoje a própria sociedade entende que os equipamentos vêm para ajudar e proporciona maior segurança no trânsito. “Só é multado quem comete infração”, frisa.

Além do mais, toda a sociedade é beneficiada. “O lado mais fraco são os pedestres, ciclistas e os motociclistas. Mas, toda a sociedade é beneficiada porque é ela que paga a conta dos custos com a hospitalização, além do fato da vítima deixar de produzir”, frisou. Segundo ele, estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea)mostram que o governo federal gasta R$ 40 bilhões só com os acidentes de trânsito.

Na capital, serão colocadas 44 lombadas eletrônicas, 44 radares fixos, 55 detectores de avanço semafórico, 30 câmeras de monitoramento, uma unidade de monitoramento, dois radares móveis, dois painéis de mensagens variáveis, 30 talonários eletrônicos de infração, um sistema de apoio e uma Central de Inteligência de Controle de Trânsito.


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