19 de maio de 2014

49% dos mato-grossenses são a favor de cotas para negros e índios - veja


Marcela Machado

O sistema de cotas em universidades e concursos públicos, que separa 50% das vagas para alunos vindos de escolas públicas e para negros e indígenas, entrou em vigor em agosto de 2012 pela Lei nº 12.711, aprovada pelo governo Federal. A UFMT já tinha aderido ao sistema em outubro de 2011, quase um ano antes de ser obrigatório. E a opinião dos mato-grossenses em relação a isso, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Mark em parceria com o Rdnews, é que 49,2% da população concorda com as cotas. Em MT, o IFMT também entra na reserva de vagas. Já a Unemat, que não se enquadra na lei federal, destina 25% das vagas para o Programa de Integração e Inclusão Étnico-Racial e 35% para alunos de escolas públicas.

A pesquisa foi realizada em 73 cidades de Mato Grosso, com uma amostra de 1.224 entrevistas realizadas entre 10 e 14 de maio desse ano. Entre os entrevistados, 52% eram homens, 48% mulheres e 92,8% deles da zona urbana. Apesar de quase 50% da população ser a favor, a disputa foi relativamente apertada, já que 35,1% dos entrevistados disseram ser contra o sistema de cotas e outros 15,7% não sabem ou não quiseram se manifestar.

O tema é polêmico e sempre gera discussão. Aqueles que são a favor afirmam que o objetivo das cotas é corrigir injustiças históricas provocadas pela escravidão na sociedade brasileira. Um dos efeitos desse passado escravocrata é o fato de negros e índios terem menos oportunidades de acesso à educação superior e, consequentemente, ao mercado de trabalho. Já aqueles que são contra acreditam que as cotas irão diminuir o nível das universidades e dos concursados, que o correto seria melhorar o ensino básico nas escolas para que não precisasse fazer uso desse sistema. 

Entre os entrevistados, 25,4% possuem entre 35 e 44 anos, 26,4% entre 45 e 59 e 25,4% entre 25 e 34 anos. No quesito renda, 73,2% ganham entre 1 e 5 salários mínimos e 20,8% de 5 a 10. Apenas 0,8% recebe acima de 20 salários e 3,6% até um salário. Na escolaridade, 43,8% possuem 1º grau completo e 2º grau incompleto e 34,3% possuem 2º grau completo e superior incompleto. Entre os que possuem o ensino superior completo, a porcentagem era de apenas 5%, e de analfabetos e primário incompleto 3,8%. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e o número de protocolo MT-00017/2014.

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