10 de dezembro de 2013

Dia do Extensionista Rural - artigo Walter Bianchini

Walter Bianchini

Brasília - Neste 6 de dezembro, comemoramos o dia do Extensionista. A data faz referência à criação da 1ª instituição estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural que é a Associação de Crédito e Assistência Técnica de Minas Gerais (ACAR-Minas), em 1948. Oportunidade para uma homenagem mais do que justa a esse profissional que é tão relevante para o desenvolvimento do país. Há um dito popular que nós todos somos um pouco extensionistas, mas isso não é bem assim. É preciso possuir algumas virtudes que são bem próprias do ser extensionista. Profissão que nasceu na Inglaterra e teve como referência para o mundo a escola dos Land Grant Colleges, a qual chegou ao Brasil com o Projeto ETA, que criou a ACAR-Minas.

Na sequência, em pouco mais de uma década, um conjunto de ACARs foram criadas em todos os estados formando o Sistema ABCAR, que em 1974, foi transformado no Sibrater, coordenado pela Embrater com as Ematers nos estados. Foi como uma verdadeira saga os extensionistas agrícolas e de bem estar social, usando o emblemático jipe, depois fuscas, fiats 147, milles, gols e motos, se embrenharam nas mais remotas regiões e comunidades, chegando nas casas das famílias rurais, como pioneiros e verdadeiros missionários do progresso. Fizeram chegar crédito subsidiado, tecnologia de pesquisa agropecuária, máquinas e equipamentos, organização da produção, cooperativismo e armazenagem.

O extensionista contribuiu decisivamente para que o país se transformasse em potência agrícola e exportador importante no cenário mundial. Mas, é preciso reconhecer a contribuição do extensionista na resistência ao desmonte dos serviços na década de 90, assim como ao resignificar seu papel na construção do desenvolvimento rural sustentável. Todos devemos muito a esse profissional, ao sucesso das políticas públicas que redirecionaram o desenvolvimento rural no país nessa última década.

No seu dia é bom reafirmar que os extensionistas foram para além da agricultura, passando a atuar com famílias e comunidades que historicamente ficaram à margem do desenvolvimento, contribuindo para promover inclusão, igualdade, segurança alimentar, produção de alimentos limpos e desenvolvimento sustentável. Certamente, muito mais famílias teriam ficado sem acesso às políticas públicas, tecnologias e mercados se não fossem os extensionistas.

Nesse momento, em que a presidenta Dilma Rousseff lança o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e o Congresso aprova o Projeto de Lei da Anater, o dia do extensionista é bem emblemático na perspectiva da superação dos desafios do nosso rural. Precisamos e queremos continuar contando com a contribuição desses profissionais na construção de um rural contemporâneo, com acesso a tecnologias, recursos, serviços e infraestrura, e sobretudo com renda, qualidade de vida e produzindo alimentos cada vez mais limpos e contribuindo com o desenvolvimento do país. A todos os extensionistas do setor estatal e não governamental, os nossos cumprimentos e nosso apoio.

Fonte: Valter Bianchini, secretário de agricultura familiar do MDA

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