29 de abril de 2021

Estiagem leva governo a decretar emergência ambiental em Mato Grosso do Sul

Medida preventiva se deve a baixo volume de chuvas nos últimos 30 dias

Por Tainá Jara 
Brigadista combatem fogo em terra indígena no Pantanal, em ano de estiagem recorde (Foto: Divulgação/Prevfogo)
Brigadista combatem fogo em terra indígena no Pantanal, em ano de estiagem recorde (Foto: Divulgação/Prevfogo)

Diante do baixo volume de chuvas registrado no último mês, em Mato Grosso do Sul, o governo resolveu decretar situação de emergência ambiental, nos próximos dias.

No ano passado, foi registrado no Estado seca recorde. A pior estiagem dos últimos 50 anos veio acompanhada da queima de 30% de mais de 4,5 milhões de hectares do Pantanal brasileiro. A situação exigiu ações de urgência e deixou as cidades cobertas de fumaça.

O pedido de decreto foi anunciado em reunião, coordenada pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento), foi realizada segunda-feira (26).

“As informações repassadas pelos técnicos do Cemaden, do Inpe e do Serviço Geológico Brasileiro na reunião da Sala de Crise do Pantanal evidenciaram uma baixa precipitação pluviométrica nos últimos 30 dias. Além disso, o volume de chuva nos meses de janeiro a março deste ano ficou abaixo da média histórica e a previsão para os próximos 18 dias é de chuva irregular. Esse conjunto de fatores acenderam o alerta de seca, por isso já propusemos a Emergência Ambiental ao governador Reinaldo Azambuja”, comentou o secretário Jaime Verruck.

No “Monitoramento e Previsão da situação da seca no Pantanal”, o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) apresentou os índices de precipitação acumulada ao longo mês de abril nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e apurou o IIS3 (Índice Integrado de Seca) de 11 de janeiro a 23 de abril de 2021.

De acordo com o levantamento, o Cemaden estima 202 municípios, dos dois estados, já afetados por seca (entre fraca a extrema). Este mesmo cenário deverá se repetir no mês de maio.

Já o CPRM (Serviço Geológico Brasileiro), apresentou o levantamento da situação dos principais rios nos dois Estados, também ressaltando a baixa precipitação no período mais chuvoso do ano, que não foi suficiente para elevar o nível dos rios aos valores das médias históricas. “Temos vazões satisfatórias nos rios Coxim e Aquidauana, mas as réguas de Ladário e Porto Murtinho alertam que para os meses de setembro/outubro devemos ter problemas de navegabilidade”, afirmou Verruck.

O titular da Semagro reforça que o governo do estado monitora a situação por meio das informações enviadas pela Sala de Situação do Imasul e pelo Cemtec. Além da Semagro e do Imasul, outros órgãos e entidades integram o grupo técnico da Sala de Crise do Pantanal, como a Famasul, Famato, ANA, ANTAQ, Inpe, CEMADEN, Agesul, SES, Corpo de Bombeiros, UFMS e Defesa Civil.

Ações – Conforme o secretário, há claras indicações de seca mais intensa na Costa Leste e, por isso, é importante continuar com os mecanismos de prevenção a incêndios florestais que o governo já anunciou, como os investimentos em equipamentos para fortalecer o trabalho do Corpo de Bombeiros e a implantação do Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo.

“Na questão econômica, já orientamos que, tanto as empresas de mineração e produtores de grãos antecipem ao máximo seus embarques para exportação por meio dos portos em Corumbá, Ladário e Porto Murtinho, a fim de aproveitar o período de melhor calado do Rio Paraguai”, finalizou.

A partir de agora, a pedido do governo do estado, as reuniões da Sala de Crise do Pantanal serão mensais, sendo que a próxima será realizada em 8 de junho.

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