21 de setembro de 2020

Goiânia começa a banir um causador de acidentes nas ruas: o jamelão


A frutinha roxa, quando cai no asfalto e se mistura com água, vira uma graxa. Técnicos estão plantando espécies nativas do cerrado entre os pés de jamelão.

Por Jornal Nacional

 


Goiânia começa a banir um causador de acidentes nas ruas: o jamelão

Uma capital do Centro-Oeste brasileiro começou a substituir mais de dez mil árvores.

Em Goiânia, uma árvore foi banida por tirar o sossego de motoristas e motociclistas, provocando acidentes. O que tem derrubado motos e feito carros derraparem é uma frutinha roxa: o jamelão.

Em Goiânia, há 20 anos, milhares de pés foram plantados. Fazem sombra. São bonitos. Quando a frutinha cai no canteiro central, não tem nenhum problema porque ela acaba secando. Acontece que muitas vão parar no asfalto. Aí, é acidente na certa.

Os veículos esmagam os jamelões. Quando chove, vira uma graxa.

“Jamelão com água é um perigo enorme para os motociclistas e motoristas”, confirma o agente da prefeitura.

O Adelei de Souza perdeu um irmão assim. Edmundo passava de moto por uma avenida. A pista estava cheinha de jamelão. Ele perdeu o controle, subiu no canteiro, bateu na árvore e morreu.

“É triste a gente pensar isso, acontecer uma tragédia dessa, uma frutinha matar uma pessoa querida da gente”, disse Adelei.

Agora as árvores estão com os dias contados. É uma megaoperação em vários bairros. Em cinco segundos, um jamelão a menos em Goiânia.

Na capital, existem 13 mil árvores da espécie. Os técnicos da Agência de Meio Ambiente estão mapeando casos mais urgentes: ou porque os pés estão doentes ou porque tem muito galho sobre o asfalto.

“Tem que cortar mesmo porque pode ter um risco de queda. É uma árvore com uma certa idade, ela está no fim do ciclo de vida dela mesmo”, explicou a bióloga Vanessa de Castro.

Entre os pés de jamelão estão sendo plantadas espécies nativas do cerrado. Quando as mudas estiverem maior, mesmo os pés de jamelão saudáveis serão cortados.

“É uma substituição gradativa. Tirar 13 mil arvores de uma só vez afeta a qualidade de vida de toda a população da cidade, afeta o clima, fora o impacto sobre fauna, sobre a umidade”, disse a bióloga.

Os jamelões vão ficar agora somente em praças e jardins, bem longe do trânsito.

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