21 de maio de 2019

Cooperativismo e economia solidária: estratégias de inclusão social e desenvolvimento sustentável para o Brasil

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Abertura do Seminário Nacional do Cooperativismo e da Economia Solidária reuniu sociedade civil e parlamentares em Brasília para um debate público sobre o cooperativismo e a economia solidária enquanto estratégias para o desenvolvimento econômico com sustentabilidade, inclusão e justiça social

Trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade, entre eles catadoras e catadores de materiais recicláveis, agricultoras e agricultores familiares, artesãs e artesãos, assentadas e assentados da reforma agrária, metalúrgicos e costureiras, estiveram reunidos com parlamentares na manhã desta terça-feira (21) na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para a abertura do Seminário Nacional do Cooperativismo e da Economia Solidária. O debate levou as principais pautas do cooperativismo e da economia solidária para dentro do Congresso Nacional. Isso porque elas e eles defendem o cooperativismo e a economia solidária enquanto estratégias para que o desenvolvimento do Brasil ocorra de maneira sustentável, com inclusão e justiça social e em conjunto com a sociedade civil.

No momento em que o Brasil passa por uma profunda crise política e econômica, em que o desemprego cresce e atinge, de acordo com o IBGE, mais de 13 milhões de pessoas, o cooperativismo e a economia solidária se mostram como uma importante estratégia de inclusão social de trabalhadoras e trabalhadores urbanos e rurais que, historicamente, foram excluídas e excluídos pelo atual modelo de desenvolvimento, que, ao invés de proporcionar maior distribuição de renda, acirra ainda mais as desigualdades econômicas e sociais do país.

“Sabemos que o cooperativismo e a economia solidária são capazes de promover trabalho digno e decente, com inclusão e justiça social, geração de renda e respeito ao meio ambiente. São milhões de trabalhadoras e trabalhadores que encontraram no cooperativismo e na economia solidária um instrumento de transformação das próprias realidades”, destacou Arildo Lopes, presidente da Unicopas. Ele ainda observou que existe um conjunto de leis que precisam dar respostas a esse novo cooperativismo, o cooperativismo solidário. “Queremos avançar nesta casa nas modificações propostas para a Lei Geral do Cooperativismo e na aprovação de uma Lei da Economia Solidária”, exemplificou Lopes.

Claudete Costa, vice-presidenta da Unicatadores, salientou que as catadoras e os catadores de materiais recicláveis continuam lutando pelo reconhecimento e respeito da categoria. “Também somos empreendedores. Fazemos um trabalho de inclusão e não de exclusão. Temos um trabalho digno devolvendo para as indústrias tudo o que é produzido e destinado incorretamente”.

Na oportunidade, o senador Jaques Wagner, disse que apresentou um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Senado Federal para a economia solidária seja reconhecida na Constituição Federal. “O cooperativismo e a economia solidária não são só uma forma de organização do trabalho, mas são estratégias de inclusão, de as pessoas se sentirem parte de um sistema. A semente da solidariedade plantada pelo cooperativismo é fundamental para o enfrentamento do mundo moderno que cada vez exclui mais pessoas”.

Já o deputado federal Nilto Tatto lembrou que em uma sociedade marcada pelo individualismo, mostrar uma luta pautada na solidariedade se faz necessária, principalmente na conjuntura pela qual passa o Brasil. “É fundamental que neste momento a gente olhe para a luta da gente. O Brasil está precisando de toda essa solidariedade que a luta de vocês representa”, destacou.

Aristides Veras dos Santos, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) lembrou ainda que é por meio do cooperativismo solidário que se organizam formas de produção. “A gente sabe que existem as várias economias. Precisamos que este Congresso regulamente melhor o cooperativismo e a economia solidária. Sem eles, o Brasil não pode ter um desenvolvimento sustentável e democrático”.

A abertura do Seminário Nacional do Cooperativismo e da Economia Solidária contou com a participação de 15 parlamentares, além de representantes de organizações e movimentos sociais. O ato lotou o Plenário 2 da Câmara dos Deputados.

Por um Brasil Cooperativo e Solidário

Fomento do desenvolvimento local com autogestão, emancipação e autonomia. Essas são as premissas do cooperativismo e da economia solidária. Garantir políticas públicas que garantam esse modelo de desenvolvimento é fundamental para que o Brasil cresça com sustentabilidade. “Por isso, acompanhar as pautas do Congresso, assim como incidir na construção dessas políticas é fundamental”, acrescentou Arildo Lopes, presidente da Unicopas.

Nesta perspectiva, 120 representantes do cooperativismo e da economia solidária de 25 estados e do Distrito Federal participam da Formação Nacional em Incidência Política, Monitoramento e Construção de Políticas Públicas, que ocorre até a próxima quinta-feira (23), também em Brasília. Na oportunidade estratégias conjuntas de atuação, em especial, nos eixos de mulheres e juventudes, serão debatidas e alinhadas entre as centrais que fazem parte da Unicopas. As atividades de formação são direcionadas aos representantes das cooperativas e dos empreendimentos econômicos solidários que participam da atividade.

O Seminário Nacional do Cooperativismo e da Economia Solidária: Formação Nacional em Incidência Política, Monitoramento e Construção de Políticas Públicas é promovido pela União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas) e faz parte das atividades desenvolvidas pelo projeto “Fortalecimento da Rede Unicopas”, financiado pela União Europeia.

Ana Almeida, representante da União Europeia, observou que a democracia e os direitos humanos são valores compartilhados entre o cooperativismo, a economia solidária e a União Europeia. “Apoiamos este projeto cujo objetivo é promover o desenvolvimento equitativo, sustentável e inclusivo também no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que é uma agenda universal, que toca todos os países. Já é comprovado que a solidariedade é capaz de construir sociedade muito mais estáveis. Este espaço muito me lembra o lema da União Europeia: unidos na diversidade”.

Clique aqui e assista no Facebook ao vídeo da transmissão ao vivo do ato na Câmara dos Deputados

“Sozinhos somos resistência, juntos somos força”, Claudete Costa, vice-presidenta da Unicatadores


Criada em 2014, a União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas) reúne quatro grandes centrais do cooperativismo e da economia solidária do Brasil: União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (UNICAFES), Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do Brasil (UNISOL Brasil), Confederação Nacional das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil (CONCRAB) e União Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis do Brasil (UNICATADORES).

Representa mais de 2.500 cooperativas, associações produtivas e empresas de autogestão do campo e da cidade, agregando cerca de 800 mil associados e associadas. Entre eles: agricultoras e agricultores familiares, catadoras e catadores de materiais recicláveis, assentadas e assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais (indígenas, ribeirinhos, quilombolas e extrativistas), pessoas com deficiência psicossocial, trabalhadoras e trabalhadores de empresas recuperadas, mulheres, homens e jovens integrantes de empreendimentos econômicos solidários, núcleos de mulheres e jovens urbanos e rurais, artesãs e artesãos, entre outros.

Clique aqui para ver as fotos da abertura do Seminário Nacional do Cooperativismo e da Economia Solidária

por Thays Puzzi, assessoria de Comunicação Unicopas

Um comentário:

  1. Em uma economia desindustrializada como a nossa, o cooperativismo deve ser estimulado entre nós

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